dissertao completa final - Centro de Educação - Universidade ...

Para continuar no mercado de trabalho ele tem que realizar alguns ajustes na estrutura de vida,
pois a política neoliberal,
[...] requer um trabalhador com uma formação flexível, apto a mudar de
profissão quando o mercado exige, disposto a mudar de cidade ou região na sua
busca de emprego, disposto até a perder direitos básicos para segurar seu
emprego. (IRELAND, 2000, p.13).
A política neoliberal fez com que despertasse a luta pela garantia do emprego mesmo
que os sindicatos dos trabalhadores tivessem que negociar com as multinacionais a
permanência dos operários no emprego, mesmo sob acordo da redução salarial.
Em decorrência dessa realidade, a globalização, lamentavelmente, não beneficia a
todos da mesma maneira; uns ganham muito, outros ganham menos, enquanto outros perdem.
De acordo com Pfeiffer “[...], o processo de globalização é contraditório em si: há tendências
positivas e negativas, benefícios e custos, ganhadores e perdedores e, até agora, ainda não
existe uma comparação sistemática dos dois lados”.(1996, p.20).
Na prática, existem menores custos de produção e maior uso de tecnologia, que vai
exigir do mercado de trabalho um operário com mão de obra qualificada e específica para
determinada função. É nesse momento que entra o processo de escolarização, pois sua
ausência contribuirá para que a mão-de-obra não seja qualificada. Uma das implicações desse
pressuposto é que uma melhor educação propiciará mais competividade e produtividade, e,
portanto, uma melhor educação equivalerá a um bom trabalhador.
Parte da população jovem e adulta não domínio a lecto-escrita, e muitos são
considerados analfabetos funcionais 17 ou seu nível de escolarização é baixo. E, neste novo
17 Analfabetos funcionais são considerados as pessoas que, mesmo sabendo ler e escrever frases simples,
não possuem as habilidades necessárias para satisfazer às demandas do seu dia-a-dia. E, caso a escola não seja de
qualidade, continuaremos a produzir o analfabeto funcional. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE, 2000), o Brasil tem 33 milhões de analfabetos funcionais (pessoas com menos de quatro anos
de estudo e 16 milhões de pessoas com idade acima de 15 anos ainda não alfabetizadas).