dissertao completa final - Centro de Educação - Universidade ...

exclusão social, fortemente associadas como o analfabetismo e a ausência de escolaridade e
o trabalho infantil”. (SINGER, 1999, p.97).
É doloroso constatar que, no Brasil, 35% dos analfabetos já freqüentaram a escola. E
as razões para o fracasso do país na alfabetização são várias: escola de baixa qualidade 12 , em
especial nas regiões mais pobres do país e nos bairros mais pobres das grandes cidades,
trabalho precoce, baixa escolarização dos pais, despreparo da rede de ensino para lidar com
essa população. (CASTRO, 1998).
No Brasil, o tempo médio de permanência na escola ainda não é superior a dez anos de
estudos. Segundo dados da CEPAL (2004), o Brasil, em 2002, apresentou o tempo de
escolarização para pessoas maiores de 15 anos, uma média para ambos os sexos de 7,8, e para
pessoas com 25 anos, em diante, a escolarização não ultrapassa 7,3 de estudos. O Brasil se
mantém numa posição desfavorável em termos de escolaridade média da população,
comparado com a média de escolaridade dos países latino-americanos mais ricos, muitos deles
com renda per capita inferior – Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, México, Uruguai e
Venezuela. De acordo com o Relatório sobre Desenvolvimento Humano 13 , o Brasil acumula
uma defasagem de cerca de dois anos de estudo em relação a esses países. (CASTRO, 1998).
Pela Legislação educacional brasileira, aos 15 anos, a pessoa já deveria ter concluído
pelo menos oito anos de estudo. Mas, na realidade, apenas uma, em cada cinco (18%),
consegue concluir o ensino fundamental dentro do tempo previsto, segundo dados do IBGE.
Hoje, o mercado de trabalho tem um processo seletivo muito acentuado devido às suas
mudanças tecnológicas. Quem não é escolarizado está em situação de risco. Para a ocupação
mais simples, como a construção civil, exige-se escolaridade. “Com a integração econômica e
12 De acordo com Ayres (2003, p.3), “[...] a qualidade da educação, no geral, deixa muito a desejar”.
13 No ano de 2000, enquanto a Argentina ocupava o 34º lugar no ranking do Índice de Desenvolvimento
Humano, o Brasil ocupava a 73º posição, em situação bem inferior à de outros países da América Latina.