A CULTURA DOS CORDÉIS - Centro de Educação - Universidade ...
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Com Lula nosso país<br />
Tem um presi<strong>de</strong>nte sério<br />
Sem <strong>de</strong>magogia alguma,<br />
Sem mentira, sem mistério<br />
E se fará respeitado<br />
Querido e admirado<br />
Pelas nações do hemisfério.<br />
Lula é conhecedor<br />
Dos nossos motes e temas,<br />
Implantou o “Fome Zero”<br />
Venceu cruciais problemas<br />
Por ser um homem arrojado<br />
E familiarizado<br />
Com situações extremas.<br />
(SILVA, 2003, p.2).<br />
Assim como muitos brasileiros esperançosos, o poeta pôs também sua<br />
expectativa no novo governante, acreditando que mudanças fossem empreendidas<br />
no país a partir <strong>de</strong> então e “sem <strong>de</strong>magogia alguma, sem mentira, sem mistério”.<br />
Entretanto, diante das mudanças operadas no cenário político, marcado por<br />
escândalos e corrupções, a poetisa <strong>de</strong> cor<strong>de</strong>l, Sebastiana <strong>de</strong> Almeida Job, codinome<br />
Bastinha 2 , elaborou, um ano <strong>de</strong>pois do que foi lançado por Gonçalo, um folheto com<br />
o título Lula, cadê? Nele, a poetisa tece toda a sua indignação diante do que estava<br />
ocorrendo após um ano do governo Lula, como mostra o trecho seguinte:<br />
O político incorrupto<br />
Que o Brasil encantou<br />
Conchavou com o corrupto<br />
Que nossa pátria lesou;<br />
Tem “vampiro”, tem juiz<br />
Tem Valdomiro Diniz<br />
Na gang, na roubalheira<br />
Para aumentar nossa mágoa,<br />
Nossa esperança <strong>de</strong>ságua<br />
Na queda da “cachoeira”.<br />
(BASTINHA, 2004, p.7).<br />
A atitu<strong>de</strong> da poetisa, diante das mudanças empreendidas no governo, mostra<br />
o quanto o poeta <strong>de</strong> cor<strong>de</strong>l está atento aos acontecimentos <strong>de</strong> seu país, sobretudo<br />
quando se propõe a discutir temas relativos a acontecimentos históricos. Quer seja<br />
numa postura crítica, quer seja conservadora, o poeta alu<strong>de</strong> a acontecimentos<br />
históricos ou cotidianos, <strong>de</strong> modo a fazer com que seu público-leitor tenha<br />
conhecimento do que se passa no contexto em que está inserido. A respeito disso,<br />
2 A poetisa Sebastiana não utiliza o seu nome nos cordéis, mas, sim, seu codinome Bastinha, portanto, em todas<br />
as citações dos cordéis elaborados por ela, colocamos o seu codinome. No entanto, nas entrevistas feitas com a<br />
poetisa, o seu nome completo é ressaltado.<br />
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