colonização no mato grosso
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Foi quando eles resolveram abrir o jogo e <strong>no</strong>s disseram que me<br />
diante "uma gratificação" <strong>no</strong>s conseguiriam uns dois mil ha de terra des<br />
tocada e pronta para ser plantada- isto dentro da área do projeto, nas*<br />
terras de um posseiro.<br />
E, nesta hora, a gente viu que maior que a coragem deles, so<br />
a própria corrupção.<br />
Aliás, ficamos sabendo que poucos dias antes, neste mesmo pos<br />
to do INCRA, havia ocorrido um violento tiroteio contra um outro guarda<br />
que saiu gravemente ferido.<br />
Mas qual a razão de tanta bala?<br />
E que a gleba do projeto esta ocupada por mais de 85 grandes'<br />
posseiros, todos se dizendo do<strong>no</strong>s de mais de mil ha cada um, (o do<strong>no</strong> de<br />
uma bodega que também e posseiro, sustentou que e do<strong>no</strong> de vinte mil ha).<br />
Inclusive verificamos grandes áreas jâ destocadas, prontas para semeadu<br />
ra, assim que caia a primeira chuva, casa de granjeiros, instalações de<br />
secadores de sereais, galpões para maquinas e máquinas agrícolas.<br />
0 coordenador regional do INCRA; Sr. Paulo Pitaluga, disse -<br />
que "todos estes posseiros terão suas áreas reduzidas para 200 ha", á-<br />
rea igual a que os colo<strong>no</strong>s reassentados irão receber, "nem que para ga-<br />
rantir isto seja necessário botar a Polícia Federal em cima".<br />
Quer dizer, pelo raciocínio do gover<strong>no</strong>, nem que seja abaixo :<br />
de bala, com ou sem jagunço, grileiros e pistoleiros,ele garante que o<br />
projeto do INCRA, de Lucas do Rio Verde será executado...<br />
Realmente, com estas declarações ê preciso muita má vontade'<br />
para não reconhecer o esforço das autoridades em garantir a "tranqüili-<br />
dade social"...<br />
Ate aqui falamos do Rio Verde, mas é preciso se dizer alguma<br />
coisa sobre a situação geral da agricultura, da maneira como está a pos<br />
se da terra e os projetos de <strong>colonização</strong>.<br />
Encontramos injustiças e violências contra o peque<strong>no</strong> agricul-<br />
tor, inclrasive o próprio <strong>mato</strong>grossense, que também está levando uma vi"-<br />
da lascada e de muito sacrifício, num Estado onde estão chgando colo<strong>no</strong>s<br />
sem-terra de todos os cantos do Brasil, porque por trás destes fatos '<br />
há basicamente dois motivos:<br />
l 9 - Porque o gover<strong>no</strong> vê aquele estado como uma espécie de que<br />
bra-galho para aliviar as tensões sociais causadas pelo latifúndio <strong>no</strong> '<br />
resto do país, despejando lá milhares de famílias cruelmente.