12.04.2013 Views

história e introdução à filosofia 2 - Faculdade de Teologia Filadelfia

história e introdução à filosofia 2 - Faculdade de Teologia Filadelfia

história e introdução à filosofia 2 - Faculdade de Teologia Filadelfia

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

A <strong>filosofia</strong>, entretanto, não conta com qualquer doutrina <strong>de</strong> re<strong>de</strong>nção que possa ser<br />

substituta da salvação em Jesus Cristo, embora Platão tivesse antecipado certo número<br />

<strong>de</strong> doutrinas <strong>de</strong> elevado cunho espiritual que fazem parte do sistema cristão.<br />

As objeções <strong>de</strong> Paulo <strong>à</strong>s idéias dos filósofos, tão evi<strong>de</strong>ntes no primeiro capítulo <strong>de</strong> I.<br />

Coríntios, estavam alicerçadas sobre o fato <strong>de</strong> que a porção intelectual da igreja <strong>de</strong><br />

Corinto (provavelmente seguidores <strong>de</strong> Apolo) havia virtualmente abandonado a fé cristã<br />

(Com sua mensagem central da cruz), substituindo-a por um mero sistema <strong>de</strong> sabedoria<br />

humana.<br />

O relacionamento que porventura existia entre o cristianismo e a <strong>filosofia</strong>, e aquilo que<br />

os comentários bíblicos <strong>de</strong>claram a respeito, aparecem nos comentários sobre (Col. 2:8)<br />

.Paulo também queria que compreendêssemos que não po<strong>de</strong> haver substituto para a<br />

mensagem simples da cruz; porquanto é através da mesma que o homem é levado <strong>de</strong><br />

volta a Deus, através da reconciliação que há em Cristo,mui provavelmente ele levantava<br />

objeção contra as especulações filosóficas, que ten<strong>de</strong>m por <strong>de</strong>tratar da importância <strong>de</strong><br />

Cristo, e não meramente contra as ‘apresentações <strong>de</strong> tipo filosófico, da mensagem cristã.<br />

A eloqüência e a erudição humanas com freqüência têm sido usadas com êxito na <strong>de</strong>fesa<br />

dos pontos secundários do cristianismo; mas a simplicida<strong>de</strong> e a verda<strong>de</strong> são as que lhe<br />

têm preservado a cida<strong>de</strong>la.<br />

Visto que o po<strong>de</strong>r proce<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus, e não do homem, isso po<strong>de</strong> ser percebido mais<br />

claramente quando o instrumento usado por Deus não é produto polido da sabedoria<br />

humana.<br />

Porém, para que isso realmente se verifique, é mister que se faça presente o po<strong>de</strong>r real<br />

<strong>de</strong> Deus, A mera substituição <strong>de</strong> uma pregação erudita pela prédica inculta e ignorante<br />

não manifesta por si só, o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus; mas isso é tão-somente substituir a sabedoria<br />

humana pela ignorância humana.<br />

E tal medida faria das igrejas evangélicas ainda mais enfadonhas, e não mais po<strong>de</strong>rosas.<br />

Por outro lado, quando o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus realmente se faz presente, não há necessida<strong>de</strong><br />

alguma <strong>de</strong> revestir a pregação com a habilida<strong>de</strong> retórica. Mas, quando esse po<strong>de</strong>r se<br />

ausenta, nem o discurso simples e ignorante (o que, para muitos parece ser um ponto <strong>de</strong><br />

orgulho e ufania) e nem o discurso brilhante e retórico po<strong>de</strong> ter gran<strong>de</strong> valia.<br />

Assim sendo, se o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus estiver presente, a maneira erudita <strong>de</strong> apresentar o<br />

evangelho não lhe servirá <strong>de</strong> empecilho; antes, tal como se vê nas próprias epístolas <strong>de</strong><br />

Paulo, on<strong>de</strong> há passagens supremamente eloqüentes, esse brilhantismo po<strong>de</strong> ser usado<br />

para atingir certos níveis <strong>de</strong> pessoas, on<strong>de</strong> uma apresentação ignorante e inculta os<br />

repulsaria. Evi<strong>de</strong>ntemente Apolo aplicava tais habilida<strong>de</strong>s, posto que não era falso para<br />

com a mensagem do Senhor.<br />

Por isso mesmo, Apolo não é atingido aqui pelas criticas do apóstolo dos gentios, embora<br />

alguns daqueles que faziam <strong>de</strong> Apolo o seu mo<strong>de</strong>lo merecessem tais críticas.<br />

Com a passagem geral que encontramos aqui no primeiro capítulo <strong>de</strong> I Cor., po<strong>de</strong>mos<br />

confrontar a atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong>clarada por Justino Mártir (150 D.C.), um dos primeiros dos<br />

chamados pais da igreja, e que foi o principal apologista cristão <strong>de</strong> sua época.<br />

Ele fora um filósofo neoplatônico, bem como um mestre ambulante <strong>de</strong> algum prestígio.<br />

Justino Mártir afirmava que a <strong>filosofia</strong> o levara aos pés <strong>de</strong> Cristo, como se ele tivesse<br />

sido um aio, mais ou menos como a lei mosaica o fora para alguns ju<strong>de</strong>us. (Ver Gál.<br />

3:24,25). Aqueles que conhecem a <strong>filosofia</strong> platônica sabem que existem pontos <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong> similarida<strong>de</strong> entre seus conceitos básicos e as idéias básicas do cristianismo, e<br />

que uma coisa po<strong>de</strong> realmente conduzir <strong>à</strong> outra.<br />

E interessante que Justino Mártir nunca se <strong>de</strong>spiu inteiramente <strong>de</strong> sua capa <strong>de</strong> filósofo,<br />

tendo andado ao redor, procurando convencer as classes intelectuais a virem a Cristo,<br />

utilizando-se <strong>de</strong> seu método filosófico. No entanto, ao mesmo tempo, foi um dos maiores<br />

34

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!