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história e introdução à filosofia 2 - Faculdade de Teologia Filadelfia

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Nos mais antigos Upanisadas, <strong>de</strong> 800 A.C. em diante, encontramos os estudos sobre os<br />

estados da consciência e sobre certas formas <strong>de</strong> misticismo. Encontra-se nesse ponto<br />

uma diferença fundamental entre a matéria e o espírito, além do que é asseverada a<br />

natureza espiritual (atman) eterna, do ser humano. Ali o homem aparece preso <strong>à</strong> matéria,<br />

sujeito a experimentar uma longa série <strong>de</strong> renascimento, na tentativa <strong>de</strong> libertar-se.<br />

Essa série <strong>de</strong> renascimentos recebe o nome <strong>de</strong> sainsara. A liberação (moksa) é buscada<br />

mediante um <strong>de</strong>sprendimento gradual, <strong>de</strong> tal modo que a atman finalmente po<strong>de</strong> fundir-se<br />

com o brahman.<br />

O pensamento budista é a forma mais difícil <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir da <strong>filosofia</strong> hindu.<br />

O próprio Buda era, essencialmente, um filósofo moral, que não especulou nem sobre<br />

Deus e nem sobre a existência da alma. Entretanto, algumas escolas <strong>de</strong>sse sistema<br />

vieram, finalmente, a <strong>de</strong>senvolver uma metafísica genuína, incluindo na mesma a idéia da<br />

divinda<strong>de</strong> e da alma humana.<br />

Filosofia Realista ou da Natureza<br />

Temos ali uma análise filosófica do mundo exterior, que inclui a análise da linguagem e do<br />

pensamento.<br />

No seu estado primitivo, essa <strong>filosofia</strong> é representada nos ensinos <strong>de</strong> Vaisesika, Nyaya e<br />

dos jainos. Data <strong>de</strong> nada menos <strong>de</strong> 1000 A.C., e a sua ativida<strong>de</strong> básica consistia na<br />

tentativa <strong>de</strong> reduzir as multiformes formas da natureza a alguns poucos fatores básicos.<br />

Categorias básicas, como substância e atributos, foram propostas, e também apareceram<br />

teorias atômicas.<br />

Desenvolveu-se uma espécie <strong>de</strong> lógica em Nyaya, como também hermenêutica e<br />

exegese na Mimansa, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> emergiram visões semicientíficas do mundo. A i<strong>de</strong>ia das<br />

almas humanas como se fossem substâncias foi elaborada e foram propostos átomos<br />

eternos.<br />

Todavia, os budistas originais rejeitavam ambos esses conceitos.<br />

Em vez disso, foi proposto o karma, que seria, a grosso modo, o estado ou reino inteiro da<br />

matéria, das emoções, dos pensamentos, etc., como que residindo em uma pessoa, mas<br />

não como uma entida<strong>de</strong> viva que continue a existir na encarnação seguinte.<br />

Outro sentido disso seria a or<strong>de</strong>m cósmica e divina e seus elementos.<br />

Seja como for, o dharma seria um fator fundamental da existência, pertencente <strong>à</strong>s<br />

categorias das substâncias, dos atributos e das ações, indiscriminadamente, cobrindo<br />

assim a extensão inteira da matéria, das emoções, etc.<br />

Nas mãos <strong>de</strong> alguns filósofos hindus, as explicações sobre a natureza assumiram uma<br />

natureza mecanicista, atéia e materialista; e eles têm usado i<strong>de</strong>ias mecanicistas com<br />

propósitos anti-religiosos. Porém, a tendência do hinduísmo sempre foi buscar alguma<br />

explicação mística e religiosa da natureza.<br />

A lei, ou karma tornou-se, nesse sistema, mais importante que as supostas leis naturais<br />

<strong>de</strong> cunho mecanicista.<br />

Filosofias Monísticas, Místicas e Ilusionísticas<br />

No budismo, alguns filósofos têm-se referido a todos os fenômenos como ilusórios.<br />

A consciência tem sido reputada por eles como algo absoluto, ao passo que o mundo<br />

material seria somente uma projeção ilusória daquela consciência. Em outras palavras,<br />

eles postulam uma espécie <strong>de</strong> i<strong>de</strong>alismo absoluto.<br />

Na Vedanta, encontramos a síntese entre a atman e o Brahman, que teria produzido uma<br />

unida<strong>de</strong> ou monismo, como o alvo final <strong>de</strong> toda a existência. Os hindus <strong>de</strong>scobrem textos<br />

<strong>de</strong> prova para tais noções nos hinos Upanisadas. Há uma espécie <strong>de</strong> <strong>filosofia</strong> da<br />

linguagem no conceito que diz que a pluralida<strong>de</strong> das palavras <strong>de</strong>riva-se da única palavra<br />

transcen<strong>de</strong>ntal, Brahman.<br />

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