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história e introdução à filosofia 2 - Faculdade de Teologia Filadelfia

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A Europa dos séculos XII e XIII<br />

Muito se beneficiou com as ativida<strong>de</strong>s da <strong>filosofia</strong> islâmica, porquanto muito material<br />

registrado em árabe foi traduzido para o latim, ficando assim <strong>à</strong> disposição <strong>de</strong> filósofos que<br />

não falavam o árabe. Aristóteles tornou-se conhecido <strong>de</strong>ssa maneira, por Alberto Magno e<br />

por Tomás <strong>de</strong> Aquino. E todos sabemos que foi com base nisso que se <strong>de</strong>senvolveu o<br />

escolasticismo.<br />

Os Conflitos<br />

As especulações neoplatônicas criaram gran<strong>de</strong> conflito com as i<strong>de</strong>ias ortodoxas sobre<br />

Allah.<br />

Alguns islamitas rejeitavam a abordagem filosófica, enquanto que outros tentavam<br />

explicar Allah através dos conceitos <strong>de</strong> Platão, da mesma maneira que, no mundo cristão,<br />

os escritos <strong>de</strong> Platão tinham sido úteis para formar a teologia, sobretudo dos pais<br />

alexandrinos da Igreja.<br />

A <strong>introdução</strong> do pensamento grego no islamismo separou os tradicionalistas dos<br />

progressistas, e ambos os lados tiveram <strong>de</strong> apelarpara a dialética grega a fim <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>rem seus pontos <strong>de</strong> vista. Como sempre, disso resultaram perseguições, e até<br />

mesmo execuções.<br />

A escola <strong>de</strong> Mutazilah, que explicava as doutrinas do islamismo através <strong>de</strong> termos e<br />

idéias gregas, foi capaz <strong>de</strong> permanecer <strong>de</strong>ntro do islamismo, embora tivesse sofrido<br />

períodos <strong>de</strong> perseguição.<br />

Alguns romperam com a organização religiosa, como Al-Razi (falecido em 923 D.C.),<br />

rejeitando as profecias e promovendo as i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> Platão e o neoplatonismo. Ele foi<br />

anatematizado pela maioria dos islamitas ortodoxos.<br />

M Klndl (falecido após 866 D.C) tentou harmonizar a <strong>filosofia</strong> com a religião, como se<br />

fosse uma espécie <strong>de</strong> Tomás <strong>de</strong> Aquino muçulmano. Seu sistema era eclético, tendo-se<br />

valido das idéias <strong>de</strong> Platão e <strong>de</strong> Aristóteles.<br />

Al-Farabi foi um verda<strong>de</strong>iro neoplatonista islâmico, tendo i<strong>de</strong>ntificado o Allah do islamismo<br />

com o Um <strong>de</strong> Plotino.<br />

Al-Ahsari foi outra figura similar a Tomás <strong>de</strong> Aquino <strong>de</strong>ntro do islamismo.<br />

Avicena incluiu elementos <strong>de</strong> Platão, <strong>de</strong> Aristóteles e do misticismo, tendo sido atacado<br />

mediante vinte proposições diferentes pelo fundamentalista Al-Ghazzali, que exortou os<br />

fiéis a permanecerem em guarda.<br />

Foi <strong>de</strong>ssa maneira que se <strong>de</strong>nsenvolveu o misticismo islâmico, chamado sufismo.<br />

Os Ishraqi produziram uma escola iluminista, cujo expositor mais bem conhecido foi Al-<br />

Surawardi (1155-1591). Sua mistura <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias era, essencialmente, uma forma <strong>de</strong><br />

neoplatonismo com outros conceitos místicos. Em certo sentido, o sufismo foi uma reação<br />

e um protesto contra o crescente po<strong>de</strong>r do aristotelianismo <strong>de</strong>ntro do islamismo.<br />

Averróis foi o maior dos filósofos aristoteianos do islamismo (1126-1198).<br />

Acusou Al-Ghazzali <strong>de</strong> não compreen<strong>de</strong>r o que a sua escola estava procurando dizer, o<br />

que explicaria as suas inúmeras objeções. Porém, a influência <strong>de</strong> Averróis foi maior fora<br />

do islamismo do que <strong>de</strong>ntro do mesmo, quando quinze <strong>de</strong> seus trinta e oito comentários<br />

sobre os escritos <strong>de</strong> Aristóteles foram traduzidos para o latim, permitindo que as i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong><br />

Aristóteles fossem examinadas pelos filósofos cristãos.<br />

A invasão do Egito pelas tropas <strong>de</strong> Napoleão, em 1798, e os i<strong>de</strong>ais da Revolução<br />

Francesa, produziram enormes choques culturais <strong>de</strong>ntro do mundo islâmico e, como<br />

conseqüência, o <strong>de</strong>clínio da ativida<strong>de</strong> filosófica, embora não da ativida<strong>de</strong> religiosa. Os<br />

mo<strong>de</strong>rnos filósofos árabes que têm promovido o positivismo lógico, o existencialismo, etc.,<br />

dificilmente po<strong>de</strong>m ser tidos como bons representantes da <strong>filosofia</strong> islâmica.<br />

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