Projecto de Reabilitação e Desenvolvimento do ... - Le Hub Rural
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<strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> <strong>Reabilitação</strong> e <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> Sector Priva<strong>do</strong> - Analise <strong>de</strong> Fileira <strong>do</strong> Sector das Pescas<br />
REPÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU<br />
MINISTÉRIO DA ECONOMIA E FINANÇAS<br />
<strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> <strong>Reabilitação</strong> e <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong><br />
Sector Priva<strong>do</strong><br />
ANÁLISE DOS CONSTRANGIMENTOS NA FILEIRA<br />
DO SECTOR DAS PESCAS<br />
Prepara<strong>do</strong> pelo<br />
Grupo <strong>de</strong> Consultores A.M.S.<br />
Consultores:<br />
Suleiman<strong>de</strong> Djassi (Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Grupo)<br />
António D. Tubento<br />
Malam Mané<br />
Junho <strong>de</strong> 2004<br />
Grupo <strong>de</strong> Consultores A.M.S. 1
<strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> <strong>Reabilitação</strong> e <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> Sector Priva<strong>do</strong> - Analise <strong>de</strong> Fileira <strong>do</strong> Sector das Pescas<br />
INDICE<br />
Abreviaturas<br />
Sumário executivo …………………………………………….. 4<br />
I- Introdução ..…………………………………………………………. 14<br />
II-Produção ………………………………………………………………. 16<br />
1-Historial …………………………………………………….……………….. 16<br />
2-Situação Actual .……………………………………………………….. 26<br />
2.1-Sector Produtivo ……………………………………………….. 26<br />
2.1.1-Pesca Industrial ………………………………………………...… 26<br />
a) Empresas Publicas<br />
b) Empresas Privadas<br />
2.1.2-Pesca Artesanal ………………………………………………...... 29<br />
c) Sector Publico<br />
d) Sector Priva<strong>do</strong><br />
2.2-Acor<strong>do</strong>s e Licencas <strong>de</strong> Pescas ………………………… 29<br />
2.3-Sector Administrativo ……………………………………… 30<br />
2.3-1-SEP<br />
2.3.2-DGPI<br />
2.3.3- CIPA<br />
2.3.4-DGPA<br />
2.3.5-FISCMAR<br />
2.4-Infra-estruturas ………………………………………………… 31<br />
2.4.1-Portos<br />
2.4.2-Energia Elétrica<br />
2.4.3-Estaleiros<br />
2.4.4-Instalações<br />
Grupo <strong>de</strong> Consultores A.M.S. 2
<strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> <strong>Reabilitação</strong> e <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> Sector Priva<strong>do</strong> - Analise <strong>de</strong> Fileira <strong>do</strong> Sector das Pescas<br />
3- Potencialida<strong>de</strong>s ………………………………………………………. 34<br />
4- Estrangulamentos ………………………………………………….. 35<br />
III- Transformação …………………………………………… 37<br />
1- Historial ……………………………………………………………………. 37<br />
a) Transformação Interna<br />
b) Transformação no alto mar<br />
2- Situação Actual ………………………………………………………39<br />
2.1-Transformação Industrial ………………………………………….. 39<br />
a)Em terra<br />
b)No Mar<br />
2.2- Tranformação Artesanal ………………………………………………..… 40<br />
a) Nacionais<br />
b) Estrangeiros<br />
3- Potencialida<strong>de</strong>s …………………………………………………….. 41<br />
4- Estrangulamentos ……………………………………………….. 42<br />
IV- Comercialização ……………………………………….. 43<br />
3.1-Comercialização Interna ………………………………….. 43<br />
3.1.1-Historial<br />
3.1.2-Situação Actual<br />
3.1.3-Potencialida<strong>de</strong>s<br />
3.1.4-Estrangulamentos<br />
3.2-Comercialização Internacional ……………………… 48<br />
3.2.1-1Historial<br />
3.2.2-Situação Actual<br />
3.2.3Potencialida<strong>de</strong>s<br />
3.2.4-Estrangulamentos<br />
V- Marketing …………………………………………………………. 51<br />
4.1-Marketing Interna ………………………………………………. 51<br />
4.1.1-Historial<br />
4.1.2-Situação Actual<br />
4.1.3-Potencialida<strong>de</strong>s<br />
4.1.4-Estrangulamentos<br />
Grupo <strong>de</strong> Consultores A.M.S. 3
<strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> <strong>Reabilitação</strong> e <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> Sector Priva<strong>do</strong> - Analise <strong>de</strong> Fileira <strong>do</strong> Sector das Pescas<br />
4.2-Marketing Internacional ……………………………………. 51<br />
4.2.1-Historial<br />
4.2.2-Situação Actual<br />
4.2.3-Potencialida<strong>de</strong>s<br />
4.2.4-Estrangulamentos<br />
VI- Empresas/Serviços <strong>de</strong> Apoio ……… 54<br />
5.1-Historial<br />
5.2-Situação Actual<br />
5.3-Potencialida<strong>de</strong>s<br />
5.4-Estrangulamentos<br />
VII- Constrangimentos …………………………………… 58<br />
6.1-Produção<br />
6.2-Transformação<br />
6.3-Comercialização<br />
6.4-Marketing<br />
6.5-Empresas e Serviços<br />
VIII- Conclusões ……………………………………………………. 61<br />
IX – Anexos<br />
Grupo <strong>de</strong> Consultores A.M.S. 4
<strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> <strong>Reabilitação</strong> e <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> Sector Priva<strong>do</strong> - Analise <strong>de</strong> Fileira <strong>do</strong> Sector das Pescas<br />
I. SUMÁRIO EXECUTIVO<br />
O Sector das pescas é um sector muito importante para a economia da Guine-Bissau.<br />
No âmbito <strong>do</strong> contrato resultante <strong>de</strong> uma selecção por concurso público, rubrica<strong>do</strong><br />
entre o <strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> Reabilitacao e <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> Sectro Priva<strong>do</strong> (P.R.D.S.P.) e<br />
o Grupo <strong>de</strong> Consultores ( A.M.S.), foi realiza<strong>do</strong> o presente trabalho que teve como<br />
objectivo proce<strong>de</strong>r à uma analise exaustiva <strong>de</strong> toda a fileira das Pescas, utilizan<strong>do</strong> para<br />
o efeito, como <strong>do</strong>cumentos <strong>de</strong> apoio, os inúmeros estu<strong>do</strong>s e relatórios tecnicos<br />
produzi<strong>do</strong>s no passa<strong>do</strong>, e, com a maior incidência sobretu<strong>do</strong> nos seguintes principais<br />
componentes :<br />
- produção,<br />
- transformação,<br />
- comercialização,<br />
- marketing ,<br />
- empresas e serviços <strong>de</strong> apoio.<br />
Preten<strong>de</strong>-se para cada componente da fileira analisar a sua evolução, com realce na<br />
situação actual, as potencialida<strong>de</strong>s, os principais estrangulamentos e possíveis<br />
soluções para a fase seguinte (o futuro <strong>do</strong> Sector). Nesta prespectiva, o actual estu<strong>do</strong><br />
leva<strong>do</strong> a cabo, apresenta as constatações, analises e conclusões que se seguem.<br />
PRODUÇÃO.<br />
Em termos históricos, o sector mo<strong>de</strong>rno das pescas nasce na Guiné-Bissau a partir <strong>de</strong><br />
1975, com o evento da in<strong>de</strong>pendência nacional, cujo <strong>de</strong>senvolvimento foi influencia<strong>do</strong><br />
por três principais teorias, (criação <strong>de</strong> socieda<strong>de</strong>s mistas das pescas, politicas <strong>de</strong><br />
cooperação internacional com agências <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvovimento e autorização/concessão<br />
<strong>de</strong> licênças <strong>de</strong> pesca).<br />
1. Com a criação <strong>de</strong> Socieda<strong>de</strong>s mistas no <strong>do</strong>mínio da pesca industrial, abre-se a<br />
porta para o surgemento da pesca industrial. Os produtos dai obti<strong>do</strong>s<br />
<strong>de</strong>stinavam-se essencialmente, à exportação, com objectivo <strong>de</strong> captar divisas<br />
necessárias para o funcionamento e <strong>de</strong>senvovimento <strong>do</strong>s outros sectores da<br />
economia nacional.<br />
2. A opção por políticas <strong>de</strong> cooperação internacional com agências <strong>de</strong><br />
<strong>Desenvolvimento</strong>, como forma <strong>de</strong> conseguir meios materiais e financeiros<br />
necessários para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> Sector, baseadas na creação <strong>de</strong> centros<br />
<strong>de</strong> apoio da Pesca Artesanal à nível das Regiões, cujo objectivo era apoiar os<br />
pesca<strong>do</strong>res artesanais, impulcionou a embrião da vertente da Pesca Artesanal. A<br />
produção <strong>de</strong>ste sub-sector <strong>de</strong>stinava-se ao consumo <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> interno.<br />
Grupo <strong>de</strong> Consultores A.M.S. 5
<strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> <strong>Reabilitação</strong> e <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> Sector Priva<strong>do</strong> - Analise <strong>de</strong> Fileira <strong>do</strong> Sector das Pescas<br />
3. A <strong>de</strong>cisão tomada por Esta<strong>do</strong> para autorizar a concessão das licênças <strong>de</strong> Pesca<br />
aos navios estrangeiros com base nos acor<strong>do</strong>s <strong>de</strong> licênças <strong>de</strong> pesca, rubrica<strong>do</strong>s<br />
entre a Guiné-Bissau e paises ou agências estrangeiras, tinha como objectivo a<br />
forma <strong>de</strong> valorizar outra parte <strong>do</strong>s recursos halieúticos que a frota nacional<br />
latente não estava em condições <strong>de</strong> explorar, dada a sua limitadíssima<br />
capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> captura.<br />
Com a aplicação <strong>de</strong>ssas teorias, o sector pesqueiro da Guiné-Bissau, na sua evolução,<br />
conheceu as seguintes etapas: o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> implantação – o perio<strong>do</strong> <strong>de</strong> estagnação - e<br />
o perio<strong>do</strong> da queda.<br />
A fase <strong>de</strong> implantação teve o seu início marca<strong>do</strong> com o surgimento das socieda<strong>de</strong>s<br />
mistas em 1975 e vai até ao ano <strong>de</strong> 1985, cuja produção maxíma atingiu 157.000<br />
toneladas, segun<strong>do</strong> os estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> VIRKIR/Maio/1988, sobre o <strong>Desenvolvimento</strong> a<br />
longo prazo no sector das Pescas na Guiné-Bissau. Seguidamente aparece o perío<strong>do</strong><br />
<strong>de</strong> estagnação que vai até ao ano <strong>de</strong> 1990 com uma produção maxima atingin<strong>do</strong><br />
121.000 toneladas/ano (ver quad nº1 e 2). E a partir <strong>de</strong>sta data o sector pesqueiro<br />
guineense entra em queda com uma produção maxima <strong>de</strong> 30.000 TM/ano, cuja parte<br />
maioritária pertence as capturas da frota estrangeira.<br />
Quadro. nº1: Capturas conjunta pesca artesanal/industrial em toneladas/ano.<br />
Anos<br />
Designação 1981 1982 1983 1984 1985<br />
Pesca Aretsanal 645 946 764 575 1095<br />
Frota Ind. Nacional 4207 4226 1716 4726 2095<br />
Frota Ind. Estr./Sovietica: 136.900 132.000 67.737 0 35.000<br />
C/licença<br />
Outras c/licença 2.059 20.700 13.481 13.086 10.000<br />
Total 143.811 157.875 73.708 8.387 48.190<br />
Fonte: Estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> Desenvovimento à longo prazo <strong>do</strong> Sector das Pescas na Guiné-Bissau: VIRKIR/Maio/1988.<br />
Vol.1 pág. 10<br />
Quadro nº2: Evolução <strong>de</strong> capturas e esforços <strong>de</strong> pesca industrial <strong>de</strong> 1990 – 1997<br />
Nº/Nº Ano Qt. Captura/ton. Nº Navios<br />
1 1990 121.169,71 167<br />
2 1991 93.993,72 211<br />
3 1992 43.416,51 157<br />
4 1993 40.601,51 110<br />
5 1994 33.446,30 89<br />
6 1995 38.581,16 97<br />
7 1996 33.812,72 110<br />
8 1997 26.588,35 113<br />
Fonte: Ministério das Pescas<br />
Grupo <strong>de</strong> Consultores A.M.S. 6
<strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> <strong>Reabilitação</strong> e <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> Sector Priva<strong>do</strong> - Analise <strong>de</strong> Fileira <strong>do</strong> Sector das Pescas<br />
A situação actual <strong>do</strong> sector das Pescas da Guiné-Bissau caracteriza-se por uma<br />
produção muito baixa na área da pesca industrial. A produção da frota pesqueira<br />
continua a não ultrapassar os 35.000 ton./ano. Toda atenção da política governamental<br />
neste sector mantem-se voltada para a venda <strong>de</strong> licênças no âmbito <strong>de</strong> acor<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />
pesca rubrica<strong>do</strong>s com os terceiros, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> as exigências que se impõem no aspecto <strong>de</strong><br />
captação <strong>de</strong> recursos financeiros para fazer face aos encargos <strong>do</strong> Orçamento Geral <strong>do</strong><br />
Esta<strong>do</strong> (OGE). A aplicação prática <strong>de</strong>ssa política, está sob a responsabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />
Ministério das Pescas através da Direcção Geral da Pesca Indústrial (DGPI), em<br />
quanto que o Centro <strong>de</strong> Investigação da Pesca Aplicada (CIPA), o <strong>Projecto</strong> <strong>de</strong><br />
Fiscalização Marítima (FISCMAR) e a Direcção Geral da Pesca Artesanal (DGPA),<br />
dada as dificulda<strong>de</strong>s com que estes últimos <strong>de</strong>partamentos <strong>de</strong>param, as suas<br />
activida<strong>de</strong>s baixaram-se <strong>do</strong> nível <strong>de</strong>seja<strong>do</strong>.<br />
A existência <strong>de</strong> uma importante biomassa na Z.E.E da RGB, <strong>de</strong>monstra as reais<br />
potencialida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> sector, avaliadas aproximadamente em 200.000 à 300.000<br />
toneladas <strong>de</strong> captura admissível/ano (TAC) incluin<strong>do</strong> 3.000 à 5.500 toneladas <strong>de</strong><br />
camarão com um valor total <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 140.000.000 USD/ano (ver quad. nº3)<br />
Quadro. nº 3 – Recursos Haliéticos nas Águas da Guiné-Bissau<br />
Designação Biomassa estimad (tn) Capturas possíveis (tn) Valor unitário (USD/tn) Valor da captura (USD)<br />
(sardinelas) 85.000 20.000 150.000 3.000.000<br />
Pelagicos<br />
(outros) 200.000 50.000 300.000 15.000.000<br />
Balistes 590.000 100.000 50 5.000.000<br />
Demersiais 460.000 100.000 800 80.000.000<br />
Crustaceos val.<br />
Camarão ? 5.000 5.000 25.000.000<br />
Lagosta ? 500 15.000 7.500.000<br />
Carangueijo ? 500 3.000 1.500.000<br />
Cefalope<strong>de</strong>s ? 2.000 1.000 2.000.000<br />
Diversos ? 2.000 1.000 2.000.000<br />
Total: 280.000 141.000.000<br />
Fonte: Relatório VIRKIR; Copace e URSS<br />
Produção Total<br />
Entre os inúmeros obstáculos que impe<strong>de</strong>m o <strong>de</strong>senvolvimento da produção,<br />
<strong>de</strong>stacam-se os aspectos <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista financeiro, pois, ainda que a industria <strong>de</strong><br />
Pesca seja produtora <strong>de</strong> divisas, ela também é utilisa<strong>do</strong>ra, obrigada pelo seu continuo<br />
aprovisionamento em material <strong>de</strong> conservação, combústível e lubrificantes e a<br />
Grupo <strong>de</strong> Consultores A.M.S. 7
<strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> <strong>Reabilitação</strong> e <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> Sector Priva<strong>do</strong> - Analise <strong>de</strong> Fileira <strong>do</strong> Sector das Pescas<br />
assistência financeira a emprestimo para investimento exploração é limitada e<br />
dispendiosa. No actual contexto da Guiné-Bissau, este aspecto da falta <strong>de</strong> capital<br />
finaceiro é bem notório, dada a ausência no País <strong>de</strong> instituições financeiras com<br />
vocação para concessão <strong>de</strong> créditos a médio e longo prazo.<br />
A falta <strong>de</strong> implementação <strong>de</strong> políticas com o incentivo para o Desenvovimento <strong>do</strong><br />
Sector, da parte <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, continua a constituir um verda<strong>de</strong>iro ponto <strong>de</strong> obstáculo nas<br />
Pescas, apesar <strong>de</strong> existerem orientações e soluções possíveis, apontadas em vários<br />
estu<strong>do</strong>s e relatórios feitos sobre o Sector, tais como: o estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> Plano Director da<br />
Pesca Industrial da Guiné-Bissau, ROCHE INTERNACIONAL/Dezembro 1994, Plano<br />
Director para o <strong>Desenvolvimento</strong> da Pesca Artesanal: M.P./Março/1994, Estu<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />
<strong>Desenvolvimento</strong> a longo prazo <strong>do</strong> Sector das Pescas: Virkir/Maio/1988, Analise<br />
Quantitativa das Opções <strong>do</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> Sector das Pescas: Tips, Vlad M.<br />
Kaczyinski/Abril 1997, o Código <strong>de</strong> Investimento da República da Guiné-Bissau,<br />
entre outros. Permitin<strong>do</strong> <strong>de</strong>sta forma, a continuida<strong>de</strong> da pratica <strong>de</strong> cobrança <strong>de</strong> altas<br />
taxas e impostos sobre os rendimentos, uma pesada bureaucracia <strong>do</strong>s serviços<br />
administrativos relaciona<strong>do</strong>s com a legalização e funcionamento das Empresas<br />
nacionais face as obrigações <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> que lhes são impostas. Senão vejamos:<br />
a) Virkir: O estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> Virkir recomenda a construção duma frota <strong>de</strong> pesca<br />
composta <strong>de</strong> 4 camaroeiros e 16 arastões <strong>de</strong> peixes o valor total <strong>de</strong><br />
investimnento era <strong>de</strong> 60.000.000 USD.<br />
b) Kaczinski: O estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> Kaczinski recomenda o aumento <strong>de</strong> empresas nacionais<br />
<strong>de</strong> pesca para a exploração <strong>do</strong>s recursos pesqueiros e a substituição gradual da<br />
frota estrangeiras.<br />
c) Stuart. W. Hooney: Estratégia da guineizisação :<br />
1º Estabelecimento <strong>de</strong> preferencias nas capturas. Assim serão da<strong>do</strong>s preferencias<br />
para os navios que <strong>de</strong>sembarcam produtos para empresas baseadas em terra.<br />
Neste quadro, a primeira priorida<strong>de</strong> será dada aos navios com emban<strong>de</strong>iramento<br />
guineense que <strong>de</strong>sembarcam os seus produtos para a industria na terra.<br />
Segunda priorida<strong>de</strong>, será para os navios estrangeiros com a tripulação guineense<br />
e <strong>de</strong>sembarcan<strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> para unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transformação em terra.<br />
Terceira priorida<strong>de</strong>, será acorda<strong>do</strong> aos navios estrangeiros com tripulação<br />
estrangeira, <strong>de</strong>sembarcan<strong>do</strong> pescao para as unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> transformação em terra.<br />
A ausência <strong>de</strong> infra-estruturas a<strong>de</strong>quadas, e <strong>de</strong> Serviços eficientes e apoia<strong>do</strong>s numa<br />
tecnologia mo<strong>de</strong>rna para prestar o verda<strong>de</strong>iro apoio ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> sector<br />
Grupo <strong>de</strong> Consultores A.M.S. 8
<strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> <strong>Reabilitação</strong> e <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> Sector Priva<strong>do</strong> - Analise <strong>de</strong> Fileira <strong>do</strong> Sector das Pescas<br />
também constitui um estrangulamento à dinâmica que se <strong>de</strong>seja nesta vertente; isto<br />
pelo facto <strong>de</strong> existir apenas um único porto <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte no País (Porto <strong>de</strong> Bissau),<br />
para os diferentes típos <strong>de</strong> tráficos - merca<strong>do</strong>ria, contentor, produtos petroliferos,<br />
produtos da pesca, e, que opera com escassos meios materiais e equipamentos<br />
mo<strong>de</strong>rnos para fazer face as solicitações <strong>do</strong>s arma<strong>do</strong>res e navios <strong>de</strong> pesca num tempo<br />
record <strong>de</strong>sejável.<br />
A capacida<strong>de</strong> limitada e as actuais condições <strong>de</strong> conservação <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> físico <strong>do</strong><br />
reduzi<strong>do</strong> número instala<strong>do</strong> no País das infra-estruturas <strong>de</strong> frio, assim como o eleva<strong>do</strong><br />
custo da energia eléctrica não abonam em nada para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> sector.<br />
Relativamente a questão <strong>de</strong> recursos humanos, reina uma falta <strong>de</strong> formação continua<br />
<strong>do</strong> pessoal técnico em diferentes disciplinas, sobretu<strong>do</strong> na tradição marítima. Deveria<br />
ser dada priorida<strong>de</strong> as novas técnicas que exigem o pessoal com uma boa experiencia<br />
sobretu<strong>do</strong>, na vertente da pesca artesanal e em navegação costeira, susceptível <strong>de</strong><br />
aperfeiçuamento em prazo não muito longo.<br />
TRANSFORMAÇÃO<br />
Em termos históricos, a transformação industrial <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> iniciou-se em1975 com a<br />
política <strong>de</strong> criação das socieda<strong>de</strong>s mistas. Des<strong>de</strong> então, prevaleceram duas vertentes<br />
<strong>de</strong> processamento no País: o processamento em terra e o processamento no alto mar.<br />
Quanto ao processamento em terra, não houve gran<strong>de</strong> evolução, apesar <strong>de</strong> existerem<br />
varias empresas industriais, instaladas no País; apenas algumas têm <strong>de</strong>dica<strong>do</strong> à esta<br />
activida<strong>de</strong>, nomeadamente: a Semapesca, a Globo Mar e a Viguipesca; estan<strong>do</strong> esta<br />
última ligada ao sub-sector da pesca artesanal<br />
No alto mar, a única empresa nacional que processava os seus produtos era a Estrela<br />
<strong>do</strong> Mar. A transformação no alto mar foi <strong>do</strong>minada pela frota estrangeira,<br />
principalmente, os navios pertencentes a ex-URSS e U.E.<br />
Em termos da pesca artesenal, o processamento <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> fresco é ti<strong>do</strong> como o mais<br />
antigo, remonta da era colonial. Na altura praticava-se mais a fumagem e secagem<br />
contu<strong>do</strong> em pequena escala.<br />
Com o <strong>de</strong>corer <strong>do</strong> tempo, foram leva<strong>do</strong> a cabo a realização <strong>de</strong> alguns programas e<br />
seminários <strong>de</strong> formação e enquadramento das comunida<strong>de</strong>s piscatória através <strong>de</strong><br />
projectos no âmbito <strong>de</strong> cooperação internacional, com vista a valorização <strong>do</strong>s produtos<br />
transforma<strong>do</strong>s localmente.<br />
Actualmente não existe empresas nacionais que praticam a transformação em terra. O<br />
sistema <strong>de</strong> transformação em terra é mais pratica<strong>do</strong> por pesca<strong>do</strong>res artesanais,<br />
Grupo <strong>de</strong> Consultores A.M.S. 9
<strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> <strong>Reabilitação</strong> e <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> Sector Priva<strong>do</strong> - Analise <strong>de</strong> Fileira <strong>do</strong> Sector das Pescas<br />
principalmente os estrangeiros. Estima-se entre 35.000 a 40.000 toneladas por ano, o<br />
produto transforma<strong>do</strong> localmente.<br />
Enquanto que no alto mar, estima-se em 30.000 toneladas as quantida<strong>de</strong>s processadas,<br />
pela frota estrangeira e os navios afreta<strong>do</strong>s.<br />
Existem potencialida<strong>de</strong>s no <strong>do</strong>mínio <strong>de</strong> transformação. Se consi<strong>de</strong>rarmos o aspecto<br />
que pren<strong>de</strong> com a capacida<strong>de</strong> limitadíssima em termos <strong>de</strong> conservação, as dificulda<strong>de</strong>s<br />
que são impostas ao sector, na vertente <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> produtos frescos e assim<br />
como o exce<strong>de</strong>nte <strong>do</strong>s produtos marinhos frescos com o valor comercial aceitável, é<br />
fácil <strong>de</strong> confirmar as potencialida<strong>de</strong>s que se pren<strong>de</strong>m com o processo <strong>de</strong><br />
transformação <strong>de</strong> produtos <strong>do</strong> mar no sector pesqueiro Guinéense.<br />
O processo <strong>de</strong> transformação, como sen<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s mais <strong>de</strong>lica<strong>do</strong>s na fileira <strong>do</strong> sector<br />
pesqueiro da Guiné-Bissau, confronta-se com um conjunto <strong>de</strong> obstáculos, liga<strong>do</strong>s ao<br />
escassez da corente <strong>de</strong> energía electrica – ausência duma capacida<strong>de</strong> financeira – falta<br />
<strong>de</strong> uma legislação <strong>de</strong> suporte falta <strong>de</strong> assimilação e <strong>do</strong>mínio <strong>de</strong> técnicos mo<strong>de</strong>rnas <strong>de</strong><br />
processamento e transformação por parte <strong>do</strong>s opera<strong>do</strong>res da érea, entre outros.<br />
Grupo <strong>de</strong> Consultores A.M.S. 10
<strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> <strong>Reabilitação</strong> e <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> Sector Priva<strong>do</strong> - Analise <strong>de</strong> Fileira <strong>do</strong> Sector das Pescas<br />
COMERCIALIZAÇÃO.<br />
INTERNA<br />
A partir <strong>de</strong> 1975, surge o sector mo<strong>de</strong>rno das pescas. A política comercial da Guiné-<br />
Bissau, baseou-se há mais duma <strong>de</strong>cada na fixaçã <strong>de</strong> preços por parte <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r central,<br />
estan<strong>do</strong> esta activida<strong>de</strong> <strong>do</strong>minada pelas empresas publicas. Um <strong>do</strong>s objectivos<br />
principais tem si<strong>do</strong> manter este preço baixo no consumi<strong>do</strong>r; mas não se teve em conta<br />
a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> incentivar a expanção da produção e <strong>de</strong> aumentar a oferta <strong>de</strong> bens a<br />
esse mesmo consumi<strong>do</strong>r. Com esta politica, o merca<strong>do</strong> local não tem fomenta<strong>do</strong> o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento das pescas. Pois, a politica <strong>de</strong> preços controla<strong>do</strong>s, <strong>de</strong>stinada a<br />
garantir um preço baixo ao consumi<strong>do</strong>r, tem reduzi<strong>do</strong> arteficilamente os incentivos a<br />
produção.<br />
Com a liberalização económica <strong>de</strong>cretada em 1986, pós-se o fim ao monopólio <strong>do</strong><br />
Esta<strong>do</strong> sobre a economia Nacional, dan<strong>do</strong> o acesso livre a venda <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> por<br />
entida<strong>de</strong>s e personalida<strong>de</strong>s privadas, sobretu<strong>do</strong> ás bi<strong>de</strong>iras que até então actuavam<br />
duma forma muito limitada na venda <strong>de</strong> pesca<strong>do</strong>.<br />
Actualmente há três intervenientes importantes na comercialização <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong>:<br />
O Ministério das Pescas tem esta<strong>do</strong> a intervir nesta activida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma forma indirecta,<br />
através da sua política <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarque obrigatório <strong>do</strong> peixe, como contra partida,<br />
resultante <strong>do</strong> pagamento in nature <strong>de</strong> uma parte das obrigaçoes das empresas e navios<br />
<strong>de</strong> pescas que operam com licenças nas águas maritimas da Guiné-Bissau e ou <strong>do</strong><br />
pesca<strong>do</strong> proveniente <strong>do</strong>s navios aprisiona<strong>do</strong>s.<br />
O <strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> Pesca Semi-Industrial, com os seus trés arratoes possui uma capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> abastecimento <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> interno avaliada 180 ton./mês aproximadamente.<br />
As mulheres intermediarias (Bi<strong>de</strong>iras), interveem no merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma forma activa na<br />
comercialização <strong>de</strong> peixe fresco, proveniente das capturas <strong>do</strong>s pesca<strong>do</strong>res<br />
artesenaisassim como a comercialização <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> congela<strong>do</strong>, produto da pesca <strong>do</strong>s<br />
navios que exercem activida<strong>de</strong>s industriais na Z.E.E.<br />
As potencialida<strong>de</strong>s das activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> comercialização estão estreitamente ligadas ao<br />
nivel das capturas. No actual contexo <strong>do</strong> sector pesqueiro Guineense, relativamente a<br />
operação da industria das pescas, o fornecimente irregular das materias primas e<br />
equipamentos essenciais adiciona<strong>do</strong>s às outras insuficiencia faz com que a produção<br />
sofra interrupçoes com a inci<strong>de</strong>ncia directa <strong>do</strong> seu efeito negativo nas activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
comercialização, (ver quad. nº 2 e 3).<br />
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<strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> <strong>Reabilitação</strong> e <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> Sector Priva<strong>do</strong> - Analise <strong>de</strong> Fileira <strong>do</strong> Sector das Pescas<br />
Os principais obstáculos que opoem ao <strong>de</strong>senvolvimento da comercialização, por um<br />
la<strong>do</strong>, preen<strong>de</strong>m-se com as constantes irregularida<strong>de</strong>s que se verificam no aspecto <strong>de</strong><br />
abastecimento <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> interno, resultantes por vezes <strong>do</strong> baixo nivel <strong>de</strong> capturas ou<br />
então <strong>do</strong> pouco interesse <strong>do</strong>s arma<strong>do</strong>res em virem <strong>de</strong>sembarcar os seus produtos no<br />
merca<strong>do</strong> local; por outro la<strong>do</strong> estes constrangimentos estão relaciona<strong>do</strong>s com a<br />
limitadissima capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conservação em terra <strong>de</strong> produtos frescos e congela<strong>do</strong>s,<br />
<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a insuficiencia e ineficacia <strong>do</strong>s serviços das poucas infra-estruturas portuarias<br />
e <strong>de</strong> frio instaladas no Pais. O factor <strong>de</strong> baixo nivel <strong>de</strong> compra por parte <strong>do</strong>s<br />
consumi<strong>do</strong>res tambem constitui um estrangulamento para a activida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
comercialização <strong>do</strong>s produtos <strong>do</strong> mar no merca<strong>do</strong> Guineense.<br />
INTERNACIONAL<br />
No sector das pescas da Republica da Guiné-Bissau, as exportações começaram a<br />
partir da epoca <strong>de</strong> criação das socieda<strong>de</strong>s mistas em 1975. Nesta época, exportava-se<br />
como é obvio produtos <strong>de</strong> maior valor comercial tais como: Camarão, Polvos, Chocos<br />
etc. As principais empresas exporta<strong>do</strong>res eram a Estrela <strong>do</strong> Mar a partir <strong>do</strong> alto mar,<br />
enquanto que a Semapesca, a Globo Mar e a Viaguipesca exerciam essas activida<strong>de</strong>s<br />
atraves <strong>do</strong> processamento em terra <strong>do</strong>s produtos marinhos.<br />
Actualmente não se exporta práticamente nada, da<strong>do</strong> a não institucionalização sob o<br />
ponto legal, <strong>de</strong> uma institução que confirme as condições higieno – sanitárias exigidas<br />
pelos países importa<strong>do</strong>res, com base nas normas vigentes no merca<strong>do</strong>s internacionais.<br />
No aspecto <strong>de</strong> transporte, a iregularida<strong>de</strong> <strong>de</strong> redução drastica <strong>de</strong> voos aérios<br />
especializa<strong>do</strong>s para o efeito, tambem condiciona esta vertente comercial.<br />
MARKETING.<br />
INTERNO<br />
As tecnicas <strong>do</strong> marketing foram sempre sub - estimadas pelas empresas publicas<br />
apesar <strong>de</strong> existirem produtos marinhos <strong>de</strong> alta qualida<strong>de</strong> comercial e um merca<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
procura suficientemente vasto.<br />
O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sta vertente continua a <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r da dinâmica que se preten<strong>de</strong><br />
imprimir ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> sector pesqueiro Guineense.<br />
Um outro factor <strong>de</strong> entrave a esta activida<strong>de</strong>, está relaciona<strong>do</strong> com a falta <strong>de</strong> formação<br />
e superação <strong>do</strong> pessoal tecnico qualifica<strong>do</strong>, volta<strong>do</strong> para o exercicio <strong>de</strong>sta activida<strong>de</strong>.<br />
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<strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> <strong>Reabilitação</strong> e <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> Sector Priva<strong>do</strong> - Analise <strong>de</strong> Fileira <strong>do</strong> Sector das Pescas<br />
MARKETING<br />
EXTERNO.<br />
Nos primeiros anos (perio<strong>do</strong> <strong>de</strong> implantação) <strong>do</strong> sector, a promoção <strong>do</strong>s produtos <strong>do</strong><br />
mar eram feitas pelas empresas nacionais e estrangeiras. Essas promoções eram<br />
realizadas através <strong>do</strong>s eventos <strong>de</strong> feiras internacionais.<br />
Actualmente <strong>de</strong>u-se uma estagnação das activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> marketing internacional,<br />
consequencia da reducção drastica das activida<strong>de</strong>s das empresas <strong>de</strong> pescas nacionais.<br />
O possivel relance das activida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> género no sector, condicionará futuramente o<br />
maior relevo as potencialida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> marketing internacional.<br />
EMPRESAS E SERVIÇOS DE APOIO<br />
Des<strong>de</strong> o inicio, a nível das Empresas <strong>de</strong> Apoio as activida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> sector pesqueiro<br />
guineense apenas funcionou uma única Empresa «Estaleiros Navais da Guiné» com a<br />
sua filial em Cumeré. Estas empresas foram inprovisadas no perioi<strong>do</strong> colonial, <strong>de</strong><br />
acor<strong>do</strong> com os seus interesses, ainda existem, mas em precarias condições <strong>de</strong><br />
conservação, necessitan<strong>do</strong> <strong>de</strong> altos investimentos para reparações e funcionamento,<br />
em bora com possibilida<strong>de</strong>s apenas <strong>de</strong> reparação <strong>de</strong> pequeno porte e possuin<strong>do</strong> planos<br />
inclina<strong>do</strong>s.<br />
Os restantes principais Serviços <strong>de</strong> Apoio limitavam-se ao:<br />
Abastecimento em combustíveis e lubrificantes;<br />
Abastecimentos em vivres alimenticios;<br />
Fornecimento em materiais e equipamentos <strong>de</strong> pescas;<br />
Contu<strong>do</strong>, continua a prevalecer a insuficiencia <strong>de</strong> Empresas especializadas <strong>de</strong><br />
prestação <strong>de</strong> serviços para o sector pesqueiro. Actualmente, conta-se apenas com os<br />
serviços da Administração <strong>do</strong>s Portos da Guiné-Bissau (APGB), cais <strong>do</strong> Porto <strong>de</strong><br />
Bissau que carece <strong>de</strong> espaços, instrumentos e equipamentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga <strong>do</strong>ta<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
tecnologia mo<strong>de</strong>rna assim como <strong>do</strong> pessoal especializa<strong>do</strong> para o efeito.<br />
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<strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> <strong>Reabilitação</strong> e <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> Sector Priva<strong>do</strong> - Analise <strong>de</strong> Fileira <strong>do</strong> Sector das Pescas<br />
II. Introdução<br />
O presente estu<strong>do</strong> sobre a fileira das pescas, representa um produto, resultante da<br />
compilação, revisão, análise <strong>do</strong>s relatórios técnicos e estu<strong>do</strong>s diagnósticos já<br />
produzi<strong>do</strong>s sobre o sector pesqueiro da Guiné-Bissau.<br />
Foi mediante uma proposta técnica apresentada pelo grupo <strong>de</strong> consultores «A.M.S.»<br />
ao PRDSP, no âmbito <strong>do</strong> concurso público, que esta equipa <strong>de</strong> Seniores Consultores<br />
Nacionais, constituida por:<br />
Suleimane Djassi - Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Grupo;<br />
António D. Tubento - Membro da Equipa;<br />
Malam Mané - Membro da Equipa;<br />
rubricou o contrato <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> Serviços <strong>de</strong> Consulta<strong>do</strong>ria com base nos termos <strong>de</strong><br />
referências apresenta<strong>do</strong>s pela parte contratante.<br />
A meto<strong>do</strong>logia aplicada na execussão <strong>do</strong> presente trabalho inseriu-se sobre o contexto<br />
da proposta técnica apresentada pelos consultores e aceite pela parte contratante em<br />
estreita observância aos termos <strong>de</strong> referências.<br />
Para o efeito a equipa cingiu-se apenas na consulta <strong>de</strong> toda a <strong>do</strong>cumentação e<br />
literatura consi<strong>de</strong>rada mais relevante, existente e disponível sobre a fileira <strong>do</strong>s<br />
produtos <strong>do</strong> mar. Pelo que, recorreu-se a consulta das bibliografias especializadas,<br />
relatórios e estu<strong>do</strong>s publica<strong>do</strong>s sobre o Sector, com o objectivo <strong>de</strong> proce<strong>de</strong>r a colheita,<br />
analise e compilação <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s recolhi<strong>do</strong>s.<br />
Com o mesmo objectivo, a equipa <strong>de</strong> consultores realizou algumas visitas <strong>de</strong> trabalho<br />
aos Departamentos Públicos e Priva<strong>do</strong>s liga<strong>do</strong>s as Pescas, Merca<strong>do</strong>s da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Bissau e alguns no interior <strong>do</strong> País, assim como intervistas <strong>de</strong> algumas personalida<strong>de</strong>s<br />
e opera<strong>do</strong>res económicos intervenientes no Sector pesqueiro: Arma<strong>do</strong>res, Empresários<br />
Nacionais, Funcionários <strong>do</strong> Ministério das Pescas e altos responsáveis <strong>de</strong> algumas<br />
instituções que intervem directa ou indirectamente nas activida<strong>de</strong>s das pescas.<br />
Ao longo das etapas <strong>de</strong> execução das suas tarefas especificas os Consultóres<br />
constataram e reconfirmaram que a importância <strong>do</strong> Sector das Pescas e <strong>do</strong> seu<br />
<strong>de</strong>senvolvimento é indiscutívelmente reconhecida para República da Guiné-Bissau<br />
(RGB), e para o seu <strong>de</strong>senvolvimento económico e social, <strong>de</strong>signadamente em termos<br />
<strong>de</strong> contributo para o produto bruto interno (PIB), balança <strong>de</strong> pagamento e Orçamento<br />
Geral <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> (OGE).<br />
Com uma costa muito recortada e uma das plataformas continentais mais extenças <strong>do</strong>s<br />
paises da costa oeste africana a ZEE, representan<strong>do</strong> cerca 70 mil Km 2 , quase o <strong>do</strong>bro<br />
da superfície <strong>do</strong> território nacional (36.126 Km 2 ), a República da Guiné-Bissau é pois<br />
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<strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> <strong>Reabilitação</strong> e <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> Sector Priva<strong>do</strong> - Analise <strong>de</strong> Fileira <strong>do</strong> Sector das Pescas<br />
um pais a procura <strong>do</strong>s seus equilibrios económicos fundamentais, mas <strong>de</strong>spon<strong>do</strong> da<br />
gran<strong>de</strong> vantagem <strong>de</strong> possuir recursos naturais potencialmente suficientes em relação a<br />
sua população.<br />
A exploração óptima <strong>de</strong>sses recursos, em particular da Pesca, requer tempo mas<br />
representada a medio e longo prazo, a via <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento viável.<br />
As suas estruturas sócio-económicas e o seus recursos humanos constituem, ainda<br />
uma das dificulda<strong>de</strong>s em estruturar da melhor forma, os principais agrega<strong>do</strong>s da vida<br />
económica.<br />
O <strong>de</strong>senvovimento da pesca na Guiné-Bissau, sobretu<strong>do</strong> na vertente da Pesca<br />
Artesanal, é possivel e os requirimentos financeiros para obtê-lo tão pouco têm uma<br />
magnitu<strong>de</strong> que empeça o seu alcance. Basta somente fazer o balanço <strong>do</strong> que tem si<strong>do</strong><br />
investi<strong>do</strong> no sector pelas organizações <strong>de</strong> cooperação internacional, durante os ultimos<br />
anos. É obvio que tem si<strong>do</strong> muito mais para alem <strong>do</strong> que seria necessário para investir<br />
actualmente no sector.<br />
A diferença é que as ditas contribuições e assim como o conjunto <strong>de</strong> medidas<br />
a<strong>do</strong>ptadas careceram <strong>de</strong> uma coor<strong>de</strong>nação eficaz, embora tenha havi<strong>do</strong> propostas<br />
concretas para tentativas da sua correção atravez <strong>de</strong> inúmeros relatórios e estu<strong>do</strong>s<br />
sobre o sector já realiza<strong>do</strong>s, temos como exemplo vivo os Planos Director da ROCHE<br />
INTERNACIONAL/1994, e MINISTÉRIO DAS PESCAS – PESCA ARTESANAL/1994, estu<strong>do</strong>s<br />
<strong>do</strong> VIRKIR, estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Vlad M. Kaczynski – TIPS, estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> HANS E BÅGE entre<br />
outros.<br />
III-Produção<br />
1- Historial<br />
A produção <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> constitui uma das principais activida<strong>de</strong>s da vida socioeconomica<br />
<strong>do</strong> país. Esta activida<strong>de</strong> continua a gerar milhares postos <strong>de</strong> emprego para<br />
homens e mulheres, com pre<strong>do</strong>minancia na camada mais jovem. O pesca<strong>do</strong> é<br />
largamente consumi<strong>do</strong> em to<strong>do</strong> o território Nacional constituin<strong>do</strong> <strong>de</strong>sta forma a<br />
principal fonte <strong>de</strong> proteína animal para a dieta alimantar das populações e fonte<br />
gera<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> receitas para o Esta<strong>do</strong>.<br />
O estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> Ministério das Pescas sobre o plano annual <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong>s recursos<br />
pesqueiros da Guiné-Bissau, leva<strong>do</strong> a cabo em 1996, <strong>de</strong>monstra que a <strong>de</strong>pendência <strong>do</strong><br />
Orçamento Geral <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> das licencias das pescas, comparada com as receitas em<br />
divisas <strong>de</strong> licenças <strong>de</strong> pescas para barcos estrangeiros, no perio<strong>do</strong> que vai <strong>de</strong> 1983 à<br />
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<strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> <strong>Reabilitação</strong> e <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> Sector Priva<strong>do</strong> - Analise <strong>de</strong> Fileira <strong>do</strong> Sector das Pescas<br />
1985, está aumentan<strong>do</strong>, embora a receita annual em divisas durante os ultimos cinco<br />
anos tenham diminui<strong>do</strong>. (pag. nº1).<br />
A historia <strong>de</strong> produção <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> no país surge em minima escala com o evento da<br />
in<strong>de</strong>pendência Nacional em 1975. Ao longo <strong>do</strong> perio<strong>do</strong> da sua evolução, a produção<br />
pesqueira conheceu três principais fases : fase <strong>de</strong> implementação – fase <strong>de</strong> estagnação<br />
- e a da queda.<br />
A fase da implementação vai <strong>de</strong> 1975 à 1985; esta etapa é caracterízada<br />
essencialmente pela criação das socieda<strong>de</strong>s mistas, no âmbito <strong>de</strong> protocolo <strong>de</strong><br />
cooperação com os países amigos da Guiné-Bissau. Foi daí que nasceram as empresas<br />
<strong>de</strong> socieda<strong>de</strong>s mistas entre a Guiné-Bissau e ex URSS em 1975, <strong>de</strong>nominada por<br />
“Estrela <strong>do</strong> Mar”, a produção <strong>de</strong>clarada <strong>de</strong>sta empresa em 1988 era <strong>de</strong> 778 Tn sen<strong>do</strong><br />
20% captura <strong>de</strong> camarão.<br />
Uma outra empresa mista Guineo-Argelina, tambem criada em 1975, foi <strong>de</strong>nominada<br />
por “Guialp”. As suas previsões <strong>de</strong> produção e <strong>de</strong> tratamento eram <strong>de</strong> 12.000 Tn/ano.<br />
De igual mo<strong>do</strong>, na mesma época (1975), fez-se nascer uma outra empresa mista entre<br />
a Guiné-Bissau e um grupo priva<strong>do</strong> Francês – Andrien Pêche, batizada com nome <strong>de</strong><br />
“Semapesca”. com um grupo priva<strong>do</strong> Francês, Adrienpeche (1975). A produção <strong>de</strong><br />
capturas prevista por esta empresa era <strong>de</strong> 1.200 Toneladas em 1980, embora em 1981<br />
estes resulta<strong>do</strong>s tenham torna<strong>do</strong> rápidamente <strong>de</strong>sfavoráveis, baixan<strong>do</strong> para uma<br />
captura em torno <strong>de</strong> 36 toneladas.<br />
Este perio<strong>do</strong> <strong>de</strong> implementação tinha si<strong>do</strong> suporta<strong>do</strong> na altura, por duas teorias<br />
fundamentais, cujo objectivo da primeira teoria era para garantir o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
da pesca industrial através da criação das empresas mistas.<br />
A justificação <strong>de</strong>sta medida surge <strong>de</strong> uma constatação <strong>de</strong> ser a Guiné-Bissau um país<br />
recentemente in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, e com importantes recursos halieuticos mas sem meios<br />
financeiros e tecnológicos necessários para exploração <strong>de</strong>sses recursos.<br />
A 2ª teoria consistia na a<strong>do</strong>pção <strong>de</strong> politicas <strong>de</strong> cooperação internacional com<br />
organismos <strong>de</strong> agencias <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, como forma <strong>de</strong> assegurar o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento da pesca artesanal.<br />
Justamente, as principais empresas produtoras <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> eram socieda<strong>de</strong>s mistas<br />
supra-mencionadas, que inflizmente poucos sucessos tiveram no perio<strong>do</strong> da sua<br />
vivencia, senão vejamos:<br />
A “ESTRELA DO MAR”, por exemplo, tinha 6 arrastões; começou a pescar <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
1975. Os seus navios operaram ate 1987. Depois <strong>de</strong>ssa época, esses navios não<br />
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<strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> <strong>Reabilitação</strong> e <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> Sector Priva<strong>do</strong> - Analise <strong>de</strong> Fileira <strong>do</strong> Sector das Pescas<br />
estavam mais em condições <strong>de</strong> continuarem a exercer cabalmente as suas activida<strong>de</strong>s<br />
piscatórias funcionarem.<br />
ESTRELA DO MAR não dispunha mais <strong>de</strong> navios próprios e passou a operar apenas<br />
com navios aluga<strong>do</strong>s, uma situação que perdura até ao presente.<br />
O insucesso da gestão <strong>de</strong>sta empresa tinha como umas das causas a excessiva<br />
intervenção sobre a direcção por parte <strong>do</strong>s governantes na altura; o excesso <strong>do</strong> pessoal<br />
emprega<strong>do</strong>; a falta <strong>de</strong> capital financeiro próprio para fazer face aos comprimissos<br />
assumi<strong>do</strong>s com os terceiros. O funcionamento da empresa <strong>de</strong>pendia sobretu<strong>do</strong> <strong>do</strong>s<br />
avanços <strong>de</strong> fun<strong>do</strong>s forneci<strong>do</strong>s a título <strong>de</strong> crédito pelo seus sócios, a empresa Estoniana<br />
«ESTRYBPROM», seu novo parceiro que substitiu a SOVRYFLOT – ex URSS cuja<br />
divida atingiu na altura o valor <strong>de</strong> 8.500.000 USD, assim como os eleva<strong>do</strong>s custos <strong>de</strong><br />
exportação <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a ausencia <strong>de</strong> infra-estruturas próprias em terra.<br />
A GUIALP, uma socieda<strong>de</strong> mista Guineo- Algerina, com um investimento na or<strong>de</strong>m<br />
<strong>de</strong> 2.000.000 <strong>de</strong> Euros, a socieda<strong>de</strong> nunca ultrapassou as 307 Tn <strong>de</strong>sembarcadas<br />
(1977) com embarcações <strong>de</strong> casco em ferro, <strong>de</strong> 23 à 30 metros e com importantes<br />
capacida<strong>de</strong>s frigoríficas.<br />
Esta empresa, converteu-se em agente <strong>de</strong> recepção e <strong>de</strong> comercialização <strong>de</strong> peixe<br />
congela<strong>do</strong>, adquiri<strong>do</strong>s pelo M.P. no plano financeiro e económico a situação era<br />
estremamente difícil, pois também a mã gestão conduziu esta empresa a uma situação<br />
<strong>de</strong> total fracasso, presentemente a Guialp não <strong>de</strong>spôe <strong>de</strong> nenhum navio <strong>de</strong> pesca.<br />
A SEMAPESCA –uma socieda<strong>de</strong> com priva<strong>do</strong>s Franceses tinham <strong>de</strong>s<strong>de</strong> inicio três<br />
arrastões. Estes navios operaram pouco tempo nas àguas <strong>do</strong> pais por causa <strong>do</strong><br />
<strong>de</strong>sacor<strong>do</strong> entre os sócios, sobre em que condições <strong>de</strong>veriam continuar a operar esses<br />
navios. Para continuar as suas activida<strong>de</strong>s, a SEMAPESCA limitou se a trabalhar<br />
com os pesca<strong>do</strong>res artesanais, ocupan<strong>do</strong> essencialmente com a compra e<br />
transformação <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong>, principalmente, o camarão. Os produtos assim obti<strong>do</strong>s<br />
eram exporta<strong>do</strong>s para a França.<br />
A causa fundamental <strong>do</strong> fracasso, tal seria imputa<strong>do</strong> à insuficiência das infraestruturas<br />
portuárias em Bissau, às dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aprovisionamento em<br />
sobressalentes e carburantes, ao pessoal <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho fraco (190 emprega<strong>do</strong>s locais<br />
e 28 <strong>de</strong>sloca<strong>do</strong>s, em 1980), aos problemas bancários e finalmente às ligações<br />
maritimas insuficientes e <strong>de</strong>masiadas caras para exportar.<br />
Os da<strong>do</strong>s estatitiscos sobre a produção realizada por essas empresas, ao longo <strong>do</strong><br />
perio<strong>do</strong> das suas operações <strong>de</strong> captura, quase que praticamente não existem. Apenas<br />
dispomos <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> exportações em divisas, efectuadas pelas mesmas empresas <strong>de</strong><br />
(1983 à 1985). Pelo que as exportações <strong>de</strong> mariscos, em 1983, ren<strong>de</strong>ram para os<br />
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<strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> <strong>Reabilitação</strong> e <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> Sector Priva<strong>do</strong> - Analise <strong>de</strong> Fileira <strong>do</strong> Sector das Pescas<br />
cofres <strong>de</strong>stas empresas 2.547 milhões <strong>de</strong> dólares Americanos; em 1984, as receitas<br />
atingiram 3.266 milhões <strong>de</strong> dólares, e em 1985, houve uma ligeira redução para 3.015<br />
milhões <strong>de</strong> dólares. Estes montantes visto num contexto global <strong>de</strong> exportações <strong>do</strong> pais<br />
na altura são insignificativos. Assim, no quadro das exportações no sector das pescas,<br />
em relação ao perio<strong>do</strong> acima menciona<strong>do</strong> temos 22,7 %, 20% e 27,2% para esses<br />
anos, respectivamente. (fig. nº1)<br />
Figura nº1<br />
Fonte: Ministério das Pescas<br />
Evolução das receitas <strong>de</strong> exportação (1983 – 1985)<br />
1985<br />
E<br />
1984<br />
1983<br />
Mas, para alem das socieda<strong>de</strong>s mistas atraz citadas, em 1982 foi construí<strong>do</strong> o<br />
Complexo Frigorifico <strong>de</strong> Bolola(CFB). Este complexo com uma capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
estocagem, 2.600 toneladas, foi monta<strong>do</strong> pelos Espanhóis com fun<strong>do</strong> proveniente <strong>de</strong><br />
licenças <strong>de</strong> pesca pagas pelos Soviéticos. O complexo <strong>de</strong> Bolola nunca possuiu navios<br />
<strong>de</strong> pesca. A semelhança <strong>de</strong> Guialp, limitou-se a prestar serviços para as outras<br />
empresas tanto <strong>do</strong> sector publico como <strong>do</strong> sector priva<strong>do</strong>, conservan<strong>do</strong> pesca<strong>do</strong>, frutas<br />
e outros produtos.<br />
Para alem das empresas <strong>de</strong> pesca industrial, os projectos <strong>de</strong> pesca artesanal jogaram<br />
um papel importante na captura <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong>. Nos primeiros anos da In<strong>de</strong>pendência,<br />
<strong>de</strong>u-se o inicio a criação <strong>de</strong> projectos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da pesca artesanal,<br />
inician<strong>do</strong> por projecto da pesca artesanal <strong>de</strong> Bubaque e o projecto <strong>de</strong> pesca artesanal<br />
<strong>de</strong> Cacheu. Existiram vários projectos em funcionamento.<br />
Num total <strong>de</strong> 7, os principais projectos foram to<strong>do</strong>s financia<strong>do</strong>s pela ajuda externa e<br />
anima<strong>do</strong>s pela Direcção Geral da Pesca Artesanal, sen<strong>do</strong> o projecto <strong>de</strong> Bubaque o que<br />
tem constitui<strong>do</strong> o maior sucesso. Da<strong>do</strong> o número eleva<strong>do</strong> <strong>do</strong>s pesca<strong>do</strong>res das pirogas e<br />
das quantida<strong>de</strong>s capturadas.<br />
Grupo <strong>de</strong> Consultores A.M.S. 18
<strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> <strong>Reabilitação</strong> e <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> Sector Priva<strong>do</strong> - Analise <strong>de</strong> Fileira <strong>do</strong> Sector das Pescas<br />
A problemática maior <strong>do</strong>s projectos artesanais resi<strong>de</strong> em primeiro lugar no nivel <strong>de</strong><br />
formação muito baixa <strong>do</strong>s pesca<strong>do</strong>res, na falta <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gestão das operações<br />
<strong>de</strong> pesca. Como consequência <strong>de</strong>sses <strong>do</strong>is factores, observa-se a falência e o aban<strong>do</strong>no<br />
das operações por muito <strong>do</strong>s pesca<strong>do</strong>res artesanais.<br />
Bubaque<br />
O prjecto monta<strong>do</strong> com a cooperação sueca em 1977, nas ilhas <strong>de</strong> Bijagos, tinha por<br />
objectivo aumentar a produção e o emprego no sector da pesca artesanal com a<br />
formação <strong>do</strong>s jovens pesca<strong>do</strong>res com equipamentos <strong>de</strong> pesca e uma base <strong>de</strong><br />
acolhimento <strong>do</strong>s produtos da pesca. Os pesca<strong>do</strong>res beneficiários <strong>do</strong> projecto eram<br />
obriga<strong>do</strong>s aí <strong>de</strong>scarregar os seus produtos a preço controla<strong>do</strong> pelo Esta<strong>do</strong>. Cerca <strong>de</strong> 80<br />
funcionários dirigiam as activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> 91 pirogas com cerca <strong>de</strong> 300 pesca<strong>do</strong>res<br />
nacionais e 44 pirogas senegalesas com cerca <strong>de</strong> 500 pesca<strong>do</strong>res. A produção prevista<br />
era <strong>de</strong> 1.000 à 1.200 toneladas /ano contan<strong>do</strong> com certas melhorias a introduzir na<br />
gestão <strong>do</strong> projecto, como por exemplo a privatização das activida<strong>de</strong>s comerciais e a<br />
liberalisação <strong>do</strong>s preços <strong>do</strong> peixe.<br />
Cacheu<br />
Primitivamente inicia<strong>do</strong> pela USAID em 1981 e retoma<strong>do</strong> pela CEE em 1982, o<br />
projecto visava o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong>s objectivos <strong>de</strong> crescimento das capturas, da<br />
recolha e distribuição <strong>do</strong>s produtos aprtir da costa norte. O custo <strong>do</strong> prjecto até 1986<br />
rondava os 2,3 milhões <strong>de</strong> euros.<br />
<strong>Projecto</strong>s Zona I<br />
Este projecto foi financia<strong>do</strong> pela Suecia em 1984 cobrin<strong>do</strong> a costa norte <strong>de</strong> Bissau, o<br />
projecto visava equipar cerca <strong>de</strong> 250 pesca<strong>do</strong>res.<br />
<strong>Projecto</strong> Quinará Zona III<br />
Financia<strong>do</strong> por uma ONG francesa em 1986 no valor total <strong>de</strong> 70.000 euros, o projecto<br />
na zona <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento III, visava apetrechar com pequeno material <strong>de</strong> pesca, os<br />
pesca<strong>do</strong>res <strong>de</strong> subsistência. As capturas em 1988 atingiram 188 toneladas involven<strong>do</strong><br />
cerca <strong>de</strong> 360 pirogas.<br />
<strong>Projecto</strong> Tombali Zona III<br />
Financia<strong>do</strong> por uma ONG no valor <strong>de</strong> 75.000 euros, o projecto visava assim como<br />
outros projectos, apetrechar os pesca<strong>do</strong>res tra<strong>do</strong>cionais; envolveu cerca <strong>de</strong> 60<br />
proprietários <strong>de</strong> pirogas com uma produção <strong>de</strong> 163 toneladas em 1988.<br />
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<strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> <strong>Reabilitação</strong> e <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> Sector Priva<strong>do</strong> - Analise <strong>de</strong> Fileira <strong>do</strong> Sector das Pescas<br />
<strong>Projecto</strong> Biombo Zona I<br />
Financia<strong>do</strong> e executa<strong>do</strong> pela TCP/FAO, este projecto visava a introdução <strong>de</strong> tipo <strong>de</strong><br />
embarcação com motor interior e utilizan<strong>do</strong> re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> emalhar. Foram formadas duas<br />
equipas <strong>de</strong> pesca<strong>do</strong>res e organizou-se o escoamento <strong>do</strong>s produtos e era assisti<strong>do</strong> por<br />
uma loja/armazem.<br />
Estes projectos contribuiram <strong>de</strong>cisivamente para produção das pescas, constituin<strong>do</strong><br />
praticamente o seu total no sector da pesca artesanal on<strong>de</strong> o projecto <strong>de</strong> Bubaque é, <strong>de</strong><br />
longe o mais importante, como se mostra no quadro seguinte (ton/ano).<br />
Quad. nº4: Da<strong>do</strong>s estatisticos <strong>de</strong> capturas na pesca artesanal, tn/ano<br />
Ano 1983 1984 1985 1986 1987 1988<br />
Bubaque 600 450 655 796 932 699<br />
P. Artesanal 715 595 1.095 1.338 1.863 1.607<br />
Total 3.980 4.396 6.108 4.041 4.295 4.185<br />
Fonte: Direcção Geral da Pesca Artesanal.<br />
Na pesca artesanal, as dificulda<strong>de</strong>s ou insuficiencias nos resulta<strong>do</strong>s proveem<br />
sobretu<strong>do</strong> da falta <strong>de</strong> formação profissional basica e pesca<strong>do</strong>res artesanais, que dêm<br />
condições ao uso <strong>de</strong> tecnologias mais eficazes e mais produtivas (a tecnologia<br />
utilizada ainda é maioritariamente, nativa); as dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aprovisionamento em<br />
carburante; excesso e menor eficacia <strong>do</strong> pessoal <strong>do</strong>s prjectos e alguma falta <strong>de</strong><br />
coor<strong>de</strong>nação entre os projectos.<br />
ACORDO INTERNACIONAL DE PESCAS:<br />
Para alem da produção das empresas publicas e da pesca artesenal, o nível da<br />
produção <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> no pais foi também influencia<strong>do</strong> pelas activida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s navios<br />
que operam no âmbito <strong>do</strong>s acor<strong>do</strong>s internacionais.<br />
Assim, a 2ª fase da evolução <strong>de</strong> produção <strong>do</strong> sector, começa em 1986 e vai ate 1995.<br />
A característica essencial <strong>de</strong>sta fase é <strong>de</strong>finida pelo pre<strong>do</strong>mínio das activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
pesca no quadro <strong>do</strong>s acor<strong>do</strong>s.<br />
A filosofia principal que sempre <strong>de</strong>finiu os acor<strong>do</strong>s da pesca na RGB aponta para o<br />
direito <strong>de</strong> acesso livre aos recursos pesqueiros como forma <strong>de</strong> valorizar esses mesmos<br />
recursos halieuticos que afrota nacional não possuia condição <strong>de</strong> capturar, em<br />
observencia ao nível permissível <strong>de</strong> captura (TAC).<br />
Grupo <strong>de</strong> Consultores A.M.S. 20
<strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> <strong>Reabilitação</strong> e <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> Sector Priva<strong>do</strong> - Analise <strong>de</strong> Fileira <strong>do</strong> Sector das Pescas<br />
Esse nível situa-se entre 250.000 a 300.000 toneladas, extrair <strong>de</strong> uma biomassa bruta<br />
avaliada aproximadamente em 1.300.000 toneladas, segun<strong>do</strong> os estu<strong>do</strong>s financia<strong>do</strong>s e<br />
realiza<strong>do</strong>s pela FAO atraves das operações <strong>de</strong> capturas levadas a cabo por navio<br />
Noruegues FRIDJOF NANSEN em 1982 – Plano Director da Pesca Artesanal/1994.<br />
É evi<strong>de</strong>nte que a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção da frota nacional não atingia, nos anos em<br />
que os navios operavam, os 10.000 toneladas/ano. Portanto, havia um hiato muito<br />
gran<strong>de</strong>. Essa diferênça, <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> duas centenas <strong>de</strong> milhares <strong>de</strong> toneladas, precisava<br />
<strong>de</strong> ser valorizada, através <strong>do</strong>s acor<strong>do</strong>s <strong>de</strong> pescas e outras modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> acesso.<br />
Os primeiros acor<strong>do</strong>s internacionais <strong>de</strong> pescas foram anteriores ao 1986. Temos, por<br />
exemplo, o acor<strong>do</strong> <strong>de</strong> pesca com a ex União Soviética que foi assina<strong>do</strong> em 1975.<br />
Contu<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> se afirma que a segunda fase da evolução <strong>de</strong> produção <strong>do</strong> sector<br />
começa com os acor<strong>do</strong>s <strong>de</strong> pesca, tem-se em vista que na altura em que se assinou os<br />
primeiros acor<strong>do</strong>s, estes não eram características fundamentais daquele perío<strong>do</strong> (1975-<br />
1985). Apesar <strong>do</strong> seu papel fundamental, em termos <strong>de</strong> capturas, realizadas na altura<br />
pela frota Soviético.<br />
Essa segunda fase da evolução <strong>de</strong> produção <strong>do</strong> sector, é caracterizada efectivamente<br />
pelo papel que os acor<strong>do</strong>s <strong>de</strong> pesca jogaram no sector pesqueiro, tanto ao nível das<br />
capturas como ao nível <strong>de</strong> rendimentos gera<strong>do</strong>s para o orçamento geral <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.<br />
As capturas se situaram em torno <strong>de</strong> 50.000 toneladas (quad. nº2) e as receitas obtidas<br />
pelo pagamentos <strong>de</strong> direito <strong>de</strong> acesso situarão acima <strong>de</strong> 10 milhões <strong>de</strong> dólares por ano.<br />
Uma observação atenta mostra que nos anos anteriores a 1985 , a produção gerada<br />
atingiu o seu apogeu em 1982 com 157.878 toneladas <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> (quad. nº3). Uma<br />
captura superior às que se obteve nos anos subsequentes ao 1985 .<br />
Mas, em termos <strong>de</strong> benefícios para o pais, o mais interessante neste quadro <strong>de</strong> analise,<br />
nota-se que os rendimentos obti<strong>do</strong>s, surgiram mais na segunda fase. As capturas<br />
totais realizadas, por exemplo, 1981, 1982 e 1983 foram realizadas, por mais <strong>de</strong> 60%<br />
pela frota Soviético. Mas em contrapartida , o esta<strong>do</strong> da Guine-Bissau obteve poucos<br />
rendimentos disso. Esses rendimentos, naqueles anos, não ultrapassavam 2.500.000<br />
USD .(quad. nº2)<br />
A ex-Uniao Soviética não e o único pais com que a Guine-Bissau assinou acor<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />
pesca. Também acor<strong>do</strong>s foram assina<strong>do</strong>s com Portugal , Espanha com CEE e mais<br />
tar<strong>de</strong> com a China popular. Os acor<strong>do</strong>s com Portugal e Espanha <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> existir<br />
com a entrada <strong>de</strong>stes na comunida<strong>de</strong> Europeia. Para além <strong>de</strong>sses acor<strong>do</strong>s, a RGB<br />
autorizou o acesso aos recursos aos navios portan<strong>do</strong> o pavilhão <strong>do</strong>s diferentes países.<br />
O Acor<strong>do</strong> com a União Europeia, é hoje o mais antigo acor<strong>do</strong>, em função <strong>de</strong> anos <strong>de</strong><br />
duração, e, em termos financeiros é o mais importante que o pais tem. Embora o<br />
Grupo <strong>de</strong> Consultores A.M.S. 21
<strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> <strong>Reabilitação</strong> e <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> Sector Priva<strong>do</strong> - Analise <strong>de</strong> Fileira <strong>do</strong> Sector das Pescas<br />
primeiro acor<strong>do</strong> como já vimos fora assina<strong>do</strong> com a ex-URSS, mas este acor<strong>do</strong> <strong>de</strong>ixou<br />
<strong>de</strong> existir, dada as mudanças verificadas naquele pais e fundamentalmente dada a<br />
<strong>de</strong>sintegração da União (URSS).<br />
Assim a UE, torna-se o mais antigo parceiro das pescas da Guine-Bissau. Por outro<br />
la<strong>do</strong>, e ainda mesmo nos tempos da URSS , a UE, (CEE) era e continua a ser o mais<br />
importante parceiro das pescas, pelos benefícios obti<strong>do</strong>s <strong>de</strong>sses acor<strong>do</strong>s, que são<br />
comparativamente superiores aos benefícios obti<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s outros acor<strong>do</strong>s. Estes<br />
benefícios só ao nível da compensação financeira estimam-se em 9 milhões <strong>de</strong><br />
ECU/ano.<br />
Apesar <strong>de</strong>sses benefícios, a Guiné-Bissau, ao longo <strong>de</strong>sses anos <strong>de</strong> assinatura<br />
sucessivos <strong>do</strong>s acor<strong>do</strong>s, não está satisfeito com os acor<strong>do</strong>s. A Guine-Bissau pensa que<br />
a UE <strong>de</strong>veria pagar mais pelos recursos enquanto que Bruxelas, não somente opoem<br />
ao aumento mas insiste na redução <strong>do</strong> nível das compensações financeiras.<br />
Quad. nº4 - Presentes Acor<strong>do</strong>s <strong>de</strong> pescas rubrica<strong>do</strong>s pelo Ministério das Pescas<br />
Países/Empresas<strong>de</strong> pescas Data <strong>de</strong> assinatura<br />
China/Conapemac 1983<br />
Italia/Fe<strong>de</strong>rpesca 15 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 2003<br />
Italia/Italfish 15 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 2003<br />
Senegal 16 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2003<br />
União Europeia 29-30 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 2001<br />
Fonte: Ministério das Pescas.<br />
Em 1985, a existência <strong>de</strong> <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> navios na ZEE da Guiné-Bissau, como<br />
consequência directa <strong>do</strong>s acor<strong>do</strong>s <strong>de</strong> pesca e <strong>de</strong> outros direitos <strong>de</strong> acesso, colocou um<br />
conjunto <strong>de</strong> preocupações para as autorida<strong>de</strong>s encarregues da administração das<br />
pescas. E é verda<strong>de</strong> que, essas mesmas preocupações vinham fazen<strong>do</strong> sentir-se ainda<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> os primeiros anos. Mas agora evi<strong>de</strong>nciam-se com a maior intensida<strong>de</strong>. Essas<br />
preocupações eram: o esta<strong>do</strong> <strong>do</strong>s stocks, a fiscalização, os da<strong>do</strong>s estatísticos das<br />
capturas, as leis gerais das pescas etc.<br />
As preocupações, sem duvidas eram legitimas. Muitos navios autoriza<strong>do</strong>s a pescarem<br />
na ZEE violavam constantemente as normas estabelecidas para uma pesca<br />
responsável. Os navios por exemplo, pescavam com malhas não autorizadas o que<br />
punha em perigo as espécies mais juvenis. Outros pescavam nas zonas proibidas <strong>de</strong><br />
12 milhas e até mesmo no interior da linha <strong>de</strong> base. Mas, o mais grave ainda pren<strong>de</strong>se<br />
com a pratica constante <strong>do</strong>s navios piratas a exercerem activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pesca<br />
clan<strong>de</strong>stina. Isto é, sem autorização <strong>de</strong> nenhuma das autoria<strong>de</strong>s competentes. Esta<br />
prática torna-se fácil para os navios piratas, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a ineficácia <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong><br />
fiscalização na ZEE que é acente na falta <strong>de</strong> meios apropria<strong>do</strong>s e uma boa organização<br />
que facilite o acesso rápi<strong>do</strong> a zona.<br />
Grupo <strong>de</strong> Consultores A.M.S. 22
<strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> <strong>Reabilitação</strong> e <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> Sector Priva<strong>do</strong> - Analise <strong>de</strong> Fileira <strong>do</strong> Sector das Pescas<br />
Se não forem tomadas medidas contra estas práticas, o futuro das pescas, a longo<br />
prazo será seriamente comprometi<strong>do</strong>. Em primeiro lugar, a sobre exploração <strong>do</strong>s<br />
recursos, po<strong>de</strong>rá ameaçar os stocks . E em segun<strong>do</strong> lugar, a redução <strong>do</strong>s stocks<br />
obrigará os arma<strong>do</strong>res levarem menos interesse para a ZEE da Guiné-Bissau.<br />
Em consequência, haverá menos receitas, já que os navios estariam mais interessa<strong>do</strong>s<br />
em procurar licenças <strong>de</strong> pesca nas outras zonas <strong>do</strong> globo. Kaczyinski, já fez alusões a<br />
essa possibilida<strong>de</strong>. No seu trabalho, (novas Orientações da Política Pesqueira),<br />
afirmou que uma das razões da queda nos rendimentos das licenças é <strong>de</strong>ví<strong>do</strong> a sobre<br />
exploração <strong>do</strong>s recursos, e recomenda portanto, a<strong>do</strong>pção <strong>de</strong> política a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong><br />
gestão <strong>do</strong>s recursos halieúticos da RGB.<br />
Como solução, para fazer face aos <strong>de</strong>safios impostos pela política <strong>de</strong> gestão <strong>do</strong>s<br />
recursos, a Guiné-Bissau fez apelo aos seus parceiros <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento: Em<br />
primeiro lugar, à Portugal e a ex URSS , na área <strong>de</strong> avaliação <strong>do</strong>s stocks <strong>do</strong>s recursos<br />
halieúticos. Em segun<strong>do</strong> lugar, à Taiwan e Banco Mundial. A Taiwan financiou a<br />
construção em Portugal <strong>de</strong> <strong>do</strong>is navios ve<strong>de</strong>tas <strong>de</strong> fiscalização . O Banco Mundial ,<br />
financiou a criação e a formação, in Loco, <strong>de</strong> observa<strong>do</strong>res marítimos . A FAO ,<br />
financiou a elaboração da lei geral das pescas 1885. Mas tar<strong>de</strong>, a fiscalização no<br />
quadro da comissão sub-regional das pescas, recebeu apoio <strong>do</strong> Canada. E por outro<br />
la<strong>do</strong> o BAD financiou os estu<strong>do</strong>s para elaboração <strong>do</strong> Plano Director da Pesca<br />
Industrial/1994.<br />
Com o apoio <strong>do</strong>s parceiros o pais conseguiu <strong>de</strong> uma forma ou outra fazer face aos<br />
<strong>de</strong>safios <strong>de</strong> gestão <strong>do</strong>s recursos, mas não <strong>de</strong> uma forma satisfatória. Pois,<br />
lamentavelmente, as entida<strong>de</strong>s não prestaram nenhuma atenção ao plano estratégico<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> sector. Com outras palavras faltou às autorida<strong>de</strong>s guineenses,<br />
uma visão séria e responsável <strong>do</strong> futuro no sector pesqueiro.<br />
E é por isso que, esse perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 1986-95 é caracteriza<strong>do</strong> essencialmente por<br />
estagnação, não houve nenhum esforço interno que levasse uma mudança estrutural <strong>de</strong><br />
fun<strong>do</strong> no sector produtivo nem no sector <strong>de</strong> processamento. Foram privilegia<strong>do</strong>s<br />
apenas só os acor<strong>do</strong>s <strong>de</strong> licenças <strong>de</strong> pesca.<br />
Faltou a esse perío<strong>do</strong> critico a implimentação <strong>de</strong>um conjunto <strong>de</strong> políticas e medidas<br />
que permitissem a criação <strong>de</strong> condições que conduzam a uma produção autosustentável<br />
<strong>do</strong> sector. Contu<strong>do</strong> não faltava nesse perío<strong>do</strong> os estu<strong>do</strong>s e <strong>do</strong>cumentos que<br />
apontavam o caminho certo e as orientações oportunas; o outro estu<strong>do</strong> foi o estu<strong>do</strong><br />
VIRKIR que foi concluí<strong>do</strong> em 1986. Nesse <strong>do</strong>cumento afirma-se o seguinte:<br />
“Com um plano <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento a 10 anos po<strong>de</strong> esperar-se que a industria das<br />
pescas mantenha aproximadamente 16.000 emprega<strong>do</strong>s e cerca <strong>de</strong> 13.000 pessoas no<br />
Grupo <strong>de</strong> Consultores A.M.S. 23
<strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> <strong>Reabilitação</strong> e <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> Sector Priva<strong>do</strong> - Analise <strong>de</strong> Fileira <strong>do</strong> Sector das Pescas<br />
sector artesanal. Assim obter-se-á 38.000 toneladas annual <strong>de</strong> capturas <strong>de</strong> peixe ao<br />
nível industrial e 5.000 a 10.000 toneladas anuais ao nível <strong>de</strong> pesca artesanal. O<br />
financiamento inicial exigi<strong>do</strong> pelos projectos propostas e <strong>de</strong> aproximadamente 29<br />
milhões USD sen<strong>do</strong> preciso contar com um investimento adicional <strong>de</strong> 60 milhões <strong>de</strong><br />
USD para efectuar as capturas acima mencionadas, “<br />
Estes são as conclusões dum primeiro e importante estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> sector. Estas conclusões<br />
e recomendações se fossem observadas e aplicadas, a historia seria hoje sem duvida<br />
outra. Durante este perío<strong>do</strong> em analise foram feitos muitos outros estu<strong>do</strong>s para o<br />
sector: Kaczinsky, La Roche Internacional e outros fizeram estu<strong>do</strong>s e recomendações<br />
importantes. Portanto o que se coloca para as falhas <strong>do</strong> sector não é a falta <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s<br />
e recomendações.<br />
Enquanto prevalecer esta situação <strong>de</strong> inobservância e não aplicabilida<strong>de</strong> das medidas<br />
progressivas, dificilmente o sector vai arrancar para um <strong>de</strong>senvolvimento sério.<br />
Actualmente, a Guiné-Bissau é membro <strong>de</strong> seis instituições regionais <strong>de</strong> pesca:<br />
⇒ Comissão sub-regional <strong>de</strong> pesca (Cabo-Ver<strong>de</strong>, Gâmbia, Guiné-Bissau, Guiné-<br />
Conakry, Mauritania e Senegal). Esta Organização é responsável pela execussão<br />
das resoluções das conferências ministeriais. E tem como objectivo principal a<br />
coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> politicas <strong>de</strong> fiscalização e <strong>de</strong> exploração <strong>do</strong>s recursos haliêuticos.<br />
⇒ Conferência ministerial sobre cooperação pesqueiira entre os Esa<strong>do</strong>s africanos <strong>do</strong><br />
oceano atlantico (Angola, Benin, Camarões, Congo, Cabo-Ver<strong>de</strong>, Costa <strong>do</strong><br />
Marfim, Gabão, Gâmbia, Ghana, Guiné-Bisau, Guiné Conakry, Guiné Equatorial,<br />
Liberia, Marrocos, Mauritania, Nigeria, São Tomé e Principe, Sierra <strong>Le</strong>oa,<br />
Senegal, Togo e Zaire) esta instituição regional está encarregue <strong>de</strong> fixação <strong>de</strong><br />
políticas para o sector.<br />
⇒ Programa <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento integra<strong>do</strong> das pescas artesanais <strong>de</strong> áfrica oci<strong>de</strong>ntal<br />
(Angola, Benin, Camarões, Congo, Cabo-Ver<strong>de</strong>, Costa <strong>do</strong> Marfim, Gabão,<br />
Gâmbia, Ghana, Guiné-Bissau, Guiné Conakry, Guiné Equatorial, Liberia,<br />
Marrocos, Mauritania, Nigeria, São Tomé e Principe, Sierra <strong>Le</strong>oa, Senegal, Togo e<br />
Zaire).<br />
⇒ Programa Regional <strong>de</strong> Áfriaca Oci<strong>de</strong>ntal para valorização das capturas da pesca<br />
artesanal.<br />
⇒ Serviço Regional <strong>de</strong> informação e conselhos em materia <strong>de</strong> transformação e<br />
comercialização <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> pesca para África (INFOPÊCHE).<br />
⇒ Comité <strong>de</strong> pesca para o Atlantico centro- Este (COPACE).<br />
Grupo <strong>de</strong> Consultores A.M.S. 24
<strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> <strong>Reabilitação</strong> e <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> Sector Priva<strong>do</strong> - Analise <strong>de</strong> Fileira <strong>do</strong> Sector das Pescas<br />
A terceira fase, a <strong>de</strong> queda <strong>de</strong> produção, começa a partir <strong>de</strong> 1995 e continua ate nos<br />
dias actuais. Nessa fase observa-se uma baixa <strong>de</strong> produção industrial <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> e<br />
uma diminuição das receitas para o orçamento geral <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. Comparativamente ao<br />
perío<strong>do</strong> anterior, as capturas saíram <strong>de</strong> 121.000 para 27.000 toneladas<br />
aproximadamente (ver o quad. nº5). E as contribuições para o orçamento geral <strong>do</strong><br />
esta<strong>do</strong> saíram <strong>de</strong> 15 a 20 milhões <strong>de</strong> dólares para 9 milhões <strong>de</strong> dólares.<br />
As explicações po<strong>de</strong>m ser encontradas na retirada da frota soviética, na queda <strong>do</strong><br />
nível <strong>do</strong>s stocks e nas alterações na políticas <strong>de</strong> acor<strong>do</strong>s <strong>de</strong> pescas <strong>do</strong>s parceiros da<br />
Guiné-Bissau (quad. nº4).<br />
Quadro nº5: Evolução <strong>de</strong> capturas e esforços <strong>de</strong> pesca industrial <strong>de</strong> 1990 - 1997<br />
Nº/Nº Ano Qt. Captura/ton. Nº Navios<br />
1 1990 121.169,71 167<br />
2 1991 93.993,72 211<br />
3 1992 43.416,51 157<br />
4 1993 40.601,51 110<br />
5 1994 33.446,30 89<br />
6 1995 38.581,16 97<br />
7 1996 33.812,72 110<br />
8 1997 26.588,35 113<br />
Fonte: Virkir: estu<strong>do</strong> longo prazo <strong>de</strong> Sector das Pescas,vol.1 pág.7<br />
2-A análise da Situação Actual da Produção<br />
Em 2003, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> quase 28 anos <strong>do</strong> surgimento <strong>do</strong> Sector mo<strong>de</strong>rno da Pesca no<br />
País, o nível <strong>de</strong> produção continua a ser relativamente muito baixo. Isto é, não apenas<br />
compara<strong>do</strong> com as potencialida<strong>de</strong>s que o Sector oferece, mas mesmo compara<strong>do</strong> com<br />
as produções <strong>do</strong>s finais <strong>do</strong>s anos 70 e 80. Actualmente o Sector é caracteriza<strong>do</strong>, por<br />
queda <strong>de</strong> produção motiva<strong>do</strong> por um conjunto <strong>de</strong> factores. Primeiro, na pesca<br />
industrial, por inoperacionalida<strong>de</strong> das empresas públicas e falta <strong>de</strong> dinamismo das<br />
empresas <strong>do</strong> sector priva<strong>do</strong> e a redução constante na procura <strong>de</strong> licenças <strong>de</strong> pesca<br />
pela frota estrangeira na ZEE. Em segun<strong>do</strong> lugar, na pesca artesanal, pela<br />
inoperacionalida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s projectos locais <strong>de</strong> pesca artesanal. E por fim, e não menos<br />
importante, a ina<strong>de</strong>quação <strong>do</strong>s factores <strong>de</strong> apoio tais como as infra-estruturas, sistema<br />
<strong>de</strong> fiscalização, legislação e investigação.<br />
Outro gran<strong>de</strong> impedimento ao estabelecimento <strong>de</strong> empresas <strong>de</strong> pescas na Guiné-<br />
Bissau são as altas <strong>de</strong>spesas com registo e emban<strong>de</strong>iramento <strong>do</strong>s navios. Tambem<br />
falta <strong>de</strong> serviços bancários rápi<strong>do</strong>s, o monopólio notarial, os excessivos impostos <strong>de</strong><br />
Grupo <strong>de</strong> Consultores A.M.S. 25
<strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> <strong>Reabilitação</strong> e <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> Sector Priva<strong>do</strong> - Analise <strong>de</strong> Fileira <strong>do</strong> Sector das Pescas<br />
proprieda<strong>de</strong> e longas formalida<strong>de</strong>s bureaucraticas constantes na lei em vigor e<br />
necessárias para o registo das empresas privadas são exemplo da ineficiencia e da<br />
intervenção não apropriada no merca<strong>do</strong> por parte <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. É evi<strong>de</strong>nte que os custos<br />
alto <strong>de</strong> integração <strong>do</strong> capital estrangeiro e nacional <strong>de</strong>sencorajam os empresários<br />
priva<strong>do</strong>s a estabelecerem os seus negócios na RGB.<br />
2.1-SECTOR PRODUCTIVO<br />
2.1.1-Pesca Industrial<br />
a)Empresas Públicas.<br />
As empresas públicas tiveram no passa<strong>do</strong> um papel importante na produção. Hoje,<br />
como foi afirma<strong>do</strong> anteriormente estas empresas praticamente <strong>de</strong>sapareceram. A<br />
semapesca não existe mais e as suas instalações, como se po<strong>de</strong> constatar in-loco, estão<br />
num esta<strong>do</strong> avança<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>terioração. Na mesma situação se encontra o Complexo<br />
Frigorífico <strong>de</strong> Bolola. Enquanto que a Guialp e a Estrela <strong>do</strong> Mar se encontram num<br />
esta<strong>do</strong> um pouco melhor. Pois, estão numa luta constante pela sobrevivência. O<br />
primeiro, limita-se a alugar as suas câmaras frigoríficas, enquanto que o segun<strong>do</strong>, a<br />
Estrela <strong>do</strong> Mar, limita-se a afrentar navios <strong>de</strong> pesca. Estas duas empresas, sobrevivem<br />
graças ao apoio <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.<br />
O pesca<strong>do</strong> proveniente <strong>do</strong> pagamento in-nature <strong>de</strong> uma parte das obrigações das<br />
empresas e navios <strong>de</strong> pescas, (exemplo: o navio HAIGFEN, <strong>de</strong>scarrega<br />
periodicamente, a favor <strong>do</strong> M.P, uma media <strong>de</strong> 200 toneladas.) como uma<br />
contrapartida, este produto é <strong>de</strong>scarrega<strong>do</strong> pelo M.P que por sua vez faz a sua<br />
distribuição a estas empresas para proce<strong>de</strong>rem a sua comercialização no merca<strong>do</strong><br />
interno como empresas intermediarias <strong>de</strong> comercialização.<br />
As margens estabelecidas para comercialização são canalisadas para os cofres das<br />
empresas comercializa<strong>do</strong>ras, servin<strong>do</strong> <strong>do</strong> fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> maneio <strong>de</strong> funcionamento<br />
(pagamento <strong>de</strong> salário <strong>do</strong> pessoal, manutenção das instalações e <strong>do</strong>s equipamentos e<br />
outras <strong>de</strong>spesas <strong>de</strong> funcionamento). “balão <strong>de</strong> oxigénio”<br />
Contrariamente as empresas acima citadas, o <strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> Pesca Semi-Industrial <strong>do</strong><br />
Alto Bandim está a funcionar. Este projecto tem <strong>do</strong>is navios <strong>de</strong> pesca industrial,<br />
câmara frigorífica e fabrica <strong>de</strong> gelo. A sua produção mensal é <strong>de</strong> 180 toneladas, o que<br />
representa uma parte infima, em termos <strong>de</strong> consumo nacional <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong>.<br />
Esta produção é <strong>de</strong>stinada inteiramente para o abastecimento <strong>do</strong> consumo interno.<br />
Contu<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> se captura outras espécies <strong>de</strong> pouca procura interna, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao valor<br />
comercial esse produto é exporta<strong>do</strong>, principalmente para os países vizinhos. Por outro<br />
la<strong>do</strong>, o <strong>Projecto</strong> presta enormes serviços às canoas <strong>de</strong> pesca artesanal, ven<strong>de</strong>n<strong>do</strong> gêlo<br />
em escama.<br />
Grupo <strong>de</strong> Consultores A.M.S. 26
<strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> <strong>Reabilitação</strong> e <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> Sector Priva<strong>do</strong> - Analise <strong>de</strong> Fileira <strong>do</strong> Sector das Pescas<br />
A empresa <strong>de</strong>para actualmente com o gran<strong>de</strong> problema <strong>de</strong> excesso <strong>do</strong> pessoal e falta<br />
<strong>de</strong> capital finaceiro para honrar os seus compromissíos sobretu<strong>do</strong> salários <strong>do</strong> pessoal,<br />
fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> maneio para manutenção e funcionamento.<br />
Privatizações<br />
Observa-se algumas preocupações para a privatização <strong>de</strong>ssas empresas publicas. Na<br />
verda<strong>de</strong>, há um pouco mais <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos que vem falan<strong>do</strong> da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> privatizar<br />
essas empresas. Mas infelizmente pouco ou quase nada foi feito nesse senti<strong>do</strong>. Pois, se<br />
houvesse privatizações, o esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>teorizaçäo <strong>do</strong> património <strong>de</strong>ssas empresas<br />
seguramente seria evita<strong>do</strong>. (ver anexo privatização)<br />
Contrariamente ao que aconteceu no passa<strong>do</strong>, actualmente parece que existe muito<br />
interesse e empenho nas privatizações das empresas públicas <strong>de</strong> pesca. O projecto <strong>de</strong><br />
reabilitação <strong>do</strong> sector priva<strong>do</strong> (PRSP), financia<strong>do</strong> pelo Banco Mundial (B.M) está pela<br />
primeira vez, neste país, a fazer um trabalho sério, sistemático e apropria<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
privatização. As privatizações <strong>de</strong> muitas empresas industriais <strong>do</strong>s outros sectores da<br />
economia nacional constituem provas da serieda<strong>de</strong> com que a privatização é encarada<br />
por esta instituição. Está para breve o lançamento dum concurso publico para<br />
efectuação <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s das empresas <strong>de</strong> pesca a fim <strong>de</strong> privatiza-a. Deste mo<strong>do</strong>,<br />
espera-se que o Complexo Frigorifico <strong>de</strong> Bolola, a Guialp, a Semapesca e a Estrela <strong>do</strong><br />
Mar venham a ser privatizadas. Também o <strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> Pesca Semi-Industrial <strong>do</strong> Alto<br />
Bandim, está incluí<strong>do</strong> nesta lista <strong>de</strong> privatizações.<br />
O impacto da privatização no sector pesqueiro po<strong>de</strong>rá ser senti<strong>do</strong> positivamente na<br />
arrecadação das receitas nos cofres <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> através <strong>de</strong> pagamento <strong>de</strong> taxas e<br />
impostos, aumento <strong>do</strong> número <strong>de</strong> postos <strong>de</strong> emprego (mão <strong>de</strong> obra) para pessoal<br />
técnico nacional, valorização <strong>do</strong>s recursos halieuticos através <strong>de</strong> aumento <strong>de</strong> capturas<br />
e introdução <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> com uma alta performance no merca<strong>do</strong> interno.<br />
Empresas Privadas<br />
Também existem empresas privadas <strong>de</strong> pesca industrial. Embora nos últimos anos<br />
muitas <strong>de</strong>ssas empresas pararam as suas activida<strong>de</strong>s, algumas <strong>de</strong>las ainda continuam a<br />
operar apesar das enormes dificulda<strong>de</strong>s com que se <strong>de</strong>param. Actualmente, operam<br />
no país uma média <strong>de</strong> duas <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> empresas nacionais com se<strong>de</strong> em Bissau, (ver<br />
quad. nº 6). Estas empresas surgiram <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> 1986 como consequência da politica<br />
<strong>de</strong> liberalização económica a<strong>do</strong>ptada pelo Governo. Esta visava um <strong>de</strong>senvolvimento<br />
maior ao sector pesqueiro, numa altura em que o papel <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> nas activida<strong>de</strong>s<br />
produtivas estava a reduzir.<br />
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<strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> <strong>Reabilitação</strong> e <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> Sector Priva<strong>do</strong> - Analise <strong>de</strong> Fileira <strong>do</strong> Sector das Pescas<br />
Quad. nº6: Empresas privadas nacionais e agenciamentos com se<strong>de</strong> em Bissau.<br />
Nº/Nº Nome <strong>de</strong> Empresa Activida<strong>de</strong>s<br />
01 Áfricargo Ldª Agenciamento<br />
02 Aquitour Agenciamento<br />
03 Anep Ass. Nac. Emp. De Pescas<br />
04 Asti-Pesca Pescas<br />
05 Bissau-Peixe Pescas<br />
06 Caravela Ldª Pescas<br />
07 Copegui Agenciamento<br />
08 Estrela <strong>do</strong> Mar Pescas<br />
09 Frangui-Pesca Pescas<br />
10 Fullfish Pescas<br />
11 Guinéfish Pescas<br />
12 Guiné-pesca Pescas<br />
13 Guialp Conservação/Comercialização<br />
14 In-Aqua Pescas<br />
15 Jose mar Ldª Agenciamento<br />
16 Otra mar Pescas<br />
17 Ovapesca Ldª Pescas<br />
18 <strong>Projecto</strong> semi-Industrial Pescas<br />
CAPut!’ Propesca Pescas<br />
20 Peimex-Bissau Pesacas<br />
20 Rio gran<strong>de</strong> Associação <strong>de</strong> Pesca<strong>do</strong>res<br />
21 Sigmar Ldª Pescas<br />
22 Socopromar Pescas<br />
23 Truk-Bissau Pescas<br />
24 Tom-Becks Internacional Ldª Agenciamento<br />
25 Vicarbel Agenciamento<br />
26 West Africa Trading Ldª Agenciamento<br />
Fonte: Ministério das Pescas.<br />
Algumas <strong>de</strong>ssas empresas operam com navios próprios, como é o caso <strong>do</strong> projecto<br />
semi-industrial, e, outras operam com navios afreta<strong>do</strong>s e ainda outras fazem<br />
agenciamento <strong>do</strong>s navios estrangeiros <strong>de</strong> pesca.<br />
Frota Estrangeira<br />
A política actual <strong>de</strong> pesca é uma continuação <strong>do</strong> que vinha sen<strong>do</strong> feito <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os anos<br />
noventa. Isto é, uma política centralizada essencialmente nos acor<strong>do</strong>s <strong>de</strong> pesca e<br />
licenças <strong>de</strong> pesca. A preocupação essencial <strong>de</strong>ssa política é o fornecimento <strong>de</strong><br />
recursos financeiros para o Orçamento Geral <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. Não se prevê a médio e longo<br />
prazo, alterações essenciais nos componentes <strong>de</strong>ssa política.<br />
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<strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> <strong>Reabilitação</strong> e <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> Sector Priva<strong>do</strong> - Analise <strong>de</strong> Fileira <strong>do</strong> Sector das Pescas<br />
Acor<strong>do</strong>s Internacionais <strong>de</strong> Pesca.<br />
Actualmente o País assinou acor<strong>do</strong>s <strong>de</strong> pesca com a União Europeia, com a<br />
Republica da China, com o Senegal e com a FEDERPESCA da Itália e com a<br />
CONAPEMAC. Po<strong>de</strong>-se afirmar que mais <strong>de</strong> 90% das activida<strong>de</strong>s praticadas na nossa<br />
ZEE, são actualmente efectuadas pelos navios <strong>de</strong> pesca provenientes <strong>do</strong>s países<br />
signatários <strong>de</strong>sses acor<strong>do</strong>s.(ver qud. Nº4)<br />
Os acor<strong>do</strong>s internacionais <strong>de</strong> pesca apresenta vantagens para o país na medida em que<br />
constituem fontes <strong>de</strong> receitas importantes para o Orçamento Geral <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. Para<br />
além disso, constituem fontes importantes <strong>de</strong> emprego para centenas <strong>de</strong> pessoas.<br />
2.2.1-Sector Artesanal<br />
a)sector público<br />
Centro <strong>de</strong> pesca artesanal<br />
A política <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da pesca artesanal, está baseada nos centros <strong>de</strong> pesca.<br />
Actualmente, existem três centros.<br />
O centro <strong>de</strong> pesca artesanal <strong>de</strong> Bubaque, o <strong>de</strong> Uracame e o <strong>de</strong> Cacheu. Estes centros<br />
produzem gelos em escama e fornecem-nos aos pesca<strong>do</strong>res e as bi<strong>de</strong>iras <strong>de</strong> pesca<strong>do</strong>.<br />
O centro <strong>de</strong> uracame tem uma fábrica com capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cinco tonelada <strong>de</strong> gelo/dia.O<br />
centro <strong>de</strong> bubaque produz <strong>de</strong>z tonelada/dia e cacheu dispõe <strong>de</strong> uma fábrica com<br />
capacida<strong>de</strong> igual a <strong>de</strong> uracame isto é, 5 toneladas/dia . Infelizmente, esta última<br />
unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> gelo não funciona actualmente, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> as avarias.<br />
2-Pesca<strong>do</strong>res artesanais<br />
A pesca artesanal continua a ser uma alternativa <strong>de</strong> emprego para muita gente <strong>do</strong> pais.<br />
Um inquérito quadro organiza<strong>do</strong> pelo pessoal <strong>do</strong> cipa em 2001/2002,mostra um<br />
aumento ligeiro <strong>do</strong>s números .Dos pesca<strong>do</strong>res em relação ao ano 1998 o inquérito foi<br />
efectua<strong>do</strong> em algumas tabancas em zona <strong>de</strong>stinta: no arquipélago norte e no sul <strong>do</strong><br />
pais. Com a excepção <strong>de</strong> norte on<strong>de</strong> se verificou uma ligeira baixa <strong>de</strong> nível <strong>de</strong><br />
pesca<strong>do</strong>res, nas restantes regiões houve aumento <strong>do</strong> numero <strong>do</strong>s pesca<strong>do</strong>res.<br />
Por exemplo no arquipélago <strong>de</strong> 299 para 357; no sul, <strong>de</strong> 421 para 425. (Ver anexo )<br />
No pais, também pescam os pesca<strong>do</strong>res artesanais <strong>do</strong>s países da sub-região, a<br />
estimativa <strong>do</strong> número <strong>do</strong>s pesca<strong>do</strong>res artesanais ronda 8.000-10.000. É verda<strong>de</strong> que<br />
este número não refere apenas aos pesca<strong>do</strong>res estrangeiros. Com tu<strong>do</strong> mais <strong>de</strong> 50%<br />
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<strong>do</strong>s pesca<strong>do</strong>res artesanais que actuam na RGB são estrangeiros. O Senegal, a Guiné-<br />
Conakry, a Sierra <strong>Le</strong>oa e o Ghana são países <strong>de</strong> origem <strong>de</strong>sses pesca<strong>do</strong>res.<br />
Quad. nº6: estimativa <strong>do</strong>s capturas totais na pesca artesanal – 1989<br />
Tipo <strong>de</strong> pesca Nº <strong>de</strong> Capt. Dias <strong>de</strong> pesca Capt. total<br />
pesca<strong>do</strong>res Media/dia<br />
Motorizada 360 270 Kg 50 4.860 Tn<br />
Manual<br />
(monoxila)<br />
650 100 Kg 50 3.250 Tn<br />
Subsistencia 4.000 10 Kg 50 2.000 Tn<br />
Total 5.000 - - 10.000 Tn<br />
Fonte: Estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> Sector <strong>de</strong> pesca Artesanal na RGB, Hans E Båge, Junho/1989<br />
Os pesca<strong>do</strong>res artesanais <strong>de</strong>senvolvem, ao longo da costa, nos rios e nos estuários,<br />
uma activida<strong>de</strong> muito intensa. Estima-se que a produção actual <strong>de</strong>ste sector se situa<br />
em torno 30 a 40.000 ton./ano. Desta quantida<strong>de</strong>, o grosso <strong>de</strong> captura é pesca<strong>do</strong> por<br />
pesca<strong>do</strong>res artesanais <strong>do</strong>s outros países e este produto é exporta<strong>do</strong> para os países da<br />
sub-região. De acor<strong>do</strong> com a FAO, a captura efectuada pelos pesca<strong>do</strong>res nacionais<br />
atingiu em 1997, 5.400 toneladas. Sen<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong> como meio <strong>de</strong> transporte/pesca 656<br />
pirogas <strong>do</strong>s quais 107 pertencem aos nacionais.<br />
PRODUÇÃO<br />
2.3-Sector Administrativo<br />
2.3.1-Ministério das Pesca<br />
O M.P. é o órgão máximo encarregue para administrar o sector das pescas. Ele tem<br />
trés direcções gerais: A Direcção Geral da pesca industrial (DGPI), a Direcção Gera<br />
da pesca Artesenal (DGPA) e a Direcção Geral <strong>do</strong> Centro <strong>de</strong> investigação da pesca<br />
aplicada (CIPA), estan<strong>do</strong> a funcionar sob a sua tutela, uma instituição: o projecto da<br />
fiscalização marítima (FISCMAR).<br />
Nos últimos três anos o estatuto orgânico <strong>do</strong> M.P. tem muda<strong>do</strong> constantemente.<br />
Actualmente, a tarefa principal <strong>do</strong> M.P. consiste em gerir o sector com maior atenção<br />
para a emissão das licenças <strong>de</strong> pesca. O objectivo primordial é gerar fun<strong>do</strong>s<br />
necessários para fazer face as <strong>de</strong>spesas <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>.<br />
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<strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> <strong>Reabilitação</strong> e <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> Sector Priva<strong>do</strong> - Analise <strong>de</strong> Fileira <strong>do</strong> Sector das Pescas<br />
2.3.2-A Direcção Geral da Pesca Industrial (DGPI).<br />
É órgão da M.P. encarregue para a implementação das políticas no <strong>do</strong>mínio da pesca<br />
industrial. Actualmente, a sua função principal é a emissão e controle das licenças<br />
para os navios industriais <strong>de</strong> pesca assim como o segguimento da aplicação <strong>do</strong>s<br />
acor<strong>do</strong>s <strong>de</strong> pesca rubrica<strong>do</strong> com os terceiros.<br />
2.3.3-Centro <strong>de</strong> Investigação e Pesca Aplicada.<br />
A sua função principal consiste na elaboração e execução <strong>do</strong>s programas <strong>de</strong><br />
investigação <strong>do</strong>s recursos haliêuticos. E acompanhar a evolução e o esta<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
exploração <strong>do</strong>s stocks, para po<strong>de</strong>r fazer recomendações pertinentes aos <strong>de</strong>tentor <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>cisão.<br />
Actualmente, o nível das suas activida<strong>de</strong>s principais reduziu-se ao mínimo, da<strong>do</strong> a<br />
falta <strong>de</strong> recursos, sobretu<strong>do</strong> financeiro e material.<br />
2.3.4-Direcção Geral da Pesca Artesenal.<br />
Esta direcção é responsável pela aplicação das políticas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento no sector<br />
artesenal. Ela coor<strong>de</strong>na vários projectos <strong>de</strong> pesca em diferentes localida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> pais .<br />
Os mais importantes são: <strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> Bubaque, Uracane, Cacine e Bolama.<br />
2.3.5-Fiscalização Marítima.<br />
A função principal da fiscalização marítima é proteger a ZEE contra navios piratas e<br />
não permitir as eventuais práticas ilegais <strong>de</strong> pesca que possam vir a ser praticadas<br />
pelos navios porta<strong>do</strong>res <strong>de</strong> licença <strong>de</strong> pesca.<br />
Actualmente, dada as dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> várias or<strong>de</strong>ns a Fiscmar não esta em condições<br />
<strong>de</strong> comprir cabalmente com as suas funções.<br />
Por isso, as suas operações <strong>de</strong> saídas para o alto mar, têm si<strong>do</strong> esporádicos.<br />
2.4-Infra-estruturas<br />
Instalações <strong>de</strong> Frio – As instalações <strong>de</strong> frio são componentes importantes e<br />
indispensáveis para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> sector pesqueiro. Actualmente o País<br />
dispõe duma capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 2.150 toneladas <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong> frio, sen<strong>do</strong> a maior<br />
parte instalada em Bissau. Também há câmaras <strong>de</strong> frio em Cacheu e Bubaque. Essas<br />
câmaras são distribuídas <strong>de</strong> seguinte maneira, (quad. nº7):<br />
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Quad. nº7: Da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> instalada no país para infra-estruturas <strong>de</strong> frio/produção <strong>de</strong> gêlo.<br />
Instalações Cap. <strong>de</strong> produção<br />
Tn/dia<br />
Localização Esta<strong>do</strong> actual<br />
GUIALP 10 Bissau Paralisada<br />
PPSI 30 Bissau Em funcionamento<br />
PESAC 0.9 Catio paralisada<br />
PESCARTE/BOLAMA 9 Bolama Em funcionamento<br />
PESCARTE/BUBAQU<br />
E<br />
14 Bubaque Em funcionamento<br />
PARALTA 2.7 Bissau paralisada<br />
PESCARTE/URACAN<br />
E<br />
5 Ilha Uracane Em funcionamento<br />
VIGUEPESCA 10 Cacheu Em funcionamento<br />
SOEMPA 15 Bissau Em funcionamento<br />
PESCARTE/CACHEU 5 Cacheu Paralisada<br />
URSOBRANCO 6 Bissau Em funcionamento<br />
PINGUIN 6 Bissau Em funcionamento<br />
FÁBRICA/BUBA 1 Buba Em funcionamento<br />
FÁBRICA/BAFATA 1.2 Bafata paralisada<br />
COMPLEXO<br />
BOLOLA<br />
F.<br />
30 Bissau paralisada<br />
Total<br />
Fonte: M.P.<br />
154.8 - -<br />
Apesar da capacida<strong>de</strong> das insfra-estruturas <strong>de</strong> frio para produção <strong>de</strong> gêlo instalada no<br />
país, continua a persistir uma procura muito gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> gelo, principalmente para as<br />
necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pesca. O que <strong>de</strong>monstra uma limitação gran<strong>de</strong> em termos <strong>de</strong><br />
capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> oferta disponível.<br />
Analizan<strong>do</strong> o (quad. nº7), é facil <strong>de</strong> perceber que, das 154.8 Tn/diaria, apenas 105 Tn<br />
representam uma produção diária actual para satisfazer as necessida<strong>de</strong>s das<br />
populações.<br />
O abastecimento em gêlo <strong>do</strong>s pesca<strong>do</strong>res artesanais que operam no norte <strong>do</strong> País<br />
(zona varela) é feito através das instalações existentes em Cap-Skring na vizinha<br />
República <strong>do</strong> Senegal.<br />
2.4.1-Porto<br />
As instalações portuárias <strong>de</strong> Bissau não são a<strong>de</strong>quadas as operações <strong>de</strong> navio <strong>de</strong> pesca.<br />
É necessário que sejam introduzi<strong>do</strong> alguns melhoramentos nas suas estruturas<br />
(molhes) para toná-las mais eficazes. Des<strong>de</strong> 1975, foi usa<strong>do</strong> o porto comercial <strong>de</strong><br />
Bissau, como porto <strong>de</strong> pesca e a situação continua na mesma. Não se prevê para<br />
médio e nem para longo prazo sinais <strong>de</strong> mudança neste senti<strong>do</strong>. Contu<strong>do</strong> é necessário<br />
um porto a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> para as operações <strong>de</strong> pesca, atracação rápida, os serviços rápi<strong>do</strong>s<br />
<strong>de</strong> carga e <strong>de</strong>scarga, as condições para pequenas reparações.<br />
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A oferta <strong>de</strong> combustível com preços bonifica<strong>do</strong>s, é uma das condições exigidas para<br />
um porto <strong>de</strong> pesca. Essas condições são suficientes nos dias <strong>de</strong> hoje para atrair<br />
arma<strong>do</strong>res e navios <strong>de</strong> pesca.<br />
E, como se po<strong>de</strong> confirmar nos outros países, são elementos importantes para a<br />
promoção pesqueira dum País.<br />
O preço <strong>de</strong> combustível actualmente pratica<strong>do</strong> no merca<strong>do</strong> nacional ronda numa<br />
media <strong>de</strong> 570 Fcfa/litro para a gasolina e 236 Fcfa/litro para o gasóleo. Os custos<br />
<strong>de</strong>stes carburantes é igual para to<strong>do</strong>s os clientes, sem distinção <strong>do</strong> objectivo da sua<br />
utilização, o que constitui uma gran<strong>de</strong> falta <strong>de</strong> incentivo para produção no sectore das<br />
pescas.<br />
2.4.2-Energia Eletrica<br />
A oferta da energia eléctrica agravou-se nos ultimos anos em relação aos anos<br />
anteriores. Se nos anos anteriores a produção <strong>de</strong> energia era ina<strong>de</strong>quada, e insuficiente<br />
com cortes frequentes, a situação agora é pior. Nessas condições não se po<strong>de</strong>rá<br />
promover um verda<strong>de</strong>iro <strong>de</strong>senvolvimento para o sector pesqueiro . A falta constante<br />
da energia eléctrica constitui um factor importante <strong>de</strong> <strong>de</strong>smotivação para to<strong>do</strong>s os<br />
investi<strong>do</strong>res, tanto nacionais como estrangeiros.<br />
Mas este é um velho problema que ainda continua afectar o sector. Vários estu<strong>do</strong>s<br />
feitos no passa<strong>do</strong> (Novas Orientações <strong>de</strong> Politica pesqueira nacional, Dr. Vlad. M.<br />
KACZYINSKI/94 entre outros), principalmente nos anos 80 e 90 realçaram o impacto<br />
negativo <strong>do</strong> sector energético sobre as pescas. Enquanto não houver <strong>de</strong>terminação e<br />
vonta<strong>de</strong> política, essa situação vai prevalecer. E se assim for, não po<strong>de</strong>rá haver um<br />
<strong>de</strong>senvolvimento das pescas na Guiné-Bissau capaz <strong>de</strong> trazer amplos benefícios para a<br />
economia <strong>do</strong> país.<br />
É muito complexo estabelecer a capacida<strong>de</strong> nacional instalada no sector energetico,<br />
mas os da<strong>do</strong>s preliminares apontam para o seguinte (quad. nº8):<br />
Quad. nº8: capacida<strong>de</strong> nacional instalada sector energetico<br />
Instalações Capacida<strong>de</strong>. MW<br />
EAGB/Bissau 11<br />
Pequenos produtores 9<br />
Interior <strong>do</strong> país 7<br />
Total 27<br />
Fonte: Plano Director Pesca Industrial Roche Internacional/1994.<br />
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3- Potencialida<strong>de</strong>s<br />
Os estu<strong>do</strong>s efectua<strong>do</strong>s nos finais <strong>do</strong>s anos 70 na nossa ZEE, mostram claramente que<br />
a Guiné-Bissau possui um eleva<strong>do</strong> stocks <strong>de</strong> recursos halieuticos. O nível <strong>do</strong> stock é<br />
estima<strong>do</strong> em 1.200.000-2.000.000 toneladas. Para a exploração <strong>de</strong>sses recursos, foi<br />
também estima<strong>do</strong> em 250.000 a 300.000 toneladas/ano a captura máxima admissível<br />
(quad nº3). Há espécies nobres <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valor comercial. Temos por exemplo, o<br />
camarão cujo captura máximo admissível é <strong>de</strong> 5.000 tonelada/ano.<br />
Apartir <strong>de</strong> 1975, começa a exploração em gran<strong>de</strong> escala <strong>do</strong>s recursos halieuticos <strong>do</strong><br />
pais. Nesse quadro, o nível das capturas e das receitas, para o pais tem varia<strong>do</strong><br />
constantemente. Nos finais <strong>do</strong>s anos 70 e começo <strong>do</strong>s anos 80, as capturas<br />
ultrapassaram os 100.000 tn/ano (ver tab. nº1) em 1993 as capturas não chegaram a<br />
atingir os 50.000 tn/ano.<br />
Quanto as receitas obtidas como contrapartida <strong>do</strong> acesso aos recursos dificilmente<br />
atingiram vinte milhões <strong>de</strong> USD.<br />
Contu<strong>do</strong>, as potencialida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> sector pesqueiro, em termos <strong>de</strong> rendimentos para o<br />
pais são eleva<strong>do</strong>s. Diferentes estu<strong>do</strong>s económicos mostraram os benefícios que a<br />
Guiné-Bissau po<strong>de</strong>ria retirar <strong>do</strong> sector pesqueira caso houvesse implementação <strong>de</strong><br />
políticas a<strong>de</strong>quadas e uma boa gestão <strong>do</strong> sector. A esse respeito, o Gert van santem e<br />
outros afirmam:<br />
“ O sector pesqueira teria contribuí<strong>do</strong> com 160 milhões <strong>de</strong> USD para a economia da<br />
Guine–Bissau, enquanto que o sector publico receberia 25 milhões <strong>de</strong> dólares, o<br />
emprego no sector podia aumentar para 10-20.000, enquanto que os ganhos em divisas<br />
proveniente das exportações <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> estariam acima <strong>de</strong> 75 milhões <strong>de</strong> USD”.<br />
Para se po<strong>de</strong>r atingir este valor, políticas e medidas <strong>de</strong> médio e longo prazo precisam<br />
ser a<strong>do</strong>ptadas nesse quadro, à pesca artesanal teria que ser reserva<strong>do</strong> um papel<br />
importante. Se todas as medidas que se impõe fossem a<strong>do</strong>ptadas, num espaço <strong>de</strong> 15 a<br />
20 anos, os valores acima cita<strong>do</strong>s tornariam uma realida<strong>de</strong> para o pais.<br />
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Quadro <strong>do</strong>s valores da captura sustentavel potencial <strong>do</strong>s<br />
diferentes espécies.<br />
Quad. nº9: valores <strong>de</strong> capturas sustentáveis potencial <strong>do</strong>s diferentes especies<br />
Especies Captura potencial Preço USD Valor Total milhões<br />
annual sustentável<br />
<strong>de</strong> USD<br />
Camarão 7.000 500 38.5<br />
Lagosta 500 5.000 2.5<br />
Caragueijo 500 5.000 2.5<br />
Seraeni<strong>de</strong>s 45.000 350 15.7<br />
Spari<strong>de</strong>s 5.000 1.000 5<br />
Peixe Xenorvel 20.000 800 16<br />
Peq. Pelagios 100.000 150 15<br />
Gran<strong>de</strong>s 10.000 500 5<br />
Pelagicios 5.000 1.200 6<br />
Atums 100.000 200 20<br />
Anch.E 20.000 200 4<br />
Sardinha - - -<br />
Carangidae 20.000 100 2<br />
Jacks - - -<br />
Outros Especies - - -<br />
Total 333.000 15.000 132.2<br />
Fonte: Ministério das Pescas.<br />
4- Estrangulamentos<br />
As preocupações com os estrangulamentos <strong>do</strong> sector é uma questão muito antiga. Este<br />
problema começou a ser coloca<strong>do</strong> nos finais <strong>do</strong>s anos 70 e inicio <strong>do</strong>s anos 80. Na<br />
altura, o governo, as instituições <strong>do</strong> sector, os <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res, organismos internacionais<br />
to<strong>do</strong>s estavam preocupa<strong>do</strong>s com os obstáculos que impe<strong>de</strong>m o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong><br />
sector. Naqueles anos, vários diagnostico <strong>de</strong> estrangulamentos foram feitos.<br />
Para se compreen<strong>de</strong>r bem os diagnosticos feitos então, temos que lembrar que o pais<br />
estava sob regime duma economia centralizada.<br />
Naquele contexto, os principais obstáculos mais cita<strong>do</strong>s eram:<br />
• Os preços <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> fixa<strong>do</strong>s pelo governo. Com esta medida a concorência é<br />
recalcada, impedin<strong>do</strong> o dinamismo das activida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> sector.<br />
• A falta <strong>de</strong> divisas-a moeda existente na altura era o peso. Não havia divisas que<br />
permitisse importação <strong>de</strong> materiais e equipamentos <strong>de</strong> pescas.<br />
Haven<strong>do</strong> esta situação as transações bancárias comerciais atingem o nível máximo <strong>de</strong><br />
lentidão em termos bureaucraticos.<br />
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• Roptura constante no abastecimento <strong>do</strong> combustível.<br />
Este factor inci<strong>de</strong> directa e negativamente sobre to<strong>do</strong>s os planos e previsões das<br />
activida<strong>de</strong>s da pesca no aspecto <strong>de</strong> execução <strong>de</strong> calendários e escalas <strong>do</strong>s exercicios<br />
<strong>de</strong> pescas.<br />
• Corte <strong>de</strong> energia eléctrica etc.<br />
De iqual mo<strong>do</strong>, este ponto <strong>de</strong> estrangulamento constitui uma entrave prejudicial as<br />
activida<strong>de</strong>s contínuas programadas para o funcionamento das empresas e navios <strong>de</strong><br />
pescas.<br />
Estes eram os principais estrangulamentos i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s na altura. Actualmente alguns<br />
<strong>de</strong>stes pontos <strong>de</strong> constrangimentos já foram aboli<strong>do</strong>s. Pois, o pais vive no quadro <strong>de</strong><br />
economia <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>. Não se coloca mais a questão <strong>do</strong>s preços fixos, não se coloca<br />
mais a questão da falta <strong>de</strong> divisas, pois o pais entrou na zona franca.<br />
Actualmente, em 2003, Os principais esrtrangulamentos que afectam o sector são os<br />
seguintes:<br />
• Ausência <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong> implementação <strong>de</strong> políticas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> sector.<br />
• Falta <strong>de</strong> instituções bancárias finaceiras para a promoção das activida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> sector<br />
pesqueiro.<br />
• precário esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> consevação e funcionamento <strong>de</strong> maioria das Infra-estruturas <strong>de</strong><br />
frio/produção <strong>de</strong> gêlo para satisfazer as necessida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s pesca<strong>do</strong>res com esta<br />
materia prima tão importante no sector.<br />
• A ausência <strong>do</strong>s serviços eficazes <strong>de</strong> fiscalização que garantam um quadro óptimo<br />
<strong>de</strong> exploração racional <strong>do</strong>s recursos.<br />
• não reinvestimento no sector duma parcela das receitas proveniente <strong>do</strong> próprio<br />
sector, acelera o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação <strong>do</strong> sistema pesqueiro tanto no aspecto <strong>de</strong><br />
infra-estruturas físicas, formação e superação <strong>do</strong> quadro pessoal técnico,<br />
vulgarização e transferência <strong>de</strong> tecnologias assim como no aspecto <strong>de</strong><br />
implementação e seguimento <strong>de</strong> politicas traçadas para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong><br />
sector.<br />
Estes e outros <strong>de</strong>mais factores continuam a constituir a maior ponte <strong>de</strong> entrave ao<br />
<strong>de</strong>senvolvimento e dinamismo no sector pesqueiro. Visto que têm efeitos negativos<br />
sobre o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> <strong>do</strong> sector, pois provocam prejuizos para os que já actuam<br />
no sector e <strong>de</strong>sistimula os que querem entrar <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> aos custos eleva<strong>do</strong>s.<br />
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<strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> <strong>Reabilitação</strong> e <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> Sector Priva<strong>do</strong> - Analise <strong>de</strong> Fileira <strong>do</strong> Sector das Pescas<br />
IV-Transformação<br />
1-Analises histórica.<br />
As bases para a criação duma indústria <strong>de</strong> processamento em terra foram lançadas<br />
em 1975. Mas <strong>de</strong>vida um conjunto <strong>de</strong> factores tais como (escassez da energia electrica<br />
constante, ausencia duma capacida<strong>de</strong> financeira, falta <strong>de</strong> uma legislação <strong>de</strong> suporte<br />
entre outros), esta tentativa <strong>de</strong> implantação fracassou e até a presente data, não se<br />
encontrou nenhuma solução para o problema.<br />
Se <strong>de</strong>s<strong>de</strong> inicio <strong>de</strong> 1975, houvesse um sector <strong>de</strong> processamento dinâmico, a história<br />
<strong>do</strong> sector pescas seria actualmente completamente diferente. Mas a indústria <strong>de</strong><br />
processamento <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong>, falhou e os efeitos disso estão sen<strong>do</strong> senti<strong>do</strong>s até nos dias<br />
<strong>de</strong> hoje. Uma vez que a activida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transformação representa um acto <strong>de</strong><br />
valorização <strong>de</strong> produto local, que por sua vez <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> adquerir o valor comercial<br />
acrescenta<strong>do</strong> permitirá a arrecadação <strong>de</strong> maior receitas para os cofres das empresas,<br />
tanto no merca<strong>do</strong> nacional assim como no externo.<br />
O processamento conheceu <strong>do</strong>is vertentes importantes:<br />
Em Terra<br />
No alto mar<br />
Em Terra<br />
O processamento como se po<strong>de</strong> constatar no dia <strong>de</strong> hoje, não conheceu uma evolução<br />
positiva, pelo menos a semelhança <strong>do</strong> que aconteceu nos países vizinhos,<br />
nomeadamente o Senegal. Em 1975, foram implanta<strong>do</strong>s, como vimos anteriormente,<br />
empresas com vocações para processamento. A semapesca, Guialp, Complexo <strong>de</strong><br />
Bolola tinham, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o princípio, a missão <strong>de</strong> receber pesca<strong>do</strong>, processa-lo e<br />
comercializa-lo. Entre todas as empresas instaladas no pais, a Semapesca foi o único<br />
que teve alguma experiência no processamento . Des<strong>de</strong> 1977, esta empresa processou<br />
e exportou pesca<strong>do</strong>, principalmente o camarão. Tanto a Guialp como o complexo <strong>de</strong><br />
Bolola, apenas se limitaram em conservar o pesca<strong>do</strong> nas suas câmaras frigoríficos. Em<br />
contraste a “Estrela <strong>do</strong> Mar”, com arrastões congela<strong>do</strong>res, processava o seu produto<br />
directamente a bor<strong>do</strong> <strong>do</strong>s navios, no alto mar. (ex: produção <strong>de</strong> farinha <strong>de</strong> peixe para<br />
razões <strong>do</strong>s animais).<br />
Mais tar<strong>de</strong> em 1992-95 Surge uma outra empresa privada em associação com os<br />
Portugueses (Globo-mar) que tem processa<strong>do</strong> e exporta<strong>do</strong> para Portugal. De igual<br />
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mo<strong>do</strong>, em Cacheu, foi implanta<strong>do</strong>, em 1994 pelos Espanhóis, uma unida<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rna<br />
<strong>de</strong> transformação <strong>de</strong> pesca<strong>do</strong>.<br />
Estas duas unida<strong>de</strong>s, embora abaixo das suas potencialida<strong>de</strong>s, funcionaram 2 a 3 anos<br />
e <strong>de</strong>pois paralisaram-se as suas activida<strong>de</strong>s.<br />
A Globo-Mar, por exemplo, <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> existir. Enquanto que a unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cacheu<br />
mantém as suas estruturas intactas, embora inoperacionais <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao conflito político<br />
militar que pôs o ponto <strong>de</strong> interupção as suas activida<strong>de</strong>s e posteriormente ao<br />
<strong>de</strong>saparecimento físico <strong>de</strong> um <strong>do</strong>s seus principais sócios.<br />
Artesanal<br />
Muito antes <strong>de</strong> 1975, criou-se o hábito <strong>de</strong> transformação <strong>de</strong> pesca<strong>do</strong>, na Guiné-<br />
Bissau. Esta transformação tinha duas finalida<strong>de</strong>s:<br />
A <strong>de</strong> auto consumo e finalida<strong>de</strong> comercial. Praticava-se transformação em pequena<br />
escala.<br />
Para processar, as mulheres utilizavam as técnicas <strong>de</strong> fumagem e secagem. As<br />
espécies mais usadas eram o bagre e a tainha . O produto obti<strong>do</strong> era o casseque e era<br />
<strong>de</strong>stina<strong>do</strong> para comercialização. Actualmente o casseque o produto feito da tainha,<br />
quase <strong>de</strong>sapareceu. Enquanto que o bagre fuma<strong>do</strong> continua a ter procura no merca<strong>do</strong>,<br />
chegan<strong>do</strong> até <strong>de</strong> exporta<strong>do</strong>, embora em pequena escala, para Portugal e países<br />
vizinhos.<br />
A fumazem em quente é praticada pelas mulheres em pequenos fornos e pelos homens<br />
em gran<strong>de</strong>s plataformas tipo «banda <strong>de</strong> Sierra <strong>Le</strong>oa». As especies mais usuais são o<br />
djafal «Bonga», bagres, tubarões, tainha, bentana e por vezes os exce<strong>de</strong>ntes <strong>do</strong><br />
camarão.<br />
Escalada: este tipo consiste em uma fermentação leve e secagem posterior para o qual<br />
são aplica<strong>do</strong>s sobretu<strong>do</strong> as especies <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s tamanhos (ex: barracuda, barbo,<br />
curvina ) e faz-se fermentar antes <strong>de</strong> abrir. Depois <strong>de</strong> aberto e limpo por vezes é<br />
salga<strong>do</strong> e posteriormente seca<strong>do</strong> ao sol.<br />
Secagem: com este sistema <strong>de</strong> transformação, o pesca<strong>do</strong> é aberto, limpo e <strong>de</strong>ixa<strong>do</strong><br />
para secar, utilizan<strong>do</strong>-se para tal, a tainha, djafal, tilapia e outros peixes menores<br />
No Alto Mar<br />
Apartir das assinaturas <strong>do</strong>s acor<strong>do</strong>s <strong>de</strong> pescas <strong>de</strong> 1975, e a<strong>do</strong>pção da política <strong>de</strong><br />
licenças <strong>de</strong> pescas que dão acesso, aos navios <strong>de</strong> pescas estrangeiros na ZEE <strong>do</strong> país,<br />
<strong>de</strong>u-se inicio as activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> processamento <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> no alto mar. Era necessário<br />
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a regulamentação <strong>de</strong>ssas activida<strong>de</strong>s, mas o país não tinha experiência e consciência<br />
da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa regulamentação . Mais tar<strong>de</strong> quan<strong>do</strong> se <strong>de</strong>u conta da importância<br />
disso, foi muito difícil chegar acor<strong>do</strong>s com os parceiros e arma<strong>do</strong>res.<br />
Contu<strong>do</strong> nos finais <strong>do</strong>s anos 80 conseguiu-se regulamentar condições <strong>de</strong> acesso aos<br />
navios transporta<strong>do</strong>res que abastecem e transportam os produtos processa<strong>do</strong>s nesses<br />
navios fabricas. Esta pratica tem como consequencia para integração com a economia,<br />
redução das nos cofres <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, provinientes das taxas e impostos aduaneiras sobre<br />
a exportação.<br />
O processamento no alto mar eram pratica<strong>do</strong>s por navios <strong>de</strong> diferentes nacionalida<strong>de</strong>s.<br />
Os mais importantes processa<strong>do</strong>res eram os Ex- Soviéticos, Italianos, Franceses,<br />
Espanhóis, Portugueses, Chineses, Coreanos e Senegaleses.<br />
De regra geral, os produtos transforma<strong>do</strong>s eram evacua<strong>do</strong>s para o merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> países<br />
<strong>de</strong> origem <strong>do</strong> navio. Isto acontecia sobretu<strong>do</strong> com os navios Italianos, Franceses,<br />
Portugueses e Espanhóis que <strong>de</strong>stinavam os produtos processa<strong>do</strong>s para os seus<br />
respectivos Países, enquanto que os Chineses e os Coreanos, longe <strong>do</strong>s seus países <strong>de</strong><br />
origem, <strong>de</strong>sembarcavam nos portos <strong>de</strong> Dakar ou Las palmas. Destinavam os seus<br />
produtos em gran<strong>de</strong> parte ao merca<strong>do</strong> <strong>do</strong>Japão. Quanto aos Soviéticos produziram<br />
para o merca<strong>do</strong> da ex-URSS e merca<strong>do</strong> da sub região.<br />
Os Ex- Soviéticos foram os maiores processa<strong>do</strong>res na ZEE da Guiné-Bissau tinham<br />
maior frota <strong>de</strong> pesca na ZEE. Os seus navios com gran<strong>de</strong> tonelagem <strong>de</strong> arqueação<br />
bruta, alguns atingin<strong>do</strong> até 2.500 TAB, tinham impressionante capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> captura.<br />
Os navios <strong>de</strong> classe SRTM e BMRT podiam capturar 600 a 800 toneladas <strong>de</strong> pesca<strong>do</strong><br />
por dia. Para processar gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong>, captura<strong>do</strong>s por esses navios,<br />
os Soviéticos utilizavam navios fabrica, os chama<strong>do</strong> “Navio Mãe”. Esse navio<br />
empregava centenas <strong>de</strong> pessoas e tinhagran<strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> processamento e<br />
estockagem. Contrarian<strong>do</strong> os objectivos das politicas inicialmente preconiza<strong>do</strong>s em:<br />
Aproveitamento máximo e sustenta<strong>do</strong> nos recursos existentes e aumento da oferta <strong>do</strong><br />
pesca<strong>do</strong>.<br />
Criação <strong>de</strong> um ambiente propicio principalmente para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> sector<br />
priva<strong>do</strong>.<br />
Maximização das receitas dfe exportação (com valor acrescenta<strong>do</strong>) isto implica<br />
paralem <strong>de</strong> outras a criação <strong>de</strong> condições indispensável ao exercício das activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
transformação em terra.<br />
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2- Situação Actual<br />
2.1- Transformação Industrial<br />
Contrariamente aos anos 80, Actualmente não existe nenhuma unida<strong>de</strong> Industrial <strong>de</strong><br />
transformação <strong>de</strong> pesca<strong>do</strong> em terra. Como vimos anteriormente, as unida<strong>de</strong>s criadas<br />
para este fim , entre 1975-1982, estão paralisa<strong>do</strong>s e alguns mesmos estão em fases <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>struição lenta. Não há em vista, nem a media e nem a longo prazo, uma política que<br />
garante o relançamento <strong>do</strong>s investimentos para o sector <strong>de</strong> transformação <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong>.<br />
Ao nível Pesca Artesanal<br />
Uma situação <strong>de</strong>ferente se verifica actualmente na pesca artesanal. O processamento<br />
conheceu uma dinâmica e uma evolução sem prece<strong>de</strong>ntes. Este é uma dinâmica que<br />
vem acontecen<strong>do</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1985 com a imigração <strong>do</strong>s pesca<strong>do</strong>res <strong>do</strong>s países vizinhos.<br />
Com o passar <strong>do</strong>s anos, um numero muito gran<strong>de</strong> <strong>do</strong>s pesca<strong>do</strong>res (4-6000 pesca<strong>do</strong>res)<br />
instalam-se nas <strong>de</strong>ferentes zonas pesqueiras no pais. Estes pesca<strong>do</strong>res com experiência<br />
regulares na pesca trazerem consigo as suas técnicas e conhecimento em matéria <strong>de</strong><br />
transformação <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong>.<br />
As técnicas <strong>de</strong> transformação actualmente, mais usadas são: fermentação e fumagem<br />
As espécies mais usa<strong>do</strong>s para a fermentação são: Caú<strong>do</strong>, Corvina, Cachoreta,<br />
Sareia,bacalhau e djoto. Na fumagem são: Djafal, Tubarão e bagres. Na zona<br />
continental (aguas <strong>do</strong>ce) pre<strong>do</strong>mina a técnica <strong>de</strong> fumagem, pratica<strong>do</strong>s pelos<br />
pesca<strong>do</strong>res Maliano, na sua gran<strong>de</strong> maioria. Nesse caso, peixe <strong>de</strong> agua <strong>do</strong>ce mais<br />
usa<strong>do</strong>s são:peixe sapato, e bentana.<br />
Milhares <strong>de</strong> toneladas <strong>de</strong> pesca<strong>do</strong> são transfoma<strong>do</strong>s. actualmente estima-se que<br />
anualmente entre 30.000-40.000 toneladas <strong>de</strong> pesca<strong>do</strong> são transforma<strong>do</strong>s e<br />
exporta<strong>do</strong>s para os países vizinhos. O processamento <strong>de</strong> to<strong>do</strong> esse pesca<strong>do</strong> é efectua<strong>do</strong><br />
pelos pesca<strong>do</strong>res artesanais estrangeiros instala<strong>do</strong>s nos <strong>de</strong>ferentes acampamentos . os<br />
Guineenses Conakry <strong>de</strong>dicam a fumagem, <strong>de</strong> djafal, estão acantona<strong>do</strong>s no sul e nos<br />
arquipélagos, Os Senegaleses que <strong>de</strong>dicam a fermentação <strong>de</strong> Tubarão, corvinas,<br />
cachoreta etc, estão geralmente acantona<strong>do</strong>s no norte <strong>do</strong> país e nos arquipélagos. E<br />
no continente, estão instala<strong>do</strong>s os malianos que pescam e transformam peixe <strong>de</strong> água<br />
<strong>do</strong>ce, tais como a bentana e peixe sapato.<br />
A expressão <strong>do</strong>s pesca<strong>do</strong>res nacionais na activida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transformação é insignificante.<br />
Em primeiro lugar, porque não dispõe <strong>de</strong> matérias primas, o pesca<strong>do</strong>. Isto <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao<br />
facto <strong>de</strong> que os pesca<strong>do</strong>res nacionais não dispõe <strong>de</strong> materiais e equipamentos <strong>de</strong><br />
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pescas , capazes <strong>de</strong> capturar quantida<strong>de</strong>s significativos <strong>de</strong> espécies que normalmente<br />
são usa<strong>do</strong>s para a transfornação.<br />
Em segun<strong>do</strong> lugar, ha falta <strong>de</strong> meios financeiros para a compra <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> para a<br />
transformação. Esta situação verifica-se em Cacine on<strong>de</strong>hauma associação das<br />
mulheres transforma<strong>do</strong>ras <strong>de</strong>nominada, COLE.<br />
Com as suas unida<strong>de</strong>s mo<strong>de</strong>rnas <strong>de</strong> transformação, construídas com o apoio financeiro<br />
da FAO e da Delegacia regional das pescas, a associação não consegue matéria prima<br />
para o processamento.<br />
Contrariamente, a situação <strong>de</strong> Cacine, em Buba, A associação das Mulheres<br />
transforma<strong>do</strong>ras, <strong>de</strong>nominada Buba-bacalhau são regularmente forneci<strong>do</strong>s com<br />
pesca<strong>do</strong>s, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao enquadramento <strong>do</strong>s seus mari<strong>do</strong>s na activida<strong>de</strong>s pesqueiras,<br />
graças ao apoio da UICN.<br />
Verifica-se actualmente um impacto negativo das activida<strong>de</strong>s transforma<strong>do</strong>res sobre o<br />
meio ambiente. Para a fumagem <strong>de</strong> djafal e outros tipos <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong>, utiliza-se muita<br />
lenha principalmente proveniente <strong>do</strong> mangrove. O meio ambiente sofre uma agressão<br />
intensiva por parte <strong>do</strong>s transforma<strong>do</strong>res <strong>do</strong> pescamento são praticadas por uma gran<strong>de</strong><br />
maioria <strong>do</strong>s navios <strong>de</strong> pesca industrial que actuam na zona económica exclusiva da<br />
Guine-Bissau. Os navios da União Europeia, da China e da Coreia <strong>do</strong> sul são os<br />
principais processa<strong>do</strong>res <strong>de</strong> pesca<strong>do</strong> no alto mar. As quantida<strong>de</strong>s transformadas<br />
anualmente por estes navios atingem 30.000 toneladas ano.<br />
3-Potencialida<strong>de</strong>s<br />
O factor mais importante para a transformação e a existência <strong>do</strong>s recursos halieuticos.<br />
Ora e conheci<strong>do</strong> por to<strong>do</strong>s que a Guine-Bissau e <strong>de</strong>tentor dum stocke importante .<br />
Um outro factor importante e o investimento. Para que haja processamento e<br />
necessário investimento tanto nos factores <strong>de</strong> captura como nas unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
transformação.<br />
Quanto ao investimento nos meios <strong>de</strong> captura para os efeitos <strong>de</strong> obtenção pesca<strong>do</strong><br />
para o processamento em terra, o pais po<strong>de</strong>ria a<strong>do</strong>ptar políticas alternativas <strong>de</strong><br />
incentivos que levem aos navios a <strong>de</strong>sembarcarem os seus pesca<strong>do</strong>s no pais, para os<br />
potenciais processa<strong>do</strong>res em terra.<br />
Quanto ao investimento em terra, existe investi<strong>do</strong>res nacionais e estrangeiros<br />
dispostos a aplicarem os seus capitais nesse senti<strong>do</strong>. Mas os factores impeditivos são:<br />
A instabilida<strong>de</strong> ou a percepção <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> política no pais.<br />
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A falta <strong>de</strong> produtos para processar.<br />
A política actual <strong>de</strong> venda <strong>de</strong> licenças, permição <strong>de</strong> transformação a bor<strong>do</strong> e<br />
autorização <strong>de</strong> transbor<strong>do</strong><br />
A gran<strong>de</strong> potencialida<strong>de</strong> para o futuro <strong>do</strong> sector pesqueiro na Guiné-Bissau resi<strong>de</strong>m na<br />
possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transformão <strong>do</strong> peixe fresco da pesca artesenal para a exportação.<br />
As possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> transformação <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> fresco po<strong>de</strong>rá ser importante para o<br />
pais. Por conseguinte, o pais <strong>de</strong>veria a<strong>do</strong>ptar estratégias <strong>de</strong> curto prazo que pu<strong>de</strong>sse<br />
permitir a exploração no máximo <strong>de</strong>ssa fileira. Como sabemos, o pesca<strong>do</strong><br />
transforma<strong>do</strong> adquire imediatamente a qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> produto com valor acresenta<strong>do</strong><br />
representa<strong>do</strong> <strong>de</strong>sta forma potencialiada<strong>de</strong>s <strong>de</strong> merca<strong>do</strong>ria <strong>de</strong> alto valor comercial em<br />
termos <strong>de</strong> contribuição para o país.<br />
5- Estrangulamentos<br />
A fileira das pescas tem <strong>do</strong>is vertentes importantes: A captura e a transformação. Este<br />
ultimo permite valorizar o produto das capturas.<br />
Contu<strong>do</strong> existfortes obstáculos que impe<strong>de</strong>m o <strong>de</strong>senvolvimento da fileira<br />
transormação no pais.<br />
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V- COMERCIALIZAÇÃO<br />
3.1-Comercialização Interna<br />
3.1.1-Historial<br />
A comercialização <strong>do</strong> produto <strong>de</strong> mar na Guiné-Bissau conheceu várias fases ao longo<br />
da sua história. A pimeira fase é que antece<strong>de</strong> a in<strong>de</strong>pendência <strong>do</strong> país e vai até 1974,<br />
a segunda fase cobre to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> em que o país era <strong>do</strong>mina<strong>do</strong> pelo regime da<br />
economia centralizada. A terceira fase começa <strong>de</strong> 1991 até a data. Cada uma das fases<br />
tem os seus apectos específicos que lhe caracterizam.<br />
Durante a época colonal isto é durante a primeira fase, nota-se no país <strong>do</strong>is aspectos<br />
importantes que caracterizaram a comercialização <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> no país:<br />
A venda <strong>do</strong> peixe seco e comercialização <strong>do</strong> peixe fresco.<br />
Peixe seco chama<strong>do</strong> casseque era vendi<strong>do</strong> no merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> Bissau, nos restantes centros<br />
urbanos <strong>do</strong>s paises da sub-região e nas outras localida<strong>de</strong>s, por comerciantes<br />
ambulantes. Por sua vez, o peixe fresco era vendi<strong>do</strong> apenas em Bissau. A empresa<br />
Paralta era o principal se não o único fornece<strong>do</strong>r <strong>de</strong> peixe fresco a gelo. A Paralta era<br />
a mais antiga empresa <strong>de</strong> ramo com pesca<strong>do</strong>res basea<strong>do</strong> nas ilhas, principalmente<br />
Uracane. Com um navio base e transporta<strong>do</strong>ra ao mesmo tempo, a Paralta fornecia<br />
gelo comprava pesca<strong>do</strong> <strong>do</strong>s pesca<strong>do</strong>res.<br />
a presença <strong>do</strong>s pesca<strong>do</strong>re nhomincas era vista em menor escala, isto porque os<br />
nhomincas na altura <strong>de</strong>dicavam-se a pesca <strong>de</strong> crocodilo e outros animais marinhos<br />
com pele <strong>de</strong> alto valor comercial, pois a Paralta utilizava as suas instalações <strong>de</strong><br />
frio/gêlo essencialmente para o abastecimento <strong>do</strong>s seus navios.<br />
A segunda fase, que começa em 1975, o novo esta<strong>do</strong> in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, tornou- se no<br />
maior opera<strong>do</strong>r económico . Criou-se um sector mo<strong>de</strong>rno das pescas. Com o apoio<br />
<strong>do</strong>s seus parceiros <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, o esta<strong>do</strong> criou empresas públicas <strong>de</strong> pescas e<br />
essas empresas produziam e vendiam os seus pesca<strong>do</strong>s ao público. A Mais <strong>de</strong>stacada<br />
empresa <strong>de</strong> pescas foi a “Estrela <strong>do</strong> Mar” que <strong>do</strong>minou a comercialização <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong><br />
no país <strong>de</strong> 1975-1990.<br />
A característica fundamental <strong>de</strong>sse perío<strong>do</strong> é a fixação e o controlo <strong>do</strong>s preços. Para<br />
to<strong>do</strong> o território nacional os preços eram iguais e, as empresas públicas,<br />
indiferentemente <strong>do</strong>s seus custos, respeitavam-no rigorosamente.<br />
Apesar disso, o país era suficientemente abasteci<strong>do</strong> com pesca<strong>do</strong>, e compara<strong>do</strong> com<br />
os padrões actuais, a qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> eram muito superiores ao que se verifica<br />
no merca<strong>do</strong> nos anos 2000-2003. Havia camarões <strong>de</strong> <strong>de</strong>ferente tamanho e pesca<strong>do</strong> na<br />
primeira classe. As espécies, tais como : Djafal Iaiboi e outros que hoje são altamente<br />
procura<strong>do</strong>s, eram naqueles anos recusa<strong>do</strong>s pelos consumi<strong>do</strong>res. Pois, eram<br />
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consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s peixe <strong>de</strong> baixa Qualida<strong>de</strong>.<br />
No mesmo perío<strong>do</strong>, houve também a comercialização <strong>do</strong> peixe fresco. O pesca<strong>do</strong><br />
fresco, conserva<strong>do</strong> a gelo, eram forneci<strong>do</strong>s pelos projectos <strong>de</strong> pesca artesanal <strong>de</strong><br />
Bubaque e Cacheu. O centro principal da comercialização <strong>de</strong>sse pesca<strong>do</strong> era Bissau.<br />
Por um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> quase duas décadas, estabeleceu-se uma relação entre os<br />
pesca<strong>do</strong>res e a Pescarte . A Pescarte forneciam-nos motores, re<strong>de</strong>s e outros materiais<br />
em troca os pesca<strong>do</strong>res vendiam pesca<strong>do</strong> ao projecto. No acto <strong>de</strong> venda os pesca<strong>do</strong>res<br />
não recebiam dinheiro imediato mas senhas. Só <strong>de</strong>pois da comercialização <strong>do</strong> produto<br />
em Bissau é que recebiam o dinheiro, e isto não agradava muito aos pesca<strong>do</strong>res.<br />
Em1986,a economia foi liberalizada. Os efeitos <strong>de</strong>ssa liberalização começaram a ser<br />
senti<strong>do</strong>s na comercialização <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong>. O Esta<strong>do</strong> retirava-se pouco a pouco na<br />
comercialização directo <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong>, no merca<strong>do</strong>. As mulheres bi<strong>de</strong>ira, que até então<br />
actuavam clan<strong>de</strong>stinamente, passavam agora a comercializar abertamente, ocupan<strong>do</strong><br />
cada vez mais, o papel das empresas públicas, competin<strong>do</strong> na venda <strong>do</strong>s pesca<strong>do</strong>s nos<br />
merca<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Bissau e em to<strong>do</strong> o país.<br />
O Esta<strong>do</strong> não tinha vocação, e foi venci<strong>do</strong> pela persistência das mulheres bi<strong>de</strong>iras.<br />
Como se implica este facto? Preços e motivação po<strong>de</strong> ser factores explicativos. As<br />
bi<strong>de</strong>iras vendiam os seus o pesca<strong>do</strong>s, adquiri<strong>do</strong>s nas empresas públicas em função das<br />
exigências <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>. Enquanto que as empresas continuavam a operar na base <strong>do</strong>s<br />
preços fixos. Nessas condições, as bi<strong>de</strong>iras compravam e estocavam quase to<strong>do</strong> o<br />
pesca<strong>do</strong> da empresa, á um preço inferior segun<strong>do</strong> a tabela, e passavam a ven<strong>de</strong>-las ao<br />
preço <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> que era muito superior aos das empresas , e portanto ganhavam<br />
mais.<br />
As mulheres privilegiaram com esta sistema <strong>de</strong> intermediarias na distribuição e<br />
comercialização <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong>.<br />
Os altos preços <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> , no merca<strong>do</strong>, aumentou a procura <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> pelas<br />
mulheres. As mulheres passaram a corromper alguns funcionários das empresas<br />
públicas que tinham o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão na distribuição <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong>. Em alguns casos<br />
esses próprios funcionários começaram a ditar regras <strong>de</strong> obtenção <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong><br />
mediante o pagamento <strong>de</strong> uma comissão. Mais tar<strong>de</strong> a venda <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> envolvia<br />
altas personalida<strong>de</strong>s que tornavam cúmplices das bi<strong>de</strong>iras. Com abertura política, <strong>de</strong><br />
1994 em frente, a comercialização <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> adquiriu uma dimessão <strong>do</strong> interesse<br />
político.<br />
Na pesca artesanal, em 1991, foi assina<strong>do</strong> o <strong>de</strong>creto numero que liberalizava os<br />
preços <strong>de</strong> peixe fresco . Essa liberalização teve um impacto muito gran<strong>de</strong> sobre a<br />
produção e a comercialização <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong>. Os pesca<strong>do</strong>res artesanais passaram a ven<strong>de</strong>r<br />
os produtos directamente para as bi<strong>de</strong>iras que pagavam melhores preços. Em busca <strong>de</strong><br />
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<strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> <strong>Reabilitação</strong> e <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> Sector Priva<strong>do</strong> - Analise <strong>de</strong> Fileira <strong>do</strong> Sector das Pescas<br />
maiores lucros , os pesca<strong>do</strong>res passaram a procurar o merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> Bissau on<strong>de</strong> podiam<br />
adquirir preços superiores em relação aos pratica<strong>do</strong>s pelas mulheres bi<strong>de</strong>iras nas Ihas<br />
<strong>de</strong> Bubaque e nas outras localida<strong>de</strong>s. Mas os pesca<strong>do</strong>res não tardaram <strong>de</strong> perceber que<br />
não se podia praticar a pesca e comercialização ao mesmo tempo. Por fim foram<br />
obriga<strong>do</strong>s a <strong>de</strong>dicar apenas a pesca, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> as bi<strong>de</strong>iras a tarefa da comercialização.<br />
O Bubaque era principal fonte <strong>de</strong> abastecimento <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> para o merca<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
Bissau. As mulheres bi<strong>de</strong>iras concorrem-se entre si para a aquisição <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> para a<br />
sua venda em Bissau. Para transporte <strong>de</strong>sse pesca<strong>do</strong>, as mulheres utilizavam navios,<br />
Vitoria, Sambuia, Canhaque, Sambluia, Ermancono e Unal<br />
Na pesca industrial, a partir <strong>de</strong> 1990, as empresas publicas <strong>de</strong> pescas não tinham mais<br />
condições <strong>de</strong> abastecer o merca<strong>do</strong>. A “Estrela <strong>do</strong> Mar” que até então era o maior<br />
fornece<strong>do</strong>r não tinham mais os seus próprios barcos <strong>de</strong> pesca. Os seus barcos eram<br />
velhos, foram abati<strong>do</strong>s e não havia meios para a compra <strong>de</strong> novos navios. Apesar <strong>de</strong><br />
pescar com navios aluga<strong>do</strong>s, a “Estrela <strong>do</strong> Mar” não tinha condições <strong>de</strong> oferecer o<br />
mesmo volume <strong>de</strong> pesca<strong>do</strong> como acontecia no passa<strong>do</strong>. Sem esta oferta, crescia a<br />
carência <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> no merca<strong>do</strong>.<br />
Para suprir esta carência <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong>, surgiram três vectores importantes <strong>de</strong><br />
abastecimento interno <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong>. O governo, através da sua política <strong>de</strong> acesso aos<br />
recursos, estipulou o <strong>de</strong>sembarque obrigatório <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> como condição <strong>de</strong> obtenção<br />
<strong>de</strong> licença <strong>de</strong> pesca. O projecto <strong>de</strong> pesca semi-Industrial (mais conheci<strong>do</strong> pelo<br />
projecto Chinês) e um emportante abastece<strong>do</strong>r. Por fim, as bi<strong>de</strong>iras como um parte<br />
importante e dinâmica <strong>de</strong> comercialização <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong>. Sem esses vertentes, haveria<br />
gran<strong>de</strong>s dificulda<strong>de</strong>s no abastecimento <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> nacional com o pesca<strong>do</strong>.<br />
Em 1992, o Esta<strong>do</strong> na impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> relançar as sua empresas <strong>de</strong><br />
pesca,econfronta<strong>do</strong> com ropturas permanentes <strong>de</strong> abastecimento <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>, impôs o<br />
<strong>de</strong>sembarque obrigatório <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> para to<strong>do</strong>s os navios <strong>de</strong> pesca industrial.<br />
Nesse perío<strong>do</strong>, as mulheres bi<strong>de</strong>iras jogaram um papel importante no abastecimento<br />
<strong>do</strong> pesca<strong>do</strong>. Dois factores contribuíram para isso. Primeiro, a liberalização surgida, em<br />
1986, permitiu com que as mulheres interviessem livremente na compra e venda <strong>do</strong><br />
pesca<strong>do</strong>. Segun<strong>do</strong> a paralisação das activida<strong>de</strong>s das empresas públicas reforçadas pela<br />
falta <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s projectos <strong>de</strong> pesca artesanal.<br />
Porisso, em1991, com a liberalição total <strong>do</strong>s preços <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong>, os projectos da pesca<br />
artesanal aban<strong>do</strong>naram as operações da compra e venda <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong>. Esta tarefa foi<br />
assumida integralmente pelas mulheres bi<strong>de</strong>iras.<br />
O<strong>de</strong>sembarque <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> era em função <strong>de</strong> cada tipo <strong>de</strong> licença pesca adquiri<strong>do</strong>.<br />
Deste mo<strong>do</strong> , os navios com licença <strong>de</strong> pesca <strong>de</strong> peixe, <strong>de</strong>sembarcavam 75Kg/TAB e<br />
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<strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> <strong>Reabilitação</strong> e <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> Sector Priva<strong>do</strong> - Analise <strong>de</strong> Fileira <strong>do</strong> Sector das Pescas<br />
os navios com licença para camarão e outros <strong>de</strong>sembarcaram 50Kg/TAB. Se to<strong>do</strong>s os<br />
navios respeitassem essas exigências, o merca<strong>do</strong> nacional <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> ganhava. Mas<br />
foi difícil implementação <strong>de</strong>sse regulamento, pois os navios faziam tu<strong>do</strong> para evitar<br />
vir a Bissau <strong>de</strong>scarregar. Como pução para os navios que não cumpriam estas<br />
exigências , O Ministério aplicava uma multa para to<strong>do</strong>s os navios infractores . Os<br />
navios apanha<strong>do</strong>s nessas condições <strong>de</strong>viam pagar (X USD por cada tonelada)<br />
<strong>de</strong>sembarcada.<br />
Mas nos anos anteriores a esta <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarque obrigatório, o esta<strong>do</strong> man<strong>do</strong>u<br />
construir já apartir <strong>de</strong> 1985, no quadro da cooperação com a Republica popular <strong>de</strong><br />
China, seis navios <strong>de</strong> pesca semi-industrial feito <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira . O objectivo que levou a<br />
construcao <strong>de</strong>sses navios, era constituição <strong>de</strong> uma frota nacional.<br />
Nos anos posteriores, isto é nos anos 90 esses navios contribuíram muito para o<br />
abastecimento <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> com peixe fresco.<br />
3.1.2-Situação Actual<br />
Actualmente continua a existir três intervenientes importantes na comercialização <strong>do</strong><br />
pesca<strong>do</strong>. A Secretaria <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> das Pescas através da política <strong>de</strong> licenças <strong>de</strong> pescas o<br />
projecto <strong>de</strong> pesca semi industrial e as bi<strong>de</strong>iras que operam em colaboração com os<br />
pesca<strong>do</strong>res artesanais.<br />
Ministério das Pescas<br />
Em 2003, O Ministério das Pescas <strong>de</strong>u continuida<strong>de</strong> a sua política que vinha<br />
pratican<strong>do</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1990, os navios <strong>de</strong> pescas afreta<strong>do</strong>s pelas empresas nacionais eram<br />
obriga<strong>do</strong>s a <strong>de</strong>sembarcarem uma parte <strong>do</strong>s seus produtos no pais. Como punição para<br />
os navio que não cumprem com essa obrigação lhes são recusa<strong>do</strong>s a renovação das<br />
licenças. também os Chinees, através <strong>do</strong> navio Haifeng, continuam a <strong>de</strong>sembarcarem<br />
o pesca<strong>do</strong>, como vinham fazen<strong>do</strong> nos anos anteriores. Este navios <strong>de</strong>sembarcam<br />
mensalmente 200 toneladas <strong>de</strong> pesca<strong>do</strong> como compensação <strong>de</strong> licença <strong>de</strong> pesca.<br />
<strong>Projecto</strong> da Pesca Semi-Industrial<br />
Em2003, este projecto é o prinal abastece<strong>do</strong>r <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> com peixe cogela<strong>do</strong>, em<br />
1993, com o estrago <strong>do</strong>s seus navios <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira com os quais vinham operan<strong>do</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
e1986, <strong>Projecto</strong> Semi-Industrial adquiriu <strong>do</strong>is navios em ferro. Esses navios o Geta e<br />
Pexice, como são <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong>s <strong>de</strong>sembarcavam a cada quarenta e cinco dias 120<br />
toneladas <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> para o consumo interno. A comercialização <strong>de</strong>sse pesca<strong>do</strong> é<br />
feito pelas mulheres bi<strong>de</strong>iras <strong>de</strong> peixe congela<strong>do</strong>.<br />
Grupo <strong>de</strong> Consultores A.M.S. 46
<strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> <strong>Reabilitação</strong> e <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> Sector Priva<strong>do</strong> - Analise <strong>de</strong> Fileira <strong>do</strong> Sector das Pescas<br />
As bi<strong>de</strong>iras <strong>de</strong> peixe fresco<br />
Depois <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> impulso inicial que vai <strong>de</strong> 1992-95, houve queda nas activida<strong>de</strong>s<br />
das bi<strong>de</strong>iras. Essa queda é <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a inoperacionalida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s navios <strong>de</strong> transportes que<br />
elas utilizavam para transportar o pesca<strong>do</strong> <strong>de</strong> Bubaque para Bissau.<br />
Actualmente, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>ssa queda as mulheres bi<strong>de</strong>iras recuperam-se. existe uma<br />
intensa campanha <strong>de</strong> compra <strong>de</strong> pesca<strong>do</strong> nas ilhas <strong>de</strong> Bubaque, Bolama e Uracane.<br />
Para o transporte <strong>de</strong>sse pesca<strong>do</strong>, em substituição <strong>do</strong>s navios estraga<strong>do</strong>s, A FAO<br />
financiou a construção <strong>de</strong> duas gran<strong>de</strong>s pirogas. Para além <strong>de</strong>ssas duas pirogas.<br />
Também são utiliza<strong>do</strong>s outros pirogas <strong>de</strong> transporte <strong>do</strong> pessoal, pelas bi<strong>de</strong>iras <strong>de</strong><br />
pesca<strong>do</strong>. Dessa maneira, <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> toneladas são traportadas por mês, para o<br />
merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> Bissau.<br />
3.1.3-Potencialida<strong>de</strong>s<br />
Existe um gran<strong>de</strong> potencial en termos <strong>de</strong> procura <strong>de</strong> pesca<strong>do</strong>. A procura <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong><br />
no merca<strong>do</strong> interno, está ainda longe <strong>de</strong> ser satisfeita, mesmo assim o merca<strong>do</strong> é<br />
confronta<strong>do</strong> com ropturas constants <strong>de</strong> stocks. Por outro la<strong>do</strong>, a Guiné-Bissau apesar<br />
<strong>de</strong> ser um país com enormes recursos halieuticos, tem um <strong>do</strong>s mais baixo consumo per<br />
capita <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong>. Um estu<strong>do</strong> sobre o consumo per capita por Kg/ano efectua<strong>do</strong> por<br />
FAO, nos três países <strong>de</strong> África oci<strong>de</strong>ntal, mostra os seguintes: O Senegal 28.1Kg/ano,<br />
Guiné-Conakry 6,1 Kg/ano e a Guiné-Bissau 2.9 Kg/ano.<br />
Muitas coisas precisam ser feitas para melhorar a potencialida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção. A<br />
produção <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> é muito baixa enquanto a <strong>de</strong>manda aumenta constantemente,<br />
principalmente <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> aumento <strong>do</strong>s preços <strong>de</strong>carne. Por outro la<strong>do</strong>, as re<strong>de</strong>s e as infraestruturas<br />
a<strong>de</strong>quadas para a comercialização <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> não existem em gran<strong>de</strong> parte<br />
<strong>do</strong> território, mesmo na capital, Bissau, as infra-estruturas <strong>de</strong> frio são insuficientes e<br />
algumas não estão em bom esta<strong>do</strong> ou mesmo for a <strong>de</strong> função (quad. nº7).<br />
Por isso, a potencialida<strong>de</strong> <strong>do</strong> sector da comercialização, embora existem, medidas<br />
complementares, estas precisam ser tomadas para se po<strong>de</strong>r aproveitar essas<br />
potencialida<strong>de</strong>s.<br />
3.2-COMERCIALIZAÇÃO INTERNACIONAL<br />
3.2.1-1Historial<br />
As exportações <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> começaram apartir <strong>do</strong> ano <strong>de</strong> 1975. nesta altura, como já<br />
foi anteriormente afirma<strong>do</strong>, a criação <strong>de</strong> empresas industriais <strong>de</strong> pesca tinha como um<br />
<strong>do</strong>s objectivos, não apenas para abastecer o merca<strong>do</strong> interno com o pesca<strong>do</strong>, mas<br />
sobretu<strong>do</strong> para promover a exportação <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> nobre (alto valor comercial) com a<br />
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<strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> <strong>Reabilitação</strong> e <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> Sector Priva<strong>do</strong> - Analise <strong>de</strong> Fileira <strong>do</strong> Sector das Pescas<br />
finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> captar mais divisas necessárias ao financiamento <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da<br />
economia nacional.<br />
As exportações eram realizadas por duas empresas:A “Estrela <strong>do</strong> Mar” e a Semapesca.<br />
A primeira possuia arrastões congela<strong>do</strong>ras, capturava espécies nobres tais como:<br />
camarão, chocos, polvos e outros. Estas espécies eram exportadas para Las palmas,<br />
Espanha França e Portugal. Relativamente a empresa Semapesca, esta não possuia<br />
navios proprios pelo que trabalhava com produtos captura<strong>do</strong>s pelos pesca<strong>do</strong>res<br />
artesanais.<br />
O Camarão <strong>do</strong> rio era o produto que esta empresa processava e exportava. A França<br />
era o <strong>de</strong>stino final <strong>do</strong>s produtos da Semapesca, segun<strong>do</strong> o relatório <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s da<br />
empresa semapesca <strong>de</strong> 1988.<br />
3.2.2-Situação Actual<br />
Actualmente não há exportação <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong>. As empresas que efectuavam estas<br />
operações <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> o exercer, pois, não existe mais condições para executar as<br />
exportações. A Semapesca não existe mais e as sua instalações estão em esta<strong>do</strong><br />
avança<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação. A “Estrela <strong>do</strong> Mar” não tem barcos próprios e opera na base<br />
<strong>de</strong> afretamento <strong>do</strong>s navios.<br />
Contu<strong>do</strong>, tanto ao nível da pesca industrial como ao nível da pesca artesanal, gran<strong>de</strong><br />
quantida<strong>de</strong> <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> é captura<strong>do</strong> e evacua<strong>do</strong> para além das fronteiras <strong>do</strong> país.<br />
Estima-se em 50.000 toneladas os produtos <strong>de</strong> pesca industrial transforma<strong>do</strong>s e<br />
exporta<strong>do</strong>s para o exterior, enquanto que a exportação <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> da pesca artesanal<br />
atinge 30.000-40.000 toneladas. Estes produtos não seguem vias normais da<br />
exportação, o facto que nos leva a não consi<strong>de</strong>rar o exercíco <strong>de</strong>stas activia<strong>de</strong>s como<br />
sen<strong>do</strong> exportações <strong>do</strong> país, apesar <strong>de</strong> serem produtos originários da Guiné-Bissau.<br />
3.2.3-Potencialida<strong>de</strong>s<br />
Existe no país enormes potencialida<strong>de</strong>s para comercialização internacional <strong>do</strong><br />
pesca<strong>do</strong>. Há <strong>do</strong>is factos que o provam. Primeiro o país é rico em recursos haliêuticos,<br />
segun<strong>do</strong> as capturas efectuadas e evacuadas a partir <strong>do</strong>s navios estrangeiros no alto<br />
mar <strong>de</strong>monstram a existência <strong>de</strong> enormes potencialida<strong>de</strong>s na área <strong>de</strong> exportação <strong>do</strong>s<br />
produtos <strong>do</strong> mar.<br />
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<strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> <strong>Reabilitação</strong> e <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> Sector Priva<strong>do</strong> - Analise <strong>de</strong> Fileira <strong>do</strong> Sector das Pescas<br />
3.2.4-Estrangulamentos<br />
Apesar <strong>de</strong> ser um país com enormes recursos haliêuticos, e <strong>de</strong> alto valor, a Guiné-<br />
Bissau continua a ser o fraco exporta<strong>do</strong>r <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong>. A sua principal riqueza é muito<br />
procurada no merca<strong>do</strong> internacional. Só no camarão o potencial da exportação atinge<br />
30 milhões da US Dólares. A questão que se levanta recai sobre os obstáculos que<br />
impe<strong>de</strong>m a realização das exportações <strong>de</strong>sses produtos . As explicações são várias,<br />
eis, segunda a nossa opinião os mais importantes:<br />
A inexistência <strong>do</strong>s laboratórios qualifica<strong>do</strong>s e vocaciona<strong>do</strong>s para a emissão <strong>do</strong>s<br />
certifica<strong>do</strong>s <strong>de</strong> origem conforme as normas exigidas no merca<strong>do</strong> internacional,<br />
essencialmente a U.E. Isto porque até a data presente, ainda não foi instituida uma<br />
legislação suporte para o execrcício <strong>de</strong>stas activida<strong>de</strong>s.<br />
A inexistência <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s e locais a<strong>de</strong>quadas <strong>de</strong> processamento; sobretu<strong>do</strong> <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a<br />
<strong>de</strong>gradação e <strong>de</strong>striuição parcial ou total das infra-estruturas instaladas <strong>do</strong>conflito<br />
político militar.<br />
Falta <strong>de</strong> um sistema financeiro capaz <strong>de</strong> financiar as empresas e os empresários. Este<br />
aspecto é visível no país por falta <strong>de</strong> instituições bancárias vocacionadas para os<br />
exercícios <strong>de</strong> crédito e poupança a médio e longo prazo.<br />
Ausência <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> técnica para a inspecção e emissão <strong>de</strong> certifica<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
qualida<strong>de</strong>. Esta tarefa está estreitamente ligada a uma instituição vocacionada para<br />
emissão <strong>de</strong> certifica<strong>do</strong> <strong>de</strong> sanida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produtos, o que ainda está na sua<br />
fase <strong>de</strong> execução (o laboratório <strong>do</strong> M.P.).<br />
Irregularida<strong>de</strong> nos meios <strong>de</strong> transporte na ligações <strong>do</strong> pais com exterior. Para além<br />
<strong>do</strong>spontos já menciona<strong>do</strong>s atraz, é <strong>de</strong> salientar o mau esta<strong>do</strong> em que se encontram as<br />
vias re<strong>do</strong>viarias <strong>do</strong> país e assim como o reduzi<strong>do</strong> número <strong>de</strong> voos a partir <strong>do</strong> aeroporto<br />
nacional ou mesmo a ausencia <strong>de</strong> voos especializa<strong>do</strong>s para a exportação <strong>de</strong> produtos<br />
frescos.<br />
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VI- Marketing<br />
4.1.1-Historial<br />
O Marketing é sem duvida nenhuma uma activida<strong>de</strong> muito importante para a<br />
promoção e venda <strong>de</strong> qualquer tipo <strong>de</strong> produto. E principalmente quan<strong>do</strong> este produto<br />
é pouco conheci<strong>do</strong> no merca<strong>do</strong> e pelo público consumi<strong>do</strong>r. E isto abrange os produtos<br />
<strong>de</strong> pesca.<br />
4.1-Marketing Interna<br />
As empresas fornece<strong>do</strong>ras <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong>, nos anos 70, 80 e 90, não faziam nenhum tipo<br />
<strong>de</strong> promoção <strong>do</strong>s seus produtos. Apenas pescavam e colocavam directamente os seus<br />
produtos nos locais <strong>de</strong> venda. Há duas explicações para este facto: Primeiro porque os<br />
produtos forneci<strong>do</strong>s eram <strong>de</strong> alta qualida<strong>de</strong>. Estes produtos eram quase idênticos aos<br />
produtos <strong>de</strong>stina<strong>do</strong>s aos merca<strong>do</strong>s externos. Segun<strong>do</strong>, a procura <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> era tão<br />
elevada e o merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> oferta não era limita<strong>do</strong>. Com outras palavras não havia gran<strong>de</strong><br />
competição entre os fornece<strong>do</strong>res <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> na comercialização <strong>do</strong>s seus produtos.<br />
4.1.3-Potencialida<strong>de</strong>s<br />
As potencialida<strong>de</strong>s no <strong>do</strong>mínio <strong>de</strong> marketing vão <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r muito da expansão da<br />
capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> capturas <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> e da forte implantação da industria em terra.<br />
4.1.4-Estrangulamentos<br />
Há alguns factores que impe<strong>de</strong>m o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> marketing <strong>do</strong> produto <strong>do</strong> mar.<br />
Os mais importantes são:<br />
A insuficiência da oferta.<br />
A falta <strong>de</strong> conhecimento por parte <strong>do</strong>s opera<strong>do</strong>res economicos da importância <strong>de</strong><br />
marketing para o sistema comercial em geral.<br />
Falta <strong>do</strong>s agentes e instituições especializadas <strong>de</strong> marketing.<br />
4.2-Marketing Internacional<br />
4.2.1-Historial<br />
O Marketing externo foi muito importante para os produtos <strong>de</strong> mar da Guiné-Bissau<br />
os sucessos consegui<strong>do</strong>s nos primeiros anos <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong> sector pesqueiro<br />
foram <strong>de</strong>cisivos e tiveram impactos <strong>de</strong> longo alcance que perduram até ao presente.<br />
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<strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> <strong>Reabilitação</strong> e <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> Sector Priva<strong>do</strong> - Analise <strong>de</strong> Fileira <strong>do</strong> Sector das Pescas<br />
A promoção <strong>do</strong>s produtos <strong>de</strong> mar da Guiné-Bissau foram realiza<strong>do</strong>s por via <strong>de</strong> <strong>do</strong>is<br />
canais:<br />
Feiras e exposições Internacionais:<br />
Informação por parte <strong>do</strong>s arma<strong>do</strong>res estrangeiros cujo os navios pescavam na ZEE da<br />
Guiné-Bissau.<br />
Feiras Internacionais: Quase to<strong>do</strong>s os anos, em África e na Europa organizam as<br />
feiras <strong>do</strong>s produtos <strong>do</strong> mar. Assim temos feira internacional <strong>de</strong> Lisboa, <strong>de</strong> Barcelona,<br />
<strong>de</strong> Paris, Dakar, Conakry, Las Palmas, on<strong>de</strong> no passa<strong>do</strong>, a Guiné-Bissau tem<br />
participa<strong>do</strong> constantemente com os seus produtos. Os principais produtos apresenta<strong>do</strong><br />
eram:<br />
O Camarão (várias espécies), os chocos, garoupas, bicas Lingua<strong>do</strong>s etc. Estes<br />
produtos, sobretu<strong>do</strong> o camarão da Guiné-Bissau, tornaram-se internacionalmente<br />
conheci<strong>do</strong>s no merca<strong>do</strong> internacional.<br />
Arma<strong>do</strong>res Estrangeiros: Vários navios <strong>de</strong> pesca estrangeiros têm esta<strong>do</strong> a pescar<br />
nas águas marítimas da Guiné-Bissau ao abrigo <strong>do</strong>s acor<strong>do</strong>s e licenças <strong>de</strong> pesca. Estes<br />
navios têm pesca<strong>do</strong> espécies <strong>de</strong> alto valor comercial.<br />
Estes produtos foram comercializa<strong>do</strong>s nos diferentes países, tais como, a França,<br />
Japão, Espanha, Itália, a Rússia, Portugal e Senegal. Em to<strong>do</strong>s estes países os produtos<br />
<strong>de</strong> mar da RGB, tornaram muito conheci<strong>do</strong>s e muito aprecia<strong>do</strong>s. E isto tem motiva<strong>do</strong>,<br />
uma procura cada vez mais crescente <strong>de</strong>sses produtos.<br />
4.2.2-Situação Actual<br />
Actualmente não existe sistema <strong>de</strong> marketing externo. Pois não há no país, empresas<br />
exporta<strong>do</strong>ras <strong>do</strong>s produtos <strong>do</strong> mar. Sem existência <strong>de</strong>sses tipos <strong>de</strong> empresas,<br />
geralmente não faz muito senti<strong>do</strong> o exercícioa <strong>de</strong> marketing externo.<br />
4.2.3-Potencialida<strong>de</strong>s<br />
Nota-se um interesse cada vez maior por parte <strong>do</strong>s homens <strong>de</strong> negócios em se<br />
instalarem e exportarem o pesca<strong>do</strong> a partir da Guiné-Bissau. Isto criará no futuro um<br />
aumento na procura <strong>do</strong>s serviços <strong>de</strong> marketing Internacional.<br />
Assim que as condições forem reunidas, fundamentalmente, as condições <strong>de</strong><br />
estabilida<strong>de</strong> política, emissão <strong>de</strong> certifica<strong>do</strong> <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e outros, haverá<br />
investimentos no sector <strong>de</strong> exportação <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> e consequentemente haverá um<br />
maior interesse pelo serviços <strong>de</strong> marketing externo.<br />
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<strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> <strong>Reabilitação</strong> e <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> Sector Priva<strong>do</strong> - Analise <strong>de</strong> Fileira <strong>do</strong> Sector das Pescas<br />
4.2.4-Estrangulamentos<br />
Actualmente, o maior estrangulamento no <strong>do</strong>mínio <strong>de</strong> marketing internacional está<br />
liga<strong>do</strong> com a situação <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> várias or<strong>de</strong>ns que o pais atravessa.<br />
Ainda neste campo, nota-se a falta <strong>do</strong> pessoal-técnico qualifica<strong>do</strong> e com experiência<br />
no sector.<br />
VII-Empresas e Serviços <strong>de</strong> apoio<br />
5.1-Historial<br />
Foi a partir <strong>de</strong> 1975 que se criou o sector mo<strong>de</strong>rno das pescas. Mas nota-se que<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início ate a data presente essa implantação <strong>do</strong> sector pesqueiro não foi<br />
acompanha com a implantação <strong>de</strong> empresas ou serviços <strong>de</strong> apoio. Tais como:<br />
Shipshan<strong>de</strong>rs, empresas <strong>de</strong> fornece<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> materiais e equipamentos <strong>de</strong> pesca, etc.<br />
As empresas <strong>de</strong> pesca e os pesca<strong>do</strong>res artesanais, para <strong>de</strong>sempenharem<br />
satisfatoriamente as suas activida<strong>de</strong>s necessitam basicamente <strong>de</strong> quatro tipos <strong>de</strong><br />
serviços:<br />
Serviços <strong>de</strong> abastecimentos <strong>de</strong> combustíveis e lubrificantes;<br />
Serviços <strong>de</strong> abastecimentos <strong>de</strong> viveres;<br />
Serviços <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong> pesca;<br />
Serviços <strong>de</strong> reparações e equipamentos <strong>de</strong> pesca.<br />
Serviços <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> combustíveis<br />
Des<strong>de</strong> 1975 o abastecimento <strong>de</strong> combustível sempre foi um gran<strong>de</strong> problema para os<br />
empresários <strong>de</strong> pesca e para os pesca<strong>do</strong>res artesanais. Isto por várias razões: De 1975-<br />
1986, com o merca<strong>do</strong> controla<strong>do</strong> totalmente por Esta<strong>do</strong> como o <strong>de</strong>tentor <strong>do</strong><br />
monopólio, esta política não estimulava o investimento por parte <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<br />
companhias internacionais; havia rotura constante <strong>do</strong>s stocks <strong>de</strong> combustível no<br />
merca<strong>do</strong> interno. Segun<strong>do</strong>, por causa <strong>do</strong>s preços pratica<strong>do</strong> na altura que não eram<br />
incentiva<strong>do</strong>ras para as activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pesca como já referimos atraz no capítuloI.<br />
Por muitos anos não existe nenhuma empresa para abastecimento específico das<br />
empresas <strong>de</strong> pesca com combustível. Só a partir <strong>de</strong> 1994 quan<strong>do</strong> surge a Petromar,<br />
que começou a fornecer combustível para os navios <strong>de</strong> pesca.<br />
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<strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> <strong>Reabilitação</strong> e <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> Sector Priva<strong>do</strong> - Analise <strong>de</strong> Fileira <strong>do</strong> Sector das Pescas<br />
Antes o combustível era forneci<strong>do</strong> pela Dicol, mas com enormes dificulda<strong>de</strong>s,<br />
principalmente dada a falta <strong>de</strong> instalações junto <strong>do</strong>s portos <strong>de</strong> atracagem <strong>do</strong>s navios <strong>de</strong><br />
pesca.<br />
Para as embarcações <strong>de</strong> pesca artesanal, a situação continua na mesma.<br />
Contrariamente aos navios <strong>de</strong> pesca industrial que actualmente po<strong>de</strong>m utilizar as<br />
mínimas condições <strong>do</strong>s postos <strong>do</strong> gasóleo instala<strong>do</strong>s no espaço da APGB junto <strong>do</strong> cais<br />
<strong>do</strong> Porto <strong>de</strong> Bissau.<br />
As pirogas <strong>de</strong> pesca artesanal utilizam essencialmente a gasolina. E até agora não há<br />
nenhuma instalação junto aos portos <strong>de</strong> pesca artesanal especializa<strong>do</strong>s em<br />
abastecimento <strong>de</strong> gasolina para as pirogas <strong>de</strong> pesca artesanal. Para o exercício <strong>de</strong>stas<br />
activida<strong>de</strong>s, os pesca<strong>do</strong>res são obriga<strong>do</strong>s a carregarem os seus vasilhames (bidões)<br />
para os postos <strong>de</strong> abastecimentos <strong>de</strong> combústível, instala<strong>do</strong>s nos centros urbanos e,<br />
que acumulativamente assistem as viaturas e outros veiculos.<br />
Nos outros países vizinhos, a Gâmbia e o Senegal por exemplo, para alem <strong>de</strong><br />
existirem empresas <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> combustíveis, o próprio combustível tem<br />
preços bonifica<strong>do</strong>s pelo Esta<strong>do</strong>. E isto, sem dúvida constitui um factor incentiva<strong>do</strong>r e<br />
<strong>de</strong> impacto positivo sobre os preços <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> no consumi<strong>do</strong>r.<br />
Serviços <strong>de</strong> abastecimentos <strong>de</strong> viveres<br />
Os navios <strong>de</strong> pesca e outros tipos <strong>de</strong> embarcações, ao saírem para pesca precisam <strong>de</strong><br />
géneros alimentares, necessário a alimentação <strong>do</strong>s marinheiros durante o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
pesca. Noutros países existem empresas especializadas na prestação <strong>de</strong>stes serviços,<br />
os chama<strong>do</strong>s Shipshan<strong>de</strong>rs . Na Guiné-Bissau ainda estes tipos <strong>de</strong> empresas não<br />
existem.<br />
A operação <strong>do</strong>s Shipshan<strong>de</strong>rs é muito facilita o trabalho <strong>do</strong>s navios <strong>de</strong> pesca. Nos<br />
portos on<strong>de</strong> existem os shipshan<strong>de</strong>rs, os navios <strong>de</strong> pescas apenas entregam encomenda<br />
das suas necessida<strong>de</strong>s as empresas especializadas. Estas empresas se encarregam <strong>de</strong><br />
fornecer todas as quantida<strong>de</strong>s solicitadas ao bor<strong>do</strong> <strong>do</strong> navio, e muitas vezes aos preços<br />
mais baratos.<br />
Na Guiné-Bissau, os navios <strong>de</strong> pescas são obriga<strong>do</strong>s a procurarem os seus vivres<br />
directamente nos merca<strong>do</strong>s ou mini-merca<strong>do</strong>s instala<strong>do</strong>s nos centros urbanos.<br />
Serviços <strong>de</strong> abastecimento com materiais <strong>de</strong> pesca<br />
As embarcações <strong>de</strong> pesca tanto as pirogas como os navios <strong>de</strong> pescas precisam<br />
constantemente <strong>de</strong> materiais e equipamentos <strong>de</strong> pesca.<br />
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Há vários tipos <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong> pesca. Estes produtivos <strong>de</strong>veriam estar sempre<br />
disponíveis num lugar apropria<strong>do</strong> para os navios e para os pesca<strong>do</strong>res artesanais.<br />
Actualmente não existe nenhuma empresa fornece<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> materiais e equipamentos <strong>de</strong><br />
pescas. No passa<strong>do</strong>, isto é, <strong>de</strong> 1975 -1998, a pescarte era o principal fornece<strong>do</strong>r <strong>de</strong><br />
materiais <strong>de</strong> pesca para os pesca<strong>do</strong>res artesanais. Os principais materiais forneci<strong>do</strong><br />
eram: re<strong>de</strong>s, bóias, linhas, anzóis, motores fora <strong>do</strong> bor<strong>do</strong>, chumbos etc. Estes materiais<br />
eram <strong>do</strong>nativos obti<strong>do</strong>s no quadro da cooperação bilateral com alguns países e<br />
organizações internacionais. A Suécia foi durante muito tempo o principal fornece<strong>do</strong>r<br />
<strong>de</strong>sse material e equipamentos, também o Japão e a FAO muito têm contribuí<strong>do</strong>,<br />
sobretu<strong>do</strong> a FAO que continua a apoiar o <strong>de</strong>senvolvimento da pesca arteasanal através<br />
<strong>de</strong> instalação <strong>de</strong> pequenos projectos (<strong>Projecto</strong>s Telefood, Prjectos TCP) financia<strong>do</strong>s<br />
por esta organização.<br />
Actualmente, encontra-se em curso vários projectos em apoio a pesca artesanal:<br />
<strong>Projecto</strong> TCP/8922 (E), inicia<strong>do</strong> em 2000 e finacia<strong>do</strong> pela FAO no quadro <strong>do</strong> projecto<br />
TCP/GBS/8922 (E). Uma das activida<strong>de</strong>s principais <strong>de</strong>ste projecto consiste em<br />
fornecer materiais e equipamentos <strong>de</strong> pesca artesanal a titulo <strong>de</strong> crédito com o<br />
<strong>de</strong>posito <strong>de</strong> uma caução avaliada em 20% <strong>do</strong> custo total <strong>do</strong> material a ser cedi<strong>do</strong>. A<br />
gestão <strong>do</strong> projecto está sen<strong>do</strong> a segurada com a participação <strong>de</strong> um comité <strong>de</strong> gestão<br />
instala<strong>do</strong> na ilha <strong>de</strong> Bubaque, eleito pelos pesca<strong>do</strong>res e pelas bi<strong>de</strong>iras, que constituem<br />
o grupo alvo <strong>do</strong> projecto.<br />
Prjecto <strong>de</strong> pesca artesanal <strong>de</strong> Sonaco (Telefood):<br />
A activida<strong>de</strong> principal é fornecer materiais <strong>de</strong> pesca aos pesca<strong>do</strong>res artesanais locais.<br />
A gestão <strong>do</strong> projecto está sempre assegura pelos beneficiarios através <strong>de</strong> um comité <strong>de</strong><br />
gestão.<br />
Prjecto <strong>de</strong> apoio a pesca artesanal <strong>de</strong> Bafata (Telefood/FAO):<br />
Activida<strong>de</strong> principal é fornecer material <strong>de</strong> pesca e motor for a <strong>de</strong> bor<strong>do</strong>.<br />
Prjecto apoio as mulheres pesca<strong>do</strong>res <strong>de</strong> camarão <strong>de</strong> Biombo (Telefood/FAO):<br />
Este projecto, funciona envolven<strong>do</strong> o grupo das mulheres e o objectivo é apoiar esta<br />
comunida<strong>de</strong> piscatória local em fornecimento <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong> pesca.<br />
Estes são projectos instala<strong>do</strong>s e financia<strong>do</strong>s pela FAO que mínimamente continuam a<br />
prestar assistencia tenica sobretu<strong>do</strong> em fornecimento <strong>de</strong> material e equipamento <strong>de</strong><br />
pescas, embora em mínima escala.<br />
Grupo <strong>de</strong> Consultores A.M.S. 54
<strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> <strong>Reabilitação</strong> e <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> Sector Priva<strong>do</strong> - Analise <strong>de</strong> Fileira <strong>do</strong> Sector das Pescas<br />
Mas para alem da pescarte, surgiram nos anos 80 algumas empresas que se <strong>de</strong>dicam<br />
ao fornecimento <strong>de</strong> equipamentos e materiais <strong>de</strong> pesca. Nomeadamente a Empresa<br />
Nunes & Irmão e outros ven<strong>de</strong>ram durante um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> tempo materiais <strong>de</strong> pesca.<br />
Mas <strong>de</strong>pois estas empresas aban<strong>do</strong>naram este negócio por falta <strong>de</strong> rendimente, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong><br />
às pesadas taxas aduaneiras sobre os produtos e ainda por serem estes, materiais com<br />
eleva<strong>do</strong> preço <strong>de</strong> origem por causa da sua natureza específica.<br />
Serviços <strong>de</strong> reparação <strong>de</strong> embarcações e equipamentos <strong>de</strong> pesca.<br />
Os estaleiros navais ou outros tipos <strong>de</strong> oficina especializa<strong>do</strong>s em reparação <strong>de</strong><br />
embarcações e equipamentos é um <strong>do</strong>s pontos vitais para um bom funcionamento da<br />
fileira da industria das pescas. Os estaleiros navais que funcionou durante muito<br />
tempo, não respondiam <strong>de</strong> forma apropriada as necessida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s arma<strong>do</strong>res <strong>de</strong> pesca,<br />
por não possuirem condições exigidas e apropriadas para a prestação <strong>do</strong>s serviços as<br />
embarcações <strong>de</strong> pescas, condições estas que se relacionam entre outras com o timing.<br />
Por isso, os seus serviços eram na maioria <strong>do</strong>s casos, pouco procura<strong>do</strong>s. Actualmente,<br />
a GUINAVE foi privatizada, espera-se <strong>de</strong>sta privatização que sejam introduzidas e<br />
a<strong>do</strong>ptadas as condições tecnicas e mo<strong>de</strong>rnas para po<strong>de</strong>r passar a respon<strong>de</strong>r<br />
atempadamente os <strong>de</strong>safios que as empresas e navios <strong>de</strong> pesca colocam.<br />
5.2-Situacao Actual<br />
Tanto as empresas <strong>de</strong> pesca como os pesca<strong>do</strong>res artesenais precisam <strong>do</strong>s serviços <strong>de</strong><br />
apoio para po<strong>de</strong>rem <strong>de</strong>dicarem as suas activida<strong>de</strong>s com eficácia e eficiência.<br />
Contu<strong>do</strong>, hoje como no passa<strong>do</strong> continua a não haver empresas que prestam serviços<br />
principalmente nas áreas <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> combustível melhora<strong>do</strong> (mistura<strong>do</strong>),<br />
materiais <strong>de</strong> pesca, equipamentos, viveres e reparações <strong>de</strong> motores e maquinas,<br />
continuam a serem os pequenos projectos quem substitui as empresas especializadas<br />
no execício <strong>de</strong>stas activida<strong>de</strong>s.<br />
5.3-Potencialida<strong>de</strong>s<br />
Existe gran<strong>de</strong>s potencialida<strong>de</strong>s para as empresas e serviços <strong>do</strong> apoio ao sector<br />
pesqueiro. Tu<strong>do</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá <strong>do</strong> garu <strong>de</strong> implementação das políticas <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento citadas nos estu<strong>do</strong>s e relatórios já realiza<strong>do</strong>s sobre o sector<br />
pesqueiro, conforme tivemos oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> referência-las nos capítulos anteriores.<br />
Sen<strong>do</strong> essas políticas <strong>de</strong> atracção <strong>de</strong> investimento para o sector das pescas,<br />
nomeadamente para as áreas <strong>de</strong> captura, transformação e exportação, então com a sua<br />
Grupo <strong>de</strong> Consultores A.M.S. 55
<strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> <strong>Reabilitação</strong> e <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> Sector Priva<strong>do</strong> - Analise <strong>de</strong> Fileira <strong>do</strong> Sector das Pescas<br />
implimentação haverá necessariamente um crescimento na procura <strong>de</strong> serviços das<br />
empresas especializadas em apoiar as activida<strong>de</strong>s no sector.<br />
VIII-Constrangimentos<br />
6.1-Produção<br />
As preocupações com os estrangulamentos <strong>do</strong> sector é uma questão muito antiga. Este<br />
problema começou a ser coloca<strong>do</strong> nos finais <strong>do</strong>s anos 70 e o inicio <strong>do</strong>s anos 80, na<br />
altura, o governo da RGB, as autorida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> sector, os <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res, organismos<br />
internacionais to<strong>do</strong>s estavam preocupa<strong>do</strong>s com os obstáculos que impediam o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> sector. Naqueles anos, diferentes diagnostico <strong>de</strong> estrangulamento<br />
foram feitos.<br />
Para se compreen<strong>de</strong>r bem os diagnostico feitos então, temos que lembrar que o pais<br />
estava sob regime duma economia centralizada.<br />
Naquele contexto, os principais obstáculos mais cita<strong>do</strong>s eram:<br />
A fixação <strong>do</strong>s preços <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> pelo governo.<br />
A falta <strong>de</strong> divisas para fazer face as necessida<strong>de</strong>s em termos <strong>de</strong> importação <strong>de</strong><br />
materiais e equipamentos <strong>de</strong> pescas .<br />
Roptura constante no abastecimento <strong>do</strong> combustível.<br />
Corte <strong>de</strong> energia eléctrica ect.<br />
Estes eram principais estrangulamentos i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s na altura. Actualmente o pais<br />
vive no quadro <strong>de</strong> economia <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>. Não se coloca mais a questão <strong>do</strong>s preços<br />
fixos, não se coloca mais a questão da falta <strong>de</strong> divisas, pois o pais entrou na zona<br />
franca. Contu<strong>do</strong> o sector ainda continua <strong>de</strong>parar com estrangulamento no sector das<br />
pesca. .<br />
Presentemente, ainda continua a existir um conjunto <strong>de</strong> estrangulamentos que afectam<br />
a produção e o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> sector. Eis, os principais :<br />
A falta <strong>de</strong> implementação e observancia <strong>do</strong>s objectivos e das políticas a<strong>de</strong>quadas para<br />
o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> sector.<br />
Grupo <strong>de</strong> Consultores A.M.S. 56
<strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> <strong>Reabilitação</strong> e <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> Sector Priva<strong>do</strong> - Analise <strong>de</strong> Fileira <strong>do</strong> Sector das Pescas<br />
Ausencia <strong>de</strong> uma difinição e execução <strong>do</strong> quadro real finaceiro a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> para a<br />
promoção <strong>do</strong>s pesca<strong>do</strong>res. Como exemplo, houve um crédito no BIGB, para apoiar os<br />
pesca<strong>do</strong>res nacionais artesanais mas que infelizmente não foi utiliza<strong>do</strong><br />
Infra-estrutura ina<strong>de</strong>quada, principalmente para o fornecimento <strong>do</strong> gelo.<br />
Falhas no sistema <strong>de</strong> fiscalização<br />
O actual prejuizo proveniente <strong>do</strong> impacto negativo <strong>do</strong>s acor<strong>do</strong>s e licenças <strong>de</strong> pesca<br />
sobre a economia nacional.<br />
Falta <strong>do</strong> reinvestimento no sector duma parcela das receitas provenientes <strong>do</strong> próprio<br />
sector.<br />
Falta <strong>de</strong> meios <strong>de</strong> captura<br />
Falta <strong>de</strong> infra-estruturas a<strong>de</strong>quadas.<br />
Falta <strong>de</strong> meios <strong>de</strong> estocagem.<br />
Taxas arbitrarias aplicadas por diferentes instituições <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> sobre o pesca<strong>do</strong>.<br />
Falta <strong>de</strong> empresas comercializa<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> materiais e equipamentos <strong>de</strong> pesca.<br />
Ausência <strong>de</strong> políticas incentiva<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> comercialização <strong>de</strong> combustível e lubrificantes<br />
para a pesca.<br />
Falta <strong>de</strong> regularida<strong>de</strong> na fiscalização da ZEE.<br />
6.2-Transformação<br />
Estrangulamentos<br />
A fileira das pescas tem <strong>do</strong>is vertentes importantes: A captura e a transformação. Este<br />
ultimo permite valorizar o produto das capturas.<br />
Contu<strong>do</strong> existem fortes obstáculos que impe<strong>de</strong>m o <strong>de</strong>senvolvimento da fileira <strong>de</strong><br />
transformação no pais. Os principais estrangulamentos encontra<strong>do</strong>s são os seguintes:<br />
Falta <strong>de</strong> energia eléctrica , ou a existência permanente <strong>de</strong> ropturas no abastecimento<br />
da corrente eléctrica<br />
Instabilida<strong>de</strong> política ou sua percepção pelo investi<strong>do</strong>r estrangeiro.<br />
Falta dum sistema financeiro a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>.<br />
Falta <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> matéria prima.<br />
Falta <strong>de</strong> um laboratório que emite certifica<strong>do</strong> <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> sanitária para os produtos<br />
<strong>de</strong> exportação.<br />
Insuficiência <strong>do</strong>s meios <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> produtos para o exterior.<br />
Sistema <strong>de</strong> comunicações inapropriadas.<br />
Ausência <strong>de</strong> estruturas <strong>de</strong> transformação a nível da pesca industrial.<br />
Grupo <strong>de</strong> Consultores A.M.S. 57
<strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> <strong>Reabilitação</strong> e <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> Sector Priva<strong>do</strong> - Analise <strong>de</strong> Fileira <strong>do</strong> Sector das Pescas<br />
6.3-Comercialização<br />
Pratica<strong>do</strong>s essencialmente, pelas mulheres, a comercialização <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> é uma das<br />
activida<strong>de</strong>s mais dinâmica que existe no país. Contu<strong>do</strong>, esta activida<strong>de</strong> conhece alguns<br />
estrangulamentos:<br />
O baixo nível <strong>de</strong> produção;<br />
A roptura constante <strong>de</strong> Stoks;<br />
Obstáculos institucionais (altas taxas e impostos cobra<strong>do</strong>s para as empresas e navios<br />
ncionais);<br />
Dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> transporte;<br />
Falta <strong>de</strong> gelos;<br />
Falta <strong>de</strong> câmaras <strong>de</strong> frio para conservação;<br />
Intervenção arbitraria das autorida<strong>de</strong>s policiais nas vias públicas;<br />
Falta <strong>de</strong> meios <strong>de</strong> transporte para a evacuação <strong>de</strong> produtos;<br />
Infra-estructuras portuárias ina<strong>de</strong>quadas;<br />
Falta <strong>de</strong> condições nos merca<strong>do</strong>s para a comercialização <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong>;<br />
Falta <strong>de</strong> instituições <strong>de</strong> credito;<br />
Falta <strong>de</strong> infrastructuras ro<strong>do</strong>viárias apropriadas;<br />
6.4-Marketing<br />
Há alguns factores que impe<strong>de</strong>m o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> marketing <strong>do</strong> produto <strong>do</strong> mar.<br />
Os mais importantes são:<br />
A insuficiência da oferta.<br />
A falta <strong>de</strong> conhecimento da importância <strong>de</strong> marketing para o sistema comercial em<br />
geral.<br />
Falta <strong>do</strong>s agentes e instituições especializadas <strong>de</strong> marketing.<br />
Actualmente, o maior estrangulamento no <strong>do</strong>mínio <strong>de</strong> marketing internacional esta<br />
liga<strong>do</strong> a situação <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong>s que o pais atravessa.<br />
Ainda neste campo, nota-se falta <strong>de</strong> pessoal qualifica<strong>do</strong> e com experiência.<br />
6.5-Empresas e Serviços<br />
Os principais estrangulamentos i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s são:<br />
Falta <strong>de</strong> instituições financeiras para concessão <strong>de</strong> créditos a medio e longo prazo.<br />
Ausencia <strong>de</strong> industrias transforma<strong>do</strong>ras.<br />
Falta duma frota nacional <strong>de</strong> pesca.<br />
Grupo <strong>de</strong> Consultores A.M.S. 58
<strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> <strong>Reabilitação</strong> e <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> Sector Priva<strong>do</strong> - Analise <strong>de</strong> Fileira <strong>do</strong> Sector das Pescas<br />
Taxa <strong>de</strong> importação <strong>de</strong> materiais e equipamentos <strong>de</strong> pesca muito elevada.<br />
Por ser a fileira <strong>do</strong> sector das pescas, uma ca<strong>de</strong>ia continua e interligada, to<strong>do</strong>s os estes<br />
constrangimentos intrelaçam-se para os seis componentes da fileira atraz analisa<strong>do</strong>s.<br />
Grupo <strong>de</strong> Consultores A.M.S. 59
Quadro sintético <strong>do</strong>s principais estrangulamentos.<br />
Areas<br />
Estrangulamentos<br />
Ausência <strong>de</strong> Instituições financeiras,<br />
Bancos volta<strong>do</strong>s para a promoção das<br />
activida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> sector pesqueiro<br />
O precário esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> conservação e<br />
funcionamento das poucas infraestruturas<br />
<strong>de</strong> apoio ao sector das pescas existentes no<br />
país.<br />
Ausência <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> serviço eficaz<br />
<strong>de</strong> fiscalização e controle que garantam um<br />
quadro optimal <strong>de</strong> exploração racional <strong>do</strong>s<br />
recursos haliêuticos<br />
O não reinvestimento no sector <strong>de</strong> uma<br />
parcela <strong>de</strong> receitas provenientes <strong>de</strong><br />
exploração <strong>do</strong>s recursos <strong>do</strong> sector.<br />
Ausência <strong>de</strong> laboratórios qualifica<strong>do</strong>s e<br />
instituições vocacionadas para emissão <strong>de</strong><br />
certifica<strong>do</strong> <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> sanida<strong>de</strong> para<br />
os produtos <strong>do</strong> mar<br />
A falta <strong>de</strong> meios <strong>de</strong> transporte apropria<strong>do</strong> e<br />
ausência <strong>de</strong> voos regulares que ligam o País<br />
ao exterior.<br />
Produção Transformação Comercialização Marketing Empresas <strong>de</strong><br />
Serviços<br />
X<br />
X<br />
X<br />
X<br />
X<br />
X<br />
X<br />
X<br />
X<br />
X<br />
X<br />
X<br />
X<br />
X<br />
X<br />
X<br />
X<br />
X<br />
X<br />
X<br />
X<br />
X<br />
X
Cont.<br />
<strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> <strong>Reabilitação</strong> e <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> Sector Priva<strong>do</strong> - Analise <strong>de</strong> Fileira <strong>do</strong> Sector das Pescas<br />
Areas<br />
Estrangulamentos<br />
O mau esta<strong>do</strong> das vias ro<strong>do</strong>viárias <strong>do</strong> País<br />
que ligam o centro urbano aos diferentes<br />
pontos <strong>de</strong> produção e transformação <strong>do</strong>s<br />
produtos <strong>do</strong> mar.<br />
Insuficiencia <strong>de</strong> oferta <strong>de</strong> produtos<br />
acaba<strong>do</strong>s<br />
Falta <strong>de</strong> conhecimentos por parte <strong>do</strong>s<br />
opera<strong>do</strong>res económicos sobre a importância<br />
<strong>do</strong> marketing.<br />
Ausência no País <strong>de</strong> agentes e instituições<br />
expecializadas no <strong>do</strong>mínio <strong>do</strong> marketing<br />
Ausência da politica <strong>de</strong> promoção <strong>de</strong><br />
industrias <strong>de</strong> transformação<br />
Elevada taxa aduaneira sobre a importação<br />
<strong>de</strong> materiais e equipamentos <strong>de</strong> pesca.<br />
Falta <strong>de</strong> insentivos para a dinamização <strong>do</strong><br />
sector priva<strong>do</strong> e consequente surgimento <strong>de</strong><br />
uma frota nacional <strong>de</strong> pesca.<br />
Ausência <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> fornecimento<br />
continuo e eficiente da corrente electrica.<br />
Produção Transformação Comercialização Marketing Empresas <strong>de</strong><br />
Serviços<br />
X<br />
X<br />
X<br />
X<br />
X<br />
X<br />
X<br />
X<br />
X<br />
X<br />
X<br />
X<br />
X<br />
X<br />
X<br />
X<br />
Grupo <strong>de</strong> Consultores A.M.S. 1<br />
X<br />
X<br />
X<br />
X<br />
X<br />
X<br />
X<br />
X<br />
X<br />
X
IX-CONCLUSÕES<br />
O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> secto pesqueiro guineense é possivel, apesar <strong>de</strong> persistirem<br />
algumas dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> várias or<strong>de</strong>ns que constrangem e impeçam uma dinâmica no<br />
exercício das activida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> sector. Basta haver um comprimissio firme, sério e<br />
responsável por parte das autorida<strong>de</strong>s no seu conjunto.<br />
O aumento da produção nacional <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> passa necessáriamente pelo aumento da<br />
capacida<strong>de</strong> produtiva. Este nível po<strong>de</strong>rá ser atingi<strong>do</strong> através <strong>do</strong> aumento <strong>de</strong> meios <strong>de</strong><br />
captura, tanto ao nível da pesca industrial como ao nível <strong>do</strong> sub-sector da pesca<br />
artesenal.<br />
Neste contexto, a criação e sustentabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma frota nacional, implementação <strong>de</strong><br />
políticas incentiva<strong>do</strong>ras sobre taxas e impostos aduaneiros, aplicação <strong>de</strong> uma<br />
legislação a<strong>de</strong>quada, a revitalização da vertente da formação e superação <strong>do</strong> pessoal<br />
tecnico qualifica<strong>do</strong> assim como a institucionalização e aplicação das leis que suportam<br />
as activida<strong>de</strong>s no sector são elementos importantes e <strong>de</strong>terminantes para o aumento<br />
das capturas <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> e consequentemente para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong>s restantes<br />
componentes da fileira atraz já analisa<strong>do</strong>s.
<strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> <strong>Reabilitação</strong> e <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> Sector Priva<strong>do</strong> - Analise <strong>de</strong> Fileira <strong>do</strong> Sector das Pescas<br />
ANEXO – 4:<br />
Documentos consulta<strong>do</strong>s (sector pesqueiro):<br />
Centro <strong>de</strong> investigacao pesqueira aplicada CIPA <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> estatistica ano<br />
(1996) ano 1996 Bissau, outubro <strong>de</strong> 1997.<br />
Guine-Bissau ports evaluation projects Jan A. Berg-Adreassen Relation Guine-<br />
Bissau/July 1997<br />
Plano <strong>de</strong> Gestao <strong>do</strong>s recursos pesqueiros <strong>de</strong> Guine-Bissau – 1996 Relatorio da missão<br />
Vlad M. Kaczynski, Guine-Bissau/Outubro <strong>de</strong> 1994.<br />
Plano annual <strong>de</strong> Gestao <strong>do</strong>s recursos pesqueiros da Guine-Bissau para 1996 Vlad M.<br />
Kaczynski, Guine-Bissau/Desembro <strong>de</strong> 1994.<br />
Annual management plan for the fishing sector in Guine-Bissau Vlad M. Kaczynki,<br />
Guinea-Bissau/Abril 1995.<br />
Fishers management Regists ou evaluation of 1997 annual Fishers management plan<br />
Vlad. M kaczynski Guinea-Bissau/April 1997 .<br />
actualizacoes e analizes das estatiscas pesca industrial 1994, 1995, 1996,<br />
1997/provisorio Jose Tomé Vaz Estatistica/pesca Guine-Bissau<br />
New guidilines for the national fisheris polices, Part II<br />
Promotion of the private sector and <strong>de</strong>velopment of a natural fishing flut.Vlad M.<br />
Kaczynski November 1994 Guine-Bissau .<br />
Fisheris management: Find mission report Vlad M. Kaczynski July 1995.<br />
Treinamento para a implementacao <strong>de</strong> plano e gestao <strong>do</strong>s recurssos esqueiros na<br />
Guine-Bissau David Fhihaty July <strong>de</strong> 1991.<br />
Novas orientacoes da politica pesqueira Nacional Materiais para reuniao Vlad<br />
M.Racginiski Agosto <strong>de</strong> 1994.<br />
Avaliação e recomendacoes <strong>de</strong> politica pesqueira em relacao aos paises strangeiros.<br />
Bissau-seatte Outubro <strong>de</strong> 1994.<br />
Grupo <strong>de</strong> Consultores A.M.S. 60
<strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> <strong>Reabilitação</strong> e <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> Sector Priva<strong>do</strong> - Analise <strong>de</strong> Fileira <strong>do</strong> Sector das Pescas<br />
A pesca artesanal na Guine-Bissau principais pontos e acampamentos projeto <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento encaminhamento <strong>do</strong>s produtos. Font DGFPA 1994.<br />
Plano <strong>de</strong> gestao <strong>do</strong>s recursos pesqueiras da Gunine-Bissau vara 1996<br />
Ministerio das pescas.<br />
Fiscalização Maritima Suleimane Djassi Outubro <strong>de</strong> 1995 Guine-Bissau.<br />
Listas <strong>de</strong> pesca<strong>do</strong>s congela<strong>do</strong>s Relatorio final Martin Vincert 14-08-1991.<br />
Relatorio Sobre as activida<strong>de</strong>s das fretes anteriores na ZEE da Guine-Bissau Vlad<br />
M.Kaczynski/Desembro <strong>de</strong> 1997.<br />
<strong>Desenvolvimento</strong> sustentável Maricultores e Aquacultura na zona costeira da Guine-<br />
Bissau Vlad M.Kacjinski/Junho <strong>de</strong> 1994.<br />
Analise quantitativa das duas opções <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> sector das pescas na<br />
Guiné-Bissau. Vlad. M. KACZYINSKI, Tips/1997.<br />
Estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento a longo prazo <strong>do</strong> sector das pescas na Guiné-Bissau,<br />
Virkir Consulting Group Ldª, Maio/1988.<br />
<strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> revitalização da Fiscmar e criação <strong>do</strong> Centro nacional <strong>de</strong> fiscalização e<br />
protecção das pescas, Seattle, Tips e M.P, Março/1998.<br />
Fishers Private Sector Enhancomed Estudy, S.W.Looney, Nove.and early<br />
December/1997.<br />
Rapport d’évaluation. Project d’appui au secteur <strong>de</strong> la pêche en Guiné-Bissau. FAD –<br />
OMCR. Spencer. OCDW/2001.<br />
Plano Director da pesca Artesanal. Março/1994.<br />
Plan Directeur <strong>de</strong> pêche industrielle, Guiné-Bissau. Roche International.<br />
Décembre/1994.<br />
Memorandum sobre o sub-sector da pesca artesanal. Direcção Geral da Pesca Artesal.<br />
Novembro/2002.<br />
Novas orientações <strong>de</strong> politica pesqueira nacional, Dr. Vlad. M. Kacziynski.<br />
Tips,out./1994.<br />
Grupo <strong>de</strong> Consultores A.M.S. 61
<strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> <strong>Reabilitação</strong> e <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> Sector Priva<strong>do</strong> - Analise <strong>de</strong> Fileira <strong>do</strong> Sector das Pescas<br />
Estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> sector da pesca artesanal na Guiné-Bissau. Hans e Båge. Julho/1988.<br />
Avaliação actual e encargos com a reabilitação <strong>do</strong> entreposto frigorífico <strong>de</strong> Cacheu.<br />
Genis-Engenharia, gestão e infomática Ldª, Novembro/1999.<br />
Grupo <strong>de</strong> Consultores A.M.S. 62
<strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> <strong>Reabilitação</strong> e <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> Sector Priva<strong>do</strong> - Analise <strong>de</strong> Fileira <strong>do</strong> Sector das Pescas<br />
ABREVIATURAS:<br />
AMS: Equipa <strong>de</strong> Consultores Nacionais, António, Malam<br />
e Suleimane.<br />
ANEP: Associação Nacional <strong>de</strong> Empresas Públicas <strong>de</strong> Pescas.<br />
APGB: Administração <strong>do</strong>s Portos da Guiné-Bissau.<br />
BAD: Banco Áfricano <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong>.<br />
BIGB: Banco Internacional da Guiné-Bissau.<br />
B.M: Banco Mundial.<br />
CIPA: Centro <strong>de</strong> Investigação <strong>de</strong> Pesca Aplicada.<br />
CCPR: Código <strong>de</strong> Conduta <strong>de</strong> uma Pesca Responsável.<br />
CFP: Complexo Frigórífico <strong>de</strong> Bolola<br />
DGPA: Direcção Geral da Pesca Artesanal.<br />
DGPI: Direcção Geral da Pesca Industrial.<br />
ESTRELA <strong>do</strong> MAR: Socieda<strong>de</strong> Mista <strong>de</strong> Pesca Guiné-Bissau/URSS.<br />
FAO: Fun<strong>do</strong> das Nações Unidas para Alimentação.<br />
FAD: Fun<strong>do</strong> Africano para o <strong>Desenvolvimento</strong>.<br />
FISCAMAR: <strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> Fiscalização Maritima.<br />
GUIALP: Socieda<strong>de</strong> Mista <strong>de</strong> Pesca Guiné-Bissau/Argelia.<br />
MP: Ministério das Pescas.<br />
OGE: Orçamento Geral <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.<br />
ONG: Organização Não Governamental.<br />
PPSI: <strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> Pesca Semi-Industrial.<br />
PRDSP: Prjecto <strong>de</strong> <strong>Reabilitação</strong> e <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> Sector<br />
Priva<strong>do</strong>.<br />
PRODEPA: <strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> da Pesca Artesanal Avançada<br />
RGB: República da Guiné-Bissau.<br />
SEMAPESCA: Socieda<strong>de</strong> Mista <strong>de</strong> Pesca Guiné-Bissau/Grupo Priva<strong>do</strong><br />
Francês<br />
TAB: Tonelagem por Arqueação Bruta.<br />
TAC: Volumes Admissiveis <strong>de</strong> Captura Anual Total.<br />
TIPS: <strong>Projecto</strong> <strong>de</strong> Apoio à Promoção <strong>do</strong> Comercio e<br />
Investimento.<br />
USAID: Agencia Americana para o <strong>Desenvolvimento</strong><br />
Internacional.<br />
Grupo <strong>de</strong> Consultores A.M.S. 63