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Introdução à Lógica

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3.5 Relação entre Sintaxe e Semântica<br />

Na Seção 3.4 vimos o que é a linguagem do cálculo proposicional, os seus axiomas e a regra de<br />

dedução deste sistema formal. A isto chamamos de sintaxe. A partir dos três axiomas e da regra<br />

Modus Ponens conseguimos produzir teoremas. Considerando que os axiomas e a regra Modus<br />

Ponens estão muito bem definidos, temos uma definição precisa do que é um teorema e o que não é.<br />

Por exemplo, V1−→V1 é um teorema, como já foi provado. Por um abuso de linguagem, dizemos<br />

que A−→A é um teorema, onde A é uma meta-fórmula que pode ser substituída por qualquer<br />

fórmula do CP. Na verdade, o que queremos dizer é que A−→A é um esquema de teorema:<br />

substituindo A por qualquer fórmula do CP, obtemos um teorema. Assim, são teoremas: V1−→V1,<br />

(V1 ∧ V1)−→(V1 ∧ V1) e ((V1 ∧ V2)−→V1)−→((V1 ∧ V2)−→V1). Um teorema é uma fórmula da<br />

linguagem do CP e, de acordo com a definição dada no início da Seção 3.4, pode conter apenas<br />

as variáveis V1, V2, ..., além de ser formada de acordo com regras bem definidas. Apesar dos<br />

conectivos lógicos básicos terem nomes bem significativos (“negação” e “implica”), para a sintaxe<br />

estes conectivos não significam absolutamente nada. Teoremas e mais teoremas são deduzidos<br />

sem nunca se utilizar o significado das palavras “negação” e “implica”. Uma fórmula é teorema<br />

porque ela é o resultado de uma prova feita por regras bem definidas, não porque seja de alguma<br />

forma “verdadeira” ou “falsa”.<br />

Na Seção 3.2 vimos funções de verdade e suas correspondentes tabelas verdade. Para cada<br />

fórmula do CP pode-se produzir a sua tabela verdade. A semântica do cálculo proposicional<br />

associa a cada fórmula um valor que por ser V para verdadeiro ou F para falso conforme os valores<br />

que se associam <strong>à</strong>s suas variáveis. Uma fórmula que assume sempre o valor V qualquer que seja<br />

a associação de valores para as suas variáveis é chamada de tautologia. Por exemplo, V1−→V1 é<br />

uma tautologia:<br />

V1 V1−→V1<br />

V V<br />

F V<br />

Novamente, por um abuso de linguagem dizemos que A−→A é uma tautologia. Podemos até<br />

construir a tabela verdade deste esquema de fórmula. A associação de fórmulas com os valores<br />

verdade V ou F faz parte da semântica do CP. Os axiomas, regra de dedução e teoremas são<br />

parte da sintaxe. Não há teoremas na semântica e nem fórmulas que são tautologias na sintaxe.<br />

Então V1−→V1 é um teorema do CP (sintaxe) e também uma tautologia (semântica). Surge<br />

então uma pergunta: qual a relação entre sintaxe e semântica ? Os teoremas do CP são obtidos a<br />

partir de axiomas e Modus Ponens e nada têm a ver, aparentemente, com tabelas verdade. Mas,<br />

estranhamente, todos os teoremas do CP apresentados na Seção 3.4 são tautologias. Por exemplo,<br />

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