O SISTEMA PRISIONAL E A LEI DE EXECUÇÃO ... - Monografias.com
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A citada lei reformou a Lei de Execução Penal e pela primeira vez na história da<br />
legislação brasileira, vem regular a atuação da Defensoria Pública no sistema prisional,<br />
transformando a instituição em Órgão de Execução e reconhecendo a necessidade da presença<br />
de Defensores em todas as unidades prisionais do país, conferindo à Defensoria a tarefa de ga-<br />
rantir o princípio constitucional de acesso à Justiça no âmbito da execução da pena.<br />
Conforme acima asseverado observa-se que a citada norma aperfeiçoa a Lei de Exe-<br />
cução Penal, mas será necessário empenho por parte das autoridades para que saia da frieza do<br />
papel e se efetive no mundo dos fatos, pois independente do delito que <strong>com</strong>eteu o apenado tem<br />
direito as garantias mínimas de sua dignidade humana, assegurada pelos direitos humanos e<br />
protegida pela ordem jurídica interna e externa.<br />
A Constituição Federal de 1988 no art. 3º, inciso I; elenca <strong>com</strong>o objetivo fundamental<br />
da República Federativa do Brasil, a construção de uma sociedade livre, justa e solidária; além<br />
de ter um título <strong>com</strong>pleto (Título II) voltado totalmente para os direitos e garantias fundamen-<br />
tais.<br />
Falar em garantias ao apenado temos que necessariamente falar em Direitos Humanos<br />
em um sentido amplo, que necessariamente nos obriga a reportar a Declaração Universal dos<br />
Direitos Humanos – adotada e proclamada pela Resolução n° 217A, da III Assembléia Geral<br />
das Nações Unidas de 10 de dezembro de 1948 e assinada pelo Brasil na mesma data, que traz<br />
expressa em seu art. 1° o seguinte dizer: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em<br />
dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para <strong>com</strong> os ou-<br />
tros em espírito de fraternidade”. Pois bem, <strong>com</strong> base nesta declaração, praticamente os povos<br />
do mundo inteiro firmaram o <strong>com</strong>promisso de respeito aos princípios da dignidade da pessoa<br />
humana, <strong>com</strong> base na igualdade de direitos do homem e da mulher, e decidiram promover o<br />
progresso social e melhores condições de vida em uma liberdade mais ampla.<br />
Bem sabemos que há na Carta Magna normas ditas programáticas, porém estas possuem em-<br />
bora de forma limitada total efetividade, conforme se traz a lume a sábia citação: "Não há,<br />
numa Constituição, cláusulas a que se deva atribuir meramente o valor moral de conselhos,<br />
avisos ou lições. Todas têm a força imperativa de regras." (Rui Barbosa. Comentários à Cons-<br />
tituição Federal Brasileira, tomo II, São Paulo, 1933, p. 489 apud ZAFFARONI, BATISTA,<br />
ALAGIA, SLOKAR 2006, p. 377).” Diante do apresentado e do previsto na Carta Constitucional<br />
de 1988, não há que se falar em carência de eficácia e efetividade quando tratamos de disposi-<br />
tivos constitucionais, ainda mais quando tais dispositivos refere-se a normas definidoras de<br />
direitos e garantias fundamentais, conforme bem destaca o art. 5º, § 1º, CF/88; este dispositivo<br />
impõe aplicabilidade imediata às regras definidoras dos direitos e garantias fundamentais.<br />
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