Sage 2012 It's Easy! - Vida Económica
Sage 2012 It's Easy! - Vida Económica
Sage 2012 It's Easy! - Vida Económica
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
12 SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong><br />
ATUALIDADE<br />
Economista do Banco Mundial explica<br />
distribuição de riqueza em livro<br />
O economista e investigador do Banco Mundial Branko Milanovic lançou<br />
um livro em que aborda a distribuição de riqueza e o conceito de desigualdades.<br />
Editado em Portugal pela Bertrand, “Ter ou não ter” explora,<br />
através da história, literatura e jornais atuais, uma das maiores divisões da<br />
nossa vida social: o que separa os que têm dos que não têm.<br />
CAP sugere redução<br />
FRANCISCO JAIME QUESADO<br />
Especialista em Estratégia, Inovação<br />
da despesa pública à “troika”<br />
e Competitividade<br />
Portugal tem muito rapidamente<br />
A Confederação considera que a solução terá de ser encontrada através da redução da despesa e não pela imposição de novas medidas<br />
de austeridade ou pelo aumento de impostos.<br />
A Confederação dos Agricultores<br />
de Portugal (CAP) reuniu esta semana<br />
com a delegação da “troika” que se<br />
encontra em Portugal para avaliar o<br />
processo de implementação do programa<br />
de assistência financeira ao<br />
nosso país. No âmbito do encontro,<br />
a CAP comunicou aos representantes<br />
da “troika” a sua apreciação geral<br />
quanto ao estado da nossa economia<br />
e apresentou a sua posição relativamente<br />
a matérias específicas que condicionam<br />
a agricultura em particular<br />
e o setor produtivo de uma forma<br />
genérica.<br />
CORTES<br />
A Confederação<br />
manifestou-se contra a<br />
hipótese de estabelecer<br />
um corte nos subsídios<br />
no setor privado<br />
FINANCIAMENTO<br />
Acesso “não é apenas um<br />
problema de tesouraria e<br />
de gestão corrente”<br />
Para a CAP, o Governo tem vindo<br />
a demonstrar o seu empenho na redução<br />
do défice e o país está a cumprir<br />
os compromissos que assumiu<br />
no quadro do referido programa de<br />
assistência. Perante as dificuldades<br />
acrescidas no cumprimento da meta<br />
do défice estabelecida para este ano,<br />
a Confederação considera que a solução<br />
para esse problema terá de ser<br />
encontrada através da redução da<br />
despesa e não pela imposição de novas<br />
medidas de austeridade ou pelo<br />
aumento de impostos, sob pena de<br />
termos de enfrentar uma situação<br />
dramática, com um abrandamento<br />
brutal da economia e um agravamento<br />
do desemprego.<br />
A Confederação manifestou-se contra<br />
a hipótese de estabelecer um corte<br />
do subsídio de natal ou do subsídio<br />
de férias dos trabalhadores do setor<br />
privado, uma vez que, além de não<br />
diminuir a despesa do Estado, possui<br />
um potencial acrescido de reduzir<br />
ainda mais as suas receitas, ao contribuir<br />
para agravar a queda do consumo<br />
interno e a situação das empresas que<br />
dele carecem para subsistir.<br />
No que concerne às questões setoriais,<br />
a CAP frisou que o aumento<br />
das exportações e do investimento<br />
que tem vindo a verificar-se no setor<br />
agrícola está neste momento em risco.<br />
Com efeito, se a um ano conjunturalmente<br />
difícil para a agricultura<br />
portuguesa, tendo em conta a seca<br />
que ainda subsiste, acrescentarmos<br />
uma eventual não resolução do problema<br />
de acesso ao crédito por parte<br />
das empresas agrícolas, assim como<br />
por parte de todo o setor produtivo<br />
nacional, o risco de perdermos o contributo<br />
que a agricultura está a dar ao<br />
aumento das exportações é francamente<br />
considerável.<br />
Com efeito, o acesso ao crédito<br />
pelos empresários agrícolas não é<br />
Senda selecionada para obra no Qatar<br />
A Senda foi escolhida para equipar uma importante obra em<br />
Doha, no Qatar, o novo complexo desportivo com a designação<br />
Lekhwiya, numa área total de quase 20 mil m2. Numa fase<br />
inicial, caberá à empresa fornecer todos os sanitários em aço<br />
inoxidável e acessórios de casa de banho para o estádio oficial<br />
daquele clube.<br />
apenas um problema de tesouraria<br />
e de gestão corrente dos negócios, é<br />
fundamental para que os agricultores<br />
invistam e esgotem a aplicação dos<br />
fundos do Proder. A eventualidade<br />
de não existir crédito disponível, em<br />
volume e em juro compatível com<br />
as necessidades, compromete a recuperação<br />
da agricultura, tendo em<br />
conta que se trata de um setor com<br />
investimentos a longo prazo, os quais<br />
não suportam a persistência de uma<br />
situação de inacessibilidade de crédito<br />
e de taxas de juro extremamente<br />
elevadas.<br />
Para além disso, a CAP considera<br />
que o Estado português terá de<br />
criar mecanismos internos de controlo<br />
dos custos dos combustíveis<br />
e da energia, fatores cruciais para a<br />
produção agrícola, e ter em conta<br />
que o aumento das taxas camarárias,<br />
nomeadamente para o máximo legal<br />
em cerca de cem municípios sujeitos<br />
ao programa de desendividamento,<br />
constitui na prática já um aumento<br />
de impostos.<br />
A Confederação chamou ainda a<br />
atenção para a necessidade de ser implementado<br />
um sistema de seguros<br />
agrícolas eficaz, nomeadamente tendo<br />
em conta que existe uma diretiva<br />
comunitária nesse sentido. Assim, o<br />
Governo deverá retomar o quanto<br />
antes a reformulação do sistema de<br />
seguros, no sentido de evitar novas<br />
comparticipações e apoios do Estado<br />
em caso de calamidade, o que na actual<br />
conjuntura financeira poderá vir<br />
a revelar-se particularmente comprometedor<br />
para o país.<br />
que reforçar as suas opções no exterior<br />
A nova economia<br />
aberta<br />
A aposta, que nos últimos anos se tem consolidado,<br />
de reforço de uma “nova economia aberta” constitui a<br />
melhor evidência do impacto que a “partilha permanente<br />
do conhecimento” tem que ter na construção duma<br />
plataforma social mais competitiva mas seguramente<br />
mais coesa do ponto de vista social e humano. Apostar<br />
numa nova economia aberta é, desta forma, um ato de<br />
primazia à inovação e conhecimento, mas sem esquecer<br />
a capacidade inclusiva que as novas tecnologias têm que<br />
saber propiciar a uma sociedade cada vez mais complexa.<br />
Não se pode conceber o desígnio estratégico da<br />
competitividade sem atender à dimensão essencial<br />
da coesão social, fator central do equilíbrio do<br />
desenvolvimento e da justiça entre os diferentes<br />
segmentos da sociedade civil. Quando se fala da “nova<br />
economia aberta”, mais do que relevar a novidade que<br />
os instrumentos da informação e do conhecimento<br />
protagonizam em termos de qualidade, eficácia e<br />
modernidade, o que está claramente em jogo é a<br />
capacidade de renovar através deste novo paradigma a<br />
“sociedade global” que Karl Popper tanto defendeu na<br />
sua intervenção política.<br />
A afirmação de Portugal em economia aberta constitui<br />
um claro desafio a um compromisso mais do que<br />
necessário entre competitividade e coesão social, voltado<br />
para os desafios estratégicos que se colocam à região.<br />
Importa, no quadro da evolução global de Habermas,<br />
reforçar a identidade dos territórios e das organizações.<br />
A força estratégica da História e de “marcas centrais”<br />
como os oceanos para a marketização internacional da<br />
região é um ativo consolidado e através da viagem ao<br />
longo do país isso aparece-nos reforçado. Trata-se de<br />
fazer da identidade um fator de diferenciação qualitativa<br />
estratégica numa rede global que valoriza cada vez mais<br />
estes novos ativos.<br />
No quadro competitivo da nova economia aberta,<br />
Portugal tem que passar a integrar efetivamente as<br />
redes internacionais de excelência e competitividade.<br />
Só sobrevive ao desafio global quem souber consolidar<br />
mecanismos de sustentabilidade estratégica de valor e<br />
aqui os atores do conhecimento no nosso território têm<br />
que apresentar dinâmicas de posicionamento. O jogo<br />
da nova economia aberta implica dominar o paradigma<br />
da Informação. Na sociedade aberta do conhecimento,<br />
o jogo da informação é central na consolidação de<br />
plataformas de competitividade e na melhoria dos<br />
padrões de coesão social.<br />
Na nova economia aberta, o investimento é a porta<br />
do futuro. Não o investimento a qualquer preço.<br />
O investimento no conhecimento, nas pessoas, na<br />
diferença. Um ato de qualificação positiva, mas de clara<br />
universalização. É essa a mensagem da aposta no terreno.<br />
Quando se consolida o trabalho de cooperação ao longo<br />
da região, envolvendo tudo e todos, está-se claramente<br />
a fazer Investimento no futuro do território. A fazer das<br />
pessoas verdadeiros atores do conhecimento capazes de<br />
agarrar o complexo desafio das redes do futuro, onde a<br />
Inovação se assume como um acelerador de mudança.<br />
Projetar o futuro através da nova economia aberta é<br />
um ato de mudança. Construir plataformas de excelência<br />
e competitividade ao longo da região é dar um sinal<br />
positivo perante os novos desafios. Não a qualquer preço.<br />
Com as pessoas. Para as pessoas. A competitividade que<br />
a nova economia aberta implica não pode ser construída<br />
a qualquer preço. Deve-se assumir como um verdadeiro<br />
compromisso que a sociedade portuguesa assume com o<br />
futuro que é já hoje.