Sage 2012 It's Easy! - Vida Económica
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40 SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong><br />
MERCADOS<br />
Governo cria novos produtos de poupança<br />
O Governo está a estudar a criação de novos produtos de poupança,<br />
depois de já ter decidido aumentar a remuneração dos certificados<br />
de aforro. “O Governo tem constatado o desinteresse gradual<br />
dos aforradores relativamente aos instrumentos de poupança de<br />
retalho emitidos pelo Estado”, refere o Ministério das Finanças em<br />
comunicado.<br />
CORRETORA CONSTITUIU HABITUAIS CARTEIRAS DE INVESTIMENTO PARA A “VIDA ECONÓMICA”<br />
AQUILES PINTO<br />
aquilespinto@vidaeconomica.pt<br />
A Fincor continua “moderadamente<br />
otimista” para os mercados em setembro<br />
e foi com base nesse facto que desenhou<br />
para a “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>” as habituais<br />
carteiras de investimento orientadas<br />
para dois perfis de risco distintos, um<br />
conservador e um agressivo. “É importante<br />
sublinhar que, em ambos os casos,<br />
a carteira está bastante diversificada por<br />
classes e tipos de ativos e por regiões de<br />
investimento”, disse à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”<br />
José Sarmento, analista de mercados da<br />
corretora.<br />
A mesma fonte recorda que agosto foi<br />
“um mês marcado pela possibilidade de<br />
que Espanha venha a pedir um resgate<br />
para o seu sector público, mais uma<br />
época de resultados em que as empresas<br />
norte-americanas superaram pela positiva<br />
as expectativas dos mercados e bons<br />
dados económicos vindos dos EUA, com<br />
destaque para o emprego e o setor imobiliário,<br />
pondo em causa os analistas que<br />
dizem que o país estará a viver um período<br />
de abrandamento económico”. Em<br />
relação a setembro, José Sarmento refere<br />
que “deverá ficar marcado na Zona Euro<br />
pela nova visita da “troika” à Grécia onde<br />
serão dados mais sinais sobre a possibilidade<br />
da continuidade do país na região,<br />
e a auditoria ao setor bancário espanhol<br />
onde serão reveladas as suas necessida-<br />
Nos primeiros anos da vida do euro, muitos<br />
bancos centrais começaram a diversificar a<br />
composição das suas reservas internacionais,<br />
aumentando a exposição a ativos em euros<br />
(moeda e obrigações de governos da Zona<br />
Euro) e reduzindo exposição a ativos<br />
denominados na moeda tradicionalmente<br />
utilizada até então – o dólar americano.<br />
Nessa altura, acreditava-se que o euro<br />
poderia vir a ser uma moeda forte e uma<br />
alternativa real à moeda americana, não<br />
apenas em termos cambiais mas também<br />
pela remuneração comparativa entre as duas<br />
moedas (até agora, em 13 anos e meio de vida,<br />
o euro teve uma cotação mais fraca que o dólar<br />
em somente três desses anos, tendo a moeda<br />
única possibilitado taxas de remuneração mais<br />
atrativas em oito desses anos).<br />
des de capital, ficando assim definido o<br />
montante necessário para resgatar o sector”.<br />
“Deveremos ainda estar atentos às<br />
reuniões dos vários bancos centrais, com<br />
o ECB e o FED em destaque. No caso do<br />
último, estaremos atentos a uma possível<br />
implementação do QE3. Na China, após<br />
o recente abrandamento do crescimento<br />
económico, os mercados esperam que sejam<br />
aplicadas novas medidas de estímulo<br />
à economia”, acrescenta.<br />
Petróleo e ouro são alvos<br />
Foi, como já referido, com base naquela<br />
perspetiva que a Fincor constituiu as duas<br />
carteiras. “Em obrigações, continuamos a<br />
destacar a nossa escolha em Blue Chips<br />
de países sob pressão na Zona Euro, neste<br />
caso a Sonae, EDP, Santander e Unicredit.<br />
Continuamos a investir em petróleo,<br />
à medida que aumenta a possibilidade<br />
de um conflito no Médio Oriente, e em<br />
ouro, uma vez que este deverá ser mais<br />
um mês marcado pela implementação de<br />
novas medidas de estímulo económico<br />
por vários bancos centrais. Em ações, o<br />
Brasil continua a ser a nossa escolha em<br />
mercados emergentes. Pretendemos também<br />
investir no EuroStoxx50. Nas ações,<br />
destacamos a nossa escolha de Portugal, a<br />
Zon, que se encontra a negociar com um<br />
elevado desconto e com uma possibilidade<br />
de upside a acontecer uma fusão com a<br />
Sonaecom”, remata José Sarmento.<br />
Kamikaze à moda europeia?<br />
Logicamente, os bancos centrais também<br />
estavam confortáveis com a relativa solidez<br />
das economias europeias, não apenas das<br />
mais fortes (por exemplo, Portugal entrou<br />
no Euro com o rating da S&P situado<br />
nove níveis acima do rating atual, com<br />
a qualidade da dívida classificada como<br />
elevada).<br />
Sendo a remuneração das reservas<br />
internacionais uma fonte de geração de<br />
receitas, será interessante verificarmos o<br />
que aconteceu às reservas do banco central<br />
australiano quando as taxas de juro do<br />
Japão começaram a descer acentuadamente<br />
(para níveis abaixo de 1% em 1995, tendo<br />
iniciado a sua aproximação ao nível de 0% a<br />
partir do ano 2000).<br />
Na década de 90, a distribuição habitual<br />
Cofina com lucros de 646 mil euros<br />
A Cofina obteve um resultado líquido de 646 mil euros, no primeiro semestre, contra perdas de<br />
0,4 milhões em igual período do ano passado. As receitas operacionais ascenderam a 56 milhões de<br />
euros, menos 9,9%, em termos homólogos. O EBITDA desceu dois milhões de euros, para sete milhões.<br />
“As medidas de controlo e racionalização de custos que têm sido adoptadas pela Cofina permitiram<br />
acomodar, ao nível do EBITDA, uma parte das quebras registadas nas receitas”, refere a<br />
empresa em comunicado. A dívida era de 80,2 milhões de euros no final do primeiro semestre.<br />
Fincor “moderadamente<br />
otimista” para setembro<br />
Classe Activos conservador agressivo ISIN<br />
Liquidez 0.0% 0.0%<br />
Obrigações 50.0% 25.0%<br />
Obrigações Soberanas a 10 Anos Itália 10.0% 5.0% IT0004801541<br />
Obrigações Sonae 2015 10.0% 5.0% PTSONGOE0009<br />
Obrigações EDP 2016 10.0% 5.0% XS0256997007<br />
Obrigações Santander 2 017 10.0% 5.0% XS0759014375<br />
Obrigações Unicredit 2016 10.0% 5.0% IT0004644602<br />
Forex 5.0% 5.0%<br />
Euro/Dólar 5.0% 5.0% CFD<br />
Commodities 20.0% 15.0%<br />
WTI Oil 10.0% 10.0% CFD<br />
Gold 10.0% 5.0% CFD<br />
Acções 25.0% 55.0%<br />
iShares MSCI Brazil Index Fund 5.0% 10.0% US4642864007<br />
Lyxor ETF Euro Stoxx 50 5.0% 7.5% FR0007054358<br />
Volkswagen 2.5% 7.5% DE0007664039<br />
Apple 2.5% 7.5% US0378331005<br />
Coca-Cola 2.5% 7.5% US1912161007<br />
AstraZeneca 2.5% 7.5% GB0009895292<br />
Zon 5.0% 7.5% PTZONAM0006<br />
TOTAL 100% 100%<br />
Carteiras elaboradas pelo departamento de research da Fincor em 20-08-<strong>2012</strong><br />
NOTA: Por lapso, na edição anterior da “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>” publicámos um artigo sobre<br />
a performance da Fincor nas transações sobre ações até julho e não a peça que agora<br />
publicamos como apoio à tabela (a qual voltamos a publicar nesta edição) com as<br />
carteiras construídas pela corretora. À Fincor e aos leitores, o nosso pedido de desculpa.<br />
RUI CORREIA<br />
Diretor da Sala de Mercados do Barclays<br />
das reservas deste banco central era de<br />
40% em dólares americanos, 30% em<br />
ienes japoneses sendo o remanescente<br />
composto pelas diversas moedas europeias.<br />
Dadas as baixas taxas de remuneração dos<br />
ativos japoneses, em 2000 o banco central<br />
australiano decide alterar radicalmente a<br />
composição do portfólio… O peso dos ienes<br />
caiu para 10%, tendo o peso dos dólares e<br />
do euro aumentado cada um para 45%.<br />
Como é lógico, a remuneração das reservas<br />
é ainda mais importante para os países com<br />
economias pequenas à escala mundial, não<br />
sendo este o caso da Austrália (umas das<br />
principais 20 economias globais). Mas se as<br />
pequenas economias seguirem este exemplo<br />
nos tempos atuais, numa altura em que o<br />
BCE alterou a taxa de juro da facilidade<br />
permanente de depósito para o nível de 0%<br />
(na reunião do passado mês de julho), que<br />
efeitos poderíamos ter a nível europeu?<br />
Terão os bancos centrais deixado de<br />
investir em obrigações alemãs (mais<br />
“seguras” mas com remuneração mínima)<br />
para investir em obrigações portuguesas<br />
ou espanholas (menos “seguras” mas com<br />
potenciais retornos interessantes), mas<br />
mantiveram a percentagem de exposição<br />
a ativos europeus? Ou será que reduziram<br />
o peso do investimento em euros na<br />
composição do seu portfólio e estão a<br />
investir em ativos denominados noutras<br />
moedas? A queda da cotação cambial do<br />
euro contra a generalidade das principais<br />
moedas poderá também estar relacionada<br />
com este facto…