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Sage 2012 It's Easy! - Vida Económica

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Nº 1458 / 7 de setembro de <strong>2012</strong> / Semanal / Portugal Continental 2,20 J<br />

EMÍLIA O. VIEIRA<br />

Investir é uma maratona,<br />

não um sprint<br />

Pág. 37<br />

A NOSSA ANÁLISE<br />

Depósito<br />

a dois anos<br />

do BES<br />

remunera a 4% Pág. 41<br />

APROLEP<br />

Produtores<br />

de leite exigem<br />

índice de referência<br />

de preços<br />

SUPLEMENTO APROSE<br />

Pág. 3<br />

Portugueses procuram<br />

cartões de desconto<br />

para acesso a cuidados<br />

de saúde privados<br />

9 720972 000037<br />

01458<br />

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ANTÓNIO GUERREIRO, PRESIDENTE DO BANCO FINANTIA, AFIRMA<br />

“Solidez fi nanceira da banca portuguesa<br />

tem vindo sempre a aumentar”<br />

FISCALIDADE<br />

Regime dos residentes não<br />

habituais alvo de simplifi cação<br />

Pág. 25<br />

NOVAS EXIGÊNCIAS LEGAIS VÃO AGRAVAR<br />

DIFICULDADES DAS PME<br />

FATURAS<br />

PASSAM A SER<br />

OBRIGATÓRIAS<br />

EM TODAS AS<br />

TRANSAÇÕES Págs.<br />

4 e 5<br />

Págs. 38 e 39<br />

DIRECTOR<br />

João Peixoto de Sousa<br />

www.vidaeconomica.pt<br />

QREN<br />

Governo e municípios<br />

gerem 250 milhões<br />

Pág. 36<br />

NUNO GUERRA SANTOS (ACCENTURE) AFIRMA<br />

Centro de<br />

Conferência<br />

de Faturas aumenta<br />

efi ciência dos<br />

serviços públicos<br />

As receitas e documentos de despesa do Serviço<br />

Nacional de Saúde são verifi cados no Centro de<br />

Conferência de Faturas, na Maia, por uma equipa<br />

de cerca de 200 pessoas.<br />

Págs. 6 e 7<br />

O AVISO É DA KASPERSKY<br />

PME devem ter mais<br />

cuidado ao basear negócio<br />

na Internet<br />

Págs. 30 e 31<br />

REUNIÃO<br />

CAP sugere redução da despesa<br />

pública à “troika”<br />

Pág. 12<br />

<strong>Sage</strong> <strong>2012</strong> It’s <strong>Easy</strong>!<br />

Conheça a Solução de Gestão onde só Paga o que Usa.<br />

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2 SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong><br />

ABERTURA<br />

Nesta edição<br />

03 Atualidade<br />

Produtores de leite<br />

exigem criação de um índice<br />

de referência de preços<br />

FEPICOP ...................Pág. 11<br />

Setor da construção perde 90<br />

empregos por hora<br />

CAP ......................... Pág. 12<br />

Confederação sugere<br />

redução da despesa pública à<br />

“troika”<br />

Sáude ...................... Pág. 14<br />

Gestores hospitalares que não<br />

cumprem objetivos devem ser<br />

demitidos<br />

Humor económico<br />

Causas do dia-a-dia<br />

Os incêndios deste verão não destruíram<br />

apenas mato, pinheiros, eucaliptos e outra<br />

vegetação. Quem se quedar por estes aspetos,<br />

mesmo considerando alguns danos pessoais<br />

e a vida, até, de alguns que o fogo levou não<br />

verá senão a espuma da vida. É que o país<br />

também está a arder, ora em lume brando,<br />

ora em altas labaredas.<br />

As chamas alastram por montes e vales<br />

abandonados onde os homens desistiram de<br />

viver. Abandonada a cultura dos campos,<br />

o tratamento da floresta, a reprodução do<br />

gado, não ficaram horizontes de sobrevivência<br />

nesses espaços. Ninguém sabe o destino que<br />

lhes caberá e, pior, ninguém se preocupa com<br />

esse futuro.<br />

Portugal vai ardendo nestes fogos florestais<br />

mas, também, com eles, no mais fundo da<br />

sua identidade. Os fogos destroem a natureza<br />

física, mas, também, outros destroem as<br />

esperanças de qualquer futuro para a nossa<br />

Pátria. Fecham hospitais, escolas, tribunais e<br />

desaparecem outros serviços públicos na base<br />

de critérios financeiros muito discutíveis e de<br />

critérios políticos deprimentes. É onde menos<br />

se justifica que mais precisa é a presença do<br />

Estado, se não for por outras razões – que<br />

06 Atualidade<br />

Centro de conferência<br />

de faturas aumenta eficiência<br />

dos serviços públicos<br />

Mercer Consulting . Pág. 18<br />

Fundos de pensões ganharam<br />

quase 5% em sete meses<br />

SEDES ..................... Pág. 21<br />

Associação promove<br />

melhores práticas de recursos<br />

humanos<br />

TNS ......................... Pág. 22<br />

Portugueses têm utilização<br />

menos sofisticada do<br />

telemóvel<br />

08 Atualidade<br />

Crise complica<br />

aprovação do orçamento<br />

comunitário<br />

CBRE ....................... Pág. 27<br />

Reino Unido e França são<br />

mercados mais atrativos para<br />

investimento imobiliário<br />

Associativismo ....... Pág. 32<br />

Proteção de marcas<br />

portuguesas no estrangeiro<br />

aumenta 12% ao ano<br />

Em Foco .................. Pág. 36<br />

Governo e municípios gerem<br />

cerca de 250 milhões do QREN<br />

EDITOR E PROPRIETÁRIO <strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> Editorial, SA DIRETOR João Peixoto de Sousa COORDENADORES EDIÇÃO João Luís de Sousa e Albano Melo<br />

REDAÇÃO Virgílio Ferreira (Chefe de Redação), Adérito Bandeira, Alexandra Costa, Ana Santos Gomes, Aquiles Pinto, Fernanda Teixeira, Guilherme<br />

Osswald, Marta Araújo, Rute Barreira, Sandra Ribeiro e Susana Marvão; E-mail agenda@vidaeconomica.pt; PAGINAÇÃO Célia César, Flávia<br />

Leitão, José Barbosa e Mário Almeida; PUBLICIDADE PORTO <br />

PUBLICIDADE LISBOA <br />

publicidade@vidaeconomica.pt; ASSINATURAS IMPRESSÃO Naveprinter, SA - Porto<br />

DISTRIBUIÇÃO <br />

ANTÓNIO VILAR ADVOGADO<br />

antonio.vilar@avlc-advogados.com<br />

E tudo o fogo levou<br />

Apagar incêndios é amortalhar a vida. Na floresta como na política.<br />

Nada se constrói nas cinzas, ainda que nelas medrem muitos e grandes interesses.<br />

são fortes – pela ideia simples de que é<br />

preciso que a política sinalize os caminhos do<br />

futuro. E estes vão passar, mais cedo ou mais<br />

tarde, pelo país real, de Bragança a Sagres,<br />

da Figueira da Foz a Vilar Formoso, e, não,<br />

pelo desditoso centralismo gerido a partir<br />

da capital do que foi um império mas já<br />

deixou de o ser há muito. E ninguém ainda o<br />

percebeu.<br />

O tempo presente é vivido sobre o<br />

“império do efémero” (Gilles Lipoversky) e da<br />

apoteose do presente, ignorando-se o passado<br />

e descuidando-se o futuro. Só vale o que<br />

gratifica imediatamente. A urgência comanda<br />

a vida que está nas mãos dos interesses de<br />

mercados financeiros globais e já quase não<br />

nos pertence. Na política isto expressa-se<br />

no oportunismo das decisões baseado na<br />

ideologia do curto termo. A urgência e a<br />

exceção têm prioridade sobre tudo e sobre<br />

todos e os cidadãos silenciosos, sobretudo<br />

até anestesiados pelo medo, já são meros<br />

figurantes num filme que não é deles, nem<br />

para eles.<br />

Apagar incêndios é amortalhar a vida. Na<br />

floresta como na política. Nada se constrói<br />

nas cinzas, ainda que nelas medrem muitos e<br />

grandes interesses.<br />

Quanto custaria ao erário público prever<br />

e prevenir as catastróficas ignições de cada<br />

verão? E quanto custa combater os fogos?<br />

Uma nação digna faria contas, mas a honra<br />

escasseia no seio do poder. A honra e a<br />

competência, porque, extinto o fogo (e alguns<br />

fogos fátuos), a verdade é que se torna claro<br />

que é a mediocridade gananciosa que nos<br />

governa em conluio com agiotas globais.<br />

É uma dor de alma ver partir para a<br />

diáspora tantos dos melhores deste país<br />

– e que tanto dinheiro nos custou para se<br />

formarem – e, outros, que ainda vão ficando,<br />

serem ostracizados pelo simples facto de<br />

terem ideias e saber mas não terem um<br />

qualquer cartão partidário!<br />

O fogo tudo leva.<br />

O quotidiano de austeridade sem sentido<br />

e sem esperança em que vivemos é um mero<br />

jogo de fortuna e azar. Eu quero uma Lei<br />

eleitoral autárquica só para mim!... e eu quero<br />

vender a RTP ao Eduardo dos Santos…<br />

eu tenho que sair do ministério às 5 h para<br />

acompanhar (à socapa) o meu escritório…<br />

Com estes filhos da nação, não haverá<br />

nação que resista.<br />

Imprensa<br />

EM REVISTA<br />

LES ECHOS<br />

Espanha aglutina<br />

um quarto do<br />

desemprego<br />

destruído na OCDE<br />

Os empregos eliminados<br />

em Espanha, desde<br />

o início da crise,<br />

representam mais da<br />

quarta parte do total dos<br />

33 países da OCDE. Uma<br />

proporção só superada<br />

pelos Estados Unidos,<br />

de acordo com aquela<br />

organização.<br />

Para retornar ao nível<br />

de desemprego do<br />

quarto trimestre de<br />

2007 – antes do início<br />

da crise – a Espanha<br />

terá de criar perto de 2,8<br />

milhões de postos de<br />

trabalho para a população<br />

na faixa etária dos 15<br />

aos 64 anos, sendo<br />

que a OCDE precisa de<br />

quase 10,6 milhões. Aos<br />

Estados Unidos caberá<br />

criar 8 milhões de postos<br />

de trabalho. Em julho,<br />

a taxa de desemprego<br />

espanhola ascendia a<br />

24,3% da população<br />

ativa.<br />

FINANCIAL TIMES<br />

Reino Unido rejeita<br />

quotas para as<br />

mulheres<br />

O Reino Unido já revelou<br />

a sua posição contrária<br />

à proposta de Bruxelas<br />

para impor uma quota<br />

de 40% de mulheres na<br />

MEMBRO DA EUROPEAN<br />

BUSINESS PRESS<br />

TIRAGEM CONTROLADA<br />

<br />

administração de grandes<br />

empresas. Mais dez<br />

países estão a ponderar<br />

juntar-se aos britânicos<br />

nesta contestação.<br />

Considera o Reino Unido<br />

que os vários países têm<br />

a decorrer programas no<br />

sentido de mais mulheres<br />

acederem a lugares<br />

de chefia, tratando-se<br />

de a proposta de uma<br />

ingerência nas políticas<br />

nacionais e no mercado<br />

laboral. Bruxelas deverá<br />

apresentar legislação<br />

sobre a matéria no mês<br />

que vem. O Reino Unido,<br />

por si só, não conseguirá<br />

vetar a proposta<br />

legislativa.<br />

LES ECHOS<br />

Crescimento chinês<br />

atingiu 9,3% no ano<br />

passado<br />

O PIB chinês registou<br />

uma progressão de<br />

9,3%, no ano passado,<br />

mais 0,1% do que as<br />

estimativas iniciais. O<br />

aumento ficou a deverse,<br />

sobretudo, ao setor<br />

dos serviços, com um<br />

acréscimo de 9,4%, no<br />

exercício em análise.<br />

Este é um valor que<br />

revela o papel cada vez<br />

mais importante no<br />

comércio internacional<br />

por parte da segunda<br />

mais economia do<br />

mundo. As empresas<br />

representavam mais<br />

de 43% do PIB, no ano<br />

passado. Ainda assim,<br />

bastante abaixo dos<br />

Estados Unidos, país<br />

em que o setor tem um<br />

peso de cerca de 90% da<br />

produção.<br />

TIRAGEM DESTA EDIÇÃO<br />

<br />

4000 Município (Porto)<br />

TAXA PAGA<br />

R <br />

<br />

<br />

<br />

Top da semana<br />

PAULO NÚNCIO<br />

O secretário de Estado<br />

dos Assuntos Fiscais,<br />

Paulo Núncio, tem<br />

assumido um papel cada vez mais<br />

relevante na governação. É agora<br />

a figura em destaque quando se<br />

trata de anunciar novas medidas<br />

ou responder a dúvidas de caráter<br />

técnico. Parece ter garantida uma<br />

maior autonomia e já revelou que<br />

pretende aumentar a competitividade<br />

fiscal. Também está apostado em<br />

simplificar os processos fiscais e<br />

tornar a fiscalidade mais acessível<br />

aos contribuintes.<br />

JOÃO SALGUEIRO<br />

João Salgueiro continua<br />

a ser uma figura<br />

incontornável entre os<br />

“opinion makers”. As suas ideias<br />

e os seus conselhos ainda são<br />

ouvidos. Com regularidade aparece<br />

a colocar as “cartas na mesa”. Tem<br />

razão – e está de acordo com a<br />

sua linha de pensamento – quando<br />

afirma que Portugal tem de cumprir<br />

o programa imposto pela “troika”<br />

e que o inverso terá graves<br />

consequências a todos os níveis.<br />

Ou seja, há medidas que têm de<br />

ser colocadas, efetivamente, em<br />

prática, sendo essencial apresentar<br />

resultados o mais rapidamente<br />

possível.<br />

ÁLVARO SANTOS PEREIRA<br />

O ministro da Economia é<br />

uma carta quase fora do<br />

baralho. A acontecer uma<br />

remodelação, não restam dúvidas<br />

que será um dos escolhidos a<br />

abandonar o cargo. A realidade<br />

é que os resultados económicos<br />

não dão sinais evidentes de<br />

recuperação. Ainda que não seja<br />

sua culpa exclusiva, o desemprego<br />

tornou-se um verdadeiro flagelo.<br />

A subida do desemprego jovem<br />

duplicou o crescimento médio<br />

verificado na OCDE. E não restam<br />

dúvidas de que há dinheiro a ser<br />

desperdiçado, quando deveria ser<br />

canalizado para a economia real.<br />

Não há uma estratégia económica<br />

claramente definida.


A APROLEP, Associação dos<br />

Produtores de Leite de Portugal,<br />

teme pela extinção da produção<br />

de leite no país. “Nas condições<br />

atuais, e se não houver uma<br />

inversão das condições e do<br />

preço pago aos produtores, é um<br />

risco de médio/longo prazo”,<br />

avisa Carlos Neves, presidente<br />

da associação, em declarações<br />

à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”. Uma<br />

das soluções para travar este<br />

processo é a criação, como está<br />

a ser feito em Espanha, de um<br />

“índice de referência de preços<br />

das matérias-primas e dos custos<br />

de produção”, que permita<br />

“mais transparência” e “dar uma<br />

indicação negocial aos operadores<br />

do setor”. Aguardam, agora,<br />

pela resposta do Ministério da<br />

Agricultura.<br />

TERESA SILVEIRA<br />

teresasilveira@vidaeconomica.pt<br />

SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong> 3<br />

ATUALIDADE<br />

Apesar da promessa de Assunção Cristas,<br />

ministra da Agricultura, de que o Governo<br />

está a recolher junto das entidades do setor<br />

propostas para novas regras de regulação<br />

do mercado do leite, “nomeadamente ao<br />

nível dos contratos entre produção, indústria<br />

e distribuição” e que em setembro deverá<br />

apresentar medidas legislativas a este<br />

nível, a situação dos produtores de leite no<br />

Continente piora de dia para dia.<br />

E nem o novo concurso para a reestruturação<br />

e modernização do setor do leite,<br />

lançado em junho, no âmbito do PRO-<br />

DER (Programa de Desenvolvimento Rural<br />

2007-2013), consegue, no imediato,<br />

salvar a situação. O que pode pôr em causa<br />

o abastecimento à indústria de laticínios,<br />

cujo futuro, lembra a APROLEP, “depende<br />

do abastecimento regular de leite em<br />

quantidade e qualidade”.<br />

RAÇÕES<br />

“A soja, um dos principais<br />

componentes da alimentação<br />

das vacas leiteiras,<br />

quase duplicou o preço”<br />

“A maioria dos produtores de leite portugueses<br />

foi já informada da baixa de mais<br />

um cêntimo por litro de leite vendido à<br />

indústria a partir de um de setembro”. Aliás,<br />

olhando para este ano, “o preço do leite<br />

pago ao produtor desceu entre 2,5 cêntimos<br />

e 4,5 cêntimos por litro desde o início<br />

de <strong>2012</strong>”, revela a APROLEP à “<strong>Vida</strong><br />

<strong>Económica</strong>”. Descidas que representam<br />

“uma quebra de receita na ordem dos 10%<br />

a 15%, acrescentam.<br />

Em sentido inverso, “muitos produtores<br />

tomaram conhecimento da subida de dois<br />

cêntimos por quilo de ração para alimentação<br />

dos animais para o mesmo mês”, revelou<br />

a mesma fonte, lamentando que se<br />

tenham confirmado “as piores expectativas<br />

para os produtores”.<br />

A soja, por exemplo, um dos principais<br />

componentes da alimentação das vacas leiteiras,<br />

quase duplicou o preço e está, neste<br />

momento, a 56 cêntimos por quilo, refere<br />

Carlos Neves à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”, temendo<br />

“mais subidas em setembro devido<br />

à seca nos Estados Unidos da América e<br />

na Rússia”. Não falando já nos preços do<br />

gasóleo, que “bateram sucessivos recordes.<br />

Problemas de que também fala a FE-<br />

NALAC (Federação Nacional das Cooperativas<br />

de Leite e Lacticínios), que, em<br />

comunicado, lembra “a situação económica,<br />

financeira e social do país”, que “tem<br />

conduzido a sérios constrangimentos no<br />

rendimento das famílias e na consequente<br />

retração das quantidades consumidas, afetando<br />

também o segmento lácteo, além de<br />

que se assiste uma transferência da opção<br />

de compra para as gamas mais acessíveis”.<br />

Sonae abre seis lojas em Lamego<br />

e cria 174 postos de trabalho<br />

A Sonae inaugurou a Galeria Comercial Continente Modelo de<br />

Lamego, cujo projeto inclui uma loja Continente Modelo e uma<br />

zona de galeria comercial com cinco novas lojas das insígnias Sonae:<br />

Worten, Sport Zone, Modalfa, Well’s e Bom Bocado. Resultado de<br />

um investimento de 10 milhões de euros, a inauguração representa<br />

a criação de 174 novos postos de trabalho diretos nas seis lojas.<br />

Produtores de leite exigem criação<br />

de um índice de referência de preços<br />

Preços médios mensais pagos pela indústria<br />

à produção em <strong>2012</strong> – CONTINENTE<br />

Mês EUR / Kg<br />

Leite Adquirido a Produtores Individuais<br />

Teor médio<br />

de Mat. Gorda (%)<br />

Capoulas Santos<br />

quer “derrogações<br />

à lei da concorrência”<br />

Teor Proteico<br />

(%)<br />

Janeiro 0.324 3.81 3.26<br />

Fevereiro 0.322 3.83 3.25<br />

Março 0.315 3.74 3.25<br />

Abril 0.318 3.75 3.24<br />

Maio 0.312 3.71 3.21<br />

Junho 0.294 3.66 3.18<br />

Fonte: Gabinete de Planeamento e Políticas (GPP) do Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento<br />

do Território (MAMAOT).<br />

Contactado pela “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”, o<br />

eurodeputado português Luís Capoulas<br />

Santos diz-se “inconformado com a inação<br />

das instâncias europeias perante o cenário<br />

de crise que atravessa o setor leiteiro, particularmente<br />

em Portugal”.<br />

Numa declaração enviada à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”,<br />

o também relator do Parlamento<br />

Europeu para alguns dos relatórios sobre<br />

a revisão da Política Agrícola Comum<br />

(PAC) disse que interpelou, a semana<br />

passada, por escrito a Comissão Europeia<br />

“sobre que ações esta pretende empreender<br />

neste contexto”. E afirmou que os decisores<br />

políticos “não podem permanecer indiferentes”.<br />

Na missiva enviada à Comissão, refere<br />

Capoulas Santos, foi dito que “defende<br />

uma adequada regulação do mercado do<br />

leite para que seja possível garantir preços<br />

à produção minimamente remuneradores”.<br />

E admitiu “ser necessário prever derrogações<br />

à lei da concorrência, de forma a<br />

ter em conta a especificidade da atividade<br />

agrícola, tal como reconhecida nos termos<br />

da legislação comunitária”.<br />

Portugal Fresh<br />

na Asia Fruit<br />

Logística<br />

TERESA SILVEIRA<br />

teresasilveira@vidaeconomica.pt<br />

Termina hoje (7) a Asia Fruit Logistica,<br />

em Hong Kong, a única feira na Ásia<br />

com foco exclusivo nas frutas e legumes e<br />

onde, pela primeira vez, a Portugal Fresh,<br />

Associação para a Promoção das Frutas,<br />

Legumes e Flores de Portugal, representou<br />

os produtores portugueses. A exemplo de<br />

outras participações conjuntas em Berlim,<br />

Madrid, Novi Sad (Sérvia), Marrocos e<br />

Copenhaga.<br />

Com esta missão ao Oriente, quis-se<br />

“abordar novos mercados, como resposta<br />

aos desafios que se apresentam às empresas<br />

do setor” e dado o facto das vendas no<br />

mercado interno estarem “a baixar”, fruto<br />

da conjuntura económica do país, explicou<br />

José Canha, dirigente da associação à<br />

“<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”.<br />

Na edição de 2011 da Asia Fruit Logistica,<br />

participaram 332 empresas de 33 países.<br />

Este ano, de acordo com a organização<br />

do certame, estiveram presentes em Hong<br />

Kong 350 expositores de 30 países.<br />

Sendo a China “um país em crescimento<br />

e com uma economia dinâmica”, esta<br />

ação da Portugal Fresh revelou-se “uma<br />

prospeção de mercado, com vista ao estabelecimento<br />

de pontes comerciais e ao<br />

fortalecimento da marca Portugal”, quer<br />

quanto ao fomento das exportações, quer<br />

com vista ao “estabelecimento de parcerias<br />

para investimento direto de empresas portuguesas”<br />

na região.<br />

“Os chineses querem apostar nas plantações<br />

de figo, ameixa e pêssego e nós temos<br />

o ‘know-how”, revela o dirigente da Portugal<br />

Fresh, adiantando que “já há contactos<br />

feitos” com a China que permitem olhar<br />

para o futuro próximo com “otimismo<br />

moderado”.<br />

Quanto às exportações de fruta para o<br />

Oriente, José Canha garante que os problemas<br />

logísticos e de transporte não são<br />

problema. Tudo é assegurado através de<br />

contentores frigoríficos e, no caso de pequenos<br />

frutos (amoras, por exemplo) ou<br />

das frutas ou dos legumes processados (IV<br />

gama), até já podem ser exportados por via<br />

aérea a “preços, nalguns casos, mais baratos<br />

do que para o Brasil”.<br />

Ainda este ano, a Portugal Fresh, que<br />

agrega 60 empresas do setor, organiza missões<br />

ao Brasil, a Madrid e uma missão inversa<br />

da América Latina.


4 SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong><br />

ATUALIDADE<br />

XV Encontro AECA este mês em Ofi r<br />

O Centro de Investigação em Contabilidade e Fiscalidade<br />

(CICF) do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave está<br />

a organizar o próximo Encontro AECA, que se realizará<br />

nos dias 20 e 21 de setembro, no Hotel Axis, em Ofi r<br />

(Esposende). Para além das sessões paralelas, onde os<br />

conferencistas poderão apresentar os seus trabalhos de<br />

investigação, estão previstas várias conferências e debates<br />

NOVAS EXIGÊNCIAS LEGAIS VÃO AGRAVAR DIFICULDADES DAS PME<br />

Faturas passam a ser obrigatórias<br />

O Governo decidiu<br />

tornar obrigatória a<br />

emissão de faturas em<br />

todas as transações<br />

comerciais, incluindo<br />

as compras frequentes<br />

de produtos de baixo<br />

valor. O novo regime é<br />

criado pelo Decreto-Lei<br />

nº 197/<strong>2012</strong>, de 24 de<br />

Agosto, entrando em<br />

aplicação a 1 de Janeiro.<br />

Acabam os documentos<br />

equivalentes, passando<br />

as faturas a ser exigidas<br />

em tudo, agravando a<br />

carga burocrática e as<br />

exigências legais a que<br />

estão sujeitas todas as<br />

empresas.<br />

A emissão de fatura<br />

passa a ser obrigatória<br />

para compras tão<br />

pequenas e banais como<br />

uma pastilha elástica<br />

por 10 cêntimos, ou<br />

de duas carcaças por<br />

24 cêntimos. As novas<br />

regras contemplam uma<br />

faturação simplifi cada<br />

para compras até<br />

J100, com requisitos<br />

exigentes, em particular,<br />

o registo diário de cada<br />

uma das transações com<br />

a descrição do produto e<br />

o respetivo preço.<br />

JOÃO LUÍS DE SOUSA<br />

jlsousa@vidaeconomica.pt<br />

A punição vai ser pesada para<br />

todas as infrações. Por exemplo,<br />

se a pastilha elástica de 10 cêntimos<br />

não for incluída na faturação,<br />

a coima terá um valor mínimo<br />

de J150 e um máximo de<br />

J3750. Mas os compradores que<br />

não peçam fatura nos casos em<br />

que a lei assim o obriga também<br />

são punidos com uma coima de<br />

J75 a J2000.<br />

As novas exigências legais vão<br />

obrigar todos os agentes económicos<br />

a adaptar até fi nal de Dezembro<br />

os seus sistemas de funcionamento<br />

e a sua contabilidade.<br />

Mudanças profundas<br />

no Código do IVA<br />

O artigo 29º do Código do<br />

IVA, que estabelece as obrigações<br />

gerais dos contribuintes em<br />

sobre o tema do Encontro: “Novos caminhos para a<br />

Europa: O papel das empresas e dos governos”.<br />

O evento vai reunir algumas das mais destacadas<br />

fi guras ibéricas nas áreas da contabilidade e<br />

administração, como Begoña Giner (IASB),<br />

António Domingues Azevedo (OTOC) e, entre<br />

outros, José Azevedo Rodrigues (OROC).<br />

As novas exigências<br />

legais vão obrigar<br />

todos os agentes<br />

económicos<br />

Compradores também<br />

podem ser punidos<br />

pela falta de fatura<br />

sede de IVA, passa a obrigar os<br />

sujeitos passivos do imposto, tal<br />

como defi nidos no artigo 2º, nº<br />

1, alínea a), do Código, a emitir<br />

factura por cada transmissão de<br />

bens ou prestação de serviços,<br />

independentemente da qualidade<br />

do adquirente/destinatário<br />

dos mesmos, ainda que estes não<br />

a solicitem. A mesma obrigação<br />

incide sobre os pagamentos que<br />

recebam antes da data da transmissão<br />

dos bens ou da prestação<br />

dos serviços.<br />

Esta norma, que entra em vigor<br />

no dia 1 de Janeiro de 2013, contempla<br />

duas novidades: a obrigatoriedade<br />

quase absoluta de emissão<br />

de fatura, que não era clara<br />

na redação anterior da norma, e<br />

o desaparecimento da fi gura do<br />

documento equivalente, estabelecendo-se<br />

penalidades para a<br />

emissão e entrega de documentos<br />

de natureza diferente da fatura.<br />

13 set.<br />

ACIB promove sessão<br />

sobre segurança e<br />

saúde no trabalho em<br />

<br />

Relacionado com este aspecto<br />

está a adoção do documento retifi<br />

cativo de fatura como única forma<br />

de regularizar a alteração do<br />

valor tributável de uma operação<br />

ou do imposto, por qualquer motivo,<br />

o que inclui a inexatidão. De<br />

acordo com o regime anterior, o<br />

sujeito passivo teria de emitir outra<br />

factura ou documento equivalente.<br />

Este novo sistema pretende<br />

aumentar o controlo por parte da<br />

Administração Tributária.<br />

Nas situações em que existe direito<br />

à dedução total ou parcial<br />

do IVA, e em todas aquelas em<br />

que o destinatário ou adquirente<br />

dos bens ou serviços for devedor<br />

do imposto, as faturas emitidas<br />

pelo transmitente dos bens ou<br />

prestador dos serviços devem<br />

conter a expressão “IVA – autoliquidação”,<br />

o que vem substituir<br />

a anterior expressão “IVA devido<br />

pelo adquirente”.


Embaixador dos EUA<br />

esteve no Porto<br />

de Sines<br />

Allan Katz, embaixador dos<br />

EUA em Portugal, visitou o<br />

Terminal XXI, no Porto<br />

de Sines.<br />

em todas as transações<br />

Prevista a autofaturação<br />

SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong> 5<br />

Para o cumprimento da obrigação de<br />

emissão de fatura, podem o próprio adquirente<br />

dos bens ou serviços ou um terceiro,<br />

em nome e por conta do sujeito passivo,<br />

proceder à emissão da mesma, desde<br />

que, para além dos elementos que já eram<br />

obrigatórios, a factura emitida contenha a<br />

menção “autofaturação”.<br />

De notar que os adquirentes dos bens ou<br />

serviços ou os terceiros que não possuam<br />

sede ou domicílio nem estabelecimento estável<br />

em qualquer Estado membro devem<br />

solicitar autorização prévia à Autoridade<br />

Tributária e Aduaneira para a emissão de<br />

qualquer fatura, reservando-se esta entidade<br />

a possibilidade de fi xar condições específi<br />

cas para a sua efetivação.<br />

Regras sobre faturação<br />

eletrónica entram em vigor<br />

a 1 de Outubro<br />

É de salientar que, no âmbito da faturação<br />

eletrónica, é efetuada uma alteração<br />

que entra em vigor já no próximo dia 1<br />

de Outubro e que consiste na possibilidade<br />

de as faturas, ainda que sob reserva de<br />

aceitação pelo destinatário, serem emitidas<br />

por via eletrónica, que não através<br />

da assinatura eletrónica avançada ou do<br />

sistema de intercâmbio eletrónico de dados.<br />

Esta possibilidade reduz os custos associados<br />

à emissão e envio das faturas<br />

eletrónicas. É requisito essencial que seja<br />

garantida a autenticidade da origem de<br />

tais facturas, bem como a integridade do<br />

seu conteúdo e a sua legibilidade através<br />

de quaisquer controlos de gestão que, na<br />

expressão da lei, “criem uma pista de auditoria<br />

fi ável”. Como é natural, a adoção<br />

da via da assinatura eletrónica avançada<br />

ou do sistema de intercâmbio de dados é<br />

sufi ciente para que se encontrem cumpridas<br />

as apontadas exigências.<br />

Formalidades das faturas<br />

Acrescentam-se três novas regras às<br />

formalidades das faturas, a vigorar a<br />

partir de 1 de Janeiro de <strong>2012</strong>. Todas as<br />

menções obrigatórias, incluindo o nome,<br />

fi rma ou denominação social e o número<br />

de identifi cação fi scal do sujeito passivo<br />

adquirente passam a ter de ser inseridos<br />

pelo respectivo programa ou equipamento<br />

informático de faturação, o que impede que<br />

seja o próprio adquirente a preencher tais<br />

dados pelo seu punho.<br />

No entanto, nas faturas de valor inferior a J<br />

1000 em que o destinatário dos serviços ou<br />

adquirente dos bens não seja sujeito passivo<br />

do imposto, não é obrigatória a identifi cação<br />

dos mesmos nem do seu domicílio, a menos<br />

que estes o solicitem.<br />

A indicação do número de contribuinte do<br />

adquirente dos bens ou destinatário dos<br />

serviços é sempre obrigatória quando estes<br />

Tarifas baixas da Ryanair disponíveis para iPhone<br />

A Ryanair tornou mais fácil para os passageiros aceder<br />

às suas garantidas tarifas baixas com o lançamento<br />

de uma nova aplicação para iPhone/iPad, que está<br />

disponível desde o início de setembro no iTunes.<br />

Com um custo de três euros, a a aplicação permite<br />

aos passageiros aceder às tarifas, fazer reservas de<br />

voo (incluindo embarque prioritário e check-in de<br />

Novos incentivos à faturação<br />

Paralelamente a este diploma, foi também<br />

publicado o Decreto-Lei nº 198/<strong>2012</strong><br />

que, para além de criar também algumas<br />

medidas de controlo de emissão de<br />

faturas, altera o regime dos bens em<br />

circulação.<br />

Deste diploma, destacamos a criação de<br />

um benefício fi scal em sede de IRS que,<br />

conforme vinha a ser falado, consiste na<br />

possibilidade de o sujeito passivo deduzir<br />

à coleta 5% do IVA suportado por qualquer<br />

membro do agregado familiar em faturas<br />

Opção facilitada<br />

para a faturação eletrónica<br />

Novo regime muda normas<br />

do IVA<br />

Faturação simplifi cada<br />

vai ser exigente<br />

Uma importante inovação deste diploma<br />

consiste na introdução de um regime<br />

de faturação simplifi cada, o qual vem reforçar<br />

o objetivo de diminuir os negócios<br />

informais e a fuga ao fi sco, obrigando<br />

a que todos os transmitentes de bens ou<br />

prestadores de serviços refl itam na sua<br />

contabilidade todas e quaisquer operações<br />

efetuadas.<br />

Os vendedores ambulantes e os retalhistas<br />

passam a estar obrigados a emitir<br />

uma fatura simplifi cada nas transmissões<br />

de bens inferiores a J 1000, ainda que os<br />

destinatários não sejam sujeitos passivos<br />

do imposto. Deve, igualmente, ser emitida<br />

a solicitem.<br />

Relativamente às guias ou notas de<br />

devolução e outros documentos retifi cativos<br />

de faturas, torna-se obrigatória uma<br />

referência às menções da fatura inicial que<br />

é objecto de alteração.<br />

bagagem), verifi car horários, rever reservas<br />

de voos e adicionar serviços opcionais.<br />

“Os passageiros podem agora reservar voos<br />

da Ryanair em qualquer lugar em que encontrem<br />

com o seu telefone, dia e noite, garantindo que<br />

eles nunca perderão as nossas tarifas baixas”, disse<br />

Michael O’Leary, presidente da Ryanair.<br />

respeitantes à manutenção e reparação<br />

de automóveis e de motociclos bem como<br />

das suas peças e acessórios, alojamento,<br />

restauração e similares e actividades<br />

de salões de cabeleireiro e institutos de<br />

beleza.<br />

No entanto, o efeito prático desta<br />

medida é incerto face aos elevados<br />

valores de faturas que cada contribuinte<br />

tem de reunir para obter uma dedução<br />

com um montante relativamente<br />

simbólico.<br />

fatura simplifi cada nas restantes transmissões<br />

de bens e prestações de serviços iguais<br />

ou inferiores a J 100, independentemente<br />

da sua natureza e da natureza dos sujeitos<br />

envolvidos.<br />

O processamento deste tipo de fatura<br />

é sempre obrigatório, podendo ser feito<br />

através de sistemas informáticos ou pré-<br />

-impressão em tipografi a autorizada pelo<br />

Ministro das Finanças, tal como acontecia<br />

até agora. No entanto, a partir da entrada<br />

em vigor deste diploma, considera-se<br />

cumprida esta obrigatoriedade, mediante<br />

o registo das operações em máquinas registadoras,<br />

terminais eletrónicos ou balanças<br />

eletrónicas, com registo obrigatório das<br />

operações no rolo interno da fi ta da máquina<br />

ou em registo interno.<br />

Relativamente a prestações de serviços<br />

de transporte, portagens e entradas em espetáculos,<br />

considera-se cumprido o regime<br />

da fatura simplifi cada, mediante emissão<br />

do bilhete de transporte, ingresso ou outro<br />

documento ao portador comprovativo do<br />

pagamento. O mesmo se aplica a transmissões<br />

de bens efetuadas através de aparelhos<br />

de distribuição automática, que não permitam<br />

a emissão de fatura.<br />

Os sujeitos passivos que utilizem o regime<br />

da faturação simplifi cada, sem recurso<br />

a sistemas informáticos de faturação<br />

e contabilidade, podem efetuar o registo<br />

das operações realizadas com não sujeitos<br />

passivos, pelo montante global das contraprestações<br />

recebidas pelas transmissões<br />

de bens e prestações de serviços tributáveis,<br />

com a inclusão do imposto, assim<br />

como pelo montante das contraprestações<br />

relativas às operações não tributáveis ou<br />

isentas.<br />

É impreterível que esse registo seja feito<br />

até ao primeiro dia útil que se seguir à<br />

realização de tais operações, com base nos<br />

duplicados das faturas emitidas, nos extratos<br />

diários produzidos pelos equipamentos<br />

eletrónicos, relativos a todas as operações<br />

realizadas em folhas de caixa, os quais podem<br />

substituir o mesmo registo desde que<br />

contenham a indicação inequívoca de um<br />

único total diário. Caso o sujeito passivo<br />

opte pela elaboração de folhas de caixa,<br />

está ainda obrigado a conservar os duplicados<br />

das faturas, talões e extratos supra<br />

mencionados durante o prazo de 10 anos.<br />

ATUALIDADE<br />

Para Domingues de Azevedo, existe uma<br />

tendência clara para aumentar a confl itualidade<br />

entre o fi sco e o cidadão.<br />

DOMINGUES DE AZEVEDO,<br />

BASTONÁRIO DA OTOC, CRITICA<br />

Fiscalidade<br />

impossibilita<br />

a sobrevivência<br />

das empresas<br />

O agravamento dos impostos constitui<br />

um erro terrível. Um caso paradigmático<br />

disso mesmo é o que está a suceder na restauração.<br />

O Governo está a criar uma fi scalidade<br />

que impossibilita a sobrevivência de<br />

inúmeras empresas. “Quando as situações<br />

são excessivas, a primeira vítima é o próprio<br />

Estado”, alerta Domingues de Azevedo, bastonário<br />

da Ordem dos Técnicos Ofi ciais de<br />

Contas (OTOC), em entrevista a publicar<br />

na próxima edição da “<strong>Vida</strong> Ecomómica”<br />

num suplemento dedicado ao IV Congresso<br />

dos TOC, que se vai realizar a 14 e 15<br />

setembro no Pavilhão Atlântico, em Lisboa.<br />

A posição de Domingues de Azevedo é<br />

bastante crítica quanto às medidas fi scais<br />

que têm sido adoptadas pelo atual Governo.<br />

Fala mesmo de insensibilidade política, tendo<br />

em conta que para a administração fi scal<br />

“cada sujeito passivo é um ladrão”. Não é<br />

surpreendente que exista uma tendência<br />

clara para aumentar a confl itualidade entre<br />

o fi sco e o cidadão. A realidade é que a<br />

maioria dos casos tem sido resolvida a favor<br />

do contribuinte. O bastonário da OTOC<br />

não tem pejo em afi rmar que a tributação<br />

autónoma, tal como está concebida, não faz<br />

qualquer sentido. “O Governo tem espatifado<br />

todo o sentido da tributação autónoma.”<br />

Na sua opinião, falta em Portugal uma<br />

cultura de enquadramento e de conciliação<br />

entre a força de trabalho e o capital.<br />

É preocupante que a própria administração<br />

fi scal não tenha evoluído ao longo dos<br />

tempos, a que não é alheio o facto de se<br />

multiplicarem os processos de reclamação<br />

por parte dos contribuintes. “Os processos<br />

de reclamação deveriam ser feitos por comissões<br />

autónomas. Poderiam funcionar<br />

junto da administração fi scal, mas deveriam<br />

ser constituídos por entidades autónomas<br />

que nada tivessem a ver com a administração<br />

pública”, adianta Domingues de Azevedo.<br />

Quanto à devolução do IVA, não tem<br />

dúvidas que os atrasos são propositados, já<br />

que há falta de liquidez por parte do Estado<br />

para cumprir os seus compromissos. “Para<br />

já, vai atrasando o reembolso o mais possível,<br />

mas sem escandalizar.”


6 SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong><br />

ATUALIDADE<br />

BBVA lança campanha de soluções de poupança<br />

NUNO GUERRA SANTOS, ADMINISTRADOR DA ACCENTURE, CONSIDERA<br />

Centro de Conferência de Faturas aumenta<br />

As receitas e<br />

documentos de despesa<br />

do Serviço Nacional de<br />

Saúde são verificados no<br />

Centro de Conferência<br />

de Faturas, situado na<br />

Maia. Uma equipa de<br />

cerca de 200 pessoas<br />

procede à verificação e<br />

conferência das receitas<br />

de medicamentos e<br />

exames complementares<br />

prescritos aos utentes<br />

do SNS. Este centro<br />

tem a particularidade<br />

de ser gerido por uma<br />

entidade privada, em<br />

regime de outsourcing.<br />

Em entrevista à<br />

“<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”,<br />

Nuno Guerra Santos,<br />

administrador da<br />

Accenture com a<br />

responsabilidade da<br />

área da Saúde, faz um<br />

balanço positivo dos<br />

dois anos de atividade.<br />

A concentração da<br />

atividade neste centro<br />

reduziu os custos<br />

de processamento e<br />

aumentou a eficácia,<br />

permitindo ao<br />

Estado recuperar o<br />

investimento efetuado<br />

nas novas instalações.<br />

Para este responsável,<br />

a especialização e os<br />

processos desenvolvidos<br />

no Centro de<br />

Conferência de Faturas<br />

abrem caminho a novos<br />

projetos semelhantes na<br />

Administração Pública.<br />

O BBVA lançou uma nova campanha de Soluções Poupança,<br />

destinada a clientes de todas as idades. A intenção do banco espanhol<br />

é que os respetivos clientes rentabilizem as suas poupanças<br />

e investimentos da melhor forma. O que pode ser facilitado<br />

através da colocação de uma vasta gama de produtos de poupança.<br />

Trata-se de garantir maior estabilidade financeira aos clientes,<br />

sobretudo permitir às famílias rentabilizarem as poupanças.<br />

JOÃO LUÍS DE SOUSA<br />

jlsousa@vidaeconomica.pt<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> – O Centro de<br />

Conferência de Faturas do SNS<br />

corresponde a uma tendência de<br />

cooperação com os operadores<br />

privados para aumentar a eficiência<br />

e conter os custos dos serviços<br />

públicos?<br />

Nuno Guerra Santos – O Centro<br />

de Conferência de Faturas é talvez o<br />

exemplo mais evidente. Na Accenture<br />

temos trabalhado em diferentes<br />

áreas com a administração central<br />

e também com os prestadores privados,<br />

normalmente em projectos<br />

circunscritos a uma ou duas vertentes<br />

de atuação. O caso do Centro é<br />

um exemplo de referência porque<br />

envolve todas essas capacidades ao<br />

mesmo tempo. Partimos de uma<br />

estrutura de conferência de faturas<br />

que era feita em 18 distritos para<br />

construir uma nova capacidade que<br />

integra todos esses processos e todas<br />

as atividades que estavam dispersas,<br />

concentrando-as num único local de<br />

uma forma completamente otimizada,<br />

com os investimentos necessários<br />

nos sistemas de informação, nas instalações<br />

e nas pessoas. É um exemplo<br />

do que pode ser feito de uma forma<br />

muito estruturada. E os benefícios já<br />

são bastante visíveis.<br />

VE – Após estes dois anos de<br />

atividade, quais foram os ganhos<br />

de eficiência obtidos?<br />

NGS – Há ganhos de eficiência<br />

diretos do ponto de vista do custo<br />

da operação. A operação estava<br />

dispersa por vários locais e foi centralizada<br />

e racionalizada.<br />

Estamos a falar de instalações<br />

que foram desenhadas especificamente<br />

para este feito, de processos<br />

completamente otimizados para<br />

que toda a ação seja o mais eficaz<br />

possível. Houve formação que foi<br />

feita para todas as pessoas de modo<br />

a que todas atuem da mesma forma<br />

e com o mesmo grau de eficiência<br />

e com as economias de escala<br />

introduzidas. Os sistemas de informação<br />

e os processos de controlo<br />

de gestão foram implementados de<br />

modo a proporcionarem ganhos<br />

de eficiência.<br />

O número de recursos envolvidos<br />

foi claramente reduzido,<br />

significando assim a diminuição<br />

daquele que era o custo direto. O<br />

impacto no resultado na atividade<br />

é muito significativo, tendo em<br />

conta o acréscimo de controlo pelo<br />

método introduzido, isto é, deste<br />

processo de consolidação resultou<br />

um processo mais eficaz: detetam-<br />

-se mais facilmente os erros logo<br />

Governo aumenta juros nos certificados de aforro<br />

“O Centro de Conferência de Faturas é um projeto inovador, representando um bom exemplo a nível internacional”<br />

– refere Nuno Guerra Santos.<br />

O Governo aumentou os juros pagos nos certificados de aforro, esta<br />

semana, nas séries B e C. O objetivo passa por captar mais poupança<br />

por parte dos particulares. As duas séries terão um retorno de 3,2%,<br />

sendo que o juro varia de acordo com a cotação da Euribor a três meses,<br />

não podendo ultrapassar os cinco pontos percentuais. As remunerações<br />

ficam acima da maioria dos depósitos a prazo disponibilizados<br />

pelos bancos (em junho, a taxa média bancária cifrou-se em 3%).<br />

Centro emprega cerca<br />

de 200 pessoas na Maia<br />

Valor das faturas<br />

irregulares atinge<br />

60 milhões de euros<br />

nos dois primeiros<br />

anos da operação<br />

reduzem-se as irregularidades e<br />

os pagamentos indevidos. Dessas<br />

irregularidades estamos a falar de<br />

um valor de documentos de despesa<br />

devolvido superior a 60 milhões<br />

de euros, o que é um impacto muito<br />

significativo.<br />

VE – Em que áreas surgem<br />

mais situações de irregularidade?<br />

NGS – Há irregularidades de diversos<br />

tipos. Não compete ao centro<br />

distinguir aquilo que é fraude e<br />

aquilo que são irregularidades meramente<br />

processuais. Tudo o que são<br />

irregularidades é reportado. Há um<br />

efeito direto de conferência e correção.<br />

A informação que existe no centro<br />

como resultado dessa verificação<br />

pode e é utilizada pelas entidades<br />

competentes também para verificar<br />

o que possa configurar situações<br />

fraudulentas.<br />

Daqui resulta um efeito dissuasor<br />

indireto pelo facto de existir mais<br />

controlo.<br />

VE – Sendo a conferência mais<br />

eficaz, os fornecedores também<br />

podem ganhar porque o processo<br />

de pagamento tende a ser mais<br />

rápido?<br />

NGS – Todo o processo se torna<br />

mais rápido e mais transparente.<br />

Os timings, a forma como os documentos<br />

são devolvidos ou não<br />

devolvidos, tudo isso, por estar<br />

num processo único, está perfeitamente<br />

normalizado, contribuindo<br />

para o aumento do nível de confiança.<br />

VE – Há casos de centros de<br />

conferência parecidos noutros<br />

países?<br />

NGS – Este processo é especifíco,<br />

mas existem situações similares<br />

noutros países. Diria que como<br />

este foi feito, não conheço outro<br />

caso igual. É um projeto inovador,<br />

representando um bom exemplo a<br />

nível internacional.<br />

VE – Este serviço envolveu a<br />

contratação de pessoas que estavam<br />

a trabalhar para a administração<br />

pública?<br />

NGS – No essencial, o trabalho<br />

já era realizado por empresas privadas<br />

com pessoas contratadas a nível<br />

distrital. Mas era desenvolvido em<br />

18 sítios diferentes, com 18 contratos<br />

e com diferenças na forma como<br />

a conferência era processada. Houve<br />

uma grande mudança da forma<br />

de verificar e conferir. Estaremos a<br />

falar de 500 operadores que passaram<br />

a ser menos de 200 operadores.<br />

Obviamente, há um custo menor e<br />

com melhores resultados do ponto<br />

de vista da eficácia.<br />

VE – Uma das tendências é a<br />

desmaterialização das receitas<br />

utilizadas no SNS, obrigando a<br />

uma mudança dos procedimentos<br />

de conferência?<br />

NGS – Há dois elementos essenciais.<br />

Por um lado, a receita. Com a<br />

desmaterialização da receita, estava<br />

previsto que ia haver uma transferência<br />

progressiva do receituário<br />

em papel para o processo eletrónico.<br />

Mas o documento de despesa,<br />

o que é remetido nas farmácias,<br />

continua neste momento em papel.<br />

Esta desmaterialização do processo<br />

é uma tendência a prazo.<br />

O cartão de utente hoje faz parte<br />

do cartão do cidadão e o que se pensou<br />

desde início foi que o cartão de


SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong> 7<br />

Parceria DST e Sonae gera investimento de 78 milhões<br />

eficiência dos serviços públicos<br />

Contrato com<br />

a Accenture tem<br />

a duração de quatro<br />

anos, terminando<br />

em Junho de 2013<br />

cidadão por si só não transportasse<br />

muita informação. Deve ser um<br />

cartão de identificação.<br />

VE – Face aos resultados obtidos,<br />

a lógica do outsourcing<br />

pode ser alargada a outros serviços<br />

na área da saúde?<br />

NGS – Há espaço para outros<br />

processos desta natureza, não necessariamente<br />

todos a nível nacional.<br />

Alguns podem ser num plano mais<br />

regional. É um tipo de solução que<br />

faz sentido e que ganha escala a nível<br />

nacional e que permite tirar o máximo<br />

de eficiência. Outras poderão<br />

acontecer noutras áreas. Depois há<br />

as áreas típicas de outsourcing como<br />

as áreas de suporte.<br />

VE – Podem ser criados outros<br />

centros de conferência fora do<br />

setor da saúde?<br />

NGS – Existem áreas mais pesadas<br />

do ponto de vista administrativo,<br />

onde têm sido introduzidos<br />

mecanismos mais sofisticados<br />

de tratamento de documentação,<br />

como é o caso de ferramentas<br />

analíticas na área das finanças. Há<br />

áreas onde a gestão destes grandes<br />

processos que eram tratados a nível<br />

regional e distrital beneficiam deste<br />

efeito de racionalização. A introdução<br />

de ferramentas analíticas no<br />

controlo de todo o processo é um<br />

aspeto que está incluído.<br />

VE – Uma seguradora privada<br />

que gere seguros de saúde pode<br />

recorrer a um serviço similar?<br />

NGS – Na nossa experiência<br />

internacional, trabalhámos muito<br />

com os players privados, ou seja,<br />

falámos de um sistema público e<br />

tendemos a concentrar-nos no papel<br />

do Estado. Mas noutros países<br />

trabalhamos com as seguradoras,<br />

ou seja, com os financiadores do<br />

sistema de saúde privado.<br />

E é curioso que são muitas<br />

vezes esses players privados que<br />

evoluíram para um modelo interessante<br />

de educação para a saúde.<br />

Começaram a atuar e sendo eles<br />

próprios os agentes para uma atuação<br />

muito mais preventiva com<br />

o objetivo de reduzir a despesa de<br />

saúde. São eles próprios agentes<br />

nesse processo com programas<br />

educacionais de acompanhamento.<br />

Isso acontece em patologias<br />

Os sete projetos desenvolvidos pela construtora DST para o grupo Sonae<br />

já permitiram um encaixe de 78 milhões de euros. “A parceria resulta da<br />

confiança que a Sonae deposita na capacidade técnica e financeira da DST,<br />

o que tem permitido implementar projetos chave na mão, realizados com<br />

recurso às diferentes competências das várias empresas do grupo, com um<br />

foco na utilização de materiais e equipamentos made in Portugal”, refere<br />

José Teixeira, presidente do conselho de administração do grupo DST.<br />

como a diabetes, onde a seguradora,<br />

enquanto financiadora do<br />

sistema, disponibiliza um serviço<br />

em que se faz todo esse acompanhamento,<br />

educação e apoio. Obviamente<br />

que do ponto de vista<br />

preventivo melhorar a saúde é evitar<br />

mais tarde despesas em saúde.<br />

Esse investimento visa atuar preventivamente<br />

na saúde.<br />

Essa é outra tendência: controlar<br />

a despesa a priori, ou seja, evitando<br />

a necessidade de ter contacto com o<br />

sistema de saúde, melhorando assim<br />

os indicadores de saúde e evitar a situações<br />

agudas, que são aquelas que<br />

ATUALIDADE<br />

Mário Vaz é novo CEO da Vodafone Portugal<br />

Mário Vaz é o novo CEO da Vodafone Portugal, tendo substituído no<br />

cargo António Coimbra, o qual assumiu a liderança dos negócios da empresa<br />

em Espanha. Mário Vaz era administrador responsável pela unidade<br />

de negócios de particulares. Licenciado em Direito, ocupou ao longo dos<br />

anos vários cargos dentro da Vodafone, tendo iniciado a carreira enquanto<br />

gestor de grandes contas. O cargo de administrador responsável pela unidade<br />

de negócios particulares será ocupado por Emanuel Sousa.<br />

do ponto de vista social e económico<br />

são as que envolvem custos mais<br />

elevados em termos económicos e<br />

em termos humanos.<br />

VE – O ritmo de avanço destas<br />

experiências e destes processos<br />

de eficiência está condicionado<br />

por causa da redefinição do papel<br />

do Estado?<br />

NGS – Convivemos com o<br />

sistema que temos e procuramos<br />

encontrar os modelos de racionalização<br />

dentro daquilo que é a lógica<br />

do sistema que existe em cada<br />

país.


8 SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong><br />

ATUALIDADE/Internacional<br />

Crise complica aprovação<br />

do orçamento comunitário<br />

O processo de aprovação do orçamento<br />

comunitário para sete anos sempre foi<br />

um problema. Com a crise, as coisas tornaram-se<br />

ainda mais complicadas, sendo<br />

evidentes as divisões entre os estados. O<br />

fosso entre as nações ricas e pobres tende<br />

a agravar-se ainda mais quanto à dimensão<br />

do orçamento.<br />

O Reino Unido está na linha da frente na<br />

contestação que um valor superior a um trilião<br />

de euros, não se justifica quando estão<br />

em vigor medidas de austeridade. Considera<br />

este país que os aumentos orçamentais<br />

não são aceitáveis, num momento em que<br />

há fortes restrições à despesa um pouco<br />

por toda a União Europeia. Não é coerente<br />

pedir-se mais dinheiro para Bruxelas, ao<br />

mesmo tempo que os Estados-membros são<br />

pressionados a “apertarem o cinto”.<br />

Mas há o reverso da medalha, com alguns<br />

países a rejeitarem quaisquer cortes<br />

ao orçamento comunitário. É o caso da<br />

Polónia, um dos países que mais beneficia<br />

com os apoios comunitários. Neste caso,<br />

a crise é entendida como um momento<br />

em que a Europa precisa de investir em recursos<br />

comuns, de modo a impulsionar o<br />

crescimento económico.<br />

É um facto que o novo modelo não<br />

entrará em vigor antes de 2014, mas será<br />

preciso sempre um ano para desenvolver e<br />

legislar os programas de financiamento. Se<br />

não houver um acordo até ao final do ano,<br />

programas que estão em vigor poderão<br />

ser interrompidos depois de ter expirado<br />

O Banco Central Europeu (BCE) vai<br />

ter à sua responsabilidade a supervisão<br />

das mais de seis mil entidades de crédito<br />

da Zona Euro, já a partir do início do<br />

próximo ano. A garantia foi dada por<br />

Michel Barnier, comissário europeu do<br />

Mercado Interno e Serviços Financeiros.<br />

Para o efeito, o banco será dotado de<br />

todos os instrumentos necessários para<br />

que possa controlar de forma efetiva todos<br />

os bancos, revelou aquele responsável<br />

comunitário. A proposta de lei sobre esta<br />

matéria será apresentada, em termos oficiais,<br />

no dia 12 de setembro, tendo sido<br />

feito um aviso importante desde já. É que<br />

o controlo central de todas as entidades<br />

financeiras dos 17 países da Zona Euro<br />

será vinculante e obrigatório. Os países<br />

que não fazem parte da Zona Euro, mas<br />

estão integrados no espaço comunitário,<br />

poderão ficar sujeitos a esse controlo, ainda<br />

que forma de voluntária.<br />

Acontece que com a posição assumida<br />

pela Comissão Europeia, a proposta da<br />

Alemanha é rejeitada. Este país defendia<br />

a possibilidade do controlo central apenas<br />

respeitar aos maiores bancos, aqueles<br />

que são mais relevantes para o sistema<br />

Supervisor bancário único no final do ano<br />

A Comissão Europeia veio a público garantir que é possível existir um<br />

supervisor bancário único até ao final do ano. O fundo de resgate permanente<br />

poderá ser utilizado para recapitalizar a banca europeia de<br />

forma direta, a partir do momento que seja criado um supervisor bancário<br />

europeu. O fundo de resgate está pronto, de acordo com Bruxelas.<br />

A Comissão insiste ainda na exploração das condições, através das<br />

quais será possível aos países europeus emitirem dívida conjunta.<br />

o atual orçamento. O problema é que, até<br />

ao momento, as discussões a nível político<br />

foram inconclusivas. Mesmo aqueles que<br />

defendem os cortes não existe ideia em que<br />

áreas e quais as verbas envolvidas. O Reino<br />

Unido continua a insistir na necessidade<br />

de “cortar a direito” na política agrícola<br />

comum”, o que também terá um impacto<br />

direto no nosso país. A França, por seu<br />

lado, não está disposta a ceder neste setor.<br />

São muitas as incertezas e ainda mais as<br />

diferenças de país para país. Mesmo entre<br />

os “amigos” há quem não se entenda. Por<br />

exemplo, com o modelo proposto de aumento<br />

do orçamento, a Polónia fica com<br />

a maior fatia, em detrimento da Hungria.<br />

Certo é que há cada vez menos tempo e<br />

com a crise como cenário de fundo será<br />

ainda mais difícil chegar a um entendimento.<br />

Afinal, esta será a maior negociação<br />

orçamental de sempre, desde a criação<br />

da União Europeia.<br />

BCE vai supervisionar todos os bancos da Zona Euro<br />

A Comissão Europeia<br />

rejeitou a proposta da<br />

Alemanha de apenas os<br />

bancos mais relevantes<br />

ficarem sujeitos à supervisão<br />

do Banco Central Europeu.<br />

Seat entra no mercado russo<br />

O Reino Unido está na linha da frente da contestação no que respeita ao modelo previsto e aos<br />

montantes envolvidos no próximo orçamento da União Europeia.<br />

A Seat, marca espanhola da VW, vai abrir até 40 concessionários na Rússia, com o objetivo de vender<br />

cerca de 20 mil automóveis anualmente, até 2015, e reduzir a sua dependência face ao mercado da<br />

União Europeia. No ano passado, as perdas ascenderam a 61 milhões<br />

de euros. A Rússia pode converter-se, no médio prazo, no principal<br />

consumidor de automóveis da Europa. A ideia é aumentar rapidamente<br />

o volume de vendas, mas tendo em conta a rentabilidade da marca.<br />

Numa segunda fase, poderá avançar para a produção naquele país.<br />

financeiro como um todo. Ora, a Comissão<br />

faz notar que entidades financeiras,<br />

aparentemente de menor relevância,<br />

como o Dexia ou o Northern Rock, apenas<br />

foram resgatados por via de enormes<br />

operações financeiras. O que equivale<br />

a dizer que é muito difícil estabelecer<br />

quais são de facto as entidades com um<br />

peso substancial no sistema financeiro<br />

de um país.<br />

Empresários<br />

europeus cada vez<br />

menos confiantes<br />

A confiança empresarial na Europa apresentou<br />

uma descida mais acentuada do que<br />

a prevista em agosto. A realidade é que as<br />

principais economias do Norte da Europa<br />

estão a sofrer o impacto da crise da dívida<br />

soberana nos países do Sul da Europa.<br />

Foi o sexto mês consecutivo em que se<br />

verificou um decréscimo na confiança dos<br />

empresários. Estes acreditam que a produção<br />

industrial e as encomendas vão continuar<br />

num processo de deterioração. Esta<br />

situação vai pressionar ainda mais o Banco<br />

Central Europeu a intervir na emissão de<br />

obrigações, de modo a recuperar o dinamismo<br />

nos mercados europeus. O consumo<br />

está também em curva descendente, o<br />

que é sempre um sinal preocupante. Para<br />

os analistas, é cada vez mais evidente que a<br />

Zona Euro, como um todo e não apenas a<br />

periferia, está a necessitar de uma política<br />

de apoio. Espera-se que o BCE estabeleça<br />

uma estratégia de intervenção de longo<br />

prazo.<br />

A Alemanha, como referido anteriormente,<br />

foi das economias mais afetadas,<br />

no que toca ao sentimento de confiança<br />

dos seus empresários. Basta ter em conta<br />

que as suas exportações desceram cerca de<br />

1,2% no primeiro semestre, com fortes<br />

quebras nas vendas para Espanha (menos<br />

9,4%), para a Grécia (9,2%) e para Itália<br />

(8,2%). As medidas de austeridade adotadas<br />

pelos governos em dificuldades estão a<br />

ter um impacto superior ao esperado nas<br />

economias mais dinâmicas.<br />

Desemprego<br />

estabiliza<br />

na Alemanha<br />

O número de desempregados na Alemanha<br />

registou um aumento de 20 mil<br />

pessoas, em agosto, face ao mês anterior,<br />

tendo-se mantido estável em 6,8%, o correspondente<br />

a 2,9 milhões. Em termos homólogos,<br />

houve uma descida de 0,2%.<br />

Ainda assim, o aumento do desemprego<br />

pode ser revelador do fraco crescimento<br />

económico da locomotiva europeia. A tendência<br />

pode inverter-se, na medida em que<br />

as empresas germâmicas procuram mão de<br />

obra qualificada nas áreas metalúrgica,<br />

mecânica, eletrotécnica, da logística e da<br />

saúde. Os números apontam para um retrocesso<br />

na procura de força de trabalho,<br />

mas, em contrapartida, não é menos verdade<br />

que a oferta de trabalho continua a<br />

ser elevada. Ou seja, ainda existem vários<br />

postos de trabalho por ocupar.<br />

As exportações revelam agora um menor<br />

desempenho do que há alguns meses<br />

atrás. Muito dependerá agora do comportamento<br />

da economia a nível global. É<br />

que a economia alemã está fortemente dependente<br />

das suas vendas para o exterior.<br />

Todavia, tem sabido desenvolver uma<br />

estratégia de diversificação das respetivas<br />

exportações.


SEXTA-FEIRA, 7 SETEMBRO DE <strong>2012</strong> 9<br />

Makro reestrutura lojas em Portugal<br />

A Makro Cash & Carry decidiu reestruturar as lojas em Portugal.<br />

Alfragide e Palmela foram as primeiras a estrear o novo conceito operacional,<br />

direcionado para a lógica de consumo, em detrimento da<br />

de categoria de produto que figurou até agora. Foram ainda lançadas<br />

áreas promocionais nas lojas denominadas por Poupança Máxima,<br />

uma nova estratégia em que estão disponíveis, regularmente, aproximadamente<br />

35 produtos básicos (alimentares e não alimentares).<br />

A injustiça da tributação dos rendimentos<br />

Os acontecimentos e as notícias que, nas últimas<br />

semanas, têm vindo a público, revelando que as<br />

receitas fiscais, na execução orçamental, conheceram<br />

novas e drásticas reduções em consequência da cada<br />

vez mais absurda e destrutiva fúria tributária em<br />

contínuos aumentos das taxas e carga fiscal, confirmam<br />

à saciedade o que nestas crónicas vimos sustentando e<br />

demonstrando nas várias análises que vimos efetuando<br />

em matéria da insofismável conclusão para que a Curva<br />

de Laffer nos remete: qualquer imposto que incida,<br />

direta ou indiretamente, sobre o rendimento das<br />

pessoas causa sempre uma distorção, seja sobre o seu<br />

comportamento produtivo (trabalho versus lazer), seja<br />

sobre as suas decisões de aplicação desse rendimento<br />

(consumo presente versus consumo futuro) – um<br />

Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares,<br />

“progressivo”, distorce não apenas o preço relativo do<br />

trabalho/lazer, como causa decisões ineficientes de<br />

consumo, penalizando, sempre, a geração de Poupança.<br />

Um efeito que, em 1844, por DUPUIT já havia<br />

explicitado, quando defendeu que: “se um imposto<br />

aumentar gradualmente de zero até um ponto em que<br />

se torne proibitivo, a receita por ele gerada será no<br />

início nula, depois aumentará em pequenos acréscimos<br />

até uma receita máxima, situação a partir da qual<br />

decrescerá gradualmente e, de novo, até zero”.<br />

E está a acontecer em Portugal e nas economias que<br />

se teima em destruir a Economia da Oferta pela via do<br />

confisco.<br />

Era inevitável!<br />

Curva de Laffer: (…) distorce<br />

não apenas o preço relativo<br />

do trabalho/lazer, como causa<br />

decisões ineficientes de consumo,<br />

penalizando, sempre, a geração de<br />

Poupança.<br />

Também Robert Nozick, o grande filósofo de<br />

Harvard, ao se debruçar sobre a tributação dos<br />

rendimentos, afirmou, com a sua sempre incisiva<br />

denúncia, que tal prática não mais é do que uma<br />

“forma direta de trabalho forçado”. Em boa verdade,<br />

qual é a diferença entre se confiscar os frutos de nove<br />

meses de trabalho de uma pessoa ou simplesmente<br />

tomar nove meses da vida dessa pessoa? Isto tem<br />

apenas um nome: trabalho forçado.<br />

Esquecendo a propaganda governamental que nos<br />

tenta impor que nós, contribuintes, estamos apenas<br />

a fazer uma “contribuição”. Esquecendo esta pura e<br />

simples lavagem cerebral a que estamos sujeitos desde<br />

os bancos da escola, vale a pena recordar “O Conto do<br />

Escravo” que, naturalmente, tem sido censurado na<br />

generalidade das Universidades de filiação keynesiana e<br />

marxista. Neste conto (extraído da sua obra: Anarchy,<br />

State, and Utopia, Ed. Basic Books, New York, 1974,<br />

pgs.290-92 e que aqui se traduz livremente), Nozick<br />

convida o leitor a imaginar-se como sendo o escravo<br />

da história. A história é bem curta e desenvolve-se<br />

ao longo de nove etapas, que vão desde a escravidão<br />

clássica até a democracia moderna.<br />

Primeira etapa: Você é um escravo submisso a um<br />

“senhor” brutal que o obriga a trabalhar para ele,<br />

sem horas de descanso. Você é agredido frequente e<br />

arbitrariamente.<br />

M. JORGE C. CASTELA ECONOMISTA E ADVOGADO<br />

jorge.castela@ssga.pt<br />

Segunda etapa: O “senhor” relaxa um pouco e passa<br />

a bater-lhe somente quando você quebra as regras. Ele<br />

até lhe concede algum tempo de descanso.<br />

Terceira etapa: Você agora é parte de um grupo de<br />

10 mil escravos igualmente sujeitos a esse “senhor”.<br />

Ele decide, de acordo com seus princípios, como irá<br />

repartir entre vocês parte dos bens que vocês próprios<br />

produziram.<br />

Quarta etapa: O “senhor”, agora mais brando, exige<br />

que você e os seus companheiros escravos trabalhem<br />

apenas três dias por semana, concedendo os quatro<br />

dias restantes de folga.<br />

Quinta etapa: O “senhor” agora permite que você<br />

trabalhe onde você quiser, mas há uma condição:<br />

você tem que lhe entregar 3/7 do seu salário, o que<br />

corresponde aos três dias de trabalho por semana que<br />

você era obrigado a trabalhar na terra dele. Além disso,<br />

ele arroga-se do direito de o convocar para servi-lo<br />

sempre que ele o desejar e continua com o poder de<br />

aumentar, arbitrariamente, a fatia do seu salário que<br />

ele pode confiscar.<br />

Sexta etapa: O “senhor” concede a todos os seus 10<br />

mil escravos, exceto a você, o direito de votar. Eles<br />

agora têm o poder de decidir entre eles o que você<br />

pode fazer e o que você não pode fazer. Eles também<br />

ganham o poder de determinar qual a percentagem<br />

do seu salário que será confiscado e onde esse dinheiro<br />

será gasto.<br />

Sétima etapa: Você ainda não tem o direito<br />

de votar, mas agora tem a permissão de tentar<br />

influenciar aqueles 10 mil que podem. Você pode<br />

tentar persuadi-los a exercer seus poderes de<br />

determinada maneira.<br />

Oitava etapa: Os 10 mil concedem-lhe a si o direito<br />

de votar, mas apenas no caso em que haja um impasse<br />

na votação. Você vota, mas apenas no caso de existir<br />

um empate na eleição é que o seu voto é considerado<br />

como critério de desempate.<br />

Nona etapa: Você finalmente adquire o direito<br />

de votar sem qualquer restrição. Porém, em termos<br />

práticos, isso significa apenas que, assim como na<br />

oitava etapa, o seu voto realmente apenas valerá caso<br />

haja algum empate.<br />

A pergunta a ser feita é: Em que momento, entre a<br />

primeira e a nona etapa nesta história, deixou de ser<br />

o conto de um escravo? Em que momento você, o<br />

escravo, se tornou realmente livre?<br />

Você vive hoje na nona etapa. Você saberia dizer<br />

em qual etapa genuinamente deixou de ser um<br />

escravo?<br />

Este é o género de pergunta perturbadora e<br />

fundamental que é capaz de fazer qualquer pessoa<br />

repensar tudo aquilo que ele sempre foi ensinado sobre<br />

tributação, sociedade e governo. É o tipo de pergunta<br />

que, no mínimo, torna alguém bastante cético quanto<br />

a qualquer propaganda governamental que venha a<br />

ouvir dali em diante.<br />

E é justamente por isso que esta pergunta jamais é<br />

feita.<br />

Uma redução no número total de atos e de<br />

combinações disponíveis para esta incómoda pergunta<br />

– mesmo que ao a colocar não venha a perder a<br />

liberdade de fazer qualquer coisa específica tomada<br />

isoladamente, por exemplo, a Fuga ao Confisco, a<br />

revolta face à Ditadura Fiscal, que tão bem se retrata<br />

na Curva de Laffer é o desafio a que, como prometido,<br />

se regressará, com tempo e com a paciência de quem<br />

tem cada vez menos dinheiro, em análise na próxima<br />

crónica.<br />

Tagus promove seminário sobre inovação<br />

para empresas agro-alimentares<br />

A TAGUS – Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo<br />

Interior vai levar a cabo, em parceria com o Centro de Transferência<br />

de Tecnologia Alimentar INOV.LINEA, do TAGUSVALLEY<br />

– Tecnopolo do Vale do Tejo, um seminário sobre inovação para as<br />

empresas do sctor agro-alimentar. O evento vai decorrer no dia 20 de<br />

setembro, no Tecnopolo do Vale do Tejo, em Alferrarede (Abrantes).<br />

ATUALIDADE/Opinião<br />

FERNANDO CARDOSO DA CUNHA ADVOGADO<br />

MESTRE EM DIREITO DAS EMPRESAS [FDUC]<br />

Gali Macedo e Associados, Sociedade de Advogados, R.L.<br />

Apontamento sobre<br />

o despedimento<br />

por inadaptação<br />

1. A Lei n.º 23/<strong>2012</strong> de 25/06, que introduziu<br />

diversas alterações ao Código do Trabalho de 2009,<br />

remodelou significativamente a figura do despedimento<br />

por inadaptação – uma modalidade de despedimento<br />

que apesar de já estar consagrada no nosso ordenamento<br />

jurídico há mais de 20 anos (introduzida pelo DL N.º<br />

400/91, de 16/10), pouca ou nenhuma utilização tem tido<br />

na “vida prática”.<br />

2. Atendendo às “potencialidades” desta modalidade de<br />

despedimento, que o artigo 373.º do Código do Trabalho<br />

define como “a cessação do contrato de trabalho promovida<br />

pelo empregador e fundamentada em inadaptação<br />

superveniente do trabalhador ao posto de trabalho”, pode<br />

causar alguma perplexidade que os empregadores a votem ao<br />

esquecimento.<br />

Parece-nos que o regime de<br />

despedimento por inadaptação revela<br />

ainda um esquema muito complexo e<br />

exigente […], porém com um correto<br />

acompanhamento jurídico de todo o<br />

processo julgamos que o mesmo poderá<br />

vir a ter uma efetiva utilização prática.<br />

3. Na verdade, num mercado global e competitivo,<br />

é natural que surja, ciclicamente, evolução ao nível<br />

tecnológico: o que obriga as empresas a adaptarem as suas<br />

estruturas produtivas. Ora, tal renovação tecnológica será<br />

inoperante se os trabalhadores não conseguirem lidar/<br />

aplicar essas inovações, pelo que, nesse caso, o empregador<br />

terá à sua disposição trabalhadores “subaproveitados ou<br />

desocupados” – o que se revela oneroso, visto que terá<br />

que contratar mão de obra que consiga laborar no novo<br />

contexto tecnológico.<br />

4. Nesta ordem de ideias, atendendo às “muralhas da<br />

China” que por vezes se erigem no que concerne à cessação<br />

dos contratos de trabalho, a figura do despedimento por<br />

inadaptação – enquanto despedimento por causas objetivas<br />

e não por via de qualquer comportamento culposo - parece<br />

fazer todo o sentido. Porém, como já foi dito, com o quadro<br />

legal que tem vigorado a figura não tem tido utilização<br />

prática.<br />

5. Em traços largos, parece que a maior novidade inserida<br />

pela Lei n.º 23/<strong>2012</strong> de 25/06 no regime do despedimento<br />

por inadaptação é a possibilidade deste ocorrer mesmo que<br />

não tenham sido introduzidas modificações no posto de<br />

trabalho, alargando, assim, o âmbito do mesmo.<br />

6. Todavia, parece-nos que o regime de despedimento<br />

por inadaptação revela ainda um esquema muito complexo<br />

e exigente (especialmente quanto aos requisitos e<br />

procedimento) que pode, a um primeiro olhar, desencorajar<br />

o empregador a lançar mão dessa figura, porém com um<br />

correto acompanhamento jurídico de todo o processo<br />

julgamos que o mesmo poderá vir a ter uma efetiva utilização<br />

prática.


10 SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong><br />

ATUALIDADE/Opinião<br />

Adega Mayor inicia vindimas com oferta de experiências<br />

A Adega Mayor assinala este ano as vindimas<br />

com o lançamento de três programas de enoturismo,<br />

com o objetivo dar a oportunidade a todos<br />

os visitantes de serem enólogos por um dia,<br />

aprendendo os segredos da apanha da uva e da<br />

sua transformação em vinho. Mais informações e reservas desta proposta da empresa do grupo<br />

Nabeiro podem ser obtidas através do e-mail visitas@adegamayor.pt.<br />

CONSULTÓRIO<br />

LABORAL<br />

Trabalho numa empresa e há cinco anos que o meu horário<br />

de trabalho é de segunda a sexta-feira. Contudo, quase<br />

todas as semanas, o meu empregador solicita que preste<br />

duas horas de trabalho ao sábado, pagando esse trabalho<br />

a dobrar. Agora, o meu superior hierárquico informou-me<br />

que irei receber menos e trabalhar mais ao sábado. Isso é<br />

possível?<br />

A questão em apreço prende-se com a prestação de trabalho<br />

suplementar, seus limites e consequências. Em especial, a<br />

resposta à questão terá, necessariamente, de abordar os limites<br />

de prestação de trabalho suplementar em dia de descanso<br />

complementar, pois, ainda que a questão não esclareça,<br />

presume-se que, no caso em apreço, o sábado e o domingo<br />

sejam os dias de descanso do trabalhador, sendo o primeiro o<br />

complementar e o segundo o obrigatório.<br />

O trabalho suplementar é, nos termos do artigo 226º, nº 1, do<br />

Código do Trabalho, aquele que é “prestado fora do horário<br />

de trabalho”. Por sua vez, o horário de trabalho determina a<br />

hora de início e de termo do trabalho em cada dia, devendo<br />

ainda estabelecer os intervalos de descanso diários, tal como<br />

preceituado no art. 212.º e ss. do Código do Trabalho (CT).<br />

Conforme estabelece o artigo 227.º, n. º 1, do CT, o trabalho<br />

suplementar só pode ser prestado quando a empresa tiver de<br />

fazer face a um acréscimo eventual e transitório de trabalho<br />

e não se justifique a admissão de um trabalhador. Quando<br />

solicitada, a execução de trabalho suplementar é obrigatória<br />

para o trabalhador, salvo quando, havendo motivos atendíveis,<br />

este expressamente requeira a sua dispensa.<br />

O empregador deve ter um registo de trabalho suplementar onde<br />

são anotadas as horas prestadas neste regime. Do registo devem<br />

constar a indicação expressa do fundamento da prestação de<br />

trabalho suplementar e os períodos de descanso compensatório<br />

gozados pelo trabalhador. Sublinhe-se que a violação desta<br />

obrigação confere ao trabalhador, por cada dia em que tenha<br />

prestado atividade fora do horário de trabalho, o direito a<br />

retribuição correspondente a duas horas de trabalho suplementar.<br />

O trabalho suplementar está sujeito, por trabalhador, aos<br />

seguintes limites:<br />

No caso de microempresa ou pequena empresa, cento e setenta<br />

e cinco horas por ano;<br />

No caso de média ou grande empresa, cento e cinquenta horas<br />

por ano;<br />

No caso de trabalhador a tempo parcial, oitenta horas por<br />

ano ou o número de horas correspondente à proporção entre<br />

o respetivo período normal de trabalho e o de trabalhador a<br />

tempo completo em situação comparável, quando superior;<br />

Em dia normal de trabalho, duas horas;<br />

Em dia de descanso semanal, obrigatório ou complementar,<br />

ou feriado, um número de horas igual ao período normal de<br />

RICARDO MEIRELES VIEIRA<br />

ADVOGADO GABINETE DE ADVOGADOS ANTÓNIO VILAR,<br />

LUÍS CAMEIRÃO & ASSOCIADOS<br />

avlc@avlc-advogados.com www.avlc-advogados.com<br />

Os limites do trabalho suplementar<br />

PHC Software fornece Frutas Ernesto<br />

A PHC Software, fabricante nacional de aplicações, foi a fornecedora<br />

das soluções de gestão para a Frutas Ernesto, uma empresa,<br />

fundada em Estarreja em dezembro de 1992, que se dedica ao<br />

comércio de fruta e legumes, que implementou a solução PHC<br />

Advanced CS. “Tínhamos necessidade de ter mais fiabilidade,<br />

mais rapidez e um software cuja formação fosse fácil”, refere Sérgio<br />

Costa, administrador de sistemas da Frutas Ernesto.<br />

trabalho diário;<br />

Em meio dia de descanso complementar, um número de horas<br />

igual a meio período normal de trabalho diário.<br />

Quanto ao pagamento pela prestação de trabalho suplementar,<br />

o artigo 268.º CT estabelecia, até à entrada em vigor da última<br />

revisão do Código do Trabalho, que o trabalho suplementar<br />

prestado em dia de descanso semanal era pago pelo valor da<br />

retribuição horária com um acréscimo de 100% por cada hora<br />

ou fração.<br />

Contudo, com a entrada em vigor da Lei n.º 23/<strong>2012</strong>, de<br />

25 de junho, que procedeu à terceira alteração ao Código do<br />

Trabalho, o acréscimo retributivo pela prestação de trabalho<br />

suplementar foi alterado. Assim, a partir de 1 de agosto de<br />

<strong>2012</strong>, o trabalho suplementar é pago pelo valor da retribuição<br />

horária com os seguintes acréscimos:<br />

25 % pela primeira hora ou fração desta e 37,5 % por hora ou<br />

fração subsequente, em dia útil;<br />

50 % por cada hora ou fração, em dia de descanso semanal,<br />

obrigatório ou complementar, ou em feriado.<br />

Note-se que, de acordo com o preceituado no n.º 4 do<br />

artigo 7.º da Lei n.º 23/<strong>2012</strong>, estas reduções irão vigorar<br />

imperativamente durante dois anos, independentemente<br />

do que os contratos de trabalho ou instrumentos de<br />

regulamentação coletiva de trabalho estabeleçam. Ou seja,<br />

até agosto de 2014, os acréscimos retributivos pela prestação<br />

de trabalho suplementar serão os supra mencionados, ainda<br />

que acordos coletivos de trabalho ou os contratos de trabalho<br />

disponham de forma distinta.<br />

Decorrido este prazo de dois anos sem que as referidas<br />

disposições ou cláusulas tenham sido alteradas, os montantes<br />

por elas previstos são reduzidos para metade, não podendo,<br />

porém, ser inferiores aos estabelecidos pelo Código do<br />

Trabalho.<br />

Outra das alterações trazidas pela Lei n.º 23/<strong>2012</strong> foi a<br />

supressão do descanso compensatório na eventualidade de<br />

prestação de trabalho suplementar em dia de descanso semanal<br />

complementar. Com efeito, até agosto de <strong>2012</strong>, a prestação<br />

de trabalho suplementar em dia de descanso complementar<br />

conferia ao trabalhador o direito a um descanso compensatório<br />

correspondente a 25% das horas de trabalho suplementar<br />

realizadas. No entanto, a partir do passado mês, o trabalhador<br />

que presta trabalho suplementar não tem direito a qualquer<br />

descanso compensatório.<br />

Em suma, no caso em apreço, caso seja solicitado, o trabalhador<br />

deverá prestar trabalho suplementar ao sábado, o qual se<br />

presume ser o seu dia de descanso semanal complementar.<br />

O trabalho prestado nesse dia será pago com um acréscimo<br />

retributivo de 50% por cada hora ou fração e o trabalhador<br />

pode prestar até 8 horas de trabalho (isto é, um número igual<br />

ao do período normal de trabalho diário).<br />

SEGUNDA EDIÇÃO DO CONCURSO NACIONAL ESTÁ ABERTA A JOVENS DE TODO O PAÍS<br />

Sonae promove ideia de negócio<br />

A Sonae vai premiar os estudantes ou<br />

recém-licenciados que apresentem a melhor<br />

ideia de negócio para a sua área de<br />

retalho, no âmbito da segunda edição do<br />

“Concurso de Ideias e Planos de Negócio<br />

Arrisca.C <strong>2012</strong>”. A iniciativa enquadra-<br />

-se na política de Open Inovation da<br />

Sonae e pretende estimular os jovens a<br />

desenvolver uma atitude empreendedora.<br />

Os interessados podem submeter as suas<br />

ideias até ao próximo dia 15 de outubro.<br />

A melhor ideia será conhecida durante o<br />

mês de dezembro e os seus promotores<br />

receberão prémios no valor total de 3000<br />

euros.<br />

As candidaturas podem ser apresentadas<br />

individualmente ou por equipas até<br />

cinco elementos, em que pelo menos um<br />

dos promotores seja estudante ou recém-<br />

-diplomado há menos de três anos de<br />

qualquer instituição de ensino superior.<br />

João Günther Amaral, diretor de Inovação<br />

de Sonae, recorda a importância da<br />

inovação e da aproximação entre empresas<br />

e universidades. “A Sonae aposta<br />

numa estratégia de inovação aberta à<br />

comunidade que pretende envolver os<br />

jovens universitários no processo de inovação,<br />

ao mesmo tempo que estimula a<br />

sua criatividade e fomenta o empreen-<br />

dedorismo. Temos trabalhado em parceria<br />

com universidades nacionais, com<br />

o objetivo de estimular a aquisição de<br />

conhecimento e impulsionar uma maior<br />

aproximação entre o ensino e as empresas,<br />

permitindo uma maior adequação<br />

do perfil formativo às necessidades do<br />

mercado e desenvolvendo projetos que<br />

potenciem a implementação de novas soluções<br />

nos negócios”, disse.<br />

As ideias devem ser enviadas para o correio<br />

eletrónico geral@arrisca-c.pt, acompanhadas<br />

do formulário de candidatura<br />

que está disponível em http://www.uc.pt/<br />

gats/projectos/Arrisca_C_<strong>2012</strong>.<br />

A INSOLVÊNCIA<br />

DAS PESSOAS<br />

SINGULARES<br />

ANA LÚCIA MONTEIRO<br />

ADMINISTRADORA DE INSOLVÊNCIA<br />

aluciamonteiro.insolvencias@gmail.com<br />

A insolvência<br />

das pessoas singulares<br />

Trabalho numa empresa do ramo automóvel e<br />

com horas extras recebo cerca de 1300 H/mês.<br />

Sou divorciado e sem filhos. O que acontece<br />

aos meus rendimentos, no caso de pedirem a<br />

minha insolvência?<br />

Se pedirem a sua insolvência e sendo concedida<br />

a Exoneração do Passivo Restante (EPR), a<br />

qual deve ser feita a seu pedido, vai, com toda a<br />

certeza, ver os seus rendimentos diminuídos.<br />

Face ao estado atual do mercado de trabalho, o<br />

seu rendimento é visto como elevado, ainda para<br />

mais tratando-se de uma pessoa sem encargos<br />

com outros membros de família.<br />

Na verdade, o leitor ganha quase o<br />

correspondente a três ordenados mínimos<br />

nacionais que, pese embora ser do seu sacrifício e<br />

aplicação ao trabalho, não o é menos para com os<br />

credores para quem é devedor.<br />

No caso dos particulares, o processo de<br />

insolvência quase nunca importa benefícios aos<br />

credores, pois para os insolventes singulares existe<br />

sempre a possibilidade de, caso se reúnam as<br />

condições legais, obterem a graça da isenção do<br />

pagamento das dívidas.<br />

Porquanto, preferem os credores,<br />

individualmente, tentar o ressarcimento dos seus<br />

créditos pelas vias comuns, ou seja, através de<br />

acções executivas, onde poderão penhorar bens<br />

ou contas ordenado ou mesmo, antes destas<br />

diligências judiciais, encetarem com o “massacre”<br />

dos constantes telefonemas, cartas e ameaças,<br />

postura corrente por parte de entidades bancárias<br />

e financeiras.<br />

Para os insolventes singulares<br />

existe sempre a possibilidade<br />

de, caso se reúnam as condições<br />

legais, obterem a graça da isenção<br />

do pagamento das dívidas<br />

Com efeito, o instituto da EPR é um “perdão”<br />

que a lei concede à pessoa humana (não empresa),<br />

face aos erros cometidos, como, por exemplo, o<br />

recurso desgovernado à banca, de modo a que<br />

possa reiniciar a sua vida com a convicção de<br />

aprender a lição para futuro.<br />

No entanto, para que se venha a obter aquele<br />

“perdão”, precisa a pessoa de ficar “presa” durante<br />

5 anos a pagar, mensalmente, a parte monetária<br />

que o Tribunal entender como necessária para se<br />

ir amortizando algum valor aos credores.<br />

Para tanto, será fixada ao devedor a quantia<br />

considerada como razoável, para o que se atende<br />

ao ganho médio do cidadão comum e, tida como<br />

imprescindível para prover às suas necessidades de<br />

sobrevivência básica; ou seja, deverá o leitor fazer<br />

prova, no processo, das despesas mensais fixas e<br />

variáveis, mas indispensáveis ao seu sustento.<br />

Assim, se por acaso algum credor optar pela via<br />

da sua insolvência, irá ver, com toda a certeza, o<br />

seu salário ficar, substancialmente, diminuído,<br />

não obstante ter sempre direito ao montante<br />

correspondente a um salário mínimo nacional,<br />

sendo que§ o que lhe ficar fixado acima desse<br />

valor já terá que ver com a referida prova das<br />

despesas a que o Tribunal atenderá.


SALVADOR NOBRE DA VEIGA (XTB) CONSIDERA<br />

“Medidas de estímulos nos Estados<br />

unidos são improváveis”<br />

AQUILES PINTO<br />

aquilespinto@vidaeconomica.pt<br />

SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong> 11<br />

RentingPoint tem nova imagem e mais funcionalidades<br />

A possibilidade de a Reserva Federal<br />

norte-americana apresentar “medidas de<br />

estímulos são improváveis”, disse à “<strong>Vida</strong><br />

<strong>Económica</strong> Salvador Nobre da Veiga, account<br />

manager da corretora XTB. Recorde-<br />

-se que, nas últimas semanas, os analistas de<br />

mercado têm admitido a possibilidade de<br />

o presidente do banco central dos Estados<br />

Unidos, Ben Bernanke, anunciar um novo<br />

programa de monetização. “A especulação<br />

em torno de um anúncio de um novo QE<br />

[Quantitative Easing] acaba por ter bases<br />

sobretudo quando considerado o que foi<br />

dito nas últimas minutas da FED, onde esta<br />

admitiu a recetividade a mais programas de<br />

monetização”, referiu Nobre da Veiga.<br />

O mesmo especialista salienta, no entanto,<br />

que “algumas incoerências e alguns fatores<br />

que levam a acreditar que Bernanke<br />

não anuncie qualquer tipo de medida”. A<br />

primeira razão apontada pelo account manager<br />

da XTB é que os mercados acionistas<br />

“encontram-se em máximos desde 2008 e<br />

até bastante próximos de máximos absolutos”.<br />

O setor da construção perde cerca de<br />

90 postos de trabalho por hora. E a situação<br />

está para durar, na ótica da Federação<br />

Portuguesa da Indústria da Construção e<br />

Obras Públicas (FEPICOP), já que não<br />

há sinais de inversão da má conjuntura<br />

económica e medidas de apoio que minorem<br />

os efeitos decorrentes deste cenário.<br />

A mais recente análise de conjuntura da<br />

federação aponta novas quebras relativas<br />

à carteira de encomendas, às perspetivas<br />

de evolução do emprego e à confiança<br />

dos empresários do setor, as quais registaram<br />

variações negativas na ordem dos<br />

dois dígitos. “A péssima situação do setor<br />

nacional ao nível das obras em carteira é<br />

confirmada pela Comissão Europeia, que<br />

confirmou, em junho, o agravamento da<br />

tendência de redução deste indicador. O<br />

número de pessoas desempregadas oriundas<br />

desta indústria atingiu então um máximo<br />

– crescimento de quase 30% face a<br />

2011 - sendo que o peso do emprego da<br />

construção no total do emprego caiu significativamente<br />

nos últimos 10 anos, de<br />

12% para 8,3%”, adianta aquela estrutura<br />

patronal.<br />

A situação financeira das empresas,<br />

condicionada pelas dificuldades de financiamento,<br />

atrasos nos pagamentos e<br />

quebras nas vendas de imóveis, apresen-<br />

O portal de aluguer RentingPoint passou a contar com uma nova<br />

imagem im e com mais funcionalidades. É disponibilizada aos utilizadores<br />

d uma vasta gama de produtos para alugar, desde automóveis<br />

até a<br />

produtos domésticos. O site conta com novas funcionalidades,<br />

como pesquisa de produtos, georreferenciação, interação com o<br />

facebook, produtos relacionados e sistema de avaliação.<br />

Outro fator enumerado por Salvador Nobre<br />

da Veiga é a pressão inflacionária que a<br />

economia norte-americana tem experimentado,<br />

onde os custos energéticos (a gasolina<br />

encontra-se quase em máximos absolutos) e<br />

dos produtos alimentares têm aumentado.<br />

“Ora, um novo QE iria exponenciar mais<br />

ainda estas pressões inflacionárias e, estando<br />

o país na iminência de eleições, não parece<br />

que se corra o risco de uma medida desta<br />

importância possa colocar em causa a reeleição<br />

de Obama. A verdade é que os republicanos<br />

têm apontado a FED como uma<br />

das origens no aumento do custo de vida<br />

dos americanos, vendo os benefícios por<br />

parte das medidas da FED recaírem apenas<br />

nas grandes instituições e não no cidadão<br />

comum. Com as sondagens a mostrar uma<br />

aproximação de Romney a Obama nas intenções<br />

de voto, tal medida poderia causar<br />

uma maior aproximação ou até ultrapassagem<br />

por parte do candidato republicano”,<br />

analisa a nossa fonte.<br />

Por fim, a nossa fonte defende que as características<br />

do programa e a forma como<br />

se processa acabam por impor um limite<br />

prático.<br />

“A Reserva Federal utiliza o dinheiro<br />

entretanto impresso para comprar Treasuries<br />

(títulos de dívida governamentais) aos<br />

bancos. Retirar do balanço dos bancos os<br />

seus melhores ativos em termos de colateral<br />

acaba por prejudicar a capacidade destes<br />

em gerar lucros nas suas carteiras de negociação,<br />

o que, atendendo às atuais taxas de<br />

juro – praticamente a zero –, acaba por ser<br />

dos únicos rendimentos para os bancos”, refere<br />

Nobre da Veiga. “Somente uma queda<br />

do mercado acionista poderia incentivar a<br />

FED a lançar novos programas, o que acaba<br />

por ser um paradoxo curioso do próprio<br />

mercado, este sobe apenas com a expectativa<br />

de que a FED intervenha no caso da sua<br />

performance se deteriorar”, remata.<br />

Setor da construção perde 90 empregos<br />

por hora<br />

A situação da construção<br />

nacional é confirmada<br />

pela própria Comissão<br />

Europeia<br />

GesArrenda chega à cidade do Porto<br />

A GesArrenda, empresa de gestão de arrendamentos de baixo<br />

custo, chegou ao Porto, instalando-se na zona da Boavista. Em<br />

apenas oito meses, a marca tornou operacionais oito espaços<br />

em regime de franchising, presente em Lisboa, Setúbal e Porto.<br />

Está a decorrer o processo de angariação um pouco por<br />

todo o país, pelo que estão previstas novas aberturas no breve prazo.<br />

“Somente uma queda do<br />

mercado acionista poderia<br />

incentivar a FED a lançar<br />

novos programas”<br />

Não há sinais de inversão da má conjuntura económica atual e não se perspetivam medidas de<br />

apoio à indústria da construção, principal responsável pela criação de postos de trabalho.<br />

ta desde o início do ano uma “evolução<br />

preocupante”, a que não é alheia a vaga<br />

de falências que tem afetado o setor da<br />

construção. Desde janeiro, cerca de 870<br />

construtoras fecharam as portas. As restrições<br />

no crédito à habitação levaram a<br />

uma queda dramática de mais de 71%<br />

na procura, ficando-se em pouco mais de<br />

800 milhões de euros.<br />

ATUALIDADE<br />

Exportações<br />

do setor metalúrgico<br />

e metalomecânico<br />

aumentam 9%<br />

As exportações do setor metalúrgico e<br />

metalomecânico cresceram 8,9% no primeiro<br />

semestre de <strong>2012</strong> face a igual período<br />

do ano passado, enquanto as importações<br />

decresceram 19,3%, de acordo com os dados<br />

da Associação dos Industriais Metalúrgicos,<br />

Metalomecânicos e Afins de Portugal<br />

(AIMMAP). Na análise isolada ao mês de<br />

junho, os dados daquela entidade indicam<br />

um crescimento das exportações de 4,8%,<br />

para 1113 milhões de euros, face ao mês homólogo<br />

de 2011. Já quanto às importações,<br />

ainda com referência ao mesmo mês de<br />

junho de <strong>2012</strong>, verifica-se que houve uma<br />

diminuição de 12% face a junho de 2011.<br />

Estas informações resultam de uma<br />

análise que a AIMMAP efetuou sobre o<br />

comércio internacional, com natural incidência<br />

no setor metalúrgico e metalomecânico.<br />

“A principal conclusão resultante<br />

do estudo é a de que o crescimento das<br />

exportações do setor tem continuado a<br />

verificar-se de forma sustentada ao mesmo<br />

tempo que as importações de produtos<br />

e equipamentos metalúrgicos e metalomecânicos<br />

mantêm uma forte trajetória<br />

descendente. Um segundo dado relevante<br />

consubstancia-se no facto de a estratégia<br />

de diversificação de destinos continuar a<br />

surtir efeito, reduzindo-se de forma gradual<br />

a dependência das exportações do setor<br />

face aos seus mercados tradicionalmente<br />

mais importantes, todos eles localizados<br />

no espaço da União Europeia. Finalmente,<br />

resulta ainda do estudo que, embora continuando<br />

a aumentar as exportações, o ritmo<br />

desse crescimento começa a abrandar.<br />

Não sendo um dado inquietante, importa<br />

em todo o caso tê-lo presente”, refere a associação<br />

em comunicado.<br />

Analisados estes dados globais do primeiro<br />

semestre, constata-se que, embora<br />

residualmente, o volume das exportações<br />

foi nesse período de tempo superior ao<br />

das importações. “Efetivamente, há um<br />

pequeno saldo positivo de nove milhões<br />

euros, o qual, embora quase irrelevante<br />

em termos absolutos, indicia de forma clara<br />

uma situação de equilíbrio da balança<br />

comercial nunca antes observada no setor<br />

e até mesmo na globalidade da economia<br />

portuguesa”, indica a AIMMAP.<br />

De acordo com a mesma entidade, as<br />

principais causas para a evolução positiva<br />

das exportações são o aumento da “agressividade<br />

comercial” das empresas nacionais,<br />

assim como a já referida diversificação dos<br />

mercados-alvo, “a qual permitiu que o aumento<br />

percentual das vendas ao exterior<br />

para fora da União Europeia tenha sido<br />

no semestre aqui em referência de praticamente<br />

50%”.Já no que se refere à diminuição<br />

das importações, a principal razão para<br />

tal facto decorre, segundo a AIMMAP, da<br />

“forte quebra do consumo” no nosso país.<br />

“Em segundo lugar, com menor peso mas<br />

ainda assim com relevância, foi importante<br />

para essa redução alguma substituição de<br />

importações por produtos fabricados em<br />

Portugal”, remata a associação.


12 SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong><br />

ATUALIDADE<br />

Economista do Banco Mundial explica<br />

distribuição de riqueza em livro<br />

O economista e investigador do Banco Mundial Branko Milanovic lançou<br />

um livro em que aborda a distribuição de riqueza e o conceito de desigualdades.<br />

Editado em Portugal pela Bertrand, “Ter ou não ter” explora,<br />

através da história, literatura e jornais atuais, uma das maiores divisões da<br />

nossa vida social: o que separa os que têm dos que não têm.<br />

CAP sugere redução<br />

FRANCISCO JAIME QUESADO<br />

Especialista em Estratégia, Inovação<br />

da despesa pública à “troika”<br />

e Competitividade<br />

Portugal tem muito rapidamente<br />

A Confederação considera que a solução terá de ser encontrada através da redução da despesa e não pela imposição de novas medidas<br />

de austeridade ou pelo aumento de impostos.<br />

A Confederação dos Agricultores<br />

de Portugal (CAP) reuniu esta semana<br />

com a delegação da “troika” que se<br />

encontra em Portugal para avaliar o<br />

processo de implementação do programa<br />

de assistência financeira ao<br />

nosso país. No âmbito do encontro,<br />

a CAP comunicou aos representantes<br />

da “troika” a sua apreciação geral<br />

quanto ao estado da nossa economia<br />

e apresentou a sua posição relativamente<br />

a matérias específicas que condicionam<br />

a agricultura em particular<br />

e o setor produtivo de uma forma<br />

genérica.<br />

CORTES<br />

A Confederação<br />

manifestou-se contra a<br />

hipótese de estabelecer<br />

um corte nos subsídios<br />

no setor privado<br />

FINANCIAMENTO<br />

Acesso “não é apenas um<br />

problema de tesouraria e<br />

de gestão corrente”<br />

Para a CAP, o Governo tem vindo<br />

a demonstrar o seu empenho na redução<br />

do défice e o país está a cumprir<br />

os compromissos que assumiu<br />

no quadro do referido programa de<br />

assistência. Perante as dificuldades<br />

acrescidas no cumprimento da meta<br />

do défice estabelecida para este ano,<br />

a Confederação considera que a solução<br />

para esse problema terá de ser<br />

encontrada através da redução da<br />

despesa e não pela imposição de novas<br />

medidas de austeridade ou pelo<br />

aumento de impostos, sob pena de<br />

termos de enfrentar uma situação<br />

dramática, com um abrandamento<br />

brutal da economia e um agravamento<br />

do desemprego.<br />

A Confederação manifestou-se contra<br />

a hipótese de estabelecer um corte<br />

do subsídio de natal ou do subsídio<br />

de férias dos trabalhadores do setor<br />

privado, uma vez que, além de não<br />

diminuir a despesa do Estado, possui<br />

um potencial acrescido de reduzir<br />

ainda mais as suas receitas, ao contribuir<br />

para agravar a queda do consumo<br />

interno e a situação das empresas que<br />

dele carecem para subsistir.<br />

No que concerne às questões setoriais,<br />

a CAP frisou que o aumento<br />

das exportações e do investimento<br />

que tem vindo a verificar-se no setor<br />

agrícola está neste momento em risco.<br />

Com efeito, se a um ano conjunturalmente<br />

difícil para a agricultura<br />

portuguesa, tendo em conta a seca<br />

que ainda subsiste, acrescentarmos<br />

uma eventual não resolução do problema<br />

de acesso ao crédito por parte<br />

das empresas agrícolas, assim como<br />

por parte de todo o setor produtivo<br />

nacional, o risco de perdermos o contributo<br />

que a agricultura está a dar ao<br />

aumento das exportações é francamente<br />

considerável.<br />

Com efeito, o acesso ao crédito<br />

pelos empresários agrícolas não é<br />

Senda selecionada para obra no Qatar<br />

A Senda foi escolhida para equipar uma importante obra em<br />

Doha, no Qatar, o novo complexo desportivo com a designação<br />

Lekhwiya, numa área total de quase 20 mil m2. Numa fase<br />

inicial, caberá à empresa fornecer todos os sanitários em aço<br />

inoxidável e acessórios de casa de banho para o estádio oficial<br />

daquele clube.<br />

apenas um problema de tesouraria<br />

e de gestão corrente dos negócios, é<br />

fundamental para que os agricultores<br />

invistam e esgotem a aplicação dos<br />

fundos do Proder. A eventualidade<br />

de não existir crédito disponível, em<br />

volume e em juro compatível com<br />

as necessidades, compromete a recuperação<br />

da agricultura, tendo em<br />

conta que se trata de um setor com<br />

investimentos a longo prazo, os quais<br />

não suportam a persistência de uma<br />

situação de inacessibilidade de crédito<br />

e de taxas de juro extremamente<br />

elevadas.<br />

Para além disso, a CAP considera<br />

que o Estado português terá de<br />

criar mecanismos internos de controlo<br />

dos custos dos combustíveis<br />

e da energia, fatores cruciais para a<br />

produção agrícola, e ter em conta<br />

que o aumento das taxas camarárias,<br />

nomeadamente para o máximo legal<br />

em cerca de cem municípios sujeitos<br />

ao programa de desendividamento,<br />

constitui na prática já um aumento<br />

de impostos.<br />

A Confederação chamou ainda a<br />

atenção para a necessidade de ser implementado<br />

um sistema de seguros<br />

agrícolas eficaz, nomeadamente tendo<br />

em conta que existe uma diretiva<br />

comunitária nesse sentido. Assim, o<br />

Governo deverá retomar o quanto<br />

antes a reformulação do sistema de<br />

seguros, no sentido de evitar novas<br />

comparticipações e apoios do Estado<br />

em caso de calamidade, o que na actual<br />

conjuntura financeira poderá vir<br />

a revelar-se particularmente comprometedor<br />

para o país.<br />

que reforçar as suas opções no exterior<br />

A nova economia<br />

aberta<br />

A aposta, que nos últimos anos se tem consolidado,<br />

de reforço de uma “nova economia aberta” constitui a<br />

melhor evidência do impacto que a “partilha permanente<br />

do conhecimento” tem que ter na construção duma<br />

plataforma social mais competitiva mas seguramente<br />

mais coesa do ponto de vista social e humano. Apostar<br />

numa nova economia aberta é, desta forma, um ato de<br />

primazia à inovação e conhecimento, mas sem esquecer<br />

a capacidade inclusiva que as novas tecnologias têm que<br />

saber propiciar a uma sociedade cada vez mais complexa.<br />

Não se pode conceber o desígnio estratégico da<br />

competitividade sem atender à dimensão essencial<br />

da coesão social, fator central do equilíbrio do<br />

desenvolvimento e da justiça entre os diferentes<br />

segmentos da sociedade civil. Quando se fala da “nova<br />

economia aberta”, mais do que relevar a novidade que<br />

os instrumentos da informação e do conhecimento<br />

protagonizam em termos de qualidade, eficácia e<br />

modernidade, o que está claramente em jogo é a<br />

capacidade de renovar através deste novo paradigma a<br />

“sociedade global” que Karl Popper tanto defendeu na<br />

sua intervenção política.<br />

A afirmação de Portugal em economia aberta constitui<br />

um claro desafio a um compromisso mais do que<br />

necessário entre competitividade e coesão social, voltado<br />

para os desafios estratégicos que se colocam à região.<br />

Importa, no quadro da evolução global de Habermas,<br />

reforçar a identidade dos territórios e das organizações.<br />

A força estratégica da História e de “marcas centrais”<br />

como os oceanos para a marketização internacional da<br />

região é um ativo consolidado e através da viagem ao<br />

longo do país isso aparece-nos reforçado. Trata-se de<br />

fazer da identidade um fator de diferenciação qualitativa<br />

estratégica numa rede global que valoriza cada vez mais<br />

estes novos ativos.<br />

No quadro competitivo da nova economia aberta,<br />

Portugal tem que passar a integrar efetivamente as<br />

redes internacionais de excelência e competitividade.<br />

Só sobrevive ao desafio global quem souber consolidar<br />

mecanismos de sustentabilidade estratégica de valor e<br />

aqui os atores do conhecimento no nosso território têm<br />

que apresentar dinâmicas de posicionamento. O jogo<br />

da nova economia aberta implica dominar o paradigma<br />

da Informação. Na sociedade aberta do conhecimento,<br />

o jogo da informação é central na consolidação de<br />

plataformas de competitividade e na melhoria dos<br />

padrões de coesão social.<br />

Na nova economia aberta, o investimento é a porta<br />

do futuro. Não o investimento a qualquer preço.<br />

O investimento no conhecimento, nas pessoas, na<br />

diferença. Um ato de qualificação positiva, mas de clara<br />

universalização. É essa a mensagem da aposta no terreno.<br />

Quando se consolida o trabalho de cooperação ao longo<br />

da região, envolvendo tudo e todos, está-se claramente<br />

a fazer Investimento no futuro do território. A fazer das<br />

pessoas verdadeiros atores do conhecimento capazes de<br />

agarrar o complexo desafio das redes do futuro, onde a<br />

Inovação se assume como um acelerador de mudança.<br />

Projetar o futuro através da nova economia aberta é<br />

um ato de mudança. Construir plataformas de excelência<br />

e competitividade ao longo da região é dar um sinal<br />

positivo perante os novos desafios. Não a qualquer preço.<br />

Com as pessoas. Para as pessoas. A competitividade que<br />

a nova economia aberta implica não pode ser construída<br />

a qualquer preço. Deve-se assumir como um verdadeiro<br />

compromisso que a sociedade portuguesa assume com o<br />

futuro que é já hoje.


SAÚDE<br />

TERESA SILVEIRA<br />

teresasilveira@vidaeconomica.pt<br />

SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong> 13<br />

Paulo Maló abre na América Latina<br />

e estuda Moscovo, Paris, Frankfurt e Índia<br />

O empresário Paulo Maló está a investir<br />

na América Latina (do México ao Peru),<br />

onde prevê abrir 12 clínicas de implantologia.<br />

A primeira inauguração vai acontecer<br />

em novembro, em Bogotá (Colômbia).<br />

Será, segundo o empresário, “a clínica de<br />

implantologia dentária mais sofisticada<br />

e avançada do país. O investimento por<br />

clínica é de cinco milhões de euros e far-<br />

-se-á em parceria com o grupo Sonría e os<br />

empresários colombianos ligados ao setor<br />

da saúde e à banca Mário Pacheco e Daniel<br />

Carvajal, revelou à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”<br />

Paulo Maló, CEO do grupo. O financiamento<br />

será assegurado localmente.<br />

Nesta entrevista, o médico dentista<br />

adianta que “este é um projeto bastante interessante”<br />

e que o seu objetivo é “instalar<br />

uma clínica Maló em cada capital da América<br />

Latina”, com exceção da Argentina e<br />

do Brasil (onde o grupo já está instalado).<br />

O sucesso do investimento, diz, “é garantido”,<br />

uma vez que “os parceiros são muito<br />

fortes”, detendo já na região “uma rede de<br />

100 clínicas dentárias”.<br />

Com este negócio, o dentista Paulo<br />

Maló exporta para a América Latina o seu<br />

‘know-how’ enquanto criador de técnicas<br />

cirúrgicas e produtos patenteados tidos<br />

como inovadores, nomeadamente a técnica<br />

“All-on-4”, o “Extra-Maxilla Zigomático”,<br />

o implante “NobelSpeedy” e a prótese<br />

fixa “Malo Clinic Bridge”. Procedimentos<br />

que “permitem a reabilitação de desdentados<br />

totais sem recorrer a transplante ósseo<br />

em apenas um dia”.<br />

Moscovo, Paris, Frankfurt e Índia<br />

nos próximos seis meses<br />

Em paralelo com o plano de expansão<br />

para a América Latina, Paulo Maló não<br />

pára de explorar em novas geografias. Nesta<br />

entrevista à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”, realizada<br />

no oitavo piso da “mais bem sucedida<br />

clínica Maló em Portugal”, no Porto, onde<br />

está instalado vai para dois anos, o médico<br />

dentista não hesita em assumir: “somos,<br />

neste momento, a empresa da área da saúde<br />

com maior posicionamento e distribuição<br />

geográfica no mundo. Temos 22 clínicas<br />

em 16 países e em todos os continentes<br />

e, ultimamente, temos sido contactados<br />

quase semanalmente por grandes grupos<br />

económicos que estão ou que querem entrar<br />

na área da saúde”.<br />

“Estamos num ritmo meteórico”, acrescenta<br />

Paulo Maló, revelando que acabam<br />

de ser “contactados por um grupo fortíssimo<br />

russo, que quer uma Malo Clinic em<br />

Moscovo”. A par disso, “tivemos contactos<br />

com investidores franceses que querem<br />

levar uma Malo Clinic para Paris”, tendo<br />

ainda tido reuniões com “investidores alemães<br />

muito fortes que querem levar uma<br />

Malo Clinic para Frankfurt”.<br />

Malo Clinic define “plano<br />

estratégico” para o Japão,<br />

está “em negociações” para a<br />

Califórnia e abre em Sidney<br />

“no início de 2013”<br />

Falta ainda contabilizar o recentíssimo<br />

contacto do médico dentista português<br />

com “um investidor muito forte na área da<br />

saúde que quer levar uma Maló Clinic para<br />

a Índia”. “Ainda não sabemos em que cidade<br />

a clínica deverá ser instalada, mas será<br />

seguramente em Bombaim ou Nova Deli<br />

ou em Bangalore”, explicou Paulo Maló,<br />

lembrando que tudo “isto mostra bem a<br />

dimensão e a credibilidade que temos”.<br />

Crescimento de 3% a 4% em <strong>2012</strong><br />

“Curiosamente, não houve nenhum<br />

português a contactar-nos” para novos investimentos,<br />

diz, irónico, Paulo Maló, corrigindo<br />

logo a seguir que, “por acaso”, os<br />

investidores franceses até são “emigrantes<br />

portugueses”.<br />

Questionado sobre prazos, Paulo Maló<br />

explicou à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>” que, “para<br />

já, não está nada fechado, mas durante o<br />

próximo ano há 99% de hipóteses de que<br />

essas quatro clínicas vão aparecer”, explicando<br />

que, a exemplo da América Latina,<br />

o financiamento será partilhado e garantido<br />

localmente. Em Portugal, diz, “qual-<br />

Europa assinala Dia Mundial da Saúde Oral <strong>2012</strong><br />

De forma a comemorar o Dia Mundial da Saúde Oral, que se assinala<br />

no dia 12 de setembro, a Plataforma Europeia “Better Oral<br />

Health” organizou esta quarta-feira, 5 de setembro, em Bruxelas, o<br />

primeiro encontro europeu dedicado ao setor. No evento, que contou<br />

com vários especialistas e responsáveis políticos, foi apresentado<br />

o mais recente relatório sobre o estado da saúde oral na Europa.<br />

A Malo Clinic destina, anualmente, um milhão de euros à responsabilidade social (400 mil<br />

euros só para o projeto “Portugal a Sorrir”) e, “até ao final de 2013, 50% da faturação virá<br />

da exportação”, revelou Paulo Maló.<br />

quer financiamento só é possível com garantias<br />

bancárias que custam muito caro”.<br />

Com seis clínicas em Portugal - Lisboa,<br />

Porto, Coimbra, Almada, Portimão<br />

e Funchal (esta ainda em construção) -, a<br />

faturação da Malo Clinic ascendeu aos 47<br />

milhões de euros em 2011 (36 milhões só<br />

em Portugal). Para <strong>2012</strong>, Paulo Maló espera<br />

“um crescimento entre 3% e 4%, o que<br />

é excelente”.<br />

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14 SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong><br />

SAÚDE<br />

ISCSP debate políticas públicas de envelhecimento<br />

O Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) e a<br />

Fundação D. Pedro IV organizam, nos dias 9 e 10 de Novembro,<br />

uma conferência internacional sobre “Políticas públicas de envelhecimento”.<br />

O objetivo é promover a investigação no domínio<br />

das ciências sociais e políticas sobre a temática do envelhecimento,<br />

com enfoque na preservação e rentabilização do capital humano.<br />

COORDENADOR DO GRUPO TÉCNICO PARA A REFORMA HOSPITALAR DEFENDE<br />

Gestores hospitalares que não cumprem<br />

objetivos devem ser demitidos<br />

TERESA SILVEIRA<br />

teresasilveira@vidaeconomica.pt<br />

“Não há razão para nos<br />

defrontarmos com falta<br />

de médicos em algumas<br />

regiões quando os temos<br />

em excesso em outras”,<br />

garante o gestor que<br />

coordenou o grupo técnico<br />

para a reforma hospitalar<br />

nomeado pelo ministro<br />

da Saúde. Em entrevista<br />

à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”, José<br />

Mendes Ribeiro diz que a<br />

mobilidade dos médicos<br />

será uma realidade dentro<br />

de “dois a cinco anos” e<br />

defende a liberdade de<br />

escolha dos doentes quanto<br />

ao hospital onde querem<br />

ser tratados. Questionado<br />

sobre o cumprimento dos<br />

objetivos pelos gestores<br />

hospitalares, José Mendes<br />

Ribeiro não tem dúvidas:<br />

“Quem não cumpre deve<br />

ser demitido”.<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> - Foi o coordenador<br />

do grupo técnico para<br />

a reforma hospitalar a convite<br />

do ministro Paulo Macedo.<br />

Uma das conclusões do vosso<br />

relatório é que deverá haver<br />

uma melhor distribuição dos<br />

médicos pelo país. O SNS está<br />

mal organizado?<br />

JMR - A distribuição de médicos<br />

não respeita a densidade populacional<br />

de cada região, apesar<br />

de o número de médicos em Portugal,<br />

comparando com outros<br />

países europeus e da OCDE, ser<br />

por vezes bastante melhor. Não há<br />

razão aparente para nos defrontarmos<br />

com falta de médicos em<br />

algumas regiões quando os temos<br />

em excesso em outras. Acredito<br />

que há situações pontuais, em<br />

algumas especialidades, que não<br />

demorarão a ser corrigidas com<br />

o novo mapa de vagas entretanto<br />

apresentado pelo Ministério.<br />

VE - Referem que, dos cerca<br />

de 19 mil médicos do SNS,<br />

2337 deveriam ser transferidos<br />

para locais onde fazem mais falta.<br />

Porque é que o Ministério da<br />

Saúde não toma essa medida?<br />

JMR - Continuamos a precisar<br />

de médicos nos cuidados<br />

Experiência das PPP deve ser<br />

exportada para Angola e o Brasil<br />

O coordenador do grupo técnico para a reforma hospitalar tem “a<br />

convicção” de que, “na Saúde, pelo modelo de parceria públicoprivada<br />

[PPP] seguido e pelo cuidado posto nos contratos, temos<br />

um caso de sucesso”. Garante José Mendes Ribeiro que “o Estado<br />

paga menos, em média, por cada doente tratado num hospital em<br />

parceria, os hospitais são mais modernos e têm melhor serviço e os<br />

doentes saem satisfeitos com os tempos de resposta e qualidade do<br />

serviço”. Não falando já no facto de “pouparmos na construção de<br />

cada hospital um valor considerável, pois os últimos dez hospitais<br />

construídos e administrados diretamente pelo Estado custaram mais<br />

do dobro do orçamento de investimento inicial e demoraram em<br />

média sete anos”, diz.<br />

Rejeitando haver um “claro benefício dos privados nos projetos em<br />

PPP” quanto à Saúde, José Mendes Ribeiro lança o repto ao Governo:<br />

“no Brasil estão a decorrer alguns projetos e em Angola está em<br />

conclusão o quadro legal das parcerias”. Seria, pois, “uma excelente<br />

oportunidade para todos se o país se mobilizasse para levar a estes<br />

países os produtores de equipamentos ou mobiliário, os arquitetos<br />

e engenheiros portugueses, bem como as construtoras, consultores<br />

financeiros e as empresas de tecnologia, bem como os operadores do<br />

mercado da saúde para mostrar o interesse e o sucesso do programa<br />

português”.<br />

Presidente da República visita fábrica<br />

Innovnano<br />

O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, visita hoje, sexta-feira, a<br />

primeira fábrica de nanotecnologia em Portugal, a Innovnano, empresa da<br />

CUF, a holding química do grupo José de Mello. Estão também confirmadas<br />

as presenças, entre outros, de João Paulo Barbosa de Melo, presidente da Câmara<br />

de Coimbra, e de Vasco de Mello, presidente do grupo José de Mello.<br />

Não poderá manter-se por muito tempo a prática do passado de os hospitais de Lisboa, Porto ou Coimbra absorverem<br />

a maioria dos médicos que aí estudaram”, diz José Mendes Ribeiro.<br />

primários. Não será lógico poder<br />

incentivar alguns dos médicos internistas<br />

e de outras especialidades<br />

a repartir a atividade semanal<br />

entre o hospital e um centro de<br />

saúde da região que esteja carente?<br />

Mas também podemos incentivar<br />

a mobilidade de médicos em<br />

excesso em alguns hospitais para<br />

outros mais periféricos com carência<br />

de recursos. O Ministério<br />

tomará, por certo, essas medidas.<br />

O caminho será abrir vagas onde,<br />

e apenas onde haja falta de médicos<br />

e promover ativamente a mobilidade<br />

interna entre os hospitais<br />

do SNS. Entre dois, a cinco anos,<br />

este ajustamento poderá estar feito<br />

de forma serena e construtiva.<br />

VE - Os doentes devem, ou<br />

não, ter liberdade de escolha<br />

quanto ao hospital em que desejam<br />

ser tratados?<br />

JMR - Defendo, como sabe,<br />

a liberdade de escolha há muitos<br />

anos. E defendo convictamente a<br />

liberdade de escolha como um valor<br />

essencial de afirmação da nossa<br />

cidadania. Umas quantas vozes<br />

discordantes apresentam como<br />

único argumento que a liberdade<br />

de escolha é uma forma de desviar<br />

os doentes para os privados, apelidando<br />

isso como “liberalismo”.<br />

É um argumento pobre e é uma<br />

pena fazermos esta discussão num<br />

patamar tão básico. O sistema<br />

deve estar centrado no cidadão e<br />

não em outros interesses.<br />

VE - Atendendo à conjuntura<br />

que o país vive e às fortes restrições<br />

orçamentais, acha financeiramente<br />

viável que se avance<br />

nesse sentido?<br />

JMR - Há uns anos, ninguém<br />

acreditava que, numa década, pudéssemos<br />

duplicar o orçamento<br />

público de Saúde. E ele duplicou<br />

e tornou-se insuportável para as<br />

contas públicas. Entre 2008 e<br />

2010 custou-me ver que o passivo<br />

dos hospitais públicos tivesse<br />

passado para mais do dobro em<br />

tão pouco tempo. Este caminho<br />

já provou que não será o melhor,<br />

pois põe em causa todas as<br />

escolhas futuras. A liberdade de<br />

escolha pode ser aplicada desde<br />

já sem qualquer risco entre os<br />

hospitais públicos, pois já existe<br />

quanto à escolha do centro de<br />

saúde ou dos prestadores convencionados<br />

e só revelou vantagens.<br />

Além disso, em 2013 vamos ter<br />

de assumir que qualquer portu-<br />

MÉDICOS<br />

“Podemos incentivar<br />

a mobilização de médicos<br />

em excesso para hospitais<br />

periféricos”<br />

ANGOLA E BRASIL<br />

“Seria excelente mobilizar<br />

arquitetos, engenheiros,<br />

construtoras, consultores<br />

e empresas de tecnologia<br />

para estes países”<br />

guês poderá escolher um hospital<br />

em Espanha ou França, de acordo<br />

com a Diretiva Europeia dos<br />

cuidados de saúde, mas não pode<br />

trocar o Hospital de S. João pelo<br />

de Santo António, porque os burocratas<br />

inventam todos os motivos<br />

para lhe dificultar a escolha.<br />

Sabe, em Portugal, preferimos<br />

fechar os olhos e ter as pessoas a<br />

mentirem na morada e porventura<br />

aplicar a nova diretiva, à força,<br />

quando formos confrontados<br />

com as queixas no Tribunal Europeu.<br />

VE - O memorando com a<br />

‘troika’ que prevê a redução<br />

da despesa pública hospitalar<br />

total compatível com a redução<br />

no período compreendido<br />

entre 2011 e 2013 dos custos<br />

operacionais dos hospitais pelo<br />

menos em 15%, face ao nível<br />

de custos de 2010. Parece-lhe<br />

exequível?<br />

JMR - Não é fácil, mas é exequível<br />

com uma gestão rigorosa<br />

e profissional… se a inflação não<br />

disparar nos fatores de custeio direto.<br />

Obviamente, há necessidade<br />

de atender a cada caso como um<br />

caso. Há hospitais muito bem geridos<br />

onde esse objetivo é difícil de<br />

alcançar e outros onde esse objetivo<br />

pode e deve até ultrapassar os 20%.<br />

VE - Os gestores hospitalares<br />

deveriam assinar contratos com<br />

objetivos, financeiros e de qualidade,<br />

definidos à cabeça?<br />

JMR - A qualidade deverá ser<br />

a palavra de ordem em todas as<br />

dimensões. Há uns anos, aprendi<br />

uma definição muito simples de<br />

qualidade: fazer bem à primeira.<br />

Os conselhos de administração<br />

e os diretores de serviço têm de<br />

ser avaliados com rigor, todos os<br />

anos e durante todo o seu mandato.<br />

Quem não cumpre deve ser<br />

demitido e quem alcança os objetivos<br />

deve ser premiado.


SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong> 15<br />

NEGÓCIOS<br />

E EMPRESAS<br />

O Banco de Portugal acaba de noticiar (JN de<br />

23/8/<strong>2012</strong>) que os salários reais em Portugal têm de<br />

baixar mais 10% sobre o que já baixa desde há dois<br />

anos. Ao invés, os impostos aumentam de uma forma<br />

absolutamente desmesurada, a energia paga-se a<br />

preços de autêntico disparate, os bens de primeira<br />

necessidade estão em preços descontrolados. Por outro<br />

lado, os serviços públicos reduzem a sua oferta<br />

aos cidadãos e começamos a perceber que a qualidade<br />

dos que restam será fortemente afetada.<br />

Quer dizer que o poder de compra real dos portugueses<br />

está a regredir para níveis que envergonham<br />

a democracia e, por conseguinte, a nossa capacidade<br />

de a construir. Estamos num processo de “desconstrução”<br />

da vida pública, económica, social e naturalmente<br />

política.<br />

Mas o que é que aconteceu ao nosso “jardim à beira-<br />

-mar plantado”? Somos apenas cerca de dez milhões<br />

de habitantes (menos de metade de uma só cidade<br />

brasileira ou americana, menos de 1/3 de uma só<br />

cidade chinesa ou japonesa), num território simpático,<br />

bem posicionado no globo, sem extremos nem<br />

catástrofes… Como é possível continuar a comprovar<br />

ao fim de quase dois milénios, o que dizia o escritor<br />

latino, de que somos um “… povo que não<br />

se sabe governar…” (E utilizo só esta parte da frase,<br />

porque a outra parte já não é verdade: efetivamente<br />

já nos deixamos governar).<br />

No mundo globalizado, não somos nem podemos<br />

ser uma ilha. Mas ninguém tem dúvidas de que poderíamos<br />

ser autossuficientes (Produzir recursos suficientes<br />

para toda a população e exceder em alguns<br />

para comprarmos o que não produzimos), e ter uma<br />

vida boa. Então porque não temos? Genericamente,<br />

por duas grandes razões: uma interna e outra externa.<br />

SUGESTÃO DE LEITURA<br />

Tony Judt, Tratado sobre os nossos<br />

actuais descontentamentos,<br />

Ed. 70, Lisboa. <strong>2012</strong><br />

Internamente porque deixámos cair finalmente o<br />

nosso antigo e reconhecido espírito de “não nos deixarmos<br />

governar”. Entregámos de bandeja, nem se<br />

sabe a quem, a condução dos nossos destinos. Fomos<br />

demasiado condescendentes: com a economia<br />

internacional, com os senhores da energia que nos<br />

convenceram que faziam mais barato que o vento<br />

que aqui sopra, com os senhores do dinheiro. Já não<br />

temos governo no Governo, nem o governo governa<br />

coisa nenhuma: é governado!<br />

Sem dúvida que tínhamos de entrar na Europa da<br />

União. Nunca vivemos tão bem e confortavelmente<br />

como nestes últimos anos, temos de o reconhecer. Mas<br />

não soubemos nem preparar-nos para o reverso da medalha,<br />

nem solidificar o bem que de bandeja nos trouxeram<br />

a casa. E como “não há almoços grátis” e não<br />

nos preparámos convenientemente para o jantar, que<br />

já não é grátis, fomos apanhados na nossa ingenuidade.<br />

A Alemanha e os países mais ricos da Europa foram<br />

pagando em subsídios para deixarmos de produzir.<br />

De facto, não nos deram dinheiro, emprestaram-nos<br />

apenas, porque, ao não produzirmos, tivemos de<br />

comprar para viver. A quem? A eles… e o dinheiro<br />

retornou lá. Mas com isso tornámo-nos dependentes.<br />

E agora? Perdemos a nossa autossubsistência,<br />

LUÍS MATIAS<br />

Administrador Hospitalar<br />

Os fundamentos da crise<br />

perdemos a nossa liberdade!<br />

Mas este até é um problema regional. Problema<br />

maior é que os senhores que detêm o dinheiro do<br />

mundo, e esses não têm nacionalidade (o próprio<br />

mundo é pequeno para eles), perceberam que um<br />

nível de vida mais elevado para mais gente comporta<br />

para eles dois grandes problemas.<br />

O primeiro é que a ascensão de uma classe média<br />

(como aconteceu com a burguesia que fez declinar a<br />

nobreza feudal) estável e sólida comporta o risco real<br />

de alguns deles passarem à classe dos ricos e terem<br />

de partilhar a riqueza com mais esses ou, em situação<br />

extrema, muitos deles passarem para a classe<br />

rica, colocando definitivamente em risco as suas posições<br />

de poder, deixam de ser dominantes, porque<br />

o dinheiro fica muito mais distribuído. Ora isso será<br />

o fim do domínio, e morre o fundamento neoliberal<br />

que ideologicamente sustenta este sistema injusto do<br />

mundo.<br />

O segundo tem a ver com o valor do trabalho. Todos<br />

sabemos que verdadeiramente só há duas formas de<br />

gerar riqueza: o trabalho e a detenção de recursos<br />

naturais. Todo o enriquecimento deriva destes dois<br />

valores fundamentais, e sobretudo do primeiro. Nas<br />

sociedades mais desenvolvidas, o valor do trabalho<br />

(pela melhor consciência do justo valor e pela dignificação<br />

dos direitos humanos) começou no pós-<br />

guerra a elevar-se, como se elevou o nível de vida<br />

das pessoas. Este sistema conduziu de facto, quase<br />

generalizadamente, a uma melhoria das condições<br />

económicas nestes países, e a concertação social foi<br />

conseguindo impor-se nos sistemas jurídicos, protegendo<br />

os direitos dos trabalhadores. O trabalho<br />

especializou-se de uma forma espantosa, mas o seu<br />

custo elevou-se a níveis perigosos para os detentores<br />

do dinheiro, baixando o seu lucro. Especularam<br />

vendendo conforto aos trabalhadores a preços que<br />

não podiam pagar, mas facilitando-lhe tudo para<br />

depois lhe fazerem desmoronar a vida. Fizeram isso<br />

também aos estados, tirando-lhe poder e fazendo-<br />

-os claudicar, através das famigeradas “agências de<br />

rating”. Agora dominam-nos. E mesmo os estados<br />

fortes acabam prostrados perante os senhores do dinheiro,<br />

que não têm pátria nem fronteiras, nem lei.<br />

Chamam a estes momentos “reajustamentos económicos”.<br />

Pois é, mas em que resultam?<br />

Vejamos: retiram dinheiro à chamada classe média.<br />

Os estados empobreceram e enchem os cidadãos<br />

de impostos que retiram ainda mais dinheiro. Fragilizam<br />

as economias locais, criando desemprego.<br />

Baixam salários, por conseguinte baixam o valor do<br />

trabalho.<br />

Creio que aí estará atingido o objetivo dos donos do<br />

dinheiro e do poder: mais poder; mais lucro. À custa<br />

de quê? “Nova escravatura” e perda de soberania dos<br />

estados. Ou seja, como na física, “na natureza nada<br />

se perde, nada se cria, tudo se transforma”, também<br />

na economia nada se perde, nada se cria, tudo se<br />

transforma: vão aos estados buscar o poder que conseguem<br />

reduzir-lhe; vão ao trabalho buscar o lucro<br />

com o que conseguem reduzir nos salários e aumentar<br />

em número de horas de trabalho.<br />

O desemprego, que chega a números de desespero,<br />

leva a que as pessoas aceitem qualquer trabalho a<br />

qualquer preço para sobreviverem. A isso chama-<br />

-se escravatura. Estas crises são cíclicas, promovem<br />

“ajustamentos da economia” sempre no sentido do<br />

lucro e do domínio do poder.<br />

Iluminação portuguesa expõe na Cidade Luz<br />

Entre hoje (7) e domingo, a LUZZA, entidade que tem como missão<br />

promover e credibilizar internacionalmente o setor da iluminação portuguesa,<br />

e algumas marcas portuguesas do setor vão marcar presença na<br />

Maison & Objet, feira de Paris de design. “Dentro das nossas marcas,<br />

temos produtos que se encaixam em diversos estilos, desde o clássico<br />

até ao contemporâneo, sempre com um cunho muito próprio”, refere<br />

Modesto Castro, presidente da LUZZA.<br />

ALF lançou manual<br />

de recondicionamento<br />

para o setor do renting<br />

A Associação Portuguesa de Leasing,<br />

Factoring e Renting (ALF)<br />

lançou um manual de recondicionamento<br />

para o sector do renting.<br />

O objetivo da entidade com o documento<br />

é harmonizar as regras de<br />

levantamento de danos em veículos<br />

no fim de contrato. “Uma vez que<br />

o recondicionamento dos veículos<br />

em final de contrato ocasionalmente<br />

dá origem a divergências entre os<br />

clientes e as empresas de renting,<br />

o manual agora disponibilizado<br />

destina-se a servir de guia e a assegurar<br />

que o processo de inspeção e<br />

levantamento de danos é tratado de<br />

forma justa e transparente, estabelecendo<br />

regras para a sua refaturação”,<br />

lê-se num comunicado enviado<br />

pela ALF à comunicação social.<br />

A mesma nota refere que, “para um<br />

melhor entendimento, o manual<br />

está ilustrado com exemplos de danos<br />

aceitáveis, fruto de uma utilização<br />

normal do veículo e do seu<br />

desgaste natural, e não aceitáveis”.<br />

CONSULTÓRIO DE FUNDOS COMUNITÁRIOS<br />

Sistema de recuperação de empresas<br />

por via extrajudicial (SIREVE)<br />

Somos uma microempresa no sector dos transportes e logística e encontramo-<br />

-nos com dificuldades de tesouraria devido à insolvência de um cliente, que<br />

teve como consequência o atraso no cumprimento das obrigações com a<br />

Segurança Social e com um fornecedor.<br />

O volume de encomendas verificou um ligeiro aumento nos últimos meses,<br />

contudo, não o suficiente para amortizar a totalidade das dívidas em questão.<br />

Existe algum mecanismo de apoio às empresas que nos possa auxiliar?<br />

RESPOSTA<br />

O SIREVE constitui um procedimento<br />

que visa promover a recuperação<br />

extrajudicial das empresas, através<br />

da celebração de um acordo entre a<br />

empresa e todos ou alguns dos seus<br />

credores, que representem no mínimo<br />

50% do total das dívidas da empresa,<br />

e que viabilize a recuperação da<br />

situação financeira da empresa.<br />

Pode requerer a sua recuperação<br />

através do SIREVE qualquer empresa<br />

que se encontre em situação<br />

económica difícil (dificuldade séria<br />

para cumprir pontualmente as suas<br />

obrigações, por falta de liquidez ou de<br />

obtenção de crédito) ou numa situação<br />

de insolvência iminente (isto é, antevê<br />

que não poderá continuar a cumprir<br />

pontualmente as suas obrigações) ou<br />

atual.<br />

A apresentação do requerimento<br />

ao SIREVE suspende o prazo para<br />

apresentação à insolvência. Esta<br />

suspensão cessa com o decurso do<br />

prazo de cinco dias após o despacho<br />

de recusa do requerimento.<br />

O despacho de aceitação do<br />

requerimento SIREVE obsta à<br />

instauração contra a empresa de<br />

quaisquer ações executivas destinadas<br />

a exigir o cumprimento de obrigações<br />

pecuniárias enquanto o procedimento<br />

não for extinto e suspende,<br />

automaticamente e por igual período,<br />

as ações executivas já instauradas<br />

contra a empresa e que se encontrem<br />

pendentes à data da respetiva<br />

prolação.<br />

Quando o acordo abrange credores<br />

públicos, a dívida englobada no<br />

plano de pagamentos compreende a<br />

dívida relativa à Fazenda Pública e à<br />

Segurança Social, apurada e existente<br />

até à data de apresentação do<br />

requerimento de utilização do SIREVE,<br />

incluindo, nomeadamente, a quantia<br />

exequenda, os juros e as coimas. O<br />

plano de pagamentos tem o limite<br />

máximo de 150 meses.<br />

Se surgirem novas dívidas à Fazenda<br />

Pública ou à Segurança Social, o<br />

acordo cessa relativamente a estas<br />

entidades caso a regularização das<br />

mesmas não se verifique no prazo de<br />

90 dias a contar da respetiva data de<br />

vencimento.<br />

O requerimento deve incluir, além do<br />

conteúdo do acordo que se pretende<br />

obter, um plano de negócios. Este<br />

deve identificar as medidas e os<br />

meios necessários à reposição das<br />

condições de sustentabilidade<br />

económica da atividade da empresa,<br />

bem como a capacidade da empresa<br />

em assegurar o cumprimento do plano<br />

de reestruturação e o pagamento<br />

das dívidas aos credores evidenciada<br />

através dos documentos contabilísticos<br />

previsionais, nomeadamente balanço,<br />

demonstração de resultados e mapa de<br />

fluxos de caixa relativos a um período<br />

mínimo de cinco anos.<br />

A empresa deve demonstrar que, de<br />

acordo com aquele plano, no final<br />

do período de cinco anos, consegue<br />

atingir uma situação económica e<br />

financeira equilibrada, com um rácio<br />

de autonomia financeira superior a<br />

15% ou 20%, consoante se trate de<br />

pequena ou média empresa (PME) ou<br />

grande empresa, respetivamente, e um<br />

rácio de liquidez geral superior a 1,05.<br />

As empresas podem aceder a este<br />

mecanismo a partir de 1 de Setembro.<br />

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16 SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong><br />

NEGÓCIOS E EMPRESAS<br />

Lâmpadas convencionais proibidas na União Europeia<br />

O fabrico e a importação de lâmpadas standard tradicionais – conhecidas<br />

como lâmpadas incandescentes – estão proibidos em todos os países da<br />

União Europeia, faz notar a Verbatim, empresa detida pelo grupo Mitsubishi<br />

Chemical Corporation. A lei aplica-se às lâmpadas convencionais<br />

devido aos seus baixos níveis de eficiência energética, uma vez que utilizam<br />

apenas 10% da energia fornecida à lâmpada para criar luz visível.<br />

SETOR TEM DE SE ADAPTAR A UMA NOVA REALIDADE<br />

Recessão económica e falta de liquidez<br />

penalizam banca nacional<br />

Os bancos nacionais, apesar de não terem<br />

apresentado a mesma exposição aos ativos<br />

tóxicos que outros congéneres europeus e<br />

americanos tiveram, sofrem os danos colaterais<br />

resultantes da falta de liquidez e<br />

da profunda recessão económica. Estas as<br />

principais conclusões que se podem retirar<br />

de um estudo da PricewaterhouseCoopers,<br />

a propósito da evolução da atividade financeira.<br />

Perante este cenário, é evidente que o<br />

“funding” é difícil, para além de que as<br />

exigências da “troika” quanto ao rácio de<br />

transformação obriga a uma redução significativa<br />

de crédito e a uma contração do<br />

balanço. “Certo é que os bancos portugueses<br />

terão mesmo de se adaptar a este novo<br />

modelo, apesar das consequências ao nível<br />

da respetiva rentabilidade.” De facto, nos<br />

últimos tempos, a rentabilidade dos ativos<br />

baixou muito, mas espera-se que num<br />

prazo de dois a três anos chegue aos 2%,<br />

alcançando-se um equilíbrio.<br />

Para já, adianta a consultora, os bancos<br />

nacionais estão centrados em baixar os custos<br />

estruturais e melhorar o rácio “cost to<br />

O debate sobre o estado (mau estado,<br />

diga-se) da nossa economia tem gerado e<br />

desenvolvido uma narrativa muito própria.<br />

Há um certo linguajar que é formado por<br />

alguns “slogans” que tentam reproduzir,<br />

tópica e impressivamente, as “ideias-chave”<br />

que sobressaem na apresentação das temáticas<br />

económicas. Em rigor, de política económica.<br />

Ora, os diagnósticos dos problemas da<br />

nossa economia e as respetivas propostas de<br />

soluções são já, de há alguns anos a esta parte,<br />

mais ou menos os mesmos.<br />

Recorrentemente, a falta de<br />

competitividade dos nossos processos<br />

produtivos e, de um modo geral, dos<br />

nossos produtos no mercado internacional<br />

são temas que estão na ordem do dia. O<br />

incremento recente das nossas exportações<br />

tem-nos levado a considerar que, no<br />

fundo, uma das soluções para a nossa<br />

reforma estrutural passa, efetivamente,<br />

pelo acréscimo de produtividade, com<br />

qualidade, da nossa produção de bens<br />

transacionáveis. Por um lado, esta perspetiva<br />

levanta o véu relativamente a um dos<br />

nossos (e, de certo modo, também europeu)<br />

problemas das últimas duas décadas:<br />

temos vivido um progressivo e corrosivo,<br />

em termos de competitividade mundial,<br />

processo de desindustrialização. Mas esta<br />

ênfase colocada na necessidade de sermos<br />

produtivos e competitivos em termos de bens<br />

transacionáveis também se conexiona com<br />

A banca portuguesa está numa posição bastante confortável para tirar benefícios<br />

da evolução económica que se verifica em vários mercados emergentes,<br />

com destaque para o mundo islâmico, diz a PwC.<br />

income”, em diminuir a exposição à dívida<br />

pública e aos setores da economia com<br />

maior exposição ao ciclo negativo, bem<br />

como à bolha imobiliária. “Todavia, existe<br />

um lado positivo nas medidas que estão a<br />

ser tomadas, pois ajudam a atingir um novo<br />

equilíbrio e este é o maior desafio da indústria.”<br />

Entretanto, vai assistir-se a um agra-<br />

a questão da concorrência…. ou, melhor,<br />

com a cronicamente sentida, entre nós,<br />

falta dela! Com efeito, um dos tais “slogans”<br />

passa pela invocação de mais concorrência e,<br />

concomitantemente, pela verificação da falta<br />

dela e, mais especificamente, de uma “cultura<br />

concorrencial” que, de um modo geral, nos<br />

leve a ser mais eficientes. E é verdade que esse<br />

“slogan” da necessidade de mais concorrência<br />

é, no essencial, verdadeiro e assertivo. No<br />

entanto, importa dissecá-lo um pouco.<br />

Em primeiro lugar, há que ter<br />

consciência de que um acréscimo de<br />

“cultura concorrencial”, numa economia<br />

e, principalmente, numa sociedade que,<br />

pura e simplesmente, não a tem, não se<br />

alcança apenas com a mudança de uma lei.<br />

Quando muito, se nos quisermos restringir<br />

apenas ao plano legislativo, importa que<br />

uma lei da concorrência (ou da “defesa<br />

da concorrência” e, por via dessa defesa,<br />

também da “regulação”) esteja integrada<br />

num sistema dinâmico, num contexto<br />

legislativo que forme um edifício que<br />

motive e incentive os agentes económicos<br />

a decidirem concorrencialmente. Mais:<br />

que os obrigue a ganhar a tal “cultura<br />

concorrencial”, na medida em que sintam a<br />

necessidade de incorporar, nos seus processos<br />

de decisão empresarial, os constrangimentos<br />

que à “liberdade de empresa” e à “liberdade<br />

contratual” sempre um sistema de “defesa<br />

da concorrência” acaba por impor. De<br />

Pós-graduação ajuda na procura de emprego<br />

A esmagadora maioria dos estudantes está interessada em realizar uma<br />

pós-graduação e para escolher o curso grande parte opta pelas páginas oficiais<br />

das universidades. Estas as principais conclusões do terceiro inquérito<br />

sobre emprego realizado pela rede Universia e pelo portal www.trabalhando.com,<br />

no âmbito de um maior conhecimento sobre as impressões dos<br />

universitários em relação à formação e ao mercado de trabalho.<br />

É necessário vender os ativos de maior risco<br />

Em termos globais, os bancos estão com dificuldades no acesso ao capital, pelo que terão<br />

de trabalhar ao nível do risco. Tal realidade implica vender os ativos de maior risco para<br />

baixarem a sua exposição.<br />

Dada a escassez de capital, a banca tem duas alternativas: ou aumenta o capital ou reduz<br />

os ativos com riscos e o rácio de transformação. De certa forma, é uma situação que já<br />

está a acontecer, na perspetiva da PwC, com a venda dos ativos não-core e a diminuição da<br />

carteira de crédito e a refocalização nos produtos-base da atividade bancária. E se o mercado<br />

interno está em declínio, não resta outra solução aos bancos do que ir para os mercados<br />

internacionais que estão saudáveis.<br />

vamento dos “spreads” na ordem de 1,5%<br />

ou 2% no longo prazo e existirá uma menor<br />

exposição ao risco.<br />

Refere ainda a PwC que é expectável assistir-se,<br />

nos próximos anos, a algumas fusões e<br />

aquisições nos bancos mais pequenos. “Nos<br />

bancos onde existem acionistas estrangeiros,<br />

estes deverão reforçar a sua presença. Os nossos<br />

bancos estão a preparar-se para o novo<br />

contexto, estão a fazer um percurso para assegurarem<br />

o futuro, mas existem incertezas<br />

advindas de fatores externos já reconhecidos.”<br />

Um aspecto interessante é que Portugal<br />

PEDRO MADEIRA FROUFE PROF. UNIVERSIDADE DO MINHO<br />

Diretor do CEDU – Centro de Estudos em Direito da União Europeia / U.M.<br />

“Democratizemos” a concorrência<br />

nada adiante termos, no ordenamento<br />

jurídico, um boa lei da concorrência se, por<br />

um lado, ela estiver desacompanhada de<br />

outros atos que reflitam sistematicamente<br />

esse intuito, essa proteção do bem jurídico<br />

“concorrência” e, por outro, ela não for bem<br />

e prioritariamente aplicada. Ou seja, se as<br />

entidades competentes – vg. a Autoridade<br />

da Concorrência – não tiverem os meios<br />

efetivos para aplicar eficazmente essa lei. E<br />

aqui, neste último ponto, entre nós têmse<br />

revelado alguns sinais contraditórios,<br />

no que respeita à aceitação, por parte dos<br />

agentes e dos operadores jurídicos, da<br />

Lei nº 19/<strong>2012</strong> (novo regime jurídico da<br />

concorrência e da regulação) que entrou<br />

em vigência no passado dia 7 de julho. Há<br />

queixas em relação aos reforços dos poderes<br />

da Autoridade da Concorrência; observa-se<br />

que a nova lei acaba por impor (e permitir)<br />

uma atuação quase policial sobre os agentes<br />

económicos, tocando, mesmo, em alguns<br />

aspetos, em questões problemáticas em<br />

matéria de direitos fundamentais (por<br />

exemplo, a questão das buscas às instalações<br />

das empresas e mesmo a possibilidade de tais<br />

buscas poderem invadir os domicílios dos<br />

repensáveis cujos comportamentos sejam<br />

objeto de inquérito). Sem analisar, agora, o<br />

alcance desses poderes acrescidos, importa<br />

não esquecer a necessária articulação do nosso<br />

sistema com a legislação da União Europeia,<br />

nomeadamente, com o Regulamento<br />

conta com alguns dos seus bancos com<br />

posições sólidas em vários mercados emergentes.<br />

“Ou seja, a banca nacional tem de<br />

captar rentabilidade noutras zonas geográficas,<br />

de forma a compensar a situação menos<br />

boa no mercado doméstico. Os bancos<br />

deveriam avançar com esta estratégia de expansão<br />

para outras geografias, como Africa,<br />

Médio e Extremo Oriente. São países que<br />

vão crescer mais do que a Europa e onde<br />

devemos atrair nichos de mercado. Existe<br />

elevada liquidez, que pode servir para alavancar<br />

a atividade dos bancos nacionais a<br />

nível global.”<br />

nº 1/2003, que vem abrir a porta (e a<br />

legitimação) a esse tipo de atuação, por parte<br />

das autoridades competentes. Mas teremos<br />

oportunidade, seguramente, de refletir nestas<br />

páginas sobre esse assunto.<br />

Há, contudo, uma observação que julgo,<br />

com propriedade, dever fazer-se, a propósito<br />

do nosso novo regime da concorrência.<br />

Não adianta tentar-se, como dizíamos<br />

antecedentemente, implementar uma “cultura<br />

concorrencial” se o objetivo não for a própria<br />

massificação da aplicação efetiva da Lei.<br />

Ou seja, o primeiro passo para se atingir tal<br />

desiderato deverá ser – ao contrário do que<br />

muitas vezes se pensa e escreve – começar “por<br />

baixo”, pelos pequenos negócios, pelas pequenas<br />

e médias empresas, pelo “tecido económico”<br />

normal, que, muitas vezes, nem sequer conhece<br />

as imposições legais em matéria de “defesa<br />

da concorrência”. Uma ação pedagógica<br />

de divulgação desta nova Lei (nº 19/<strong>2012</strong>)<br />

deveria ter como alvo essa parte maior da nossa<br />

economia (que, muitas vezes, nada sabe, nem<br />

compreende a respetiva importância, sobre<br />

preços, exclusividades, acordos ilícitos, interesses<br />

dos consumidores, abusos de dependência<br />

económica, etc., etc.). Só se alcançará uma<br />

efetiva “cultura concorrencial” que alavanque<br />

a eficiência produtiva se, de um modo geral, se<br />

“democratizar” o conhecimento e a aplicação<br />

das instituições jurídicas e económicas<br />

concorrenciais. E isso, não creio que esta nova<br />

Lei, por si só, o possa fazer.


21 Setembro<br />

Ínicio: 9horas<br />

Auditório Lipor<br />

Baguim do Monte<br />

09h00 Acreditação<br />

09h30 Sessão de Abertura<br />

09h45 “Empreendedorismo – A Ligação entre<br />

as Universidades e as Empresas”<br />

Celso Guedes Carvalho<br />

IEUA – Incubadora de Empresas<br />

da Universidade de Aveiro<br />

10h15 O papel das micro e pequenas empresas<br />

no desenvolvimento da Economia<br />

Moderador : João Luis de Sousa – <strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong><br />

Millennium BCP (a confirmar)<br />

Dr.ª Rita Seabra - IAMPEI<br />

Prof. Luis Alvim - EGP<br />

Instituto Kaizen<br />

11h30 Coffe-break<br />

12h00 “A sua Empresa é Empreendedora?”<br />

Prof. Luis Lobão – Fundação Dom Cabral - Brasil<br />

12h45 Almoço<br />

INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES:<br />

<br />

<br />

<br />

Organização:<br />

14h00 “Empreendedorismo e a Capacidade<br />

de Negociação”<br />

Isabel Paiva de Sousa, investigadora e consultora<br />

14h40 “A Necessidade de Empreender em Portugal<br />

e na Europa”<br />

Orador a confirmar<br />

15h20 “ Empreender em Português”<br />

Moderador: Fernando Leite - LIPOR<br />

Caso José Gourmet<br />

Caso Teles Talorying<br />

Caso Inovcluster<br />

Canal 180<br />

16h40 A importância da Marca num projeto<br />

de Empreendedorismo<br />

Prof. Paulo Morais – IPAM<br />

17h10 Empreendedorismo Sustentável<br />

– Projeto do CEE<br />

Mónica Monteiro<br />

17h30 – Encerramento da Sessão<br />

Preços*: Público Geral ................G 30<br />

Assinantes VE ...............G 20<br />

*Preço + IVA, incluí documentação, almoço e coffee-breaks<br />

Patrocinadores: Patrocinador Platina:


18 SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong><br />

NEGÓCIOS E EMPRESAS<br />

Tripadvisor distingue Hotel Palácio dos Melos<br />

PRÓXIMA EDIÇÃO ARRANCAR EM OUTUBRO<br />

Católica Porto Business School<br />

renova MBA Internacional<br />

AQUILES PINTO<br />

aquilespinto@vidaeconomica.pt<br />

A Católica Porto Business School renovou<br />

o MBA Internacional, ao cabo de dez<br />

anos de existência. O diretor do curso,<br />

Alberto Castro, explica, em declarações<br />

à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>” que a opção por<br />

reinvenções “é inevitável quando se quer<br />

manter o contacto com os desafios com<br />

que a gestão das empresas, sobretudo das<br />

PME expostas à concorrência internacional,<br />

se vai confrontando”.<br />

Alberto Castro afirma, no entanto,<br />

que as renovações do MBA Internacional<br />

são graduais e que a Católica Porto<br />

Business School não deixa, no entanto,<br />

influenciar-se por modas. “O núcleo<br />

central tem-se mantido estável. Há disciplinas<br />

e conteúdos que pouco mudam.<br />

São os alicerces da formação que, em<br />

alguns casos, têm vindo a ser alargados.<br />

Há competências que, ainda há uns anos,<br />

poderiam parecer não críticas e que hoje,<br />

ou num futuro próximo, serão decisivas.<br />

Nós procuramos olhar para além do<br />

horizonte, acompanhando o que se faz<br />

nas melhores Escolas internacionais mas<br />

nunca perdendo o referencial dos reptos<br />

que se colocarão às nossas empresas. Perceber<br />

o mundo e as empresas que nele<br />

atuam, ter uma visão cosmopolita da<br />

economia e da gestão, saber viver, interagir<br />

e liderar nesse contexto, são, e serão,<br />

competências essenciais para um gestor.<br />

Foi isso que a última renovação tornou<br />

mais patente, sobretudo no domínio do<br />

que é usualmente designado por ‘soft<br />

skills’”, refere.<br />

Já em período de acolhimento, o<br />

MBA Internacional da Católica Porto<br />

O Hotel Palácio dos Melos foi distinguido pelo site de viagens<br />

TripAdvisor tendo como base as recomendações dos turistas<br />

que pernoitaram naquela unidade da Visabeira Turismo. Não<br />

só o modelo de negócio, mas também o serviço prestado no hotel<br />

de Viseu foram determinantes para que a unidade faça agora<br />

parte do restrito grupo de hotéis, com três ou mais estrelas,<br />

que podem ostentar a placa de recomendação do TripAdvisor.<br />

Business School vai acabar em dezembro<br />

de 2013 e vai dividir-se em quatro<br />

trimestres, o primeiro de 6 de outubro<br />

a 15 de dezembro, o segundo de 11 de<br />

janeiro a 23 de março, o terceiro de 19<br />

de abril a 13 de julho e o quarto de 13<br />

de setembro a 14 de dezembro. Pelo<br />

meio, os alunos têm acesso a duas semanas<br />

além-fronteiras: uma na ESADE de<br />

Barcelona e outra na Pontifícia Universidade<br />

Católica de São Paulo, no Brasil.<br />

Quanto a preços, a taxa de candidatura<br />

custa 150 euros (mais IVA), a inscrição<br />

500 euros (mais IVA) e a propina 15<br />

mil euros (mais IVA).<br />

Sobre as experiências em Espanha<br />

e no Brasil, a nossa fonte sublinha “a<br />

preocupação de sublinhar o caráter internacional<br />

que a concorrência entre as<br />

empresas irá, cada vez mais, assumir.<br />

Em uns casos, pela via do comércio internacional,<br />

em outros pela via do investimento<br />

e em outros ainda pela via do<br />

mercado para o controlo das empresas.<br />

Esta dinâmica afeta tanto as pequenas<br />

como as grandes empresas portuguesas,<br />

como ainda recentemente se viu com<br />

a entrada, em grande escala, de capital<br />

chinês na EDP e na REN. A Espanha<br />

e o Brasil são duas geografias, dois países,<br />

dois mercados que, conquanto hoje<br />

com evoluções recentes bem distintas,<br />

têm, e terão, um papel importante para<br />

as empresas portuguesas”. Alberto Castro<br />

recorda que “os alunos sabem” desta<br />

realidade muitas vezes por experiência<br />

própria, pois são “provenientes, na sua<br />

esmagadora maioria, de PME da Região”<br />

e “sabem que a internacionalização<br />

é destino”.<br />

A capacidade de liderança é, segundo Alberto<br />

Castro, da Católica Porto Business School uma<br />

competência que se adquire, treina, aperfeiçoa”.<br />

“Investimento na educação<br />

com retorno”<br />

Porto na corrida dos melhores do turismo<br />

O Porto está nomeado, este ano, em cinco categorias nos Prémios Publituris<br />

– Portugal Travel Awards <strong>2012</strong>, com o Melhor Hotel de Cinco Estrelas, o<br />

The Yeatman, na categoria Melhor Hotel de Quatro Estrelas, o Hotel Teatro<br />

e ainda o Melhor Hotel de Três Estrelas, com a nomeação do Clip Hotel e<br />

do Grande Hotel do Porto. Esta é a nona edição do Portugal Travel Awards<br />

<strong>2012</strong>. A entrega de prémios da nona edição do evento decorre no dia 21 de<br />

setembro, no Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, em Coimbra, às 19 horas.<br />

Um dos objetivos deste MBA é trabalhar<br />

a liderança. Alberto Castro recorda<br />

que aquela é uma capacidade, “muitas<br />

vezes”, considerada inata, quando, na<br />

realidade pode ser trabalhada. “O que<br />

se tem vindo a constatar é que essas<br />

são competências que se adquirem,<br />

treinam, aperfeiçoam. Exigem trabalho,<br />

estudo e, por paradoxal que possa<br />

parecer, humildade e ambição”, refere.<br />

A taxa de candidatura custa<br />

150 euros (mais IVA), a<br />

inscrição 500 euros (mais<br />

IVA) e a propina 15 mil euros<br />

(mais IVA)<br />

“As empresas e a gestão portuguesa têm<br />

tudo a ganhar com a interiorização da<br />

importância desta componente formativa”,<br />

acrescenta.<br />

Questionado se a crise é um obstáculo<br />

à procura de ensino pós-graduado pelos<br />

profissionais, o diretor do MBA Internacional<br />

da Católica Porto Business School<br />

responde que “as escolas de negócio não<br />

estão imunes à crise” e admite haver uma<br />

retração na procura, sobretudo a proveniente<br />

e financiada por empresas. “No entanto,<br />

a formação executiva, com horários<br />

compatíveis com a manutenção da atividade<br />

profissional, não tem diminuído tão<br />

marcadamente, havendo mesmo segmentos<br />

que têm verificado um incremento”,<br />

salienta.<br />

Alberto Castro não tem, aliás, dúvidas<br />

de que a educação é um investimento<br />

com retorno. “Não obstante alguma insistência,<br />

sensacionalista e errada, no elevado<br />

desemprego de quem tem mais habilitações,<br />

as pessoas vão percebendo que<br />

a formação em Portugal paga. Os estudos<br />

internacionais demonstram-no: Portugal<br />

é um dos países da OCDE com maior<br />

taxa de retorno no investimento em educação.<br />

A gestão não exceção”, afirma a<br />

nossa fonte.<br />

Fundos de pensões ganharam 4,8% em sete meses<br />

Os fundos de pensões portugueses<br />

apresentam uma rendibilidade<br />

mediana estimada nos<br />

primeiros sete meses deste ano de<br />

4,8%, de acordo com dados da<br />

consultora Mercer. Em julho, a<br />

rendibilidade mediana estimada<br />

foi de 1,4%.<br />

Em termos anualizados a melhor<br />

performance está nas ações,<br />

que ganharam 7,7% em termos<br />

médios, sendo que as ações europeias<br />

registaram um ganho de<br />

6,8%.<br />

Nas obrigações a melhor performance<br />

pertenceu às obrigações<br />

taxa fixa euro, a subirem 6,2% nos<br />

sete meses, e a ganharem 1,8% em<br />

julho. As obrigações de taxa variável<br />

euro registaram um ganho<br />

mais modesto de 3,9% até julho.<br />

Ainda no mês de julho, o ativo<br />

mais “performante” foi o das ações<br />

europeias a ganhar 2,9%.<br />

Rui Guerra, partner da Mercer<br />

afirma, em nota, que “os mercados<br />

reagiram positivamente às declarações<br />

do presidente do BCE a<br />

garantir proteção ao euro”, e isto<br />

depois de um mês de sinais negativos<br />

de crescimento económico<br />

mundial e da incerteza relativamente<br />

à resolução da crise da dívida<br />

soberana. Recorde-se que no<br />

mês passado ocorreu a descida do<br />

rating de crédito de Itália e a subida<br />

do prémio de risco da dívida<br />

espanhola.<br />

VN


SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong> 19<br />

Apresentar as principais técnicas e ferramentas<br />

do Marketing de Guerrilha, no<br />

âmbito de uma estratégia de comunicação<br />

inovadora e low-budget, é o propósito do<br />

seminário promovido pela ANJE – Associação<br />

Nacional de Jovens Empresários,<br />

no próximo dia 19 de setembro, entre as<br />

18h30 e as 20h00. A iniciativa, que acontecerá<br />

na sede da associação, no Porto,<br />

contará com a participação do corpo docente<br />

na Pós-graduação em Marketing –<br />

Novas Tendências, um programa avançado<br />

dedicado às mais recentes e diferenciáveis<br />

ferramentas desenvolvidas por marketeers<br />

e outros profissionais e académicos, onde<br />

a vertente assertiva do Marketing de Guerrilha<br />

também assume particular importância.<br />

Dirigido a empresários, administradores<br />

e quadros médios ou superiores com responsabilidades<br />

e interesses no domínio do<br />

Marketing, este seminário terá início com<br />

a apresentação de estudos de caso, por parte<br />

do orador Flávio Gart, responsável pela<br />

Bazooka, uma agência especializada em<br />

Marketing de Guerrilha. Com o auxílio<br />

de material promocional e filmes exemplificativos<br />

desta tipologia de Marketing,<br />

o orador pretende dar exemplos práticos<br />

protagonizados por PME e enquadrados<br />

nas suas estratégias de comunicação e<br />

branding.<br />

Business Drink no Clube Inglês<br />

O Informal Business Drink de Setembro acontece no próximo<br />

dia 12, entre as 18h30 e as 21h00, no Clube Inglês, no Porto.<br />

Promovida pela ANJE em parceria com diversas Câmaras de<br />

Comércio bilaterais (Luso-Britânica, Alemã, Belga-Luxemburguesa,<br />

Sueca, Suíça, Sul-Africana, Portugal-Holanda), a iniciativa<br />

consiste num encontro de negócios, em ambiente informal.<br />

ANJE sensibiliza empresários<br />

para a importância<br />

do Marketing de Guerrilha<br />

O seminário prossegue com a intervenção<br />

dos coordenadores da Pós-graduação<br />

em Marketing – Novas Tendências, António<br />

Azevedo, docente na Escola de Economia<br />

e Gestão da Universidade do Minho e<br />

no Instituto Superior de Línguas e Administração<br />

de Gaia, e João Abreu, docente<br />

no Instituto Miguel Torga e fundador do<br />

projeto Academia das Emoções - Soluções<br />

Criativas e de Desempenho. Ambos terão<br />

a seu cargo uma reflexão sobre as mais recentes<br />

correntes do Marketing, acabando<br />

também por apresentar a pós-graduação<br />

que terá início já no dia 25 de setembro,<br />

no Centro de Formação Empresarial da<br />

ANJE, no Porto.<br />

Pós-graduação centrada nas novas<br />

tendências de Marketing<br />

A inovação temática deste programa<br />

avançado dedicado às novas técnicas e ferramentas<br />

de Marketing tem repercussões<br />

no respetivo plano curricular e nos próprios<br />

métodos pedagógicos, também eles<br />

disruptivos. As “Novas Tendências” que<br />

completam a denominação do curso são<br />

também utilizadas para designar um dos<br />

seus módulos mais diferenciadores. Trata-<br />

-se de uma cadeira de formação à medida,<br />

que permite que os formandos escolham<br />

a área em que pretendem aprofundar co-<br />

nhecimentos. A escolha tem por base uma<br />

alargada lista de opções, como “Marketing<br />

Verde e Marketing Social”, “Marketing<br />

Pessoal, Networking e Relações com os<br />

Media”, “Marketing Turístico”, “Marketing<br />

de Moda” ou “Marketing de Produtos<br />

Culturais”.<br />

A estrutura curricular inclui mais sete<br />

módulos, de frequência obrigatória: “Marketing<br />

Estratégico”; “Marketing Experiencial<br />

e Organização de Eventos”; “Marketing<br />

Digital”; “Publicidade, Promoção<br />

e Comunicação em Marketing”; “Marketing<br />

Internacional – Internacionalização e<br />

Novos Mercados”; “Gestão de Produtos/<br />

Marcas e Marketing Relacional”; “Inovação<br />

e Criatividade”.<br />

Entre os inovadores e dinâmicos formatos<br />

pedagógicos incluem-se análises dinâmicas<br />

de casos, trabalhos práticos, bem<br />

como conferências e seminários. A experiência<br />

académica e também profissional<br />

é o principal critério de seleção do corpo<br />

docente desta pós-graduação, que conta<br />

com a chancela do Grupo Lusófona e está<br />

enquadrada no Processo de Bolonha e no<br />

sistema europeu de unidades de créditos<br />

curriculares (30 ECTS – European Credit<br />

Transfer System). Informações adicionais<br />

sobre a pós-graduação e sobre o seminário<br />

de Marketing de Guerrilha estão disponíveis<br />

no site www.anje.pt.<br />

NEGÓCIO E EMPRESAS/ANJE<br />

Incubadora da Póvoa oferece condições especiais<br />

Os jovens empreendedores que, até ao fim do mês de outubro,<br />

decidam instalar os seus negócios no Centro da Incubação da<br />

Póvoa de Varzim só começam a pagar o espaço ocupado em<br />

janeiro de 2013. Estes três meses de carência constituem uma<br />

promoção de lançamento daquela que é a mais recente estrutura<br />

da rede de incubadoras da ANJE.<br />

Novo plano<br />

de formações<br />

modulares arranca<br />

este mês<br />

Braga, Porto, Coimbra, Lisboa, Alentejo<br />

e Algarve compõem o mapa correspondente<br />

ao novo calendário de Formações<br />

Modulares Certificadas, ministradas pela<br />

ANJE – Associação Nacional de Jovens<br />

Empresários, já a partir da próxima semana.<br />

Diversificada é também a oferta<br />

temática das novas Unidades de Formação<br />

de Curta Duração (UFCD), que até aqui<br />

eram reservadas a adultos com habilitações<br />

máximas ao nível do ensino secundário,<br />

mas que podem agora ser frequentadas por<br />

licenciados em situação de desemprego.<br />

Ainda assim, no que às temáticas diz respeito,<br />

a experiência e know-how da associação<br />

impõem um destaque particular das<br />

áreas associadas à atividade empresarial.<br />

No Porto e em Braga, os formandos poderão,<br />

inclusive, optar por efetuar Ciclos Formativos<br />

de 250 horas em temáticas como<br />

Recursos Humanos, Criação de Empresas,<br />

Marketing e Vendas ou Gestão Financeira.<br />

Cursos financiados de curta<br />

duração podem também agora<br />

ser frequentados por licenciados<br />

em situação de desemprego<br />

Entre as primeiras UFCD agendadas<br />

destacam-se temas como “Código de Contas<br />

e Normas Contabilísticas”, “Motivação<br />

e Gestão de Equipas de Trabalho”, “Atendimento”,<br />

“Projetos de Investimento” ou<br />

“Noções Básicas de Gestão Técnica de Recursos<br />

Humanos”.<br />

Organizada em unidades de formação de<br />

curta duração (25 ou 50 horas), de acordo<br />

com os respetivos referenciais do Catálogo<br />

Nacional de Qualificações, a Formação<br />

Modular Certificada propõe-se colmatar as<br />

lacunas de conhecimentos e competências<br />

dos formandos, tendo em vista a construção<br />

progressiva de uma qualificação profissional.<br />

De resto, como se trata de formação<br />

financiada, os formandos beneficiam ainda<br />

de um subsídio de alimentação associado a<br />

cada dia de formação efetiva. Informações<br />

adicionais e inscrições através do site www.<br />

anje.pt/portal/formacao.


20 SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong><br />

NEGÓCIOS E EMPRESAS<br />

Gastronomia beirã e africana com vista sobre Lisboa<br />

Zambeze é o nome do mais recente restaurante da Visabeira, um projeto comum da Ródia<br />

SA, do Instituto Nacional do Turismo de Moçambique, da Linhas Aéreas de Moçambique<br />

e dos Aeroportos de Moçambique. É um espaço único, moderno e cosmopolita, em pleno<br />

centro histórico de Lisboa, onde é possível degustar o melhor da tradição gastronómica beirã<br />

e sabores africanos.<br />

“Missão Gorongosa” esteve no NorteShopping.<br />

Media partners Patrocinadores<br />

Gorongosa apresenta projeto<br />

de recuperação no Porto<br />

FERNANDA SILVA TEIXEIRA<br />

fernandateixeira@vidaeconomica.pt<br />

“Missão Gorongosa” é o nome<br />

da exposição que esteve presente<br />

recentemente no NorteShopping,<br />

no Porto, e que deu a conhecer<br />

o Projeto de Recuperação<br />

do Parque Nacional da Gorongosa,<br />

no centro de Moçambique.<br />

O projeto de recuperação do<br />

parque está a ser desenvolvido<br />

pela Fundação “Gorongosa Res-<br />

Ryanair envia SMS de alerta gratuitos por atrasos nos voos<br />

A Ryanair anunciou que os passageiros que experienciem<br />

raros atrasos nos voos da Ryanair, com cerca de mais de 90<br />

minutos, vão agora receber mensagens de texto gratuitas<br />

a informar sobre a duração estimada do atraso e a nova<br />

hora de partida.<br />

toration Project”, uma organização<br />

norte-americana sem fins lucrativos<br />

que se aliou ao governo<br />

de Moçambique para proteger e<br />

restaurar o Parque Nacional da<br />

Gorongosa e promover as atividades<br />

turísticas.<br />

“A recuperação da Gorongosa<br />

é um projeto muito interessante<br />

pela sua vertente social, ambiental<br />

e económica que, no seu entender,<br />

deve ser partilhada com o<br />

público português. Esta exposição<br />

insere-se na nossa política de<br />

responsabilidade corporativa que<br />

tem o compromisso de informar,<br />

O grupo Filinto Mota vai de<br />

novo realizar o já tradicional<br />

Passeio dos Clássicos Citroën, o<br />

tema escolhido para a 11ª edição<br />

é “A longevidade está na resistência<br />

aos tempos”. A cidade<br />

do Porto volta a ser anfitriã da<br />

iniciativa, que se realizará no dia<br />

23 de setembro (domingo), com<br />

a concentração agendada para a<br />

Avenida dos Aliados (9h30m).<br />

Como já é habitual, marcarão<br />

presença alguns dos modelos<br />

mais emblemáticos da Citroën,<br />

como as famosas “Arrastadeiras”,<br />

DS “Boca de Sapo”, 2CV e muitos<br />

outros automóveis de época<br />

do construtor gaulês. As inscrições<br />

no evento estão abertas até<br />

Licenciada em têxteis e design<br />

de superfícies, a artista alemã Claire<br />

Baker, atualmente a residir no<br />

Reino Unido, é a vencedora da exposição<br />

competitiva internacional<br />

que integra a primeira edição da<br />

Contextile <strong>2012</strong> – Trienal de Arte<br />

Têxtil Contemporânea. Composta<br />

por uma coleção de nove colarinhos<br />

de alta-costura, a peça “Built<br />

up, broken down” inspira-se nas<br />

golas engomadas desde a era vitoriana<br />

até aos anos 50, e propõe<br />

uma reflexão sobre a construção<br />

desenfreada a que se tem assistido<br />

nos últimos anos em contraste<br />

com o número crescente de espaços<br />

deteriorados. No conjunto de<br />

peças feitas com tecidos naturais,<br />

fio e papel encontra-se, por exemplo,<br />

uma gola revestida com pregos<br />

enferrujados.<br />

Entre as cerca de 90 obras de<br />

sensibilizar e consciencializar a<br />

comunidade local para questões<br />

essenciais”, referiu João Fonseca,<br />

diretor do NorteShopping.<br />

A apresentação da exposição<br />

contou com a presença de Greg<br />

Carr, filantropo norte-americano<br />

responsável pela fundação “Gorongosa<br />

Restoration Project”. Segundo<br />

este, o convite para vir a<br />

Portugal, partiu do presidente executivo<br />

da Sonae, Paulo Azevedo,<br />

visitante habitual da Gorongosa e,<br />

como o próprio referiu posteriormente,<br />

apaixonado por África, em<br />

particular por Moçambique.<br />

Grupo Filinto Mota volta<br />

a levar clássicos à baixa do Porto<br />

12 de setembro, através do e-mail<br />

filintomota@filintomota.pt ou<br />

do site www.filintomota.pt.<br />

“Ao promover esta iniciativa, o<br />

grupo Filinto Mota deseja também<br />

evidenciar a sua longevidade<br />

e a sua capacidade de resistir<br />

aos tempos e momentos adversos<br />

por que o país e o setor automóvel<br />

passam, demonstrando que<br />

é com determinação, vontade e<br />

perseverança, que se garante o<br />

futuro, como evidencia a longa<br />

ligação (78 anos) à Citroën que o<br />

grupo Filinto Mota possui”, pode<br />

ler-se num comunicado enviado<br />

às redações pela empresa representante<br />

da marcas nos distritos<br />

do Porto e de Braga.<br />

Capital Europeia da Cultura<br />

distingue arte têxtil contemporânea<br />

50 artistas, oriundos de 20 países,<br />

que compõem a exposição foram<br />

ainda atribuídas três menções<br />

honrosas. A artista plástica portuense<br />

Cláudia Melo foi distinguida<br />

pelos trabalhos “Psicoário<br />

(DSM-IV)” e “Espaços Entre II”,<br />

que têm no têxtil a matéria base<br />

para uma viagem pela psique humana,<br />

explorando os conceitos de<br />

identificação e identidade. Também<br />

em destaque esteve o artista<br />

francês Cyril Le Van, distinguido<br />

pelas peças “Jacket”, “T-Shirt”<br />

e “Sneakers”, um trabalho que<br />

aborda a peça de roupa enquanto<br />

etiqueta social. A Contextile <strong>2012</strong><br />

surge no âmbito de uma parceria<br />

entre a Capital Europeia da Cultura<br />

e a Ideias Emergentes e tem<br />

como principal objetivo lançar<br />

um novo olhar sobre o têxtil no<br />

nosso país.


TERESA SILVEIRA<br />

teresasilveira@vidaeconomica.pt<br />

SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong> 21<br />

ADENE em Estocolmo na apresentação de resultados<br />

do projeto REQUEST<br />

A ADENE – Agência para a Energia, parceiro português do REQUEST, marcou presença na<br />

conferência internacional de apresentação dos resultados deste projeto europeu, que decorreu a<br />

5 de setembro, em Estocolmo, na Suécia. Na altura foram apresentados os projetos-piloto desenvolvidos<br />

em 11 países europeus na área da eficiência energética e, também, debatidos temas<br />

como os mecanismos para promoção da qualidade na construção e os métodos para promover<br />

a reabilitação energética.<br />

SEDES promove melhores práticas<br />

de recursos humanos<br />

“Podemos estar a contrair uma empresa e ter boas práticas de recursos humanos até na contração”,<br />

destaca José Bancaleiro à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”.<br />

A SEDES - Associação para o Desenvolvimento<br />

Económico e Social, através<br />

do Grupo de Trabalho de Capital Humano<br />

(GTCH), quer destacar as melhores<br />

práticas em processos de gestão de<br />

capital humano nas empresas portuguesas.<br />

Para tal, acaba de lançar a iniciativa<br />

“Excelência SEDES – Boas Práticas na<br />

Gestão de Pessoas” e prevê a participação<br />

de organizações dos mais variados<br />

setores de atividade, revelou à “<strong>Vida</strong><br />

<strong>Económica</strong>” José Bancaleiro, membro<br />

do Conselho Consultivo do Grupo de<br />

Trabalho de Capital Humano (GTCH)<br />

da Associação.<br />

Com foco particular nos níveis de inovação<br />

e eficácia das práticas de gestão inscritas,<br />

a avaliação da iniciativa vai incidir<br />

sobre cinco grandes categorias: Acolhimento<br />

e Integração, Desenvolvimento de<br />

Competências, Gestão do Talento Sénior,<br />

Reestruturação/Downsizing e, finalmente,<br />

Internacionalização/Carreiras Internacionais.<br />

Para participar, cada gestor ou responsável<br />

de recursos humanos deverá aceder ao<br />

questionário online (www.excelenciasedes.com)<br />

e descrever as práticas de gestão<br />

de pessoas da sua empresa que considera<br />

merecedoras de distinção, sendo que a<br />

participação poderá ser feita em mais do<br />

que uma categoria. A avaliação das propostas<br />

recolhidas e a seleção das práticas<br />

por categoria terá como base variáveis de<br />

ponderação previamente definidas e ficará<br />

a cargo de um Conselho Consultivo,<br />

composto por personalidades de mérito<br />

reconhecido no setor dos recursos humanos<br />

em Portugal.<br />

Para além da distinção e diploma de<br />

participação, as empresas cujas práticas<br />

forem reconhecidas como mais meritórias<br />

serão posteriormente convidadas a partilhar<br />

os seus casos de sucesso num evento<br />

público, a organizar no último trimestre<br />

do ano.<br />

Questionado pela “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”<br />

sobre se é possível adotar boas práticas de<br />

recursos humanos no atual contexto de<br />

crise económica, em que muitas empresas<br />

passam por sérias dificuldades, José Bancaleiro<br />

desmistifica. “Não tenho dúvidas<br />

nenhumas em responder-lhe que, apesar<br />

deste contexto de crise económica,<br />

há espaço para boas práticas de recursos<br />

humanos nas empresas”, disse o também<br />

‘Managing Partner’ em Portugal da<br />

consultura internacional Stanton Chase<br />

à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”.<br />

“investimento em recursos<br />

humanos não essencialmente<br />

investimento financeiro”<br />

Para José Bancaleiro, “a gestão de recursos<br />

humanos é sempre adaptada à<br />

realidade que temos. Se estamos num<br />

momento de expansão, a gestão de recursos<br />

humanos tem de colaborar nessa<br />

estratégia; se estamos num momento<br />

de contenção ou contração, a gestão de<br />

recursos humanos tem de ser feita dessa<br />

forma”, refere o mesmo responsável. Daí<br />

que “o estar num momento de contração<br />

ou expansão não significa que não<br />

possamos ter as melhores práticas”, pois<br />

“podemos estar a contrair uma empresa<br />

e ter boas práticas de recursos humanos<br />

até na contração”.<br />

Sobre se as boas práticas em recursos<br />

humanos não estão necessariamente associadas<br />

a custos financeiros, José Bancaleiro<br />

concorda em absoluto. “A gestão das<br />

pessoas passa, muitas vezes, por investimento.<br />

E investimento em recursos humanos<br />

não essencialmente investimento<br />

financeiro”, realça.<br />

Salientando que a SEDES tem vindo<br />

a organizar “várias atividades em várias<br />

áreas”, este membro do Conselho Con-<br />

NEGÓCIOS E EMPRESAS<br />

El Corte Inglés cai 5,6% em Portugal<br />

As vendas do El Corte Inglés em Portugal caíram 5,6% no exercício terminado<br />

a 29 de fevereiro de <strong>2012</strong> (que corresponde ao décimo ano de presença<br />

no nosso país), para 385 449 629 euros, menos 22,6 milhões que<br />

no exercício anterior, o que, segundo a empresa, “se justifica em boa parte<br />

pela opção tomada pela empresa de não refletir o aumento do IVA nos<br />

preços ao consumidor”. Os resultados líquidos, depois de pagos os impostos<br />

no valor de 2,7 milhões de euros, atingiram 2,1 milhões de euros.<br />

sultivo do Grupo de Trabalho de Capital<br />

Humano (GTCH) da SEDES explica<br />

que esta Associação, a que preside o ex-<br />

-ministro das Finanças Luís Campos e<br />

Cunha, “achou que podia dar um contributo<br />

ainda maior com este projeto<br />

Excelência SEDES”, como forma de “recolher<br />

e divulgar de boas práticas, concretas,<br />

na área dos recursos humanos”. O<br />

objetivo, destaca ainda José Bancaleiro, é<br />

que, “através dessa divulgação de práticas<br />

de excelência, outras empresas e outros<br />

profissionais sigam essas práticas, com<br />

benefício, quer para as organizações,<br />

quer para o país”.


22 SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong><br />

NEGÓCIOS E EMPRESAS/PME<br />

Schindler equipa novo edifício do aeroporto de Munique<br />

A Schindler vai equipar o novo edifício satélite do Terminal 2 do aeroporto<br />

de Munique, na Alemanha, com o fornecimento de 50 elevadores,<br />

56 escadas rolantes e 20 tapetes rolantes. A empresa vai ainda equipar<br />

a estação ferroviária do sistema de transporte subterrâneo, que liga<br />

o Terminal 2 ao edifício satélite, com 14 sistemas Schindler. Estima-se<br />

que, com a inauguração em 2015, o novo projecto sirva 11 milhões de passageiros.<br />

Portugueses têm utilização<br />

menos sofisticada do telemóvel<br />

O Mobile Life, o estudo anual<br />

da TNS (Instituto de Market<br />

Research) sobre comportamentos,<br />

motivações e prioridades<br />

dos utilizadores de telemóveis<br />

a nível mundial, aponta cinco<br />

pontos-chave sobre as necessidades<br />

do consumidor português,<br />

entre os quais, Portugal<br />

tem pouca penetração de smartphones<br />

e outros aparelhos como<br />

notebooks, netbooks e demonstra<br />

uma utilização básica do<br />

telemóvel, não aproveitando<br />

todo o potencial tecnológico.<br />

DORA TRONCÃO<br />

agenda@vidaeconomica.pt<br />

“O telemóvel é o aparelho que praticamente<br />

todos os portugueses têm, mas<br />

quando comparamos com restantes equipamentos<br />

tecnológicos, falamos de laptops,<br />

netbooks, notebooks, os portugueses estão a<br />

uma distância considerável do resto da Europa<br />

e o mundo. A sensação que existia de<br />

que os portugueses eram altamente tecnológicos<br />

e tinham muitos aparelhos, não se verifica.<br />

Estamos distantes nomeadamente se<br />

compararmos com espanhóis, a incidência<br />

de smartphones em Portugal é de 9% e em<br />

Espanha é muito superior, de 49%” revela<br />

Sandra Silva em jeito de conclusão perante<br />

os dados do estudo levado a cabo pela TNS,<br />

o instituto de pesquisa de mercado pelo qual<br />

é responsável em Portugal.<br />

Os motivos apontados para esta fraca<br />

penetração de smartphones em Portugal<br />

são financeiros e de formação. “Há a questão<br />

do preço dos telemóveis e de não haver<br />

uma oferta low cost que poderá fazer<br />

com que os portugueses não tenham uma<br />

penetração tão elevada dos smartphones<br />

como seria expectável e depois estamos a<br />

falar de um nicho em que as pessoas têm<br />

outros equipamentos que vão renovando,<br />

mas é sempre a mesma pessoa portanto<br />

não é algo transversal ao resto da população.<br />

Não é tanto a posse do telemóvel,<br />

mas a forma como os portugueses utilizam<br />

o telemóvel. Temos uma utilização menos<br />

sofisticada do que o resto do mundo que<br />

faz muito mais o acesso à Internet, ou seja,<br />

tem funcionalidades muito mais avançadas<br />

como browsing, fazer compras através do<br />

telemóvel…”<br />

O exemplo Renova<br />

Em Portugal ainda está no início da<br />

disponibilização de aplicações por parte<br />

das marcas. Sandra Silva dá o exemplo<br />

da empresa Renova, que possibilitou aos<br />

utilizadores do metro ao fazer a leitura de<br />

Os motivos apontados<br />

para esta fraca penetração<br />

de smartphones em<br />

Portugal são financeiros<br />

e de formação<br />

um código (QR) num painel comprar o<br />

seu papel higiénico. “As marcas começam<br />

a trazer essas aplicações para Portugal portanto<br />

começam a surgir alguns primeiros<br />

sinais. Verificámos é que muitas vezes o<br />

próprio utilizador não sabe que existe essa<br />

possibilidade. Há necessidade de passar<br />

conhecimento para o utilizador das potencialidades<br />

que existem para o ajudar<br />

no dia a dia, para dar resposta àquilo que<br />

verificámos ser as cinco grandes necessidades,<br />

cinco pontos-chave do utilizador<br />

de telemóvel – experiência, independência,<br />

conveniência, relevância e confiança.<br />

É preciso proporcionar experiências mais<br />

enriquecedoras, poupar tempo, conseguir<br />

mais conveniência, reforçar a confiança<br />

ao possibilitar pesquisa para uma decisão<br />

fundamentada no momento da compra,<br />

isto é o acesso a informação relevante a si<br />

em concreto, neste momento. O telemóvel<br />

tem, desse ponto de vista, um potencial<br />

muito elevado por fazer chegar essa<br />

informação ao consumidor”. A concretização<br />

deste acesso passa por uma estratégia<br />

de marketing por parte das marcas,<br />

um investimento, e, segundo Sandra Silva,<br />

ainda há todo um percurso a ser feito.<br />

“A incidência dos smartphones e tablets<br />

será a porta de entrada para a utilização<br />

destas funcionalidades. As marcas que assumirem<br />

um papel naquele que é o círculo<br />

de confiança dos consumidores, porque<br />

aquilo que vemos é que o telemóvel está<br />

sempre presente, é quase uma extensão de<br />

nós próprios, e é extremamente personalizado<br />

porque cada um personaliza o seu<br />

Zippy espande-se para Geórgia, Arménia e Azerbaijão<br />

A Sonae vai expandir a sua presença internacional no Cáucaso, com a abertura de cinco lojas<br />

Zippy até 2016, seguindo uma estratégia “capital light”, tendo o grupo alargado o acordo de<br />

franchising já existente para a região do Médio Oriente com o Fawaz Alhokair Group. Após<br />

ter aberto o primeiro espaço no Cazaquistão em 2011, o plano de expansão para a região prevê<br />

a entrada da área de retalho especializado da Sonae na Geórgia, Arménia e Azerbaijão, estando<br />

a abertura da primeira loja prevista para este último país até ao final do ano.<br />

mundo móvel. As marcas que entrarem<br />

neste mundo móvel dão resposta àquelas<br />

cinco necessidades e serão as que terão a<br />

grande possibilidade de crescer.”<br />

As marcas de operadores poderão ter<br />

um papel importante do ponto de vista da<br />

oferta cada vez mais acessível e de proporcionar<br />

a própria acessibilidade. “Aquilo<br />

que achamos que vai acontecer é que em<br />

Portugal se caminhe para o que acontece<br />

no resto da Europa e se comecem a utilizar<br />

as potencialidades das novas funções<br />

do telemóvel, com ofertas mais low cost,<br />

aumento da penetração dos smartphones<br />

e com certeza do acesso à internet e maior<br />

utilização das funcionalidades mais inovadoras<br />

pelas pessoas porque lhes trarão<br />

grandes benefícios. Os números serão à<br />

nossa proporção, mas semelhantes aos outros<br />

países”.<br />

O utilizador<br />

português<br />

de telemóvel<br />

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<br />

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<br />

<br />

<br />

<br />

Soluções de BI<br />

são dispendiosas<br />

e complexas<br />

para as empresas<br />

A oferta de soluções de BI atualmente<br />

disponível no mercado começa a ser limitada<br />

para responder às necessidades dos<br />

utilizadores, revela um estudo revelado pela<br />

Unit4 – Business Software onde participaram<br />

120 decisores de topo de empresas de<br />

vários setores de atividade na Europa, nos<br />

EUA e no Canadá. Além disso, as soluções<br />

tradicionais, tanto de BI como de análise,<br />

são consideradas muito dispendiosas e demasiado<br />

complexas.<br />

O estudo, conduzido pela BizTechReports<br />

– uma agência independente que se dedica<br />

à pesquisa e aos estudos de mercado, com<br />

escritórios em Washington DC e Toronto<br />

(Canadá), – combina de forma equilibrada as<br />

opiniões dos executivos de topo das empresas<br />

com responsabilidades nas áreas da gestão e<br />

da tecnologia. Este estudo foi apresentado<br />

em Boston no Grape Escape Analyst Event<br />

– o evento anual que reúne os analistas mais<br />

importantes do mundo inteiro.<br />

A maioria das soluções que integram o<br />

portfolio das atuais ofertas dos grandes fornecedores<br />

mundiais de soluções ERP, que<br />

faturam anualmente vários milhões de dólares,<br />

têm mais de 20 anos de idade e são<br />

quase resultado das aquisições efetuadas<br />

aquando da onda de consolidações que o<br />

mercado de software viveu há cerca de 10<br />

anos. Posteriormente, estas soluções foram<br />

integradas nas ofertas das empresas que as<br />

adquiriram, e hoje em dia são vendidas por<br />

centenas de milhares de euros, com prazos<br />

de implementação que se prolongam por<br />

vários meses, ou até mesmo de anos.<br />

Science4you contrata<br />

responsável por<br />

mercados internacionais<br />

A Science4you, empresa portuguesa que<br />

se dedica à produção, desenvolvimento e<br />

comercialização de brinquedos científicos<br />

em parceria com a Faculdade de Ciências<br />

da Universidade de Lisboa, contratou João<br />

Vítor Simões para gerir o departamento de<br />

mercados. O profissional tem 25 anos e é licenciado<br />

em Gestão pela Nova School of Business<br />

and Economics, Universidade Nova de<br />

Lisboa, tendo realizado posteriormente um<br />

mestrado em International Business Track<br />

Strategy and Innovation, pela Universidade<br />

de Maastricht. Do seu percurso profissional<br />

fazem parte as funções de Auditor na KPMG,<br />

Auditoria, Fiscalidade e Consultoria.<br />

Miguel Pina Martins, presidente da Science4you,<br />

afirma que “a contratação do João<br />

Simões tornou-se imperativa, uma vez que<br />

os mercados internacionais assumiram uma<br />

elevada importância para nós. O escritório<br />

e as lojas próprias em Madrid, bem como a<br />

entrada em países como o Japão, India, Grécia,<br />

Finlândia, França e países dos PALOP,<br />

representam já mais de 50% da faturação da<br />

empresa e, acreditamos que no próximo ano<br />

seja ainda mais representativa”.


FERNANDA SILVA TEIXEIRA<br />

fernandateixeira@vidaeconomica.pt<br />

SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong> 23<br />

Lucros da REN atingem os 70 milhões de euros<br />

A REN alcançou lucros de 70,6 milhões de euros no primeiro semestre<br />

(1S) de <strong>2012</strong>, um crescimento de 3,4%, face ao mesmo período de 2011.<br />

Destaque ainda para uma melhoria significativa do EBITDA, que atingiu<br />

os 261,7 milhões de euros, um aumento de 11,1% face ao 1S de 2011. A<br />

contribuir positivamente para os resultados operacionais da REN esteve o<br />

aumento da taxa de crescimento dos ativos e da respetiva taxa de remuneração,<br />

bem como os ganhos de eficiência ao nível dos custos operacionais.<br />

Cozinhas Ayeme abrem espaço em Lisboa<br />

com olhos postos em Angola<br />

Com a abertura de um novo espaço pretendemos dar uma maior visibilidade tanto nacional como internacional do que de melhor<br />

se faz em Portugal”, afirma Augusto Moreira.<br />

O mais recente espaço expositivo da Augusto Moreira,<br />

empresa proprietária das marcas Ayeme – Cozinhas e<br />

Trancar – Portas de Segurança, acaba de abrir no Parque<br />

das Nações em Lisboa. O investimento, orçado em cerca<br />

de 500 mil euros, pretende aproximar as marcas de um<br />

público-alvo ainda com “algum poder de compra” e divulgar<br />

os seus produtos a nível internacional, nomeadamente<br />

Angola, o próximo objetivo da empresa, sedeada<br />

em Santo Tirso desde 1995 e que emprega meia centena<br />

de colaboradores.<br />

O investimento surge na capital, pois “Lisboa ainda tem<br />

algum poder de compra e aqui não existem tantas empresas<br />

como a Ayeme – Cozinhas, como acontece na zona<br />

norte do país”, assegura Augusto Moreira, responsável<br />

máximo da empresa. “Adicionalmente, o novo showroom<br />

ajudará a divulgar os produtos a nível internacional. Em<br />

resumo “pretendemos dar uma maior visibilidade tanto<br />

nacional como internacional do que de melhor se faz em<br />

Portugal, neste caso a Ayeme”, afirma Augusto Moreira.<br />

O novo espaço aposta também num conceito diferente<br />

e inclui uma vertente cultural. O consumidor para além<br />

O consumidor para além de poder<br />

visitar e escolher a sua cozinha poderá<br />

ainda apreciar um conjunto de<br />

esculturas e não só, uma aposta que<br />

sempre existiu por parte da Ayeme<br />

de poder visitar e escolher a sua cozinha poderá ainda<br />

apreciar um conjunto de “esculturas e não só”, uma<br />

aposta que “sempre existiu” por parte da empresa e que<br />

agora continua com a abertura no novo espaço. “Acreditamos<br />

e apostamos nos nossos escultores, designers<br />

e pintores, permitindo expor as suas peças nos espaços<br />

Ayeme e passando a receber, regularmente, exposições<br />

de arte”, afiança este responsável. Para já, a abertura da<br />

nova loja conta com uma exposição de 40 obras de Paulo<br />

Neves sobre a temática “Diversidades”.<br />

Salientando que a empresa sempre apostou no segmento<br />

médio alto e alto, Augusto Moreira explica que,<br />

se no passado vendiam sobretudo a construtores aquan-<br />

NEGÓCIOS E EMPRESAS/PME<br />

Porto Design Week até domingo<br />

Realiza-se até domingo (9) a Porto Design Week, que pretende dar relevância<br />

à criação, ao trabalho feito “à medida”, a espaços únicos e excecionais<br />

na cidade e projetá-la como local cosmopolita e de referência<br />

nos domínios do Design e da Arquitetura. Pretende oferecer ao público<br />

um programa de debates e condições vantajosas nos diversos parceiros,<br />

entre instituições culturais, lojas, designers, hotéis/guest-houses e restaurantes/bares.<br />

INVESTIMENTO<br />

O investimento, orçado em cerca<br />

de 500 mil euros, pretende aproximar<br />

as marcas de um público-alvo ainda<br />

com poder de compra<br />

DESIGN<br />

Trabalhamos com designers, escutamos<br />

os clientes e criamos novas soluções<br />

do da construção das habitações, neste momento a aposta<br />

passa pela venda direta ao consumidor final. “É 50-<br />

50”, reforça.<br />

“Angola grande objetivo”<br />

Por essa razão, a estratégia futura da empresa passa<br />

também pela continuidade do processo de internacionalização<br />

nos PALOP, bem como no mercado francês<br />

e do Magreb. “Angola é o grande objetivo da empresa”.<br />

De uma forma natural, os clientes com projetos<br />

no mercado angolano chamaram a Augusto Moreira,<br />

para o estabelecimento de parcerias que acabaram por<br />

dar a conhecer o mercado e identificar uma oportunidade<br />

de negócio. A inexistência de uma oferta de<br />

qualidade na área de especialização da empresa no<br />

mercado angolano, aliado à necessidade de contar<br />

com um parceiro credível e com capacidade financeira<br />

e produtiva, levou os clientes a “confiar nas marcas<br />

Ayeme e Trancar”.<br />

Assim sendo, a estratégia de internacionalização neste<br />

mercado “passa pela associação a um parceiro local, que<br />

garanta todas as condições logísticas e uma mais rápida<br />

integração neste difícil contexto. Para isso, estão a ser<br />

criadas equipas técnicas e comerciais, que reúnem um<br />

conjunto de competências e soluções capazes de responder<br />

às cada vez mais exigentes necessidades dos consumidores<br />

angolanos”, acrescentou Augusto Moreira. Em<br />

estudo está, por agora, a abertura de uma área comercial<br />

de exposição em Luanda, chegando desta forma ao consumidor<br />

final, com um conceito de projeto personalizado<br />

em cozinhas e portas de segurança, criadas especificamente<br />

para cada cliente.<br />

Mas para que isso seja possível, Augusto Moreira não<br />

descuida a aposta na inovação. A Ayeme “não vê as cozinhas<br />

como algo estandardizado”. Trabalhamos com<br />

designers, escutamos os clientes e tentamos criar novas<br />

soluções e maximizar as áreas de arrumação. Cada cliente<br />

é um cliente, como tal cada cozinha é uma cozinha”,<br />

remata Augusto Moreira.


24 SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong><br />

DIREITOS<br />

LEGAL E ILEGAL<br />

Valor aduaneiro das mercadorias importadas<br />

Somos uma empresa<br />

portuguesa que importa,<br />

regularmente, bens produzidos<br />

por um fornecedor estrangeiro.<br />

Para a importação desses<br />

produtos existe um acordo de<br />

licenciamento, que nos obriga<br />

a pagar uma percentagem que<br />

incide sobre o preço de venda<br />

dos bens. Tal percentagem é<br />

tida em conta para o cálculo<br />

do valor aduaneiro das<br />

mercadorias?<br />

O caso apresentado pela consulente tem<br />

a ver com o Direito Aduaneiro Comunitário,<br />

designadamente quanto ao valor<br />

aduaneiro das mercadorias. Ora, nos termos<br />

do artigo 29.º do Código Aduaneiro<br />

Comunitário (CAC) “o valor aduaneiro<br />

das mercadorias importadas é o valor<br />

transacional, isto é, o preço efetivamente<br />

pago ou a pagar pelas mercadorias quando<br />

são vendidas para exportação com destino<br />

ao território aduaneiro da Comunidade,<br />

eventualmente, após ajustamento efetuado<br />

nos termos dos artigos 32.º e 33.º (…)”.<br />

Sinto que a manutenção da minha<br />

atividade empresarial pode estar em<br />

risco pelos preços praticados por outra<br />

empresa do mesmo ramo, que a meu ver<br />

são abaixo do custo de produção. Haverá<br />

algo que possa fazer?<br />

O caso em apreço remeto-nos para<br />

questões de direito concorrencial,<br />

deveras pertinentes e atuais, uma<br />

vez que o novo regime jurídico da<br />

concorrência (aprovado pela Lei n.º<br />

19/<strong>2012</strong>, de 8 de maio) entrou em<br />

vigor no dia 7 de julho do presente<br />

ano. Este novo regime é uma imposição<br />

do memorando de entendimento<br />

assinado com a “troika”, que prevê um<br />

reforço dos poderes da Autoridade da<br />

Concorrência.<br />

Deste modo, pode estar em causa a<br />

prática de preços anticoncorrenciais por<br />

parte da empresa sua concorrente, que,<br />

talvez por deter uma posição dominante<br />

no mercado, os consiga praticar.<br />

Certas empresas dominantes, muitas das<br />

vezes – apenas por estratégia mercantil<br />

– suportam as perdas inerentes à venda<br />

abaixo custo de produção, com a única<br />

Para este efeito, o referido artigo 32.º do<br />

CAC, prevê que devem ser adicionados ao<br />

preço “os direito de exploração e os direitos<br />

de licenciamento relativos às mercadorias<br />

a avaliar, que o comprador é obrigado<br />

a pagar (…), na medida que estes direitos<br />

de exploração e direitos de licença não tenham<br />

sido incluídos no preço efetivamente<br />

pago ou a pagar”. No entanto, o n.º 5<br />

do artigo 32.º do CAC exclui as despesas<br />

relativas ao direito de reproduzir as mercadorias,<br />

bem como, os pagamentos efe-<br />

intenção de diminuírem as empresas<br />

concorrentes, por não conseguirem<br />

competir de igual forma.<br />

Diz-se que as empresas encontram-se<br />

em posição dominante quando têm<br />

possibilidade de adotar comportamentos<br />

independentes, que lhes permite agir<br />

sem ter em atenção os concorrentes,<br />

os clientes ou os fornecedores. Tal<br />

sucede quando, devido à sua quota de<br />

mercado, ou desta em combinação,<br />

nomeadamente, com a posse de<br />

conhecimentos técnicos, matérias<br />

- primas ou capitais, dispõem da<br />

possibilidade de determinar os preços ou<br />

controlar a produção ou a distribuição<br />

para uma parte significativa dos produtos<br />

em causa. Na Europa, não é ilícito uma<br />

empresa deter uma posição dominante,<br />

assim, só se considera ilícito, o abuso da<br />

mesma.<br />

O abuso de posição dominante integrase<br />

nas práticas anticoncorrenciais do<br />

mercado. Considerando-se práticas<br />

anticoncorrenciais, qualquer tipo<br />

de comportamento por operador ou<br />

conjunto de operadores que tenha em<br />

vista a obtenção e exploração, singular<br />

ou coletiva, do poder de mercado, ou<br />

LEGAL & ILEGAL<br />

Azevedo Brandão & Associados<br />

distinguida em direito do trabalho<br />

A Azevedo Brandão & Associados ganhou os Global Awards <strong>2012</strong> da<br />

Corporate INTL na categoria de direito do trabalho. “Sermos a sociedade<br />

vencedora em Portugal dos prémios atribuídos por uma publicação<br />

tão prestigiada a nível internacional como a Corporate INTL é<br />

motivo de grande orgulho e pode ser uma importante ferramenta para<br />

alavancar ações na área do direito do trabalho”, refere um comunicado.<br />

tuados como contrapartida do direito de<br />

distribuir ou de revender as mercadorias,<br />

se estes não forem uma condição da venda<br />

das mercadorias para a sua exportação com<br />

destino à Comunidade. Assim, os direitos<br />

de licenciamento que a consulente está<br />

obrigada a pagar devem ser tidos em consideração<br />

no cálculo do valor aduaneiro das<br />

mercadorias, desde que não se incluam nas<br />

referidas exceções.<br />

O artigo 157.º das Disposições de Aplicação<br />

do Código Aduaneiro Comunitário<br />

DIREITO DE CONCORRÊNCIA<br />

seja, o poder de manter o preço dos<br />

seus produtos acima do preço que seria<br />

praticado num mercado competitivo.<br />

No caso que me indicou, podemos estar<br />

perante uma situação de um abuso de<br />

posição dominante, pela prática de<br />

preços predatórios.<br />

Assim, para falarmos de abuso de<br />

posição dominante, teremos de analisar<br />

o disposto no artigo 102.º do TFUE. Este<br />

proíbe o abuso de posição dominante,<br />

singular ou coletiva, numa parte<br />

significativa ou na totalidade do mercado<br />

comum, na medida em que afete o<br />

comércio entre os Estados – Membros.<br />

Não é oferecida uma definição de abuso,<br />

recorrendo-se apenas a uma combinação<br />

da proibição sob forma de cláusula geral<br />

seguida de uma tipologia exemplificativa.<br />

De acordo com esta ultima, as práticas<br />

abusivas podem consistir em:<br />

a) Impor, de forma direta ou indireta,<br />

preços de compra ou de venda ou outras<br />

condições de transação não equitativas<br />

b) Limitar a produção, a distribuição ou o<br />

desenvolvimento técnico em prejuízo dos<br />

consumidores<br />

c) Aplicar, relativamente a parceiros<br />

comerciais, condições desiguais no caso<br />

de prestações equivalentes colocando-<br />

(DAC), desenvolve a questão relativa à<br />

correção do preço pago ou a pagar pelas<br />

mercadorias importadas, quando estão em<br />

causa direitos de exploração ou direitos de<br />

licença. Nesse âmbito, o n.º 2 da referida<br />

disposição legal, estabelece que a correção<br />

só é devida quando o valor aduaneiro da<br />

mercadoria for determinado pelo método<br />

do valor transacionável, e se os direitos<br />

estiverem relacionados com a mercadoria<br />

a avaliar e se o pagamento constituir uma<br />

condição de venda dessa mercadoria. Tais<br />

requisitos, no caso em apreço, parecem<br />

ocorrer, pelo que os direitos de licença<br />

deverão ser acrescentados ao preço efetivamente<br />

pago ou a pagar.<br />

No entanto, convém ter presente que o<br />

montante dos direitos de exploração ou<br />

dos direitos de licença não serão conhecidos<br />

no momento da importação por<br />

estarem dependentes da ocorrência de um<br />

facto futuro (venda dos produtos). Assim,<br />

devem as autoridades aduaneiras, em concertação<br />

com a consulente, aceitar que a<br />

determinação definitiva do valor aduaneiro<br />

seja diferida para momento posterior,<br />

devendo-se, para tal, nos termos do artigo<br />

257.º do DAC, utilizar o procedimento de<br />

declaração incompleta.<br />

ZEFERINO FERREIRA<br />

GABINETE DE ADVOGADOS<br />

ANTÓNIO VILAR, LUÍS CAMEIRÃO & ASSOCIADOS<br />

AVLC@AVLC-ADVOGADOS.COM<br />

os, por esse facto, em desvantagem na<br />

concorrência<br />

d) Subordinar a celebração de<br />

contratos à aceitação, por parte dos<br />

outros contraentes, de prestações<br />

suplementares que, pela sua natureza<br />

ou de acordo com os usos comerciais,<br />

não têm ligação com o objeto desses<br />

contactos.<br />

Concluímos assim, que a prática de<br />

preços predatórios poderá consubstanciar<br />

um abuso de posição dominante (sendo<br />

que o problema dos preços predatórios<br />

depende da existência de um referencial<br />

de preço, pode ser encontrado no custo<br />

marginal ou no custo médio variável.<br />

Diríamos então que o preço predatório<br />

estaria abaixo desse referencial, ou seja<br />

abaixo do preço de custo de mercado).<br />

O mecanismo a adotar para reagir a<br />

esta situação é dar conhecimento à<br />

Autoridade da Concorrência que, para o<br />

efeito, dispõe de poderes sancionatórios,<br />

de supervisão e de regulamentação.<br />

DIANA ALVES<br />

GABINETE DE ADVOGADOS<br />

ANTÓNIO VILAR, LUÍS CAMEIRÃO & ASSOCIADOS<br />

avlc@avlc-advogados.com


SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong> 25<br />

FISCALIDADE<br />

PAÍS FICA MAIS COMPETITIVO A NÍVEL FISCAL<br />

Governo simplifica regime<br />

dos residentes não habituais<br />

O Governo publicou uma circular<br />

(nº 9/<strong>2012</strong>, de 3 de agosto) que<br />

pretende simplificar e atualizar os<br />

procedimentos administrativos relativos<br />

ao regime fiscal dos residentes<br />

não habituais. A intenção é atrair<br />

profissionais de atividades de elevado<br />

valor acrescentado e indivíduos com<br />

partrimónios substanciais, como explica<br />

a sociedade de advogados Rogério<br />

Fernandes Ferreira & Associados<br />

(RFF).<br />

Podem beneficiar deste regime os<br />

contribuintes que se tornem residentes<br />

fiscais em Portugal – no ano<br />

relativamente ao qual pretendam<br />

que tenha início a tributação como<br />

residentes não habituais – e desde que<br />

tenham sido considerados residentes em<br />

território português em qualquer dos<br />

cinco anos anteriores a esse mesmo ano.<br />

A inscrição como residente não habitual<br />

terá de ser solicitada junto da administração<br />

tributária no próprio ato de inscrição<br />

como residente em Portugal. Adianta a<br />

RFF a este propósito: “A prática dos últimos<br />

anos revelou que o regime era, em<br />

muitos casos, inoperante, devido aos pesados<br />

procedimentos administrativos e à<br />

burocracia imposta pela administração<br />

tributária e de difícil concretização.”<br />

Ora, a atual circular introduz diversas<br />

alterações, com destaque, desde logo,<br />

para a eliminação da obrigatoriedade de,<br />

no momento da inscrição como residente<br />

não habitual, o interessado comprovar<br />

a anterior residência e tributação no estrangeiro,<br />

através de um certificado de<br />

residência fiscal. “O contribuinte apenas<br />

terá de declarar que não se verificaram,<br />

nos cinco anos anteriores, as condições<br />

Foi publicada a lei que aprova o novo<br />

regime jurídico da atividade empresarial<br />

local e das participações locais. A Lei nº<br />

50/<strong>2012</strong>, de 31 de agosto, introduz várias<br />

alterações, com destaque para as novas regras<br />

de dissolução das empresas locais. Passa<br />

a existir a obrigatoriedade de extinção<br />

das referidas empresas, caso não seja cumprido<br />

um conjunto de requisitos.<br />

Desde logo, sempre que nos últimos três<br />

anos as vendas e prestações de serviços não<br />

cubram, pelo menos, metade dos custos<br />

totais dos correspondentes exercícios, o<br />

peso contributivo dos subsídios à exploração<br />

tenha sido superior a 50% das receitas,<br />

o valor do resultado operacional subtraído<br />

do valor correspondente às amortizações e<br />

depreciações tenha sido negativo ou quan-<br />

exigidas para se tornar residente em território<br />

português. Não obstante, a administração<br />

tributária poderá requerer<br />

elementos adicionais de prova, como<br />

documentos que atestem a residência no<br />

estrangeiro, quando existam fundados<br />

indícios quanto à falta de veracidade dos<br />

elementos constantes da declaração apresentada.”<br />

Para aquela sociedade de advogados, a<br />

desburocratização resulta numa “franca<br />

agilização” do procedimento de inscrição<br />

dos residentes não habituais no cadastro<br />

de contribuintes, a qual permitirá<br />

desbloquear os processos de inscrição<br />

que se encontravam suspensos em virtude<br />

do residente não habitual não ter<br />

ainda conseguido obter o certificado de<br />

residência fiscal. Os pedidos de inscrição<br />

como residente não habitual estão agora<br />

em apreciação. Por outro lado, o diploma<br />

também clarifica que se consideram<br />

tempestivos os pedidos de inscrição<br />

como residentes não habituais apresen-<br />

do o resultado líquido tenha sido negativo.<br />

De notar que, em alternativa à decisão<br />

de dissolução da empresa local, poderão<br />

as empresas participantes alienar integralmente<br />

as respetivas participações detidas<br />

nas empresas locais, explicam os fiscalistas<br />

da PLMJ. Quando se trate de meras participações<br />

locais, a alienação das participações<br />

é obrigatória.<br />

Passa também a prever-se a possibilidade<br />

de integração de empresas locais em serviços<br />

municipalizados, bem como a fusão<br />

de empresas locais e a internalização da<br />

atividade destas empresas nos serviços das<br />

respetivas entidades públicas participantes.<br />

Realce ainda para a imposição de informação<br />

institucional e económico-financeira<br />

das entidades públicas participantes à Di-<br />

tados até 15 de maio e estabelece<br />

a data limite de 31 de março do<br />

ano seguinte àquele em que o contribuinte<br />

se torne residente em<br />

território nacional, para efeitos da<br />

sua inscrição como residente não<br />

habitual.<br />

Mas há mais novidades importantes.<br />

Será aplicada a taxa de 20%<br />

na retenção na fonte sobre os rendimentos<br />

do trabalho dependente<br />

– ou empresariais e profissionais<br />

pagos a residentes não habituais –<br />

no âmbito do exercício de atividades<br />

de elevado valor acrescentado,<br />

com carácter científico, artístico<br />

ou técnico. “Já no que respeita aos<br />

rendimentos empresariais e profissionais,<br />

auferidos em atividades de prestação de<br />

serviços de elevado valor acrescentado<br />

que os residentes não habituais obtenham<br />

no estrangeiro, os mesmos beneficiam<br />

da aplicação do método da isenção<br />

na eliminação da dupla tributação sobre<br />

o referido rendimento.” Isto desde que<br />

possam ser tributados no outro Estado<br />

contratado, em conformidade com<br />

a convenção para eliminação da dupla<br />

tributação com o mesmo, ou possam ser<br />

tributados no outro país, de acordo com<br />

o modelo de convenção fiscal sobre o<br />

rendimento e o património da OCDE.<br />

“É expectável que com as medidas de<br />

simplificação agora introduzidas no regime<br />

dos residentes não habituais tenham<br />

sido, finalmente, ultrapassados os obstáculos<br />

que impediam a sua plena aplicação,<br />

prevendo-se que a adesão ao referido<br />

regime aumente e que Portugal beneficie<br />

de todas as suas potencialidades”, conclui<br />

a RFF.<br />

Dissolução de empresas locais<br />

está facilitada<br />

reção-Geral das Autarquias Locais. E estão<br />

agora sujeitos ao controlo prévio do Tribunal<br />

de Contas quaisquer atos de constituição<br />

ou participação em empresas locais,<br />

assim como de aquisição de participações<br />

sociais pelas entidades públicas participantes.<br />

A fiscalização prévia do Tribunal de<br />

Contas incidirá sobre quaisquer processos<br />

de fusão de empresas locais.<br />

A presente lei entrou em vigor no início<br />

de setembro, sendo que as entidades de natureza<br />

empresarial criadas ou constituídas<br />

ao abrigo de legislação anterior e sob a influência<br />

dominante das entidades públicas<br />

participantes – a par das sociedades comerciais<br />

participadas já existentes – estão obrigadas<br />

a adequar os seus estatutos no prazo<br />

de seis meses a partir daquela data.<br />

STI <br />

<br />

O Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI) continua<br />

a tecer duras críticas ao sistema integrado de gestão e<br />

avaliação de desempenho na administração pública (SIA-<br />

DAP). “O sistema não avalia o mérito, nem é esse o seu<br />

objetivo, é apenas um truque de cabimentação orçamental.”<br />

AGENDA FISCAL<br />

SETEMBRO<br />

Até ao dia 10<br />

<br />

- Periodicidade Mensal – Envio obrigatório via Internet<br />

da declaração periódica relativa às operações<br />

realizadas no mês de Julho. Conjuntamente<br />

com a declaração periódica, deve ser enviado o<br />

Anexo Recapitulativo, referente às transmissões<br />

intracomunitárias isentas, efetuadas nesse mês.<br />

Até ao dia 15<br />

<br />

<br />

- Entrega da Declaração Modelo 11 pelos notários<br />

e outros funcionários ou entidades que desempenhem<br />

funções notariais, bem como as entidades<br />

ou profissionais com competência para autenticar<br />

documentos particulares que titulem atos ou contratos<br />

sujeitos a registo predial, das relações dos<br />

atos praticados no mês anterior, suscetíveis de produzir<br />

rendimentos.<br />

<br />

<br />

- Entrega pelos notários e outros funcionários ou<br />

entidades que desempenhem funções notariais,<br />

bem como as entidades ou profissionais com<br />

competência para autenticar documentos particulares,<br />

de relação dos atos ou contratos sujeitos<br />

a registo predial, dos da relação dos atos ou<br />

contratos sujeitos a IMT, ou dele isento, de cópia<br />

das procurações irrevogáveis e respetivos substabelecimentos<br />

e de cópia das escrituras ou documentos<br />

particulares autenticados de divisões de<br />

coisa comum e de partilhas de que façam parte<br />

bens imóveis.<br />

Até ao dia 20<br />

<br />

<br />

- 2º pagamento por conta do IRS de titulares de<br />

rendimentos da categoria B.<br />

- Entrega das importâncias retidas, no mês anterior,<br />

para efeitos de IRS.<br />

<br />

<br />

- Entrega das importâncias retidas, no mês anterior,<br />

para efeitos de IRC.<br />

<br />

- Declaração recapitulativa – Entrega pelos sujeitos<br />

passivos do regime normal mensal que tenham<br />

efetuado transmissões intracomunitárias de bens<br />

e/ou prestações de serviços noutros Estados Membros,<br />

no mês anterior, e para os sujeitos passivos<br />

do regime normal trimestral quando o total das<br />

transmissões intracomunitárias de bens a incluir<br />

na declaração tenha no trimestre em curso excedido<br />

o montante de G 100.000.<br />

<br />

- Entrega do imposto retido no mês anterior.<br />

IVA<br />

Novas regras de faturação<br />

Foi publicado o Decreto-lei nº 197/<strong>2012</strong>, de<br />

24.8, diploma que, para além de outras alterações<br />

na legislação relativa ao IVA, introduz alterações<br />

às regras em matéria de faturação. Assim, é<br />

clarificado que a emissão de fatura é obrigatória<br />

para todas as transmissões de bens e prestações<br />

de serviços, independentemente da qualidade do<br />

adquirente dos bens ou destinatário dos serviços<br />

e ainda que estes não a solicitem. Por outro lado,<br />

os sujeitos passivos não podem emitir e entregar<br />

documentos de natureza diferente da fatura para<br />

titular a transmissão de bens ou prestação de serviços,<br />

no entanto, permite-se que sejam emitidas<br />

faturas simplificadas nas transmissões de bens<br />

efetuadas por retalhistas a particulares quando o<br />

valor da fatura seja inferior a G 1000, bem como<br />

em quaisquer outras transmissões de bens e prestações<br />

de serviços de montante não superior a G<br />

100, quer os adquirentes sejam sujeitos passivos<br />

ou particulares.


26 SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong><br />

FISCALIDADE<br />

Governo altera IVA e cria benefício fiscal<br />

em sede de IRS<br />

O Governo procedeu a diversas alterações ao Código do IVA e dos regimes especiais deste<br />

imposto. Também procedeu à criação de um benefício fiscal, em sede de IRS, para dedução<br />

à coleta de IVA suportados. Os diplomas são o Decreto-Lei nº 197/<strong>2012</strong>, de 24 de agosto, e<br />

o Decreto-Lei nº 198/<strong>2012</strong>, também de 24 de agosto. Estas alterações legislativas entram em<br />

vigor logo no início do próximo ano, como salienta a Baker Tilly Portugal.<br />

Rendimentos de trabalho<br />

dependente concedidos<br />

por outras entidades<br />

São cada vez mais as situações<br />

em que, para fazer face à feroz<br />

concorrência dos mercados, são<br />

concedidas compensações em razão<br />

da prestação do trabalho, seja pelo<br />

aumento de negócio em determinada<br />

área geográfica – expansão – ou,<br />

simplesmente, pelo bom desempenho<br />

obtido no cumprimento das suas<br />

funções.<br />

Repare-se que, numa situação em<br />

que um determinado funcionário/<br />

distribuidor que desempenhe funções<br />

para uma entidade patronal, na<br />

qual são representadas várias marcas<br />

(multimarcas), concedendo-lhe uma<br />

das marcas uma compensação por<br />

atingir um determinado número de<br />

vendas, este rendimento será chamado<br />

de gratificação. Embora não seja<br />

atribuído pela entidade patronal,<br />

resulta diretamente da prestação de<br />

trabalho dependente.<br />

Na esfera do imposto sobre o<br />

rendimento, estas retribuições/<br />

recompensas são tratadas com<br />

algum pormenor. Trata-se, pois, de<br />

rendimentos sujeitos a tributação no<br />

âmbito da categoria A 1 , ainda que não<br />

sejam atribuídos pela respetiva entidade<br />

Mediante opção do titular<br />

do rendimento podem<br />

ser tributadas a uma taxa<br />

especial ou acrescidas às<br />

restantes remunerações<br />

mensais<br />

patronal. Pelo que, mediante opção<br />

do titular do rendimento, podem<br />

ser tributadas a uma taxa especial ou<br />

acrescidas às restantes remunerações<br />

mensais.<br />

O que acontece é que o respetivo<br />

titular destes rendimentos pode optar<br />

por englobar essa “bonificação” aos<br />

restantes rendimentos, desde que o<br />

solicite expressamente à sua entidade<br />

patronal, sendo, neste caso, aplicada a<br />

taxa correspondente às remunerações<br />

mensais auferidas constantes da<br />

respetiva tabela. 2<br />

Deve, assim, entender-se que as<br />

entidades patronais que, de algum<br />

modo, tomem conhecimento da<br />

existência dessas gratificações,<br />

dos respetivos montantes e seus<br />

beneficiários, ou interpor-se no seu<br />

pagamento ou colocação à disposição<br />

dos respetivos titulares, devem 3 :<br />

- Manter um arquivo atualizado dos<br />

FÁTIMA GUERRA<br />

CONSULTORA DA ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS<br />

titulares desses rendimentos, que relate<br />

especificamente o nome, o número de<br />

identificação fiscal, bem como a data e<br />

o valor de cada pagamento;<br />

- Incluir, na declaração a emitir aos<br />

sujeitos passivos até 20 de janeiro<br />

de cada ano, o valor anual dessas<br />

gratificações;<br />

- Incluir, na declaração modelo 10,<br />

os titulares das gratificações e os<br />

montantes anualmente pagos ou<br />

colocados à sua disposição.<br />

Por outro lado, estão dispensadas do<br />

cumprimento das obrigações referidas<br />

as entidades patronais, ou por opção<br />

dos respetivos titulares, ou mesmo por<br />

não ser do seu conhecimento de que<br />

essa gratificação existe.<br />

Gratificações pagas<br />

Contudo, o facto de não ser exercida<br />

essa faculdade de opção por retenção não<br />

significa que tais gratificações não devam<br />

obrigatoriamente ser declaradas pelos<br />

seus titulares, para efeitos de tributação,<br />

na sua declaração de rendimentos –<br />

modelo 3. Neste caso, haverá lugar a<br />

tributação à taxa especial de 10 por<br />

cento 4 , através do preenchimento do<br />

código 402, no quadro 4A do anexo A<br />

da referida declaração.<br />

Pela entidade que paga tais<br />

gratificações, estas serão declaradas na<br />

modelo 10, indicando como tipo de<br />

rendimento no quadro 5, o código<br />

A2 - Gratificações não atribuídas pela<br />

entidade patronal.<br />

Neste caso, entende-se que o recibo<br />

de quitação possa ser um documento<br />

fiscalmente aceite, no suporte da<br />

referida gratificação, dada a natureza da<br />

operação.<br />

Note-se que estes rendimentos<br />

poderão estar presentes nos mais<br />

variados setores de atividade, como<br />

exemplo, nas conhecidas gratificações<br />

recebidas pelos trabalhadores dos<br />

casinos, ou nos casos dos vendedores<br />

de stands automóveis em que não se<br />

verifica a atribuição de percentagem<br />

sobre valor de vendas, as quais,<br />

nesse caso, poderiam ser entendidas<br />

como comissões, mas, antes, um<br />

reconhecimento por um bom<br />

desempenho, dado por uma entidade<br />

(no caso, o agente oficial da marca) que<br />

não é a sua entidade empregadora.<br />

1 Enquadrável nas gratificações descritas na<br />

alínea g) do n.º 3 do artigo 2.º do CIRS.<br />

2 De acordo com o n.º 2 do artigo 3.º do<br />

Decreto-Lei n.º 42/91, de 22 de janeiro.<br />

3 Face ao disposto no artigo 119.º do<br />

Código do IRS.<br />

4 Prevista no n.º 3 do artigo 72.º do CIRS.<br />

OTOC organiza Congresso e espera cinco mil profissionais<br />

A Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas (OTOC) vai organizar o seu quarto Congresso. O<br />

evento tem lugar a 14 e 15 de setembro, no Pavilhão Atlântico, em Lisboa. Sob o tema “Uma<br />

nova atitude”, contará com a presença de Guilherme d´Oliveira Martins, presidente do Tribunal<br />

de Contas, o economista João Salgueiro e Paulo Núncio, secretário de Estado dos Assuntos<br />

Fiscais. São esperados cerca de cinco mil profissionais, naquele que é encarado como o acontecimento<br />

do ano para a classe dos técnicos oficiais de contas. Haverá lugar a sessões paralelas.<br />

CONTAS & IMPOSTOS<br />

Tributação de sucursal<br />

de empresa angolana<br />

Uma empresa angolana presta serviços de angariação comercial a uma empresa portuguesa.<br />

Como o trabalho é prestado em Angola, os respetivos pagamentos não estarão sujeitos a<br />

retenção na fonte. A mesma entidade angolana tem uma sucursal em Portugal e, por isso,<br />

as transferências para liquidação das faturas emitidas pela empresa angolana têm sido<br />

efetuadas para as contas bancárias da sucursal. Estes rendimentos poderão ser tributados<br />

em Portugal, mesmo que a sucursal seja considerada um estabelecimento estável? Recorde-<br />

-se que os serviços não foram prestados nem faturados pela sucursal. Qual o enquadramento<br />

fiscal desta operação?<br />

Determinada entidade angolana presta<br />

serviços de angariação comercial a sujeito<br />

passivo português, sendo que a entidade<br />

portuguesa efetua os pagamentos destes<br />

serviços para conta bancária de uma<br />

sucursal portuguesa da entidade angolana,<br />

por indicação desta. Questiona-nos<br />

relativamente ao enquadramento fiscal desta<br />

operação.<br />

Importa clarificar quem é a entidade<br />

que presta o serviço e a quem é devido o<br />

respetivo pagamento, pois tal elemento<br />

é fundamental para o enquadramento da<br />

operação em termos fiscais. Segundo a<br />

informação prestada, o serviço é prestado<br />

pela entidade angolana, é esta quem emite<br />

o respetivo documento comprovativo da<br />

prestação de serviços e é a esta entidade<br />

que o pagamento é devido. Logo, ainda<br />

que o pagamento seja feito para uma<br />

conta bancária de sucursal portuguesa da<br />

entidade angolana, tal ocorre por indicação<br />

da entidade angolana a quem a quantia é<br />

devida.<br />

Face ao exposto, vamos então proceder ao<br />

enquadramento do pagamento de prestação<br />

de serviços de angariação comercial<br />

efetuada pela entidade angolana.<br />

O Código do IRC, através da regra da<br />

territorialidade, patente no n.º 2 do art.º<br />

4.º do Código do IRC, determina que estão<br />

sujeitos a tributação em território nacional<br />

os rendimentos aqui obtidos por entidade<br />

que não tenha sede nem direção efetiva em<br />

território português.<br />

A expressão «… rendimentos obtidos em<br />

território português…» é esclarecida pelo<br />

n.º 3 do art.º 4.º do Código do IRC, normas<br />

que enumeram as diversas situações que<br />

se consideram rendimentos obtidos em<br />

território nacional. Assim, só os diversos<br />

tipos de rendimentos elencados no n.º 3 do<br />

art.º 4.º do Código do IRC se consideram,<br />

efetivamente, rendimentos obtidos neste<br />

território e, consequentemente, aqui sujeitos<br />

a tributação.<br />

Numa leitura da subalínea 7) da alínea<br />

c) do n.º 3 do art.º 4.º do Código do IRC,<br />

verificamos que os rendimentos provenientes<br />

de prestação de serviços, quando obtidos<br />

por entidades não residentes, e pagos por<br />

sujeito passivo português, se consideram<br />

rendimentos obtidos em território nacional e,<br />

como tal, estão aqui sujeitos a tributação.<br />

O rendimento proveniente da prestação de<br />

serviços, quando pago por sujeito passivo<br />

português, a entidade não residente, é<br />

tributado mediante retenção na fonte a título<br />

definitivo, conforme resulta da conjugação<br />

da alínea g) do n.º 1 e do n.º 3, ambos do<br />

art.º 94.º do Código do IRC. A taxa a aplicar<br />

é de 15 por cento, quando o beneficiário é<br />

pessoa coletiva, conforme disposto na alínea<br />

e) do n.º 4 do art.º 87.º do Código do IRC.<br />

Referimos o Decreto-Lei n.º 81/2003, de 23<br />

de abril, pois este diploma veio estabelecer<br />

a obrigatoriedade de as entidades residentes<br />

em território português que se encontrem<br />

obrigadas a proceder à retenção na fonte<br />

a título definitivo, aquando do pagamento<br />

a entidades não residentes, procederem à<br />

inscrição dessas entidades para efeitos de<br />

atribuição de número de identificação fiscal.<br />

Posteriormente, assiste à entidade residente<br />

em território nacional a obrigatoriedade de<br />

entrega da declaração modelo 30 (aprovada<br />

pela Portaria n.º 438/2004, de 30 de abril),<br />

até ao fim do segundo mês seguinte ao do<br />

pagamento ou colocação à disposição dos<br />

respetivos beneficiários, em conformidade<br />

com o disposto na alínea a) do n.º 7 do art.º<br />

119.º do Código do IRS, por remissão do<br />

art.º 128.º do Código do IRC.<br />

Por último, a referência ao disposto no art.º<br />

132.º do Código do IRC: «…não podem<br />

realizar-se transferências para o estrangeiro<br />

de rendimentos sujeitos a IRC, obtidos<br />

em território português por entidades não<br />

residentes, sem que se mostre pago ou<br />

assegurado o imposto que for devido…».<br />

Enquadramento fiscal diferente ocorre<br />

caso se entenda que tal pagamento<br />

configura rendimento da sucursal em<br />

território nacional desta empresa angolana.<br />

Para esta análise deve ter-se presente o<br />

Se se estiver perante o<br />

pagamento de rendimentos a<br />

entidade não residente com<br />

estabelecimento estável em<br />

território nacional, então não<br />

haverá lugar a retenção na<br />

fonte.<br />

disposto no n.º 3 do art.º 3.º do Código<br />

do IRC: «…são componentes do lucro<br />

imputável ao estabelecimento estável,<br />

para efeitos da alínea c) do n.º 1 os<br />

rendimentos de qualquer natureza obtidos<br />

por seu intermédio, assim como os demais<br />

rendimentos obtidos em território português,<br />

provenientes de atividades idênticas ou<br />

similares às realizadas através desse<br />

estabelecimento estável, de que sejam<br />

titulares as entidades aí referidas…».<br />

Se tal enquadramento se verificar, ou<br />

seja, se estivermos perante o pagamento<br />

de rendimentos a entidade não residente<br />

com estabelecimento estável em território<br />

nacional, então não haverá lugar a retenção<br />

na fonte, por força do disposto na alínea d)<br />

do n.º 1 do art.º 97.º do Código do IRC.<br />

Informação elaborada pela Ordem dos<br />

Técnicos Oficiais de Contas


SEXTA-FEIRA, 7 SETEMBRO DE <strong>2012</strong> 27<br />

IMOBILIÁRIO<br />

A atividade de investimento<br />

em imóveis comerciais subiu<br />

de forma significativa no Reino<br />

Unido e em França no segundo<br />

trimestre de <strong>2012</strong> (T2 <strong>2012</strong>),<br />

por comparação ao primeiro<br />

trimestre de <strong>2012</strong> e segundo trimestre<br />

de 2011, revela o research<br />

da CBRE. De acordo com a<br />

consultora, há um maior interesse<br />

dos investidores por mercados<br />

com maior liquidez.<br />

Os maiores beneficiários foram<br />

a França – em grande parte,<br />

resultado de três transações<br />

importantes – e o Reino Unido,<br />

com os dois mercados a registar<br />

significativos níveis de transações<br />

no segundo trimestre de<br />

<strong>2012</strong>. Os mercados de Londres<br />

e Paris, em particular, apresentam<br />

um volume considerável de<br />

investimento em escritórios.<br />

“Apesar da escassez de espaços<br />

prime ter provocado um<br />

abrandamento nos mercados da<br />

Alemanha e dos países nórdicos<br />

durante o segundo trimestre de<br />

<strong>2012</strong>, o interesse por estas regiões<br />

continua em alta. Os investidores<br />

permanecem bastante<br />

sensíveis aos aspetos económicos<br />

inerentes a cada mercado e a sua<br />

exposição à crise da Zona Euro,<br />

beneficiando os mercados do<br />

norte da Europa, e colocando a<br />

Alemanha, os países nórdicos e o<br />

Reino Unido no topo das prioridades”,<br />

comenta Jonathan Hull,<br />

diretor do departamento de Capital<br />

Markets da região EMEA<br />

da CBRE.<br />

O volume de investimento no<br />

mercado imobiliário comercial<br />

europeu registou uma ligeira<br />

contração no segundo trimestre<br />

de <strong>2012</strong>, caindo para os 24 mil<br />

milhões de euros face aos 27 mil<br />

milhões de euros registados no<br />

primeiro trimestre. A queda de<br />

apenas 3% no trimestre, apesar<br />

do agravamento dos receios financeiros<br />

na Zona Euro, deve-se<br />

ao facto do imobiliário prime ser<br />

visto como um porto de refúgio<br />

nos momentos de maior incerteza.<br />

Pelo contrário, mercados que<br />

vinham a crescer fortemente –<br />

Alemanha, Países Nórdicos e<br />

Europa Central e de Leste – registaram<br />

um abrandamento no<br />

investimento em imobiliário,<br />

especialmente por comparação<br />

com o período homólogo do<br />

ano passado, quando estas três<br />

regiões eram as principais impulsionadoras<br />

do investimento.<br />

A procura de imobiliário de<br />

elevada qualidade nestes países<br />

permanece em alta, traduzida<br />

pelos preços alcançados quando<br />

tais ativos saem para o mercado.<br />

Contudo, o investimento nestas<br />

regiões está a ser refreado pela<br />

Fundo imobiliário<br />

de Lisboa<br />

adiado<br />

Reino Unido e França<br />

são os mercados mais atrativos<br />

para investir em imobiliário<br />

Os mercados de Londres e Paris, em particular, apresentam um volume considerável de investimento em escritórios.<br />

escassez de espaços prime.<br />

Nos últimos dois anos, o investimento<br />

europeu estabilizou<br />

em redor dos 25 a 27 mil milhões<br />

de euros por trimestre,<br />

embora no final do ano seja<br />

habitual aumentar o volume de<br />

investimento, de acordo com o<br />

research.<br />

A CBRE conclui que a atividade<br />

está também condicionada<br />

pela escassez de espaços prime<br />

O volume<br />

de investimento no<br />

mercado imobiliário<br />

comercial europeu<br />

registou uma ligeira<br />

contração no segundo<br />

trimestre de <strong>2012</strong><br />

Battersea Power Station<br />

vendida pela associada<br />

internacional da Worx<br />

e pela dificuldade na obtenção<br />

de créditos bancários. O mercado<br />

fica desta forma altamente<br />

dependente de investidores que<br />

compram ativos com uma elevada<br />

liquidez.<br />

As yields nos mercados core<br />

que atraem este tipo de investidores<br />

mantêm-se estáveis, mas<br />

tem havido algum movimento<br />

ascendente em mercados mais<br />

pequenos e periféricos.


28 SEXTA-FEIRA, 7 SETEMBRO DE <strong>2012</strong><br />

IMOBILIÁRIO<br />

Obra de Souto Moura inspira cadeira criada pelo Design<br />

Factory<br />

O Design Factory, gabinete de design e inovação da RAR Imobiliária, é um dos convidados<br />

do projeto “Duets”, iniciativa integrada na exposição internacional “Art on Chairs”, promovida<br />

por Paredes – Polo do Design de Mobiliário. Os duetos são celebrados entre 11 personalidades<br />

de diferentes áreas e 11 designers, tendo como mote a criação de uma cadeira que<br />

reflita a ligação e sinergias entre ambos.<br />

Wikitude lança aplicação do TripAdvisor<br />

em Realidade Aumentada<br />

A Wikitude anuncia a aplicação do TripAdvisor em Realidade Aumentada<br />

para smartphones BlackBerry®, que permite aos utilizadores<br />

BlackBerry em todo o mundo acederem de forma imediata a<br />

uma visualização imersiva de hotéis, restaurantes e atrações, listadas<br />

no TripAdvisor.<br />

Investimento imobiliário comercial<br />

totaliza 53 milhões no primeiro semestre<br />

Entre Janeiro e Junho de <strong>2012</strong> foram<br />

registados negócios de investimento no<br />

setor comercial (excluindo o investimento<br />

institucional no setor residencial) que<br />

totalizaram um valor na ordem dos 53<br />

milhões de euros, refletindo uma nova<br />

quebra face a igual período do ano anterior,<br />

neste caso de cerca de 55%, indica a<br />

Cushman & Wakefield.<br />

A consultora justifica esta quebra com<br />

a situação económica do país e as fortes<br />

restrições ao financiamento bancário que<br />

continuam a causar prudência nos investidores<br />

e financiadores, gerando um forte<br />

impacto na atividade de investimento<br />

imobiliário no primeiro semestre.<br />

PUB<br />

Recusa de pagamento dos encargos<br />

de conservação e fruição<br />

«Sou administrador de um condomínio<br />

e, face a problemas com a má limpeza<br />

do prédio, ficou decidido substituir a<br />

empregada de limpeza por uma empresa<br />

deste setor, o que até acabou por ficar<br />

mais económico. Esta decisão foi tomada<br />

na última assembleia de condóminos, por<br />

unanimidade.<br />

Sucede, porém, que uma condómina,<br />

proprietária duma das 12 frações que<br />

integram o prédio, em conluio com a exempregada<br />

de limpeza, negou-se a pagar as<br />

despesas de condomínio.<br />

Já lhe foi enviada uma carta registada,<br />

Segundo o disposto na legislação inerente<br />

à propriedade horizontal, cada condómino,<br />

na proporção do valor da respetiva fração,<br />

deve efetuar pontualmente o pagamento<br />

das despesas necessárias á conservação e<br />

fruição das partes comuns do edifício, bem<br />

assim como as relativas aos serviços de<br />

interesse comum.<br />

Mais dispõe a lei que uma das funções<br />

do administrador do condomínio é,<br />

precisamente a de cobrar as receitas<br />

e exigir dos condóminos a sua quota<br />

parte nas despesas aprovadas, pelo que,<br />

na falta do pagamento em referência,<br />

o administrador, em representação do<br />

condomínio, tem legitimidade para<br />

instaurar ação judicial destinada a cobrar<br />

as quantias em divida.<br />

Para o efeito, não será imprescindível a<br />

instauração de um processo declarativo,<br />

pois há já alguns anos que a lei simplificou<br />

o procedimento judicial necessário à<br />

cobrança de dividas do condomínio,<br />

pelo que, atualmente, a ata da reunião<br />

da assembleia de condóminos que tiver<br />

deliberado o montante das contribuições<br />

devidas ao condomínio ou quaisquer<br />

despesas necessárias á conservação e<br />

fruição das partes comuns e ao pagamento<br />

de serviços de interesse comum constitui<br />

título executivo contra o proprietário que<br />

deixar de pagar, no prazo estabelecido, a<br />

sua quota-parte.<br />

O volume médio por negócio de investimento<br />

comercial na primeira metade<br />

do ano foi de aproximadamente 7,6<br />

milhões de euros, valor abaixo do mesmo<br />

período em 2011, 10,2 milhões de<br />

euros, e metade da média nos últimos<br />

dez anos, na ordem dos 17 milhões de<br />

euros.<br />

Para este baixo volume continua a contribuir<br />

a reduzida atividade no mercado<br />

dos investidores estrangeiros, embora no<br />

início de <strong>2012</strong> se tenha verificado uma<br />

melhoria face ao ano anterior, representado<br />

o investimento estrangeiro 30% das<br />

transações totais, um volume que rondou<br />

os 16 milhões de euros.<br />

MARIA DOS ANJOS GUERRA ADVOGADA<br />

marianjosguerra-3012p@adv.oa.pt<br />

com aviso de receção, no sentido de pagar<br />

as despesas relativas à sua quota-parte do<br />

condomínio, relativas ao 1.º semestre de<br />

<strong>2012</strong>. Se o não fizesse até final de julho,<br />

como veio a acontecer, começaríamos<br />

a contar juros de mora. Como a carta<br />

registada com aviso de receção foi devolvida<br />

por recusa da condómina, ficou a mesma<br />

exposta, durante algum tempo, no expositor<br />

do condomínio, à entrada da porta.<br />

Pergunto: o que pode o administrador do<br />

condomínio fazer para conseguir receber<br />

os valores que a cada condómino compete<br />

pagar? É legal exigir juros de mora?»<br />

Pelo exposto, o que o leitor, na qualidade<br />

de administrador do condomínio,<br />

deverá fazer é mandatar um advogado<br />

para instaurar processo executivo para<br />

pagamento de quantia certa, usando a ata<br />

da reunião da assembleia de condóminos,<br />

que funcionará, quanto às despesas<br />

deliberadas, como título executivo.<br />

Quanto à questão dos juros de mora, os<br />

mesmos serão devidos desde que haja<br />

deliberação expressa em ata ou disposição<br />

do regulamento do condomínio que<br />

claramente estipule a data em que os<br />

encargos deverão ser pagos. Se assim não<br />

acontecer, não poderá considerar-se que<br />

a obrigação tenha prazo certo, pelo que,<br />

nesse caso, a devedora só ficará constituída<br />

em mora depois de interpelada para<br />

pagamento, o que pode ser feito através de<br />

carta registada com aviso de receção como<br />

o leitor afirma ter feito.<br />

O facto de a condómina em questão não<br />

ter recebido a carta, contudo, não impede<br />

a sua constituição em mora se, como refere<br />

o leitor, foi ela a impedir a interpelação,<br />

pelo que, em princípio, a condómina<br />

faltosa deverá liquidar os encargos em<br />

divida acrescidos dos juros de mora que se<br />

tiverem vencido desde a data estipulada<br />

para pagamento ou, caso tal data não<br />

conste em ata ou regulamento, desde a<br />

data em que se recusou a receber a carta<br />

enviada pela administração do condomínio.


SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong> 29<br />

Miele regista vendas superiores a três mil milhões de euros<br />

A Miele, empresa multinacional de cariz familiar, alcançou um novo recorde no volume de<br />

negócios, tendo atingido um valor de 3,04 mil milhões de euros no ano fiscal de 2011/<strong>2012</strong>.<br />

Os valores registam um aumento de 91 milhões de euros, o que equivale a um crescimento de<br />

3,1%. Com cerca de 16700 colaboradores, o grupo Miele aumentou os seus investimentos de<br />

113 para 186 milhões de euros.<br />

ANTÓNIO NOGUEIRA<br />

DA COSTA<br />

Consultor Empresas<br />

Familiares<br />

antonio.costa@efconsulting.es<br />

Ser familiar e iniciar pequeno<br />

não são características<br />

que implicam uma posição<br />

redutora duma empresa.<br />

Na realidade, a afirmação<br />

de uma entidade num<br />

determinado mercado ou<br />

sector não é tanto sinónimo<br />

da sua dimensão mas sim da<br />

sua vontade e capacidade de<br />

criar e assegurar vantagens<br />

competitivas.<br />

Neste aspeto podemos<br />

considerar que as empresas<br />

familiares possuem uma<br />

grande capacidade de<br />

MARTA ARAÚJO<br />

martaaraujo@vidaeconomica.pt<br />

O grupo familiar Cerealis está a levar a<br />

cabo a renovação de uma das suas marcas<br />

de massa: a Milaneza. O objetivo passa<br />

por colocar mais emoção à chancela. Para<br />

o efeito, há logótipo, embalagens e claim<br />

novos. Até 17 de setembro, as novidades<br />

são mostrados na televisão, rádio, outdoors,<br />

meios digitais e pontos de venda.<br />

A administração da empresa explica que<br />

“o desafio passa por relançar uma marca<br />

líder, reafirmando-a e potenciando a seu<br />

património. Trata-se de uma marca com<br />

elevada notoriedade, códigos poderosos,<br />

empática e inovadora”, sublinha. E acrescenta<br />

que, através deste movimento procuram<br />

“atrair para a marca maior emoção,<br />

sentimento, dinamismo, modernidade, juventude,<br />

mas também tradição, reforçando<br />

um atributo único que a marca tem: a<br />

sua sabedoria. O saber fazer bem massa há<br />

mais de 78 anos”.<br />

Pode a Milaneza ser mais do que<br />

massa?<br />

Depois de tantos anos no mercado, a<br />

marca sabe que tem de chegar, o mais perto<br />

possível, dos seus clientes. E quanto mas<br />

conseguir surpreender de forma certeira,<br />

mais e melhores resultados obterá. Exemplo<br />

disso foi a recente aposta da Milaneza<br />

em marcar presença em alguns festivais<br />

de verão, através de mupis interativos que<br />

permitiram ganhar e aquecer refeições.<br />

Ou seja, os mupis incluiram micro-ondas<br />

encastrados, onde os participantes digitalizavam<br />

os códigos que lhes eram disponibilizados,<br />

ficando também habilitados a<br />

ganhar refeições.<br />

Assim, o refresh a marca está incluído<br />

num conjunto de iniciativas para posi-<br />

resiliência e, pela sua<br />

grande e inerente vontade de<br />

continuidade, de inovação.<br />

A capacidade evolutiva via<br />

melhoria contínua, criação<br />

de novos produtos ou até<br />

mesmo de reinvenção do<br />

negócio ou da empresa é<br />

reconhecida pelo estudo da<br />

Edelman, onde mais de 70%<br />

dos inquiridos afirmaram que<br />

as empresas familiares são<br />

inovadoras.<br />

REFLEXÕES SOBRE EMPRESAS FAMILIARES<br />

As empresas familiares são inovadoras<br />

Temas para reflexão:<br />

De acordo<br />

Muito/Bastante<br />

Fonte: “La Imagen de la Empresa Familiar en España”, Edelman e Instituto Empresa<br />

Familiar, 2006<br />

Qual é a posição da nossa empresa relativamente à Inovação?<br />

Como detetamos novas oportunidades ou desenvolvemos novos produtos?<br />

Quantos produtos prevemos lançar nos próximos anos?<br />

Cerealis reforça aposta<br />

na Milaneza<br />

Inovadoras<br />

33% 28%<br />

38%<br />

A Milaneza está no mercado há 78 anos e quer<br />

afirmar-se como uma marca com emoção.<br />

cionar a marca familiar nortenha. Para o<br />

restyling das embalagens e do logótipo, a<br />

Milaneza recorreu à agência de branding<br />

e design Pearlfisher, empresa que trabalha<br />

com marcas como Absolut Vodka, Jamie<br />

Oliver ou Cadbury’s<br />

A estratégia e desenvolvimento criativo<br />

da nova campanha, por seu turno, ficou<br />

da Young & Rubicam. A campanha<br />

coloca várias perguntas relacionadas com<br />

as massas e as sensações que estas podem<br />

despertar: “Pode um fio de esparguete ligar<br />

pessoas como liga sabores?; Pode um macarrão<br />

acender a imaginação?; Pode Milaneza<br />

ser mais do que massa?”.<br />

NEGÓCIOS E EMPRESAS/Empresas Familiares<br />

Família Mello aliena participações da Brisa<br />

A esposa e os filhos do presidente do grupo José de Mello venderam as suas acções da Brisa e<br />

deixam, assim, de ter qualquer tipo de posição no capital da concessionária. A informação é<br />

avançada em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, no qual a empresa<br />

dá conta que tal aconteceu “no âmbito da oferta pública de aquisição lançada pela Tagus sobre<br />

a Brisa” em que “foram alienadas pelo cônjuge e filhos de Vasco Maria Guimarães José de Mello<br />

5622 acções”.<br />

Pouco/Nada<br />

Empresa fundada em 1946 por Armando Silva numa pequena oficina de calçado de<br />

produção artesanal e 12 trabalhadores. Especializou-se no fabrico de calçado para<br />

homem em pele de elevada qualidade. No decorrer dos tempos desenvolveu uma<br />

série de contactos com técnicos espanhois e italianos, passando a visitar fábricas<br />

de calçado existentes nesses países e as principais feiras internacionais do setor.<br />

O agente comercial na Holanda abordou a empresa com um pedido pessoal: pretendia<br />

uns sapatos confortáveis, “tipo pantufa”, quentes e macios para descansar os<br />

pés depois de um dia nas pistas de esqui. A Armando Silva aceitou o desafio, criou<br />

um par de sapatilhas feitas à medida, forradas a pele de carneiro, e acabou por<br />

encontrar um nicho de negócio promissor, com procura à escala global.<br />

“O nosso agente levou os sapatos, gostou e percebeu que tinham mercado. Foi assim<br />

que surgiu a nova linha criada especificamente para praticantes de esqui”, comenta<br />

Alexandre Tavares, diretor comercial e neto do fundador da empresa. Apresentados<br />

como uma inovação nos negócios gerados à volta das pistas de esqui, os Aprés Ski<br />

Sneakers chegaram ao mercado em 2010, na versão masculina, um ano depois já<br />

tinham uma linha feminina (dos 21 modelos da próxima coleção 14 são de senhora).<br />

Os preços variam entre 190 euros e 300 euros, chegando aos 350 euros em edições<br />

limitadas. “A recetividade é boa e há curiosidade pelo produto único no mercado”,<br />

sublinha Alexandre Tavares, que espera vender 20 mil pares da nova gama em <strong>2012</strong><br />

e de ir multiplicando este número nos anos seguintes.<br />

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30 SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong><br />

TECNOLOGIAS<br />

GARRY KONDAKOV, DIRETOR DE VENDAS E MARKETING DA KASPERSKY<br />

PME deviam ser mais cuidado<br />

ao basear o seu negócio na In<br />

O discurso não é novo<br />

por parte da Kaspersky.<br />

Num altura em que<br />

só ouvimos falar em<br />

cloud computing e em<br />

SAS e nas mais diversas<br />

aplicações e modelos<br />

de negócio baseados<br />

num browser, a empresa<br />

russa diz que o grande<br />

desafio para as pequenas<br />

e médias empresas é<br />

mesmo… deixarem<br />

de estar online. Isto<br />

porque, basicamente,<br />

não seguem os códigos<br />

de conduta para estar no<br />

que pode ser o infernal<br />

mundo da Internet. É<br />

quase como atravessar<br />

uma rua movimentada.<br />

“Não lhe ensinaram<br />

a olhar para os dois<br />

lados”, perguntou à<br />

“<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”<br />

Garry Kondakov, diretor<br />

de vendas e marketing<br />

da Kaspersky. E sim,<br />

ensinaram-nos.<br />

SUSANA MARVÃO, EM MOSCOVO<br />

s.marvao@vidaeconomica.pt<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> – Começaram<br />

por ser uma empresa que<br />

basicamente vendia software<br />

de “pacote”. Atualmente, estão<br />

a entrar no mercado empresarial.<br />

Como é que hoje a Kaspersky<br />

se define?<br />

Garry Kondakov – Eu diria<br />

mais: começámos por ser uma<br />

empresa que tinha um produto<br />

para estudantes… Como nos definimos?<br />

Como uma empresa altamente<br />

apaixonada e com fortes<br />

níveis de crescimento que quer ser<br />

o número um na nossa indústria<br />

e, acima tudo, salvar o mundo.<br />

VE – Um objetivo deveras<br />

ambicioso! Ser número um e<br />

salvar o mundo?<br />

GK – É a nossa paixão. E temos<br />

competências para isso. Digo-lhe<br />

sinceramente que em dois, três,<br />

cinco anos no máximo atingiremos<br />

os nossos objetivos.<br />

VE – Qual é neste momento a<br />

vossa posição no mercado europeu?<br />

GK – Somos a empresa número<br />

dois no consumo em geral, mas<br />

somos número um na Alemanha.<br />

Somo número dois em termos de<br />

faturação em França e penso que<br />

os terceiros na Grã-Bretanha. Em<br />

todos os países estamos entre os<br />

três primeiro players. Mas, de<br />

forma geral, em B2C somos segundos.<br />

No mercado das pequenas<br />

e médias empresas seremos o<br />

terceiro. Admito que ainda não<br />

estamos devidamente preparados<br />

para avançar para a maioria das<br />

empresas da “Fortune 500”. Começámos<br />

e temos avançado para<br />

grandes projetos, como o que encetámos<br />

na BASF, na Alemanha.<br />

Ou o da Siemens. Garanto-lhe<br />

que ainda este ano vai ouvir mais<br />

nomes sonantes que, neste momento,<br />

não posso mesmo revelar.<br />

Mas acredite que vai ouvir.<br />

Queremos ser mais<br />

agressivos<br />

VE – Mas então qual é a estratégia?<br />

GK – Basicamente, é ser uma<br />

empresa mais agressiva no B2B<br />

e no mercado das pequenas e<br />

médias empresas. O nosso atual<br />

produto e processos de negócio<br />

estão prontos para dar um passo<br />

em frente. Ou seja, nos próximos<br />

dois anos queremos ganhar terreno<br />

e ser mais fortes nas PME e<br />

começar a preparar a entrada nas<br />

realmente grandes empresas. Ao<br />

mesmo tempo, não nos vamos esquecer<br />

que em muitas partes do<br />

globo, incluindo a Europa, 75%<br />

das nossas vendas advêm do mercado<br />

de consumo. Daí que uma<br />

vertente muito forte da nossa estratégia<br />

seja manter as nossas posições<br />

em B2C até porque é um<br />

mercado bastante vulnerável e<br />

competitivo.<br />

VE – As PME são um mercado<br />

imenso! Como ajustaram a<br />

vossa forma de comunicar e de<br />

entregar o produto?<br />

GK – A nossa comunidade de<br />

parceiros obviamente representa<br />

um papel fundamental em todo<br />

este processo. Definitivamente,<br />

IBM e Vodafone mais inteligentes<br />

A IBM e a Vodafone demonstraram no IFA, um evento de eletrónica<br />

de consumo, como se consegue gerir remotamente, a partir de um telemóvel,<br />

uma máquina de lavar e outros eletrodomésticos inteligentes,<br />

que estão conectados à plataforma Global M2M da Vodafone, a<br />

funcionar na nova SmartCloud Service Delivery Platform da IBM.<br />

Garry Kondakov, diretor de vendas e marketing da Kaspersky, assume que as PME deviam ter mais cuidado com a<br />

sua postura online.<br />

os nossos parceiros fazem parte<br />

integrante da empresa. Prestamos<br />

muita atenção e dedicação<br />

à nossa rede de parceiros, à nossa<br />

comunidade. Temos parceiros de<br />

vários tipos, sendo que uns estão<br />

focados no segmento de empresas<br />

com cinco a dez licenças, outros<br />

estarão mais focados apenas em<br />

algumas indústrias… E outros<br />

estarão focados em algumas geografias.<br />

O nosso objetivo e paradigma<br />

estratégico é suportar e<br />

fornecer ferramentas para todos<br />

os tipos de parceiros que lhes permitam<br />

crescer connosco.<br />

VE – Ao ver o seu currículo é<br />

notória a vasta experiência que<br />

tem nas mais diversas geografias<br />

do globo. No seu entender,<br />

e no que diz respeito aos<br />

budgets atribuídos a este setor,<br />

como vê atualmente a Europa?<br />

GK – Não vou usar o termo crise.<br />

Vamos antes dizer que as condições<br />

atuais de mercado são diferentes.<br />

Olhando para a própria<br />

Kaspersky, diria que está uma empresa<br />

madura. Os primeiros escritórios<br />

na Europa terão surgido há<br />

cerca de 10 anos, na Grã-Bretanha,<br />

a que se seguiram Alemanha<br />

e França. Já temos uma década de<br />

história na Europa. O grande desafio,<br />

não só para a Kaspersky mas<br />

para todas as empresas, passa por<br />

perceber como ir para um novo<br />

nível de desenvolvimento. Muitas<br />

vezes é através de novas abordagens<br />

ao mercado, aprofundar as relações<br />

com os atuais parceiros mas também<br />

criar relações com novos parceiros,<br />

ter mais iniciativa… Penso<br />

que nós, na Kaspersky, na Europa,<br />

somos bastantes bons em B2C, temos<br />

posições muitos fortes, nomeadamente<br />

nas PME, como já lhe<br />

disse. Agora, precisamos de avançar…<br />

Claro que a crise influencia<br />

o nosso negócio mas…<br />

Na Alemanha quota<br />

de mercado é de 50%<br />

VE – Mas?


sas<br />

ternet<br />

SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong> 31<br />

“Kaspersky, quem mais?”<br />

HP aposta na virtualização<br />

Foram 33 jornalistas de 16 países que se<br />

apresentaram em Moscovo para assistir ao prélançamento<br />

da nova versão do Kaspersky Internet<br />

Security e que a “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>” explorará na<br />

próxima edição. Com esta afluência de profissionais,<br />

as solicitações para uma entrevista ao próprio<br />

Eugene Kaspersky foram obviamente muitas. A<br />

“<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>” ainda recentemente tinha tido a<br />

oportunidade de realizar uma grande entrevista ao<br />

fundador e CEO, pelo que não se tinha candidatado<br />

a uma potencial conversa. No entanto, a empresa<br />

resolveu fazer uma coisa inovadora. Os jornalistas<br />

que quiseram tiveram dois minutos (de cronómetro)<br />

a solo com o CEO para fazer uma pergunta a Eugene<br />

Kaspersky. A “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>” resolveu alinhar e<br />

perguntou-lhe, no final, porque deve um consumidor<br />

escolher a Kaspersky? A resposta, pensada em não<br />

mais do que um segundo, foi “à la” George Clooney:<br />

“Kaspersky, whom else”…<br />

Após este encontro imediato fizemos a mesma<br />

pergunta a Garry Kondakov, explicando-lhe que<br />

já a havíamos feito ao seu CEO. “Não sei o que<br />

Eugene lhe respondeu. Mas eu garanto-lhe que nos<br />

GK – Mas preferimos olhar<br />

para as coisas positivas. Na Alemanha<br />

temos 50% de quota de<br />

mercado no consumo. Com esta<br />

percentagem, a verdade é que a<br />

estratégia passa mais pela sustentabilidade<br />

do que ter uma postura<br />

mais agressiva.<br />

VE – Com esses números é<br />

difícil crescer…<br />

GK – Muito difícil. Temos de<br />

ser ainda mais criativos, mais proativos.<br />

VE – Acha que as empresas<br />

já veem a segurança como um<br />

A HP anunciou novas soluções de software de virtualização<br />

que simplificam, automatizam e garantem a movimentação de<br />

máquinas virtuais (VM) e de dados em ambientes cloud, dando<br />

aos clientes uma maior agilidade para que possam responder<br />

da melhor forma às oportunidades de mercado cada vez<br />

mais dinâmicas.<br />

investimento? Ou ainda andamos<br />

à volta do custo?<br />

GK – Quanto maior for a empresa,<br />

claro que o entendimento<br />

da segurança como um investimento<br />

é maior…<br />

Sair do “online” pode ser<br />

um desafio<br />

VE – Quais são os grandes<br />

desafios para uma PME?<br />

GK – Quer saber qual o desafio<br />

mesmo? Começarem a sair da<br />

internet. De estarem online. De<br />

basearem grande parte do seu negócio<br />

online. Há certas regras que<br />

escolhem porque temos o melhor produto, a melhor<br />

tecnologia, melhor expertise, melhor marca… Mas<br />

em primeiro lugar, será sempre porque temos o<br />

melhor produto”.<br />

simplesmente não são cumpridas<br />

e têm de ser. É como conduzir. É<br />

como atravessar a rua! Não lhe<br />

ensinaram que teria de olhar para<br />

os dois lados??? As pessoas têm de<br />

ter noção dos perigos que enfrentam.<br />

E atenção que isto não é apenas<br />

um desafio para as pequenas<br />

e médias empresas! É para toda a<br />

gente, para os consumidores.<br />

VE – O mundo mudou, o<br />

mundo da internet mudou mas<br />

os utilizadores continuam a ter<br />

a mesma postura, é isso? São<br />

invencíveis?<br />

GK – É um pouco isso, sim.<br />

Primavera mais forte no setor<br />

da construção<br />

Experiência de utilização enriquecida, ferramentas adicionais de<br />

controlo e análise, melhorias na orçamentação e profundo reforço<br />

da gestão de subempreitadas, são as principais novidades da nova<br />

versão do Primavera Construction, o software de gestão da tecnológica<br />

portuguesa direcionado para este setor<br />

PELO SEGUNDO ANO CONSECUTIVO NA ÁREA DO BI<br />

Bi4all eleita parceiro do ano<br />

Microsoft<br />

A Bi4all recebeu da Microsoft<br />

Portugal, pelo segundo ano<br />

consecutivo, o prémio “Melhor<br />

Parceiro do Ano de Business Intelligence<br />

em Portugal”. A distinção<br />

foi entregue em nome da<br />

Microsoft ao partner Andro Moreira<br />

durante o evento Microsoft<br />

Worldwide Partner Conference<br />

<strong>2012</strong> que decorreu em Toronto.<br />

Em contraciclo com o mercado,<br />

a empresa encontra-se numa<br />

fase de crescimento, tendo aberto<br />

um escritório na Zona do Grande<br />

Porto, para além de ir inaugurar<br />

um novo escritório em Lisboa.<br />

A Bi4all está ainda a apostar na<br />

internacionalização, mercado que<br />

neste momento é responsável por<br />

cerca de 40% da faturação. A empresa<br />

ainda não possui delegações<br />

no estrangeiro, um passo que José<br />

Oliveira assume que irá ser dado<br />

de forma a ampliarem a sua carteira<br />

de clientes. A Bi4all estabeleceu<br />

recentemente acordos com<br />

empresas que atuam na Índia,<br />

mas brevemente estará também<br />

na Bélgica e no Brasil. Com esta<br />

aposta, a empresa espera aumentar<br />

as exportações em “pelo menos,<br />

mais 20% este ano”. A empresa<br />

TECNOLOGIAS<br />

Andro Moreira, partner da Bi4all (à direita), recebe o prémio das mãos de um<br />

representante da Microsoft<br />

tem parcerias estratégicas em Portugal,<br />

Espanha, Bélgica e França e<br />

conta registar um volume de negócios<br />

próximo dos três milhões<br />

de euros no final de <strong>2012</strong>.<br />

José Oliveira, diretor-geral da<br />

Bi4all, avançou ainda que a empresa<br />

está a diversificar o mercado.<br />

“Uma das grandes inovações<br />

está no BI Mobile, cuja mais-<br />

-valia se traduz na capacidade de<br />

criar dashboards dinâmicos, em<br />

que a integração de várias fontes<br />

de dados diferentes é feita pelo<br />

próprio utilizador dos dashboards,<br />

sem qualquer conhecimento<br />

de programação.” No seguimento<br />

desta mutação dos sistemas,<br />

a Bi4all tem inclusivamente colaboradores<br />

que fazem parte dos<br />

elementos que influenciam a própria<br />

Microsoft a nível mundial e<br />

decidiu dar um passo à frente da<br />

sua concorrência e criar um centro<br />

de investigação de soluções<br />

Mobile para BI. “Percebemos<br />

claramente que o futuro passa<br />

muito pela mobilidade. Então<br />

com a entrada dos IPAD em massa,<br />

nomeadamente nas empresas,<br />

vieram novas formas de trabalhar<br />

e analisar a informação.”<br />

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32 SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong><br />

ASSOCIATIVISMO<br />

Exportações do setor metalúrgico<br />

e metalomecânico crescem 9%<br />

No primeiro semestre de <strong>2012</strong>, as exportações da fileira da<br />

metalúrgica e metalamocânica aumentaram para perto dos<br />

9% (8,9%), enquanto as importações caíram 19,3%. Os<br />

dados são apresentados pela Associação dos Industriais Metalúrgicos e Metalomecânicos<br />

(AIMMAP) e fazem parte de um estudo sobre o comércio internacional. Feitas as contas, em<br />

junho de <strong>2012</strong> o volume das exportações do setor ascendeu a 1113 milhões de euros.<br />

CÉSAR BESSA MONTEIRO, PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS CONSULTORES EM PROPRIEDADE INTELECTUAL, AFIRMA<br />

“Proteção de marcas portuguesas no estrangeiro<br />

aumenta 12% ao ano”<br />

Para César Bessa Monteiro, “tem sido notável a atividade de inovação de muitas empresas portuguesas<br />

na presente conjuntura”.<br />

Market reports<br />

sobre Angola<br />

RESERVE<br />

JÁ<br />

O SEU EXEMPLAR<br />

<br />

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<br />

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<br />

<br />

<br />

O mercado angolano é uma fonte de<br />

oportunidades de exportação e de<br />

investimento, mas exige informação<br />

adequada. Através dos nossos Market<br />

Reports sobre Angola ficará a conhecer a<br />

situação concreta do país e do setor que<br />

lhe interessa de forma a abordar o mercado<br />

com mais eficácia e menos riscos.<br />

<br />

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<br />

<br />

<br />

Só no ano passado foram<br />

apreendidos, em Portugal,<br />

produtos contrafeitos “no<br />

valor de 50 milhões de<br />

euros”, refere o presidente da<br />

Associação Portuguesa dos<br />

Consultores em Propriedade<br />

Intelectual. César Bessa<br />

Monteiro sublinha que<br />

os 400 euros que custa o<br />

pedido de registo de uma<br />

marca em Portugal devem<br />

“ser considerados mais<br />

como um investimento e<br />

uma salvaguarda do que<br />

como um custo”. Saiba que<br />

medidas tomar na hora de<br />

internacionalizar e exportar,<br />

quer para Europa quer para<br />

Ásia ou Angola.<br />

MARTA ARAÚJO<br />

martaaraujo@vidaeconomic.pt<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> - Com a temática<br />

da internacionalização na ordem do<br />

dia, quais são as principais cautelas a<br />

ter sobre a proteção de dados e patentes?<br />

César Bessa Monteiro - No que respeita<br />

à proteção dos direitos da propriedade<br />

industrial, designadamente das invenções<br />

por meio de depósitos de pedidos de patentes,<br />

devem os inventores, sem demoras,<br />

requerer tal proteção a fim de não<br />

verem todo um esforço de investigação<br />

ir beneficiar terceiros que em nada contribuíram<br />

para o processo inventivo. No<br />

que respeita, em particular, às invenções,<br />

há que deixar claro que um dos requisitos<br />

da patenteabilidade de um processo ou<br />

de um produto consiste na novidade, que<br />

poderá ser posta em causa se o processo<br />

ou produto for divulgado antes da apresentação<br />

no instituto competente do pedido<br />

de patente. Por essa razão, os gastos<br />

com a proteção da propriedade intelectual<br />

devem ser considerados mais como um<br />

investimento e uma salvaguarda do que<br />

como um custo.<br />

Por outro lado, os inventores portugueses<br />

– e tem sido notável a atividade de<br />

inovação de muitas empresas portuguesas<br />

na presente conjuntura – têm ao seu dispor<br />

instrumentos que lhes permitem proteger<br />

dentro e fora do país e sem grande<br />

dificuldade o produto da sua atividade<br />

inventiva, como é o caso da proteção pedida<br />

ao abrigo da Convenção da Patente<br />

Europeia ou do Patent Cooperation Treaty.<br />

REGISTO<br />

400 euros devem ser<br />

considerados um<br />

investimento e salvaguarda<br />

e não custo<br />

VE - Os países asiáticos e Angola, a<br />

título de exemplos, são algo propensos<br />

ao “nascimento” de marcas selvagens.<br />

Nestes cenários, quais são as reais<br />

vantagens da proteção das patentes?<br />

Adianta fazê-lo?<br />

CBM - O registo de uma patente, de<br />

uma marca ou de qualquer outro direito<br />

de propriedade industrial deve constituir<br />

preocupação séria do seu titular, já que<br />

na maioria dos países só o registo confere<br />

proteção. Mesmo nos países em que a<br />

protecção de direitos possa ser mais frágil<br />

e menos controlada, é fundamental<br />

promover o registo, já que só ele, de um<br />

modo ou outro, permite fundamentar o<br />

combate à contrafação.<br />

Aspecto diferente é a exportação para<br />

Portugal ou para o espaço comunitário<br />

de produtos contrafeitos vindos de países<br />

terceiros, sobretudo da Ásia. Torna-se hoje<br />

evidente que a contrafação é um flagelo<br />

mundial que a Internet veio potencializar<br />

e que movimenta milhões de milhões de<br />

euros. Só no ano passado em Portugal foram<br />

apreendidos produtos contrafeitos no<br />

valor de 50 milhões de euros.<br />

VE - Está a aumentar o número de<br />

marcas registadas no estrangeiro por<br />

empresas portuguesas?<br />

CBM - Dados que possuo permitem-<br />

-me concluir que o número de marcas<br />

requeridas para proteção no estrangeiro<br />

com origem em Portugal tem aumentado<br />

na ordem dos 12% por ano, designadamente<br />

as marcas comunitárias e as marcas<br />

internacionais. Em 2011 foram pedidas<br />

1007 marcas comunitárias na OHMI,<br />

em Alicante, e 151 marcas internacionais.<br />

VE - Em média, qual é o custo (preço)<br />

do pedido de uma proteção? Comparativamente<br />

com Espanha e Alemanha,<br />

por exemplo, é mais ou menos<br />

barato?<br />

CBM - O pedido de registo de uma<br />

marca em Portugal feito com a colaboração<br />

e assistência de um profissional,<br />

andará à volta dos 400 euros. Tal registo<br />

é mais barato do que aquele que nas mesmas<br />

circunstâncias é efetuado em Espanha<br />

ou Alemanha. Mas se um português<br />

quiser proteger a sua marca em Espanha,<br />

Alemanha ou noutro país da Comunidade<br />

Europeia não terá necessidade de ir<br />

pedir o registo em cada um desses países,<br />

mas poderá lançar mão da Marca Comunitária<br />

e, nesse caso o custo do registo é o<br />

mesmo porque é só um.


Apoiamos as empresas portuguesas.<br />

Os seus colaboradores merecem. A sua empresa precisa<br />

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34 SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong><br />

MARKETING<br />

MARTA ARAÚJO<br />

martaaraujo@vidaeconomica.pt<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> – Em que consiste<br />

o projeto Incomun e qual a<br />

sua relação com a Comunicarte?<br />

Ana Sofia Gomes – O Incomun<br />

(www.facebook.com/incomun.<br />

clubedefas) foi criado na Comunicarte,<br />

a 1 de junho de 2011, na sequência<br />

de uma reunião de brainstorming<br />

onde se procuravam<br />

formas para incrementar o social<br />

media da agência. A categoria que<br />

escolhemos de “vitaminas e suplementos”<br />

resume um pouco do espírito<br />

deste projeto, já que a nossa<br />

pretensão é ser uma vitamina na<br />

vida das pessoas, depressa criamos<br />

uma coleção de crachás vitamina.<br />

Por exemplo, a Vitamina A, que<br />

passa a ser «abraço»! O Facebook,<br />

graças à sua importância estratégica<br />

e número de utilizadores em<br />

Portugal – a rondar os cinco milhões<br />

–, foi um investimento prioritário.<br />

Sei que os fãs são cada vez<br />

mais exigentes e conseguir um like<br />

ou uma partilha é um desafio, daí<br />

que o caminho foi no sentido de<br />

criar uma página com conteúdos<br />

(próprios e de outros autores) positivos,<br />

que interessem a uma tribo<br />

de pessoas que aprecia o lado “non<br />

sense” e incomun da vida, saudosistas<br />

mas sempre de olhos postos<br />

no futuro. Notícias da atualidade<br />

não são divulgadas nem pegamos<br />

em “futebol, política e religião”,<br />

por motivos óbvios! Estava, assim,<br />

encontrado o posicionamento e, a<br />

partir daqui, entendemos criar o<br />

perfil da Fã nº1 para gerir o Clube,<br />

enviar o crachá de boas-vindas, dar<br />

os parabéns, escolher o fã do mês,<br />

fazer os discos pedidos, lançar passatempos,<br />

entre outras pequenas<br />

graças Incomun. A formação é<br />

um pormenor no qual investimos<br />

imenso, através de tertúlias virtuais,<br />

gratuitas, administradas por<br />

speakers convidados para gerir o<br />

mural Incomun. São dedicadas a<br />

temas diversos como seja gestão,<br />

escrita criativa, felicidade, nutrição,<br />

segurança na net...! Acontecem<br />

às segundas-feiras e em outubro<br />

vamos ter compras online,<br />

entre outros temas que estamos a<br />

agendar. O projeto Incomun tem<br />

um espaço reservado para apoio<br />

de novas talentos e causas nobres,<br />

sejam de cariz social, humanitário,<br />

animal, musical. Organizamos<br />

um Hug Flashmob, que é sempre<br />

um momento alto porque as pessoas<br />

não estão mesmo à espera do<br />

abraço! Temos o Dia Mundial Incomun,<br />

assinalado a 20 de julho,<br />

escrevemos o manifesto do Clube<br />

juntamente com os fãs...<br />

VE – Os fãs percebiam a ligação<br />

do Incomun à Comunicarte?<br />

ASG – Nos primeiros meses a associação<br />

à agência não era notória,<br />

intencionalmente, mas entretanto<br />

o projeto amadureceu e faz todo<br />

sentido que cumpra os objetivos<br />

para que nasceu: ser um cartão de<br />

visita do universo Comunicarte.<br />

Devo referir que estão envolvidas<br />

no Incomun três pessoas.<br />

VE – Como define a Incomun<br />

Store enquanto marca?<br />

ASG – Incomun Store surge da<br />

necessidade de rentabilizar o projeto<br />

Incomun, mas com a vontade<br />

de o fazer de forma mais autónoma<br />

do Clube, embora com princípios<br />

comuns. A incomunstore.com<br />

vende serviços, como sejam terapias<br />

do riso ou geobags aventura, e<br />

produtos Incomun “hand made”.<br />

Para isso, estamos a criar uma<br />

bolsa de artistas que trabalhem o<br />

universo Incomun, incorporando-<br />

-lhe a ganga, que é a linguagem<br />

Continente quer levar seleção nacional ao Mundial 2014<br />

A chancela do universo Sonae soma e segue na parceria com a<br />

Federação Portuguesa de Futebol. Desta feita, integrada no patrocínio<br />

oficial do Continente à seleção nacional, a marca está a<br />

promover a venda de bilhetes com 50% de desconto em cartão<br />

Continente para todos os jogos de qualificação e preparação para<br />

o Mundial 2014. Associar a rede de hipermercados a momentos<br />

de diversão e alegria de forma acessível são os objetivos da marca.<br />

ANA SOFIA GOMES, DIRETORA-GERAL DA COMUNICARTE, AFIRMA<br />

“O Incomun é uma vitamina<br />

na vida das pessoas”<br />

Nasceu no seio de uma<br />

agência de comunicação<br />

que, no início, mais<br />

não queria do que<br />

impulsionar formas de<br />

fomentar a sua vertente<br />

de social media. Foi no<br />

seio de uma reunião<br />

de brainstorming da<br />

equipa da Comunicarte<br />

que nasceu o Incomun,<br />

um clube online<br />

alojado no Facebook<br />

que, como o próprio<br />

nome indica, apresenta<br />

“conteúdos positivos<br />

que interessa a uma<br />

tribo que aprecia o lado<br />

non sense”, explica Ana<br />

Sofia Gomes, diretorageral<br />

da empresa. O<br />

Incomun está a ter um<br />

crescimento meteórico,<br />

alcançou o estatuto de<br />

marca ao ter perto de 27<br />

mil fãs a um ritmo de<br />

cinco mil seguidores por<br />

mês e acaba de abrir a<br />

sua loja online.<br />

Para Ana Sofia Gomes, fundadora e diretora-geral da Comunicarte, “o Incomun<br />

faz bem e isso é o principal motor ideológico deste projeto”.<br />

“A incomunstore.com<br />

vende serviços, como<br />

sejam terapias do riso<br />

ou geobags aventura,<br />

e produtos Incomun<br />

hand made”<br />

universal Incomun. Alguns artistas<br />

e marcas que aceitaram o<br />

desafio de criar peças exclusivas e<br />

Incomun: Benditos Pormenores,<br />

Clutch&Chic, Gui@r-te Factory,<br />

Graça Paz, Lume Brando, Pássaro<br />

de Seda, Piropo, Por Um Fio, entre<br />

outros. (Todos os artistas interessados<br />

neste conceito podem enviar<br />

mail para info@incomunstore.<br />

com). Queremos recuperar tradições,<br />

evidenciar o vintage, com um<br />

toque contemporâneo. Temos<br />

moda, pintura, gourmet, lazer...<br />

VE – O que é que transformou<br />

o conceito Incomun num conjunto<br />

de sentimentos tão abrangente<br />

numérica e ideologicamente?<br />

ASG – O Incomun faz bem e<br />

isso é o principal motor ideológico<br />

deste projeto. Na avaliação quantitativa,<br />

percebemos que temos<br />

uma média de mil novos fãs/mês.<br />

Pessoas que vão diariamente dizer<br />

bom dia ou boa noite, que comentam,<br />

desabafam, partilham: são os<br />

nossos “flazinhos”!! Agora temos a<br />

Lynda Style, para estreitecer laços e<br />

ajudar nas vendas.<br />

VE – A Comunicarte, tendo<br />

nascido como uma agência de comunicação,<br />

tem tido um percurso<br />

peculiar no que diz respeito à<br />

implementação de projetos inovadores.<br />

É um fator de diferenciação<br />

ou um estado de espirito<br />

permanente da Comunicarte?<br />

ASG – É um misto: um espírito<br />

apaixonado e sonhador que diferencia<br />

a agência, passados mais de<br />

dez anos!<br />

VE – Olhando para o núcleo<br />

de clientes da empresa, a comunicação<br />

nos social media é um<br />

aspeto que preocupa especialmente<br />

as empresas e/ou marcas?<br />

Tem vindo a aumentar o número<br />

de clientes neste segmento?<br />

ASG – O Social Media tem vindo<br />

a entranhar-se, primeiro nas<br />

pessoas e, agora, cada vez mais nas<br />

empresas. Porque é muito tentador<br />

e aliciante, chega a ser viciante! É<br />

“gratuito” e abre, realmente, um<br />

mundo de potencialidades seja ao<br />

nível dos negócios, da saúde, da<br />

educação, desporto... (sugiro leitura<br />

do livro Web Trends - 10 cases<br />

made in web 2.0 + Comunicarte<br />

Publishing 2010!). Mas os clientes<br />

estão também conscientes dos perigos<br />

que podem resultar da exposição,<br />

daí que investimos imenso<br />

tempo em diagnósticos e análises<br />

prévias para consolidar a decisão,<br />

ajudar a identificar a rede social<br />

mais adequada e em que moldes.<br />

Também a este nível, a nossa intervenção<br />

é muito sustentada, acredito<br />

eu, pois estamos nos vários momentos<br />

desde a tomada de decisão,<br />

passando pela criação e otimização<br />

até à manutenção e dinamização.<br />

VE – Quais são os três grandes<br />

desafios que a Comunicarte<br />

tem pela frente nos proximos<br />

tempos?<br />

ASG – Primeiro desafio: dar visibilidade<br />

e notoriedade à marca<br />

Incomun; segundo desafio: relançar<br />

o franchising Comunicarte;<br />

terceiro desafio: continuar a superar<br />

as expetativas dos clientes.


SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong> 35<br />

Telepizza lança menu Morangos com Açúcar<br />

É uma marca de entretenimento indiscutível do mercado nacional que<br />

acaba de se prolongar da TV para o cinema. Fruto dos seus resultados<br />

no que à audiência diz respeito, os Morangos com Açúcar são um alvo<br />

apetecível para as marcas se aproximarem dos teenagers. Exemplo disso<br />

é a Telepizza, que acaba de lançar um menu alusivo à série, composto<br />

pela pizza Morangos com Açúcar e duas sobremesas de morango.<br />

Construção da marca<br />

A identidade de uma marca é tal e qual<br />

a identidade de uma pessoa. O racional<br />

para entendê-la é em tudo semelhante<br />

à psicologia. Da mesma forma que as<br />

estratégias que são usadas para a sua<br />

criação e para permitir a sua sobrevivência<br />

são idênticas às que se usam na sociologia.<br />

Devemos, então, começar por desconstruir<br />

o mito: uma marca não é uma empresa;<br />

não é um produto; muito menos um<br />

logótipo.<br />

Uma marca não se cria, constrói-se, tal<br />

e qual a reputação de uma pessoa. E se a<br />

reputação de uma pessoa não depende de<br />

si, mas do que os outros pensam dela, na<br />

marca também isto acontece. Uma marca<br />

não é o que ela diz dela própria, mas o que<br />

os outros dizem que ela é.<br />

No fundo, é a forma como se apresenta<br />

à sociedade (nome), como se veste<br />

(packaging), como fala (discurso<br />

publicitário), como se comporta no<br />

meio social (fator de diferenciação), os<br />

meios que frequenta (ponto de venda), os<br />

valores que segue (missão, visão e valores)<br />

e as pessoas com quem se dá (relações<br />

públicas e marketing-mix) que fazem a sua<br />

reputação.<br />

Devemos, então, começar por aceitar<br />

que já não são fatores críticos de sucesso<br />

simplesmente as características do produto<br />

(o que é), os seus benefícios (o que faz)<br />

ou a experiência (os sentimentos que<br />

despoleta no cliente), mas sim a sua<br />

capacidade de se identifi car com as pessoas<br />

(quem sou). É este o poder da reputação. É<br />

este o poder de uma marca.<br />

Para além disto, num mercado saturado<br />

que se rege pela teoria do “eu também!”,<br />

os clientes são forçados a procurarem<br />

qualquer coisa de diferente que os permita<br />

escolher os melhores entre a multidão.<br />

Pela primeira vez na história, as barreiras<br />

da concorrência não são controladas pelas<br />

DILEN RATANJI<br />

Marketeer<br />

Diretor executivo da VetBizz Consulting<br />

empresas, mas pelos seus clientes.<br />

Isto porque os clientes não gostam de<br />

ser “vendidos” perante a máquina da<br />

publicidade. Gostam antes de “comprar”<br />

e compram para assumirem uma<br />

identidade. Isto signifi ca que a sociedade<br />

deixou de estar ao serviço das marcas<br />

simplesmente para lhes gerar negócio: as<br />

marcas, sim, passam a estar ao serviço da<br />

sociedade para que esta decida se ela vive<br />

ou morre. Porque, enquanto o modelo<br />

tradicional de marketing empurra (push)<br />

produtos e serviços para os seus clientes, o<br />

branding gera reputação e puxa (pull) os<br />

clientes para dentro da sua essência (brand<br />

equity).<br />

O princípio basilar para a criação de uma<br />

reputação de sucesso é ser diferente. Mas<br />

não basta. Mais que diferente, uma marca<br />

deve ter foco. Tal como o ser humano,<br />

uma marca não consegue ser multi-task,<br />

ou seja, fazer várias coisas ao mesmo<br />

tempo de forma perfeita. Isto signifi ca<br />

que o Iced Tea é incompatível com o café<br />

gelado ou que a Chiclets nunca poderia<br />

passar a ser, também, uma marca de<br />

chocolates.<br />

Assim sendo, torna-se crítico, antes de<br />

criarmos uma marca, percebermos o seu<br />

foco, procurando responder a três questões<br />

fundamentais: quem sou? O que faço? E<br />

aquilo que faço marca a diferença na vida<br />

das pessoas? É esta última resposta que<br />

vai defi nir o posicionamento da marca<br />

e começar a gerar a sua reputação na<br />

sociedade.<br />

Concluindo, não é o símbolo que criamos<br />

que faz a nossa marca. São os êxitos da<br />

mesma que tornam o nosso símbolo<br />

notório e credível e que fazem com que o<br />

escolhamos para fazer parte nós. E se não<br />

há duas pessoas iguais também não há<br />

marcas iguais e há sempre espaço para a<br />

sua marca se destacar na multidão.<br />

MARKETING<br />

Azeite Gallo inova marca com lançamento<br />

de piri-piri com azeite<br />

A empresa portuguesa acaba de lançar um novo produto: Gallo Piri<br />

Piri com Azeite. Trata-se de uma aposta da marca na inovação de<br />

sabores junto dos seus consumidores que simpatizam com o tempero<br />

picante, sem prescindir de produtos saudáveis e que gostam de diversifi<br />

car os cozinhados. Disponível nos vários canais de distribuição.<br />

Super Bock cria serviço de entrega ao domicílio<br />

MARTA ARAÚJO<br />

martaaraujo@vidaeconomica.p<br />

Chama-se Party Service e é a mais recente<br />

novidade da Super Bock. A provar que<br />

a inovação não tem de acontecer, necessariamente,<br />

no produto nem na embalagem,<br />

aposta que o serviço e o canal podem marcar<br />

a diferença.<br />

Desta feita, a chancela da Unicer<br />

propõe-se levar e instalar um sistema de<br />

barril de cerveja em casa, com direito a<br />

copos de plástico e serviço de recolha do<br />

material.<br />

A pensar nos momentos de convívio,<br />

como os casos de festas com amigos ou<br />

aniversários, a máquina de cerveja de<br />

pressão permite ao consumidor maior liberdade<br />

e conforto no seio do seu lar.<br />

A Super Bock assegura que a cerveja<br />

está sempre fresca, com a espuma certa e<br />

na quantidade necessária, em prescindir<br />

do ambiente familiar.<br />

Brindar às coisas boas e simples<br />

da vida<br />

“Com o Party Service, a Super Bock leva<br />

a festa a casa dos portugueses, tornando-<br />

-a no local ideal para receber os amigos e<br />

brindar às coisas boas e simples da vida,<br />

em prol da amizade e do convívio. Este<br />

sistema é muito prático e útil para quem<br />

gosta de celebrar a vida em casa e em boa<br />

companhia”, refere João Esteves, diretor de<br />

marketing cervejas da Unicer.<br />

O Party Service inclui o serviço de entrega,<br />

com toda a logística a ser assegurada<br />

pela Unicer – entrega domiciliária (na<br />

zona da Grande Lisboa e Grande Porto) e<br />

respetiva instalação da máquina e do barril<br />

Super Bock, bem como a posterior recolha<br />

Nome<br />

do material. Prevê também a oferta de copos<br />

plásticos, garantindo um serviço “chave<br />

na mão”.<br />

Marcar presença “no lado bom da vida” e<br />

ser encarada como “uma marca inovadora<br />

que vive da proximidade com os consumidores”<br />

são os principais objetivos da marca.<br />

Com o lançamento do Party Service, a<br />

Super Bock quer proporcionar “momentos<br />

descontraídos entre amigos num ambiente<br />

festivo”, incentivando o espírito de que “A<br />

<strong>Vida</strong> é Super”, exatamente o que promove<br />

o seu claim.<br />

Barril custa 90 euros<br />

Morada<br />

C. Postal<br />

E-mail Nº Contribuinte<br />

Os preços estão no site da marca. Cada<br />

barril custa 90 euros, podendo encomendar-se<br />

um máximo de cinco barris. Com<br />

base num presuposto de 0,5 litros de consumo,<br />

um barril chega para 40 a 50 pessoas.<br />

Neste livro, Luis Castañeda, autor de vários bestsellers empresariais, reúne a opinião<br />

de grandes empresários e consultores, tais como Jack Welch, Michael Dell, Larry<br />

Bossidy, Roberto Servitje, Carlos Ghosn, Carlos Llano, Ram Charan, Peter Drucker<br />

e Carlos Ruiz González, entre outros.<br />

Autor: Luis Castañeda Páginas: P.V.P.: € 8,90<br />

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NOVIDADE<br />

Com preciosos resumos<br />

sobre temas de importância<br />

crítica para o sucesso das<br />

empresas num mundo<br />

globalizado, tocando áreas<br />

como a “Ética e Gestão<br />

Empresarial”, “Liderança e<br />

Fator Humano”, “Estratégia e<br />

Crescimento”, e “Inovação e<br />

Gestão da Mudança”.<br />

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36 SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong><br />

QREN<br />

Eventos das PME em Portugal financiados por verbas<br />

comunitárias<br />

Os eventos que tenham como objetivo promover as empresas, mesmo em território português,<br />

podem agora ser financeiros com fundos comunitários. A alteração foi implementada e<br />

aplicada ao Sistema de Incentivos à Qualificação e Internacionalização das PME e já foi publicada<br />

em Diário da República. Até ao momento, os fundos do QREN, neste âmbito, estavam<br />

reservados somente às atividades que decorriam fora do território nacional.<br />

Governo e municípios<br />

gerem 250 milhões do QREN<br />

A equipa que vai monitorizar a<br />

reprogramação de 250 milhões<br />

de euros do QREN será<br />

composta não só por membros<br />

do Governo mas também<br />

da Associação Nacional de<br />

Municípios Portugueses<br />

(ANMP). A informação consta<br />

da mais recente edição do<br />

Diário da República.<br />

MARTA ARAÚJO<br />

martaaraujo@vidaeconomica.pt<br />

De acordo com a publicação, a equipa<br />

surge fruto do acordo entre o Governo e<br />

a ANMP, que reconheceu a necessidade<br />

de reprogramar o Quadro de Referência<br />

Estratégico Nacional (QREN) para “maximizar<br />

a utilização dos fundos disponíveis”,<br />

transferindo para o período entre 2014-<br />

2020, para “projetos dos municípios que,<br />

evidenciando a sua relevância, não revelem<br />

porém capacidade de execução até ao final<br />

do atual quadro”.<br />

Desta feita, cabe a esta nova estrutura de<br />

Lisboa<br />

15 outubro<br />

10h00/11h30 (total:1h30)<br />

membros acompanhar a execução de todas<br />

as operações do QREN, principalmente<br />

as que são promovidas diretamente por<br />

municípios, com a missão de levar a cabo<br />

“uma avaliação contínua da capacidade de<br />

concretização por parte dos municípios<br />

dos projetos por estes executados”.<br />

CONFERÊNCIA<br />

As Alterações Climáticas<br />

e a Indústria Seguradora<br />

Organização:<br />

Informações e inscrições:<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> – Patricia Flores<br />

Tel.: 223 399 466<br />

Fax: 222 058 098<br />

E-mail: patriciaflores@vidaeconomica.pt<br />

Estado amealha 570 milhões de euros<br />

com reprogramação do QREN<br />

Na sequência dea Comissão Europeia ter aumentado as comparticipações nos programas<br />

financeiros apoiados pelo Quadro de Referência Estratégico Nacional para os 85%, o Governo<br />

luso vai amealhar, até ao final de 2015, 570 milhões de euros. O número é avançado<br />

pelo secretário de Estado adjunto da Economia e do Desenvolvimento Regional, Almeida<br />

Henriques.<br />

Nova equipa é composta por membros das secretarias de Estado da Administração Local e da Reforma Administrativa, da Economia e Desenvolvimento<br />

Regional e do Orçamento e da ANMP.<br />

Preços*:<br />

Público Geral: ..... G 25<br />

Assinantes VE: .... G 20<br />

*+ IVA<br />

O Diário da República (DR) em causa<br />

sublinha que Governo e municípios “concordaram<br />

na libertação de 250 milhões de<br />

euros provenientes de contratos de financiamento<br />

aprovados nos programas operacionais<br />

regionais do continente das regiões<br />

convergência a afetar predominantemente,<br />

PROGRAMA:<br />

O clima está mesmo a mudar?<br />

Principais Catástrofes Naturais no mundo<br />

1980-<strong>2012</strong><br />

Alterações Climáticas em Portugal e<br />

principais desastres naturais (2010-<br />

<strong>2012</strong>)<br />

O Fundo Sismico<br />

Prejuízos económicos indiretos causados<br />

pelas catástrofes naturais<br />

A subscrição<br />

A gestão de sinistros em situações de<br />

catástrofe<br />

A fraude em situações de catástrofe<br />

Novos oportunidades de negócio<br />

Impacto das alterações climáticas na<br />

gestão de ativos<br />

ORADOR: Dr. Fernando Gilberto - Licenciado<br />

em Marketing e Consumo, pós graduado em<br />

Gestão de Bancos e Seguradoras e especializado<br />

em Liderança.<br />

Tem uma vasta experiência na indústria<br />

seguradora, tendo sido colaborador de três<br />

companhias de seguros onde desempenhou<br />

funções com responsabilidades diversas,<br />

desde a área comercial até áreas técnicas,<br />

como responsável de operações.<br />

Atualmente, dedica-se à mediação de seguros,<br />

formação profissional e publicação de<br />

livros sobre a temática dos seguros.<br />

PUB<br />

no âmbito da reprogramação estratégica,<br />

aos programas Impulso Jovem e Equipamentos<br />

Escolares”.<br />

Balanço da monitorização<br />

em janeiro<br />

Além de acompanhar a aplicação das<br />

verbas e as respetivas operações, a equipa<br />

fixará também “os critérios mais ajustados<br />

a observar para que as candidaturas<br />

em causa possam ser consideradas como<br />

viáveis ou reveladoras de incapacidade<br />

de execução até ao final do atual quadro<br />

de programação, sendo promovida, no<br />

âmbito das disposições regulamentares<br />

aplicáveis, a sua transição para o período<br />

de programação 2014 -2020”.<br />

Ainda de acordo com o DR, “em janeiro<br />

de 2013, o Governo e a ANMP realizarão<br />

uma análise dos resultados da monitorização<br />

empreendida por esta equipa<br />

conjunta, devendo concluir se estarão<br />

atingidos os seus objetivos e os montantes<br />

libertados por programa operacional, no<br />

âmbito da reprogramação do QREN, ou<br />

se se justificam ações adicionais para uma<br />

adequada execução do QREN”.<br />

O documento mostra que a equipa é<br />

constituída por representantes dos secretários<br />

de Estado da Administração Local<br />

e da Reforma Administrativa, da Economia<br />

e Desenvolvimento Regional e do<br />

Orçamento e da ANMP.<br />

Participam ainda o presidente do<br />

Instituto Financeiro para o Desenvolvimento<br />

Regional, o coordenador do<br />

Observatório do QREN e o presidente<br />

das comissões diretivas dos programas<br />

operacionais regionais do continente<br />

das regiões convergência, que integrará<br />

a equipa conjunta quando o respetivo<br />

programa operacional estiver em causa.


SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong> 37<br />

MERCADOS<br />

A cautela não deve ser sazonal. A<br />

cautela não deve ser redescoberta quando<br />

os mercados estão negativos e esquecida<br />

quando sobem. A manutenção de um<br />

estado mental estável, nos bons e nos<br />

maus períodos, é fundamental para o<br />

sucesso do investimento a médio e longo<br />

prazo.<br />

A prática de grande parte dos<br />

investidores, profissionais ou não, é muito<br />

diferente. A maioria das pessoas procura<br />

gratificação imediata em quase tudo o<br />

que fazem, incluindo o investimento.<br />

Acreditam que o caminho mais rápido<br />

para retornos mais altos passa por<br />

negócios de curto prazo que tentam<br />

adivinhar os movimentos do dia, da<br />

semana ou do mês seguinte. Esta prática<br />

nada tem de investimento, é especulação.<br />

A maioria das pessoas<br />

procura gratificação<br />

imediata em quase tudo<br />

o que fazem, incluindo o<br />

investimento<br />

Num artigo do “Económico” de 27<br />

de julho passado com o título “Como<br />

preparar a sua carteira antes de ir de<br />

férias” é sugerido aos leitores um conjunto<br />

muito variado de estratégias que partem<br />

do argumento de nos anos anteriores os<br />

mercados terem caído em agosto.<br />

De tantas estratégias que existem<br />

de curto prazo, nunca conseguimos<br />

5080<br />

5060<br />

5040<br />

5020<br />

5000<br />

4980<br />

4960<br />

4940<br />

4920<br />

4900<br />

4880<br />

encontrar uma que funcionasse de forma<br />

consistente. Todo o tipo de profetas<br />

vieram e partiram ao longo dos anos. Por<br />

um curto período de tempo qualquer um<br />

deles pode estar certo e fazer uma ou duas<br />

previsões acertadas.<br />

Vários estudos comprovam que a<br />

maioria destes investidores que tentam<br />

estar no mercado pelo timing compram<br />

caro e vendem barato.<br />

Peter Lynch, o lendário gestor do<br />

Fidelity Magellan Fund, declarou certa vez<br />

que, segundo os seus cálculos, metade dos<br />

investidores no seu fundo perdia dinheiro.<br />

Isto acontecia porque o dinheiro entrava<br />

no fundo após um par de bons trimestres<br />

e saía passado um par de trimestres não<br />

tão bons. Lynch ganhou 29% ao ano<br />

ao longo de 13 anos, o que, para um<br />

investimento inicial de 10 mil USD<br />

resultaria, passados 13 anos um valor<br />

acumulado de cerca de 274 mil USD<br />

William Sharpe, vencedor de um<br />

prémio Nobel, descobriu que um “market<br />

timer” tem que estar certo 82% do tempo<br />

para igualar os retornos da estratégia de<br />

comprar e manter.<br />

Sanford Bernstein & Company, num<br />

estudo que realizou entre 1926 e 1993, os<br />

retornos nos melhores 60 meses, 7% do<br />

período total, foram em média de 11%.<br />

Nos restantes 93% do período total, os<br />

retornos foram de 1/100 de um por cento.<br />

Parece pois uma tarefa hercúlea conseguir<br />

prever com confiança os 7% do período<br />

em que as ações dão bons retornos.<br />

É simplesmente melhor estar investido<br />

no mercado nas ações de valor que nos<br />

PSI-20 (05.09) 5049,04<br />

1,43% Var. Semana<br />

30 Ago 31 Ago 03 Set 04 Set 05 Set<br />

-8,10% Var. <strong>2012</strong><br />

Dow Jones 05/set ....... 13068,01<br />

Var Sem ...............................-0,30%<br />

Var <strong>2012</strong> ................................6,93%<br />

Nasdaq 05/set ............... 3078,11<br />

Var Sem ...............................-0,02%<br />

Var <strong>2012</strong> .............................. 18,10%<br />

IBEX 35 05/set ...............7494,00<br />

Var Sem ................................2,57%<br />

Var <strong>2012</strong> .............................-12,52%<br />

Devemos, isso sim,<br />

prevenirmo-nos, ou seja,<br />

estar no mercado pelo preço:<br />

comprar excelentes ativos<br />

quando estão baratos<br />

oferecem o maior potencial de retorno<br />

do que entrar no jogo de adivinhar o<br />

mercado. Entre 80 e 90% do retorno do<br />

investimento em ações ocorre em 2 a 7%<br />

do tempo.<br />

A American Century Investments<br />

estudou o período entre 1990 e 2005<br />

(desde a subida fabulosa ao longo dos<br />

anos 90 até à queda brutal da bolha<br />

tecnológica de 2000 a 2002) demonstrou<br />

que 10 mil USD teriam crescido até<br />

51.354USD. Contudo, se nesse perído<br />

os investidores tivessem perdido os 10<br />

melhores dias desses 15 anos, o seu<br />

retorno caíria para 31 994 USD. Se<br />

tivesse falhado os 30 melhores dias, ou<br />

seja, um mês em 180, teria conseguido<br />

15730USD. Se tivesse perdido os 50<br />

melhores dias perderia dinheiro e os<br />

10.000 USD valeriam apenas 9030 USD.<br />

Entre 1985 e 2005 a taxa de retorno<br />

composta anual do índice Standard &<br />

Poors foi de 11,9%. Durante estes 20<br />

anos, 10 mil USD investidos num fundo<br />

que replicasse este índice, teria resultado<br />

em 94 555 USD. Contudo, um estudo<br />

recente mostrou que o investidor médio<br />

apenas conseguiu uma rentabilidade<br />

DAX 05/set ....................6964,69<br />

Var Sem ...............................-0,65%<br />

Var <strong>2012</strong> ..............................18,08%<br />

CAC40 05/set ................3405,79<br />

Var Sem ...............................-0,24%<br />

Var <strong>2012</strong> ................................ 7,79%<br />

COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR<br />

Investimento em valor – investir é uma maratona, não um sprint<br />

RE/MAX duplica oferta<br />

de imóveis da banca<br />

A filial portuguesa da imobiliária RE/<br />

MAX passou a disponibilizar 7900 imóveis<br />

da banca, com acesso a financiamento<br />

até 100%, no seu site. Tendo duplicado<br />

a sua oferta num espaço de um ano,<br />

esta é, segundo a empresa, “uma oportunidade<br />

para aquisição de imóveis com<br />

spreads competitivos”. Em Lisboa, onde<br />

EMÍLIA O. VIEIRA PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO<br />

Casa de Investimentos – Gestão de Patrimónios, S.A.<br />

www.casadeinvestimentos.pt<br />

se encontra a grande maioria da oferta,<br />

podem ser encontrados 1770 imóveis<br />

(22% do total), seguida pelo Porto com<br />

1400 (18%) e por Setúbal com 980<br />

(12%). O Algarve e o Alentejo representam,<br />

conjuntamente, 13% do total da<br />

oferta.<br />

Para Beatriz Rubio, presidente-executiva<br />

da RE/MAX Portugal, esta é uma “solução<br />

anticrise benéfica para todos, que<br />

permite ao portugueses acederem a um<br />

grande número de imóveis com condições<br />

de venda mais competitivas”. A CEO da<br />

rede imobiliária acrescenta que, com esta<br />

solução, “os clientes ficam a pagar por<br />

mês, na maioria dos casos, uma quantia<br />

inferior ao que pagariam por um arrendamento”.<br />

Atualmente, a rede imobiliária<br />

tem 60 mil imóveis disponíveis para comercialização:<br />

50 617 imóveis para venda<br />

e 9383 para arrendamento.<br />

composta de 3,9%, ou seja, com os<br />

mesmos 10.000USD o resultado foi de<br />

21.422 USD. O estudo concluiu ainda que<br />

a maioria dos investidores “foge” durante<br />

os períodos de declínio dos mercados,<br />

receando que as quedas continuem<br />

indefinidamente. Assim que o mercado<br />

recupera, começam a regressar. Entretanto,<br />

perderam a maior parte da recuperação.<br />

A realidade é que tentar adivinhar<br />

quando entrar e sair do mercado é<br />

quase impossível. Não devemos prever<br />

tentando acertar no timing. Devemos,<br />

isso sim, prevenirmo-nos, ou seja,<br />

estar no mercado pelo preço: comprar<br />

excelentes ativos quando estão baratos.<br />

Devemos avaliar o que estamos a comprar,<br />

comprar apenas quando está barato e<br />

manter. Depois, temos que aceitar as<br />

flutuações de mercado e suportar alguns<br />

temporários recuos. Se o nosso portfólio<br />

de investimentos for bem construído, um<br />

pouco de turbulência no mercado não é<br />

motivo para fugir.<br />

Usando os princípios do investimento<br />

em valor, dá-nos a segurança de saber<br />

que as ações que temos em carteira têm<br />

características que as fazem vencedoras no<br />

longo prazo.<br />

Um portfólio de ações de empresas com<br />

negócios excecionais, comprados a preços<br />

sensatos, é um ativo de longo prazo, tal<br />

como um imóvel, e deve ser tratado da<br />

mesma forma.<br />

Venderia a sua casa ou a quinta antes<br />

de ir de férias para voltar a comprá-la no<br />

regresso?<br />

Claro que não.<br />

Santander Totta e Universidade Nova<br />

firmam acordo<br />

O Santander Totta e a Faculdade<br />

de Ciências Médicas<br />

da Universidade Nova de Lisboa<br />

celebraram um acordo de<br />

colaboração. Esta parceria vai<br />

permitir ao banco apoiar vários<br />

projectos da faculdade e<br />

disponibilizar a toda a comunidade<br />

estudantil o acesso ao<br />

cartão universitário inteligente<br />

e a vários programas de mobilidade.<br />

O acordo vai possibilitar,<br />

em primeiro lugar, a aquisição<br />

de equipamentos para o novo<br />

pólo de investigação da faculdade.<br />

O apoio à internacionalização<br />

é outro dos objetivos<br />

deste convénio, que permitirá aos estudantes<br />

ter acesso a programas de mobilidade<br />

internacional. Com esta parceria, cerca de<br />

2800 pessoas – entre alunos e docentes –<br />

passarão a usufruir do cartão universitário<br />

inteligente.


38 SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong><br />

EURODÓLAR (05.09) 1,2602 Euro/Libra 05/set ......0,7923 EURIBOR 6M (05.09) 0,5210 Euribor 3M 05/set .....0,2690 PETRÓLEO BRENT (05.09) 113,61<br />

0,60% Var. Semana<br />

Var Sem ........................ -0,13%<br />

Var <strong>2012</strong> .........................5,48%<br />

-0,023% Var. Semana<br />

Var Abs Sem ...................-0,014<br />

Var <strong>2012</strong> ......................... -0,732<br />

1,02% Var. Semana<br />

1,262<br />

1,26<br />

1,258<br />

1,256<br />

1,254<br />

1,252<br />

1,25<br />

1,248<br />

1,246<br />

1,244<br />

30 Ago 31 Ago 03 Set 04 Set 05 Set<br />

Euro/Iene 05/set .....98,7457<br />

Var Sem ........................-0,09%<br />

Var <strong>2012</strong> .........................1,04%<br />

-2,76% Var. <strong>2012</strong> -0,703% Var. <strong>2012</strong> 5,88% Var. <strong>2012</strong><br />

ANTÓNIO GUERREIRO, PRESIDENTE DO BANCO FINANTIA, AFIRMA<br />

“Solidez financeira da banca port<br />

tem vindo sempre a aumentar”<br />

O Banco Finantia faz<br />

um balanço positivo<br />

da primeira metade do<br />

ano, em que, apesar de<br />

ter reduzido os lucros<br />

de 5,5 para um milhão<br />

de euros, melhorou os<br />

rácios. O presidente da<br />

instituição, António<br />

Guerreiro, aponta,<br />

em entrevista à<br />

“<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”,<br />

três fatores para esse<br />

desempenho: realismo,<br />

diversificação de negócio<br />

e o alargamento das<br />

fontes de captação de<br />

fundos. Sobre o setor,<br />

o entrevistado mostrase<br />

confiante no futuro.<br />

“A solidez financeira<br />

da banca portuguesa<br />

tem vindo sempre a<br />

aumentar, mesmo com<br />

todas as dificuldades<br />

que as envolventes<br />

interna e externa nos<br />

têm apresentado”, refere<br />

o presidente do Banco<br />

Finantia.<br />

AQUILES PINTO<br />

aquilespinto@vidaeconomica.pt<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> – O Banco<br />

Finantia faz um balanço positivo<br />

do primeiro semestre de<br />

<strong>2012</strong>. Que fatores contribuíram<br />

para esse desempenho?<br />

António Guerreiro – Em<br />

primeiro lugar, o realismo manifestado<br />

através de um processo<br />

continuado e sustentado de<br />

desalavancagem do balanço e<br />

de controlo/redução de custos.<br />

Um exemplo sintomático desta<br />

situação é o facto de o Banco Finantia<br />

ter liquidado, em maio, o<br />

empréstimo obrigacionista com<br />

garantia do Estado no montante<br />

de 100 milhões de euros que<br />

havia contraído três anos antes,<br />

no contexto da crise financeira<br />

pós-Lehman. Outro fator está<br />

relacionado com a diversificação<br />

do negócio, em que as atividades<br />

de intermediação estão a ter<br />

um peso cada vez mais estratégico<br />

no negócio, nomeadamente,<br />

através de atividades de banca<br />

privada, de assessoria financeira,<br />

de colocação e venda de produtos<br />

de renda fixa, de “trade<br />

0,55<br />

0,545<br />

0,54<br />

0,535<br />

0,53<br />

0,525<br />

0,52<br />

0,515<br />

0,51<br />

0,505<br />

30 Ago 31 Ago 03 Set 04 Set 05 Set<br />

Euribor 1Y 05/set ......0,7820<br />

Var Abs Sem .................. -0,030<br />

Var <strong>2012</strong> ......................... -0,722<br />

finance” e de comercialização<br />

de seguros. Finalmente, o alargamento<br />

das fontes de captação<br />

de fundos, em que os depósitos<br />

de clientes ganham um destaque<br />

especial através de um aumento<br />

substancial relativamente a<br />

junho de 2011 (440,8 milhões<br />

de euros em junho de <strong>2012</strong> vs.<br />

243,1 milhões de euros em junho<br />

de 2011), refletindo um significativo<br />

alargamento da base<br />

de clientes do Banco Finantia e<br />

o fortalecimento da presença da<br />

sua banca privada, quer em Portugal<br />

quer em Espanha.<br />

VE – Quais as perspetivas<br />

para o segundo semestre do<br />

ano? Preveem manter a aposta<br />

na diversificação de serviços?<br />

AG – Pensamos que o segundo<br />

semestre não será muito<br />

diferente do primeiro. Continuamos<br />

a manter a aposta na<br />

diversificação de serviços e no<br />

alargamento das fontes de captação<br />

de funding, com especial<br />

ênfase nos depósitos.<br />

VE – Em relação à economia<br />

116,5<br />

116<br />

115,5<br />

115<br />

114,5<br />

114<br />

113,5<br />

113<br />

112,5<br />

112<br />

111,5<br />

111<br />

30 Ago 31 Ago 03 Set 04 Set 05 Set<br />

portuguesa, revê-se mais na<br />

posição de que vai ser necessário<br />

novo acordo com a “troi-<br />

Ouro 05/set ..........1693,75<br />

Var Sem ......................2,10%<br />

Var <strong>2012</strong> ...................... 7,46%<br />

Prata 05/set ..............32,24<br />

Var Sem ......................4,66%<br />

Var <strong>2012</strong> ....................14,40%<br />

COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR<br />

“O futuro é por natureza incerto, mas os bancos portugueses são bem geridos por gestores com uma resistência muito forte a situações adversas”, salienta<br />

António Guerreiro.<br />

ka” ou na versão do Governo<br />

de que as coisas estão a correr<br />

como planeado?<br />

Banco lucra milhão e reforça rácios<br />

O Banco Finantia registou, no primeiro semestre de <strong>2012</strong>, um lucro<br />

consolidado antes de impostos de três milhões de euros e um lucro<br />

líquido consolidado de um milhão de euros, uma redução face aos 5,5<br />

milhões de euros registados em junho do ano passado. O banco viu<br />

reforçada a sua solidez financeira, com o Core Tier I a aumentar para<br />

10,6% (10,1% em junho de 2011) e o rácio de solvabilidade a subir<br />

para 15,5% (14,8% em junho de 2011).<br />

Recorde-se que o Finantia liquidou, em maio, o empréstimo<br />

obrigacionista com garantia do Estado no montante de 100 milhões<br />

de euros que havia contraído três anos antes, no contexto da crise<br />

financeira pós-Lehman. Os depósitos de clientes aumentaram de<br />

243,1 milhões para 440,8 milhões de euros e o rácio de crédito<br />

(excluindo crédito securitizado) sobre depósitos de clientes situou-se<br />

nos 38% face aos 73% no ano anterior. O produto bancário antes de<br />

resultados de operações financeiras reduziu-se em 36%, para 38,1<br />

milhões de euros, contra os 59,9 milhões de euros no mesmo período<br />

do ano anterior. O Banco Finantia justifica a redução, em grande<br />

parte, pelo “aumento do custo de fundos no contexto da turbulência<br />

financeira internacional e das campanhas de captação de novos<br />

depósitos”.<br />

Por fim, os custos operacionais registaram o valor de 12 milhões<br />

de euros, uma redução de 17% face aos 14,5 milhões de euros<br />

do ano anterior, enquanto os ativos consolidados se situaram nos<br />

2370 milhões de euros, uma diminuição de 265 milhões de euros<br />

relativamente ao ano anterior, “em prossecução da estratégia de<br />

desalavancagem” da entidade.


uguesa<br />

SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong> 39<br />

Crédito Agrícola com soluções de poupança para jovens<br />

AG – Dada a derrapagem orçamental<br />

já anunciada, vão ter<br />

que ser introduzidos ajustes ao<br />

plano da “troika”, que deverão<br />

ser conhecidos dentro de um ou<br />

dois meses, até à apresentação<br />

do Orçamento do Estado para<br />

2013.<br />

VE – Quando poderá o país<br />

voltar aos mercados?<br />

AG – Isso vai depender de<br />

muitos fatores e a maior parte<br />

deles escapa ao controlo de Portugal.<br />

Temos que ter as questões<br />

da Grécia e da Espanha resolvidas.<br />

A Irlanda emitiu recentemente<br />

dívida nova a cinco anos, o<br />

que indicia uma abertura, mais<br />

cedo ou mais tarde, a países<br />

que estão no bom caminho da<br />

consolidação orçamental e da<br />

recuperação económica. 2013<br />

não é um ano com muitos vencimentos.<br />

O que se fala agora<br />

para 2013 poderá ser empurrado<br />

para 2014 e, se prosseguirmos<br />

a consolidação orçamental<br />

tal como tem sido reafirmado<br />

pelo Governo, há condições<br />

para que, se não for em 2013,<br />

seja em 2014.<br />

Todavia, os bancos portugueses<br />

só poderão aceder ao mercado<br />

de médio prazo depois de o<br />

Estado português o conseguir<br />

fazer. Só a partir daí é que o país<br />

poderá entrar num maior desafogo<br />

em termos de captação de<br />

“funding” externo estável.<br />

VE – A banca portuguesa<br />

estará preparada para um<br />

cenário pior na Grécia como<br />

afiançaram nas apresentações<br />

de resultados?<br />

O Crédito Agrícola lança a campanha “CA Soluções Jovens” destinada a<br />

clientes dos zero aos 30 anos que sejam novos clientes ou titulares de uma<br />

conta de depósitos à ordem. Destaque para a Conta Poupança Futuro (a<br />

um ano sem risco e renovável por igual período, com capitalização de juros<br />

e prémios de permanência anuais) e a Conta Poupança Geração Jovem (a<br />

seis meses ou um ano sem risco e renovável por igual período de tempo),<br />

ambas com montante mínimo de abertura de 25 euros.<br />

AG – A solidez financeira da<br />

banca portuguesa tem vindo<br />

sempre a aumentar, mesmo com<br />

todas as dificuldades que as envolventes<br />

interna e externa nos<br />

têm apresentado. O futuro é por<br />

natureza incerto, mas os bancos<br />

portugueses são bem geridos,<br />

por gestores com uma resistência<br />

muito forte a situações adversas.<br />

Os rácios de solidez financeira<br />

da banca, que são, no fundo, um<br />

indicador de resistência à turbulência<br />

económica continuam a<br />

crescer de forma sustentada.<br />

VE – Que influência terá nos<br />

mercados a esperada recessão<br />

na Europa e o fraco crescimento<br />

nos Estados Unidos<br />

da América?<br />

AG – A recuperação já iniciada<br />

nos Estados Unidos apresenta<br />

sinais animadores e a Europa<br />

deverá ter este ano o pior ano do<br />

atual ciclo recessivo. Mas obviamente<br />

que as decisões políticas<br />

em relação ao apoio aos países<br />

periféricos são e continuarão<br />

a ser um fator determinante<br />

do comportamento futuro dos<br />

mercados.<br />

VE – Tendo em conta a<br />

conjuntura nacional e internacional,<br />

considera que o investidor<br />

português está mais<br />

conservador nos investimentos?<br />

AG – Sem dúvida alguma. O<br />

sinal mais claro disso é o crescimento<br />

dos depósitos a prazo.<br />

Entre 2007 e 2011, no segmento<br />

dos particulares, este crescimento<br />

em montantes foi de<br />

41%.<br />

Especulação<br />

No mesmo dia em que foi<br />

conhecida a mais recente edição<br />

do “Global Competitiveness<br />

Report” do “World Economic<br />

Fórum”, que habitualmente<br />

se reúne em Davos na Suíça, o<br />

Primeiro-Ministro de Portugal<br />

anunciava: “a situação do país<br />

não permite “fazer qualquer alívio<br />

da carga fiscal” nesta altura ( )<br />

todos no Governo, “pessoas que<br />

tenham uma origem independente,<br />

origem no CDS-PP ou no PSD”,<br />

estão conscientes disso.”. Na<br />

mesma ocasião, Passos Coelho<br />

acrescentava ainda: “Espero ter<br />

contribuído para pôr um ponto<br />

final em notícias públicas que<br />

dão conta de que é possível fazer<br />

umas coisas ou não é possível fazer<br />

outras, porque nós não estamos,<br />

no domínio das possibilidades, a<br />

fazer discussões sobre aquilo que<br />

desejaríamos ou que gostaríamos,<br />

mas sobre aquilo que temos<br />

de fazer.” (via agência Lusa<br />

5/09/<strong>2012</strong>). Ora, para bom<br />

entendedor meia palavra basta.<br />

E o Primeiro-Ministro, tendo<br />

sido tão generoso no número<br />

de palavras, confirmou o que já<br />

se suspeitava: vem aí um novo<br />

aumento de impostos. Pelo<br />

caminho, o chefe do Governo<br />

deu um raspanete à bancada<br />

parlamentar do CDS que, dias<br />

antes, se revelara contra um<br />

eventual agravamento fiscal.<br />

A verdade, porém, é que<br />

a trica partidária desviou as<br />

atenções da notícia, essa sim<br />

verdadeiramente importante, que<br />

horas antes havia sido divulgada<br />

pela imprensa: Portugal, no tal<br />

ranking de competitividade<br />

internacional, perdera 4 lugares,<br />

descendo do 45º para o 49º<br />

lugar numa lista de 144 países.<br />

Neste relatório, produzido a<br />

partir de inquéritos coligidos<br />

localmente – em Portugal através<br />

do Fórum de Administradores de<br />

Empresas que para esta edição de<br />

Millennium bcp e Continente lançam passatempo<br />

RICARDO ARROJA<br />

Pedro Arroja Gestão de Patrimónios, SA e docente no<br />

Instituto de Estudos Superiores Financeiros e Fiscais (IESF)<br />

Assim se perde um país<br />

<strong>2012</strong> inquiriu 115 empresários<br />

nacionais, essencialmente, de<br />

PME’s –, as observações do<br />

empresariado português foram<br />

minuciosamente analisadas. Por<br />

ordem de prioridade, as cinco<br />

principais queixas são: 1) a<br />

dificuldade de acesso ao crédito<br />

(26% dos inquiridos apontaram<br />

esta dificuldade como a mais<br />

importante e debilitante); 2)<br />

a excessiva carga fiscal (22%),<br />

reflectida nas taxas de imposto<br />

mas também na regulação sobre<br />

a qual assentam aquelas taxas;<br />

3) a ineficiência da burocracia<br />

pública (15%); 4) a rigidez<br />

das leis laborais (11%), e; 5) a<br />

instabilidade legislativa (10%).<br />

Em conjunto, estas cinco áreas<br />

de “queixas” representam mais de<br />

80% dos problemas tidos como<br />

prioritários.<br />

É sempre difícil definir a área<br />

de intervenção do Estado; tratase<br />

de um exercício que levanta<br />

sempre uma certa subjectividade<br />

e sobre o qual tendem a ver-se<br />

reflectidas posições políticas ou<br />

ideológicas. Não obstante essa<br />

subjectividade, arrisco afirmar<br />

que entre aquelas cinco áreas,<br />

onde mais se ouvem as queixas,<br />

há pelo menos três que são<br />

da exclusiva responsabilidade<br />

do Estado (leia-se Governo,<br />

Assembleia da República e afins):<br />

a carga fiscal, a ineficiência<br />

da burocracia pública e a<br />

instabilidade legislativa. Em<br />

conjunto, encontramos neste<br />

agrupamento quase metade das<br />

queixas às quais se somássemos<br />

outras queixas menores, que<br />

são tidas pelos empresários<br />

como menos prioritárias –<br />

como a Justiça (3%) ou a<br />

instabilidade governativa (1%)<br />

–, ultrapassariam a fasquia<br />

dos 50%. E num exercício<br />

mais socialista das funções do<br />

Estado, então, mais facilmente<br />

encontraríamos na ineficiência da<br />

MERCADOS<br />

O Millennium bcp, em parceria com o Continente, tem em curso um<br />

passatempo subordinado ao tema Regresso às Aulas, onde serão atribuídos<br />

cinco prémios no valor de 100 euros cada em Cartão Continente. Até 23<br />

de setembro, basta aceder à página de Facebook do Millennium Sugere<br />

(https://www.facebook.com/MillenniumSugere) e concorrer com uma<br />

frase sobre o regresso às aulas que inclua as palavras “Millennium Sugere”<br />

e “Continente”.<br />

Administração Pública a raiz dos<br />

nossos problemas económicos.<br />

Como disse, é um exercício com<br />

o seu quê de subjectivo!<br />

Em todo o caso, resta uma<br />

certeza: a carga fiscal é a segunda<br />

maior preocupação dos nossos<br />

empresários, mas é precisamente<br />

essa mesma carga fiscal, já<br />

excessiva, que o Governo (este<br />

e quase todos os anteriores) se<br />

prepara para agravar pela enésima<br />

vez. Pelo contrário, em matéria<br />

de optimização da burocracia<br />

pública nada de substancial<br />

se vê. Em matéria de reforma<br />

administrativa do Estado,<br />

também é essencialmente só<br />

conversa. E quanto à produção<br />

de leis, nada de novo; continua-se<br />

a legislar furiosamente sem que<br />

alguém se lembre de arrumar<br />

todas as leis em vigor, muitas das<br />

quais contraditórias entre si, e<br />

que em boa medida não passam<br />

de lixo legislativo, castrador da<br />

actividade económica que urge<br />

promover neste País. A avenida<br />

do Governo é cada vez mais<br />

estreita e este, em vez de a alargar,<br />

insiste em estreitá-la. Enfim,<br />

perdeu-se quase um ano e meio<br />

– com estudos que já deviam<br />

estar feitos, com conversa fiada,<br />

com inacção –, durante o qual<br />

se esbanjou o tempo ao não se<br />

ter feito a reformar do Estado.<br />

Agora, na impossibilidade de<br />

cortar nas despesas “fáceis” – os<br />

cortes salariais que, evitando<br />

despedimentos na função<br />

pública, eram (e continuam a<br />

ser) necessários –, o Governo<br />

optará por aumentar as receitas<br />

“fáceis” – os impostos sobre<br />

o rendimento, asfixiando<br />

ainda mais os poucos que vão<br />

produzindo algum rendimento.<br />

E, pronto, ponto final – assim se<br />

perde um País.<br />

POR INDICAÇÃO DO AUTOR, ESTE ARTI-<br />

GO NÃO SEGUE AINDA O NOVO ACORDO<br />

ORTOGRÁFICO.<br />

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40 SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong><br />

MERCADOS<br />

Governo cria novos produtos de poupança<br />

O Governo está a estudar a criação de novos produtos de poupança,<br />

depois de já ter decidido aumentar a remuneração dos certificados<br />

de aforro. “O Governo tem constatado o desinteresse gradual<br />

dos aforradores relativamente aos instrumentos de poupança de<br />

retalho emitidos pelo Estado”, refere o Ministério das Finanças em<br />

comunicado.<br />

CORRETORA CONSTITUIU HABITUAIS CARTEIRAS DE INVESTIMENTO PARA A “VIDA ECONÓMICA”<br />

AQUILES PINTO<br />

aquilespinto@vidaeconomica.pt<br />

A Fincor continua “moderadamente<br />

otimista” para os mercados em setembro<br />

e foi com base nesse facto que desenhou<br />

para a “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>” as habituais<br />

carteiras de investimento orientadas<br />

para dois perfis de risco distintos, um<br />

conservador e um agressivo. “É importante<br />

sublinhar que, em ambos os casos,<br />

a carteira está bastante diversificada por<br />

classes e tipos de ativos e por regiões de<br />

investimento”, disse à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”<br />

José Sarmento, analista de mercados da<br />

corretora.<br />

A mesma fonte recorda que agosto foi<br />

“um mês marcado pela possibilidade de<br />

que Espanha venha a pedir um resgate<br />

para o seu sector público, mais uma<br />

época de resultados em que as empresas<br />

norte-americanas superaram pela positiva<br />

as expectativas dos mercados e bons<br />

dados económicos vindos dos EUA, com<br />

destaque para o emprego e o setor imobiliário,<br />

pondo em causa os analistas que<br />

dizem que o país estará a viver um período<br />

de abrandamento económico”. Em<br />

relação a setembro, José Sarmento refere<br />

que “deverá ficar marcado na Zona Euro<br />

pela nova visita da “troika” à Grécia onde<br />

serão dados mais sinais sobre a possibilidade<br />

da continuidade do país na região,<br />

e a auditoria ao setor bancário espanhol<br />

onde serão reveladas as suas necessida-<br />

Nos primeiros anos da vida do euro, muitos<br />

bancos centrais começaram a diversificar a<br />

composição das suas reservas internacionais,<br />

aumentando a exposição a ativos em euros<br />

(moeda e obrigações de governos da Zona<br />

Euro) e reduzindo exposição a ativos<br />

denominados na moeda tradicionalmente<br />

utilizada até então – o dólar americano.<br />

Nessa altura, acreditava-se que o euro<br />

poderia vir a ser uma moeda forte e uma<br />

alternativa real à moeda americana, não<br />

apenas em termos cambiais mas também<br />

pela remuneração comparativa entre as duas<br />

moedas (até agora, em 13 anos e meio de vida,<br />

o euro teve uma cotação mais fraca que o dólar<br />

em somente três desses anos, tendo a moeda<br />

única possibilitado taxas de remuneração mais<br />

atrativas em oito desses anos).<br />

des de capital, ficando assim definido o<br />

montante necessário para resgatar o sector”.<br />

“Deveremos ainda estar atentos às<br />

reuniões dos vários bancos centrais, com<br />

o ECB e o FED em destaque. No caso do<br />

último, estaremos atentos a uma possível<br />

implementação do QE3. Na China, após<br />

o recente abrandamento do crescimento<br />

económico, os mercados esperam que sejam<br />

aplicadas novas medidas de estímulo<br />

à economia”, acrescenta.<br />

Petróleo e ouro são alvos<br />

Foi, como já referido, com base naquela<br />

perspetiva que a Fincor constituiu as duas<br />

carteiras. “Em obrigações, continuamos a<br />

destacar a nossa escolha em Blue Chips<br />

de países sob pressão na Zona Euro, neste<br />

caso a Sonae, EDP, Santander e Unicredit.<br />

Continuamos a investir em petróleo,<br />

à medida que aumenta a possibilidade<br />

de um conflito no Médio Oriente, e em<br />

ouro, uma vez que este deverá ser mais<br />

um mês marcado pela implementação de<br />

novas medidas de estímulo económico<br />

por vários bancos centrais. Em ações, o<br />

Brasil continua a ser a nossa escolha em<br />

mercados emergentes. Pretendemos também<br />

investir no EuroStoxx50. Nas ações,<br />

destacamos a nossa escolha de Portugal, a<br />

Zon, que se encontra a negociar com um<br />

elevado desconto e com uma possibilidade<br />

de upside a acontecer uma fusão com a<br />

Sonaecom”, remata José Sarmento.<br />

Kamikaze à moda europeia?<br />

Logicamente, os bancos centrais também<br />

estavam confortáveis com a relativa solidez<br />

das economias europeias, não apenas das<br />

mais fortes (por exemplo, Portugal entrou<br />

no Euro com o rating da S&P situado<br />

nove níveis acima do rating atual, com<br />

a qualidade da dívida classificada como<br />

elevada).<br />

Sendo a remuneração das reservas<br />

internacionais uma fonte de geração de<br />

receitas, será interessante verificarmos o<br />

que aconteceu às reservas do banco central<br />

australiano quando as taxas de juro do<br />

Japão começaram a descer acentuadamente<br />

(para níveis abaixo de 1% em 1995, tendo<br />

iniciado a sua aproximação ao nível de 0% a<br />

partir do ano 2000).<br />

Na década de 90, a distribuição habitual<br />

Cofina com lucros de 646 mil euros<br />

A Cofina obteve um resultado líquido de 646 mil euros, no primeiro semestre, contra perdas de<br />

0,4 milhões em igual período do ano passado. As receitas operacionais ascenderam a 56 milhões de<br />

euros, menos 9,9%, em termos homólogos. O EBITDA desceu dois milhões de euros, para sete milhões.<br />

“As medidas de controlo e racionalização de custos que têm sido adoptadas pela Cofina permitiram<br />

acomodar, ao nível do EBITDA, uma parte das quebras registadas nas receitas”, refere a<br />

empresa em comunicado. A dívida era de 80,2 milhões de euros no final do primeiro semestre.<br />

Fincor “moderadamente<br />

otimista” para setembro<br />

Classe Activos conservador agressivo ISIN<br />

Liquidez 0.0% 0.0%<br />

Obrigações 50.0% 25.0%<br />

Obrigações Soberanas a 10 Anos Itália 10.0% 5.0% IT0004801541<br />

Obrigações Sonae 2015 10.0% 5.0% PTSONGOE0009<br />

Obrigações EDP 2016 10.0% 5.0% XS0256997007<br />

Obrigações Santander 2 017 10.0% 5.0% XS0759014375<br />

Obrigações Unicredit 2016 10.0% 5.0% IT0004644602<br />

Forex 5.0% 5.0%<br />

Euro/Dólar 5.0% 5.0% CFD<br />

Commodities 20.0% 15.0%<br />

WTI Oil 10.0% 10.0% CFD<br />

Gold 10.0% 5.0% CFD<br />

Acções 25.0% 55.0%<br />

iShares MSCI Brazil Index Fund 5.0% 10.0% US4642864007<br />

Lyxor ETF Euro Stoxx 50 5.0% 7.5% FR0007054358<br />

Volkswagen 2.5% 7.5% DE0007664039<br />

Apple 2.5% 7.5% US0378331005<br />

Coca-Cola 2.5% 7.5% US1912161007<br />

AstraZeneca 2.5% 7.5% GB0009895292<br />

Zon 5.0% 7.5% PTZONAM0006<br />

TOTAL 100% 100%<br />

Carteiras elaboradas pelo departamento de research da Fincor em 20-08-<strong>2012</strong><br />

NOTA: Por lapso, na edição anterior da “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>” publicámos um artigo sobre<br />

a performance da Fincor nas transações sobre ações até julho e não a peça que agora<br />

publicamos como apoio à tabela (a qual voltamos a publicar nesta edição) com as<br />

carteiras construídas pela corretora. À Fincor e aos leitores, o nosso pedido de desculpa.<br />

RUI CORREIA<br />

Diretor da Sala de Mercados do Barclays<br />

das reservas deste banco central era de<br />

40% em dólares americanos, 30% em<br />

ienes japoneses sendo o remanescente<br />

composto pelas diversas moedas europeias.<br />

Dadas as baixas taxas de remuneração dos<br />

ativos japoneses, em 2000 o banco central<br />

australiano decide alterar radicalmente a<br />

composição do portfólio… O peso dos ienes<br />

caiu para 10%, tendo o peso dos dólares e<br />

do euro aumentado cada um para 45%.<br />

Como é lógico, a remuneração das reservas<br />

é ainda mais importante para os países com<br />

economias pequenas à escala mundial, não<br />

sendo este o caso da Austrália (umas das<br />

principais 20 economias globais). Mas se as<br />

pequenas economias seguirem este exemplo<br />

nos tempos atuais, numa altura em que o<br />

BCE alterou a taxa de juro da facilidade<br />

permanente de depósito para o nível de 0%<br />

(na reunião do passado mês de julho), que<br />

efeitos poderíamos ter a nível europeu?<br />

Terão os bancos centrais deixado de<br />

investir em obrigações alemãs (mais<br />

“seguras” mas com remuneração mínima)<br />

para investir em obrigações portuguesas<br />

ou espanholas (menos “seguras” mas com<br />

potenciais retornos interessantes), mas<br />

mantiveram a percentagem de exposição<br />

a ativos europeus? Ou será que reduziram<br />

o peso do investimento em euros na<br />

composição do seu portfólio e estão a<br />

investir em ativos denominados noutras<br />

moedas? A queda da cotação cambial do<br />

euro contra a generalidade das principais<br />

moedas poderá também estar relacionada<br />

com este facto…


A NOSSA ANÁLISE<br />

Depósito a dois anos do BES<br />

remunera a 4%<br />

É um depósito a prazo a dois anos com taxas<br />

crescentes cuja TANB oscila entre os 3,25% e<br />

os 4% mas exige, no mínimo, um investimento<br />

de mil euros. Nesta “Conta Rendimento CR”<br />

do BES, cuja imagem de marca é o Cristiano<br />

Ronaldo, o pagamento dos juros acontece<br />

semestralmente e é possível mexer no capital<br />

investido desde que seja mantido o mínimo de<br />

mil euros na conta. O pagamento dos juros é<br />

semestral, não sendo permitidos reforços nem<br />

renovação do produto.<br />

MARTA ARAÚJO<br />

martaaraujo@vidaeconomica.pt<br />

Investe em ti com alto rendimento<br />

É apresentado como mais um produto de poupança do Banco Espírito<br />

Santo (BES) que é “aconselhado” pelo mediático jogador de<br />

futebol português, Cristiano Ronaldo. Mas, ao contrário das outras<br />

soluções, que permitem amealhar paulatinamente, o que pressupõe<br />

pouca entrega de capital, este depósito a prazo exige o investimento<br />

mínimo de mil euros. A rentabilidade é atrativa, chega aos 4% e é<br />

um belo complemento a outros produtos de poupança.<br />

Flexibilidade nos prazos, nas quantidades e nas modalidades são as<br />

atuais máximas da banca para se amealhar. Os tempos que correm assim<br />

o exigem: com orçamentos mais magros as famílias têm de ajustar<br />

os seus gastos e reorganizar, ou iniciar, os seus esquemas de poupança.<br />

Contratar Cristiano Ronaldo para comunicar os produtos<br />

financeiros não fica, evidentemente, barato ao BES, mas é<br />

uma forma de envolver, gerar confiança e espírito de vitória.<br />

Os consumidores necessitam de sentir que o esforço que fazem na<br />

poupança, por mais humilde que seja, é percetível e visível. E, neste<br />

aspecto, é mais fácil e imediato de medir quando se trata de vislumbrar<br />

euros e não taxas, que necessitam de ser convertidas para se<br />

perceber quanto se vai ganhar.<br />

A micropoupança arredonda consegue fazê-lo. Ao fazer a adesão,<br />

o cliente previamente seleciona que tipo de movimento, na sua<br />

conta à ordem, pretende arredondar, quanto quer arredondar e em<br />

que conta quer que cada arredondamento seja transferido.<br />

Aqui, a flexibilidade é um factor positivo. É que, para além de ter<br />

a possibilidade de optar em arredondar entre 1, 2, 5 e 10 euros e<br />

respetivos múltiplos, pode definir diferentes contas de destino desta<br />

micro poupança, para diferentes tipos de movimentos e modos<br />

de arredondamento, inclusive pode transferir esse dinheiro, diretamente,<br />

para a conta de outras pessoas.<br />

AQUILES PINTO<br />

aquilespinto@vidaeconomica.pt<br />

SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong> 41<br />

A dispersão por classes de ativos<br />

(obrigações, alternativos, ações e<br />

commodities) deve ser levada em<br />

linha de conta nas carteiras de investimento,<br />

“no sentido de que a correlação<br />

inferior a um entre estas classes<br />

providencie uma diminuição do<br />

risco global da carteira”, de acordo<br />

com os especialistas do Banco Best.<br />

As alocações a ativos de menor risco<br />

são, assim, cerca de 85% na carteira<br />

prudente e de 32,5% na carteira<br />

agressiva.<br />

Estas escolhas dão, segundo os<br />

mesmos especialistas, “corpo à ideia<br />

de que o investidor prudente não<br />

exclui totalmente o risco da car-<br />

teira e, por outro lado, o investidor<br />

agressivo deseja uma exposição<br />

maioritária, embora não excessiva a<br />

risco”.<br />

A “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>” solicitou<br />

àquele banco de investimento a<br />

construção de duas carteiras de investimento,<br />

uma mais prudente,<br />

outra mais agressiva. “Os fundos de<br />

investimento selecionados, de entre<br />

a oferta de quase dois mil fundos<br />

de investimento disponíveis para<br />

subscrição por parte dos clientes do<br />

Banco Best, representam aqueles<br />

que primordialmente, embora entre<br />

outros critérios de seleção qualitativos,<br />

apresentam os melhores rácios<br />

de risco/rendibilidade dentro das<br />

diversas categorias selecionadas”,<br />

disse-nos fonte da entidade.<br />

Ano após ano, invista em si<br />

Neste depósito a prazo “Conta Rendimento CR”, em troca do<br />

investimento e manutenção de, pelo menos, mil euros, o BES assegura<br />

uma TANB de 3,25% no primeiro semestre (o que corresponde<br />

a uma TANL de 2,428%), e 4% nos restantes (o que<br />

corresponde a uma TANL de 3%).<br />

Este produto, que em edições anteriores tinha cinco anos de duração,<br />

surge agora na modalidade de dois anos o que, tendo em<br />

conta a atual conjuntura, é, de certo modo, um passo positivo na<br />

medida em que transmite a ideia que dois anos passa rapidamente,<br />

logo os juros também chegam mais cedo e, por outro lado, caso<br />

seja necessário mexer no dinheiro, fica-se mais perto de o conseguir<br />

fazer sem penalização sendo um período de tempo mais curto.<br />

Trata-se de um depósito a prazo com total garantia de capital,<br />

que permite mobilização antecipada, total e parcial, com penalização<br />

total dos juros vincendos e não pagos. O produto beneficia<br />

da garantia de reembolso do Fundo de Garantia de Depósitos, que<br />

cobre valores aplicados até 100 mil euros.<br />

CONSELHOS<br />

MERCADOS<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

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<br />

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<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

ESSA CONTINUA A SER A TÓNICA DOS PLANOS DO BANCO BEST PARA A “VIDA ECONÓMICA”<br />

Diversificação é essencial nas carteiras de investimento<br />

CARTEIRA PRUDENTE<br />

<br />

Pictet – Short-Term Money Market EUR R Monetário PTYEVOHM0002 20,0%<br />

GS Glbl Fixed Income Hdgd E Obrigações LU0304100331 30,0%<br />

Schroder ISF Global Corporate Bond B EUR Hdg Acc Obrigações LU0203348601 15,0%<br />

Nordea-1 Swedish Bond Fund E (EUR) Obrigações LU0173776047 10,0%<br />

Allianz RCM Europe Equity Growth CT EUR Acc Acções LU0256839860 2,5%<br />

Pioneer U.S. Fundamental Growth C EUR Acções LU0347184318 2,5%<br />

UBS (Lux) Bond SICAV Currency Diversifier P EUR Acc Alternativos LU0706127809 10,0%<br />

ING (L) RFd Emerging Markets Debt (Local Currency) X EUR Hdg Acc<br />

CARTEIRA AGRESSIVA<br />

Alternativos LU0577845802 10,0%<br />

<br />

GS Glbl Fixed Income Hdgd E Obrigações LU0304100331 15,0%<br />

PIMCO GIS Hi Yield Bd E EUR Hdg Acc Obrigações IE00B11XZ764 17,5%<br />

Allianz RCM Europe Equity Growth CT EUR Acc Acções LU0256839860 20,0%<br />

Pioneer U.S. Fundamental Growth C EUR Acções LU0347184318 15,0%<br />

Vontobel Fund Emerging Markets Equity HC Acções EM LU0333249109 12,5%<br />

UBS (Lux) Bond SICAV Currency Diversifier P EUR Acc Alternativos LU0706127809 5,0%<br />

ING (L) RFd Emerging Markets Debt (Local Currency) X EUR Hdg Acc Alternativos LU0577845802 10,0%<br />

Vontobel Fund - Belvista Commodity H EUR Acc<br />

Fonte: Banco Best<br />

Commodities LU0415415636 5,0%<br />

Nota: O investimento em fundos de investimento não dispensa a consulta dos prospetos disponíveis em www.bancobest.pt ou através do número 707246707 (das 7h30 às 24h)


42 SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong><br />

MERCADOS<br />

Começou o mês de setembro,<br />

esperando-se que muitos assuntos<br />

que influenciarão o rumo<br />

das taxas de juro poderão começar<br />

a ser decididos.<br />

O BCE realizou a sua habitual<br />

reunião mensal e não se esperava<br />

novidades no que toca a taxas<br />

de referência. O facto de ter<br />

colocado a taxa de absorção a<br />

0% em julho tem levado a uma<br />

queda gradual das Euribor, havendo<br />

pouco a ganhar com mais<br />

um corte que, mantendo o diferencial<br />

entre a taxa diretora e<br />

de absorção nos mesmos níveis,<br />

iria implicar que quem colocasse<br />

dinheiro junto do BCE teria<br />

que pagar para isso.<br />

O foco está sobretudo na postura<br />

que o BCE passará a tomar<br />

relativamente à compra de dívida<br />

pública. Já nas vésperas da<br />

reunião tinham sido divulgados<br />

alguns detalhes sobre a estratégia<br />

PSI-20 - DIÁRIO<br />

Após um longo período de consolidação, cotando entre os 5135 e 5775<br />

pontos, a quebra do limite inferior deste intervalo pressionou o índice<br />

até aos 4420 pontos. Este nível ofereceu já um sólido suporte por duas<br />

vezes, estando em curso uma segunda recuperação. Este movimento tem<br />

demonstrado sinais positivos, tendo já conseguido quebrar a resistência<br />

entre os 4900/4950 pontos. O PSI 20 encontra-se agora em máximos<br />

de quase 4 meses, sendo agora mais provável ver o índice nacional em<br />

valores acima dos 5135 pontos.<br />

MERCADO MONETÁRIO<br />

INTERBANCÁRIO<br />

Se olhos postos no BCE<br />

do Banco Central, que passam<br />

pela aquisição de dívida pública<br />

até três anos de países que peçam<br />

formalmente um plano de<br />

resgate. O avançar com essa medida<br />

não constituirá uma medida<br />

de estímulo monetário, dado<br />

o pouco alcance em termos de<br />

maturidade da dívida e porque<br />

as operações deverão ser esterilizadas.<br />

Não menos importante<br />

será o facto de o BCE poder depois<br />

vender as obrigações, caso<br />

o país não cumpra com o que<br />

se compromete, o que seria uma<br />

ameaça latente a esses países.<br />

O objectivo é o de garantir<br />

estabilidade no euro como moeda<br />

com futuro, numa altura<br />

em que um pouco por todo o<br />

mundo se questiona a sua existência.<br />

Ao que parece, apenas<br />

o presidente do Banco Central<br />

alemão se continua a opor a esta<br />

intervenção do BCE, uma vez<br />

DAILY YIELD 10 ANOS PORTUGAL<br />

FILIPE GARCIA<br />

filipegarcia@imf.pt<br />

que quer o presidente do Banco<br />

Central holandês, quer o membro<br />

alemão do BCE se encontram<br />

alinhados com a posição<br />

de Draghi. Neste sentido, os<br />

rendimentos de dívida pública<br />

até 3 anos nos países com mais<br />

dificuldades deverão conseguir<br />

mais suporte que nas maturidades<br />

mais longas.<br />

As taxas fixas continuam a<br />

refletir as taxas Euribor baixas e<br />

a curva de rendimentos da Alemanha,<br />

que continua a manter<br />

o estatuto de refúgio. Nos próximos<br />

tempos, e para além da<br />

reunião do BCE, teremos outros<br />

eventos importantes como<br />

as eleições legislativas na Holanda<br />

e o veredito do Tribunal<br />

Constitucional alemão sobre a<br />

constitucionalidade do programa<br />

ESM.<br />

ANÁLISE PRODUZIDA A 5 DE SETEMBRO DE<br />

<strong>2012</strong><br />

Evolução euribor (em basis points)<br />

05.setembro12 29.agosto12 08.agosto12<br />

1M 0,121% 0,122% -0,001 0,139% -0,018<br />

3M 0,269% 0,288% -0,019 0,366% -0,097<br />

1Y 0,782% 0,819% -0,037 0,918% -0,136<br />

TAXAS EURIBOR E REFI BCE<br />

18<br />

17<br />

16<br />

15<br />

14<br />

13<br />

12<br />

11<br />

10<br />

9<br />

8<br />

Futuros euribor<br />

Data 3Meses<br />

15.10.<strong>2012</strong> 0,235%<br />

19.11.<strong>2012</strong> 0,230%<br />

17.12.<strong>2012</strong> 0,200%<br />

18.03.2013 0,205%<br />

16.06.2014 0,415%<br />

14.12.2015 1,020%<br />

CONDIÇÕES DOS BANCOS CENTRAIS<br />

Minium Bid* 0,75%<br />

BCE Lending Facility* 1,50%<br />

Deposity Facility* 0,00%<br />

EUA FED Funds<br />

*desde 5 de julho <strong>2012</strong><br />

0,25%<br />

R.Unido Repo BoE 0,50%<br />

Brasil Taxa Selic 7,50%<br />

Japão Repo BoJ 0,10%<br />

EURO FRA’S<br />

Forward Rate Agreements<br />

Tipo* Bid Ask<br />

1X4 0,206 0,246<br />

3X6 0,180 0,220<br />

1X7 0,429 0,470<br />

3X9 0,415 0,455<br />

6X12 0,397 0,427<br />

12X24 0,693 0,733<br />

*1x4 - Período termina a 4 Meses, com início a 1M<br />

EURO IRS<br />

InterestSwapsvs Euribor 6M<br />

Prazo Bid Ask<br />

2Y 0,476 0,506<br />

3Y 0,580 0,610<br />

5Y 0,940 0,970<br />

8Y 1,480 1,510<br />

10Y 1,741 1,761<br />

Obrigações 5Y 10Y<br />

7,27 9,08<br />

5,27 6,44<br />

0,87 2,24<br />

0,35 1,41<br />

4,24 5,54<br />

0,62 1,64<br />

0,61 1,57<br />

0,20 0,81<br />

Fontes: Reuters e IMF<br />

DAX 30 - DIÁRIO<br />

Desde Setembro de 2011, altura em que o DAX testou os 5 000 pontos,<br />

o índice alemão tem mostrado uma tendência de alta, embora irregular e<br />

longe de atingir os máximos históricos do passado.<br />

Após a rejeição clara dos 7200 pontos, o índice voltou a encontrar<br />

suporte a 5900 pontos. O suporte conseguido neste nível permitiu uma<br />

continuação do momentum ascendente, tendo já quebrado a resistência<br />

dos 6900 pontos. Os 7200 pontos são o próximo nível de resistência a<br />

observar.<br />

Euro continua com recuperação<br />

Eur/Usd<br />

O câmbio negoceia agora num<br />

canal ascendente de curto prazo,<br />

encontra-se em máximos de três<br />

meses e meio. No final de Agosto<br />

foi efectuado com sucesso um<br />

teste à resistência situada entre<br />

os 1,2400/40 dólares, acentuando<br />

o momentum ascendente do<br />

Eur/Usd. É agora mais provável<br />

observar no curto prazo valores<br />

acima dos 1,2700 dólares<br />

No entanto, para que a tendência<br />

de curto prazo não seja<br />

invalidada será necessário que o<br />

câmbio não cote em valores abaixo<br />

dos 1,2440 dólares.<br />

Eur/Jpy<br />

A tendência de queda registada<br />

desde o final do primeiro<br />

trimestre de <strong>2012</strong> foi invalidada<br />

em meados de Agosto, tendo este<br />

evento acentuado a força ascendente<br />

do câmbio até aos 99,16<br />

ienes. Depois de ter cotado em<br />

máximos de dois meses, formando<br />

um canal ascendente de curto<br />

prazo, o comportamento do Eur/<br />

Jpy nas últimas duas semanas<br />

tem-se revelado lateral, limitado<br />

pelo intervalo entre os 99 e 97.8<br />

ienes.<br />

EUR/USD<br />

CARLOS BALULA carlosbalula@imf.pt<br />

Caso o limite superior seja<br />

quebrado em alta poderemos ver<br />

valores perto dos 102 ienes. Na<br />

eventualidade de o câmbio cotar<br />

em valores abaixo dos 97,3 ienes,<br />

a tendência de alta registada desde<br />

meados de Agosto será invalidada.<br />

Eur/Gbp<br />

Apesar das últimas semanas<br />

terem sido foram caracterizadas<br />

por uma subida do câmbio,<br />

esta semana registou-se uma<br />

diminuição do momentum ascendente<br />

do câmbio, tendo sido<br />

observado um mínimo de duas<br />

semanas. No entanto, este evento<br />

não invalida a tendência de alta<br />

de curto prazo do Eur/Gbp, pois<br />

apenas valores abaixo das 0,7850<br />

libras é que poderão neutralizar o<br />

canal ascendente de curto prazo.<br />

O momentum positivo de curto<br />

prazo não invalida a tendência<br />

de queda iniciada no verão de<br />

2011 do Eur/Gbp, pois o movimento<br />

de subida enquadra-se<br />

no canal descendente de médio<br />

prazo. Serão necessários valores<br />

acima das 0,8160 libras para que<br />

a tendência de médio prazo seja<br />

invalidada.<br />

FIXING Variação Variação Variação<br />

5.set.12 Semanal (%) no mês (%) desde 1 jan. (%)<br />

EUR/USD 1,2578 0,26% 1,61% -2,79%<br />

EUR/JPY 98,67 0,04% 1,73% -1,53%<br />

EUR/GBP 0,7904 -0,18% -0,58% -5,38%<br />

EUR/CHF 1,2014 0,03% 0,01% -1,17%<br />

EUR/NOK 7,3070 -0,08% -1,18% -5,76%<br />

EUR/SEK 8,4415 1,25% 1,22% -5,28%<br />

EUR/PLN 4,2009 1,09% 4,12% -5,77%<br />

EUR/AUD 1,2337 2,06% 5,20% -3,03%<br />

EUR/CAD 1,2422 0,16% 0,30% -6,00%<br />

EUR/ZAR 10,5560 -0,02% 4,35% 0,70%<br />

EUR/BRL 2,5695 -0,16% 2,25% 6,36%<br />

EUR/INR 70,3000 0,73% 2,27% 2,31%<br />

EUR/CNY 7,9860 0,21% 1,21% -2,12%


TÍTULOS EURONEXT LISBOA<br />

TÍTULOS MERCADOS EUROPEUS<br />

Título Última<br />

Cotação<br />

SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong> 43<br />

Soares da Costa com perdas de 17 milhões<br />

A construtora Soares da Costa teve perdas de 17 milhões de euros, no primeiro semestre, o que<br />

compara com um lucro de 1,9 milhões, em igual período do ano passado. A empresa justifica este<br />

resultado negativo pela conjugação de uma série de factores, designadamente o efeito extraordinário<br />

das rescisões de contratos de trabalho, custos de natureza fiscal e alteração na contabilização da<br />

concessão da ex-Scut da Beira Interior. Os resultados operacionais desceram quase 9%, para apenas<br />

28,6 milhões de euros. O volume de negócios ascendeu a cerca de 411 milhões de euros, sendo<br />

que 70% do mesmo já se processa fora de Portugal, com destaque para Angola e Estados Unidos.<br />

Variação<br />

Semanal<br />

Máximo<br />

52 Sem<br />

Mínimo<br />

52 Sem<br />

EPS Est<br />

Act<br />

EPS Est<br />

Fut<br />

PAINEL BANCO POPULAR<br />

Título<br />

Última<br />

Cotação<br />

Variação<br />

Semanal<br />

Máximo 52 Mínimo 52 EPS Est EPS Est PER Est<br />

Sem Sem Act Fut Act<br />

PER Est<br />

Fut<br />

Div. Yield<br />

Div. Yield Est<br />

Ind<br />

Data Atl Hora Atl<br />

ALTRI SGPS 1,255 9,42% 1,291 0,945 0,124 0,140 10,121 8,964 1,59% 0,80% 05-09-<strong>2012</strong> 16:29:24<br />

B. COM. PORT. 0,085 -3,41% 0,248 0,073 -0,056 -0,002 -- -- -- 0,00% 05-09-<strong>2012</strong> 16:35:00<br />

B.ESP. SANTO 0,566 1,98% 1,388 0,434 0,052 0,088 10,885 6,432 -- 0,35% 05-09-<strong>2012</strong> 16:35:00<br />

BANIF-SGPS 0,160 0,00% 0,460 0,100 -0,040 0,010 -- 16,000 -- -- 05-09-<strong>2012</strong> 14:59:46<br />

B. POP. ESP. 1,850 4,52% 3,630 1,270 -0,040 0,110 -- 16,818 7,07% 0,00% 05-09-<strong>2012</strong> 08:13:29<br />

BANCO BPI 0,602 3,79% 0,778 0,338 0,097 0,101 6,206 5,960 -- 0,00% 05-09-<strong>2012</strong> 16:36:17<br />

BRISA 2,180 12,37% 2,785 1,860 0,094 0,086 23,191 25,349 -- 10,14% 05-09-<strong>2012</strong> 16:39:36<br />

COFINA,SGPS 0,610 69,44% 0,820 0,270 0,070 0,070 8,714 8,714 1,64% 1,64% 05-09-<strong>2012</strong> 16:36:02<br />

CORT. AMORIM 1,400 -4,11% 1,650 1,150 0,250 0,250 5,600 5,600 4,64% 5,71% 05-09-<strong>2012</strong> 16:29:29<br />

CIMPOR,SGPS 3,520 0,00% 5,700 2,930 0,330 0,385 10,667 9,143 4,72% 5,11% 05-09-<strong>2012</strong> 16:35:00<br />

EDP 2,021 2,38% 2,537 1,628 0,291 0,277 6,945 7,296 9,15% 9,35% 05-09-<strong>2012</strong> 16:35:00<br />

MOTA ENGIL 1,132 5,40% 1,350 0,951 0,225 0,270 5,031 4,193 9,72% 11,75% 05-09-<strong>2012</strong> 16:35:00<br />

GALP ENERGIA 12,135 2,41% 15,275 8,330 0,429 0,538 28,287 22,556 2,64% 1,90% 05-09-<strong>2012</strong> 16:35:00<br />

IMPRESA,SGPS 0,320 3,23% 0,620 0,260 0,010 -0,010 32,000 -- -- 0,00% 05-09-<strong>2012</strong> 16:35:00<br />

J. MARTINS 13,485 1,77% 16,070 10,660 0,633 0,757 21,303 17,814 2,04% 2,36% 05-09-<strong>2012</strong> 16:35:00<br />

MARTIFER 0,550 -1,79% 1,320 0,500 -0,060 -- -- -- -- -- 05-09-<strong>2012</strong> 16:35:00<br />

NOVABASE 1,920 -2,04% 2,530 1,610 0,120 0,140 16,000 13,714 1,56% 2,60% 05-09-<strong>2012</strong> 16:26:33<br />

GLINTT 0,110 0,00% 0,180 0,090 -- -- -- -- -- -- 05-09-<strong>2012</strong> 09:41:29<br />

P. TELECOM 3,794 -0,91% 5,962 3,003 0,351 0,372 10,809 10,199 22,93% 10,86% 05-09-<strong>2012</strong> 16:35:00<br />

PORTUCEL 2,065 0,00% 2,170 1,680 0,260 0,246 7,942 8,394 10,70% 8,09% 05-09-<strong>2012</strong> 16:35:00<br />

REDES E. NAC. 2,006 0,05% 2,295 1,800 0,271 0,287 7,402 6,990 8,42% 8,38% 05-09-<strong>2012</strong> 16:35:00<br />

S. COSTA 0,170 0,00% 0,440 0,140 -- 0,020 -- 8,500 -- -- 05-09-<strong>2012</strong> 15:13:05<br />

SEMAPA 5,427 0,39% 6,035 4,602 0,953 0,953 5,695 5,695 4,70% 4,70% 05-09-<strong>2012</strong> 16:35:00<br />

SONAECOM 1,263 0,88% 1,372 1,039 0,150 0,144 8,420 8,771 5,54% 5,07% 05-09-<strong>2012</strong> 16:35:00<br />

SONAE,SGPS 0,528 5,60% 0,549 0,366 0,042 0,055 12,571 9,600 6,27% 6,25% 05-09-<strong>2012</strong> 16:37:32<br />

SONAE IND. 0,570 3,45% 0,964 0,384 -0,187 -0,080 -- -- -- 0,00% 05-09-<strong>2012</strong> 16:35:00<br />

SAG GEST 0,390 5,41% 0,540 0,280 -0,040 -0,010 -- -- -- -- 05-09-<strong>2012</strong> 16:19:04<br />

TEIX. DUARTE 0,250 19,05% 0,340 0,170 -- 0,050 -- 5,000 -- -- 05-09-<strong>2012</strong> 16:35:00<br />

Z. MULTIMEDIA 2,200 0,69% 2,759 1,760 0,128 0,162 17,188 13,580 7,27% 7,23% 05-09-<strong>2012</strong> 16:35:50<br />

PAINEL BANCO POPULAR<br />

DT. TELEKOM 9,54 0,25% 9,689 7,688 0,622 0,645 15,278 14,733 7,34% 7,34% 05-09-<strong>2012</strong> 16:35:08<br />

VOLKSWAGEN 124,4 -6,64% 135,750 82,350 28,798 25,356 4,317 4,902 2,41% 3,06% 05-09-<strong>2012</strong> 16:35:28<br />

ING GROEP 6,102 5,90% 7,580 4,213 1,044 1,189 5,845 5,132 -- 0,54% 05-09-<strong>2012</strong> 16:38:45<br />

Este relatório foi elaborado pelo Centro de Corretagem do Banco Popular, telf 210071800, email: centro.corretagem@<br />

bancopopular.pt, com base em informação disponível ao público e considerada fidedigna, no entanto, a sua exatidão não<br />

é totalmente garantida. Este relatório é apenas para informação, não constituindo qualquer proposta de compra ou venda<br />

em qualquer dos títulos mencionados.<br />

PER Est<br />

Act<br />

PER Est<br />

Fut<br />

Div. Yield<br />

Ind<br />

Div. Yield<br />

Est<br />

Data Atl Hora Atl<br />

B.POPULAR 1,853 3,46% 3,680 1,250 -0,040 0,110 -- 16,845 7,02% 1,62% 05-09-<strong>2012</strong> 16:38:00<br />

INDITEX 90,68 4,12% 91,370 56,322 3,628 4,072 24,994 22,269 1,76% 2,34% 05-09-<strong>2012</strong> 16:38:00<br />

REPSOL YPF 14,74 2,36% 24,230 10,900 1,559 1,716 9,455 8,590 3,92% 5,69% 05-09-<strong>2012</strong> 16:38:00<br />

TELEFONICA 10,43 3,27% 15,960 7,900 1,243 1,313 8,391 7,944 -- 0,00% 05-09-<strong>2012</strong> 16:38:00<br />

FRA. TELECOM 10,98 -0,45% 13,600 9,450 1,295 1,251 8,479 8,777 12,57% 10,79% 05-09-<strong>2012</strong> 16:35:32<br />

LVMH 128,05 -2,99% 136,800 94,160 7,313 8,126 17,510 15,758 2,26% 2,33% 05-09-<strong>2012</strong> 16:35:33<br />

BAYER AG O.N. 62,91 1,39% 63,870 35,360 5,346 5,840 11,761 10,766 2,62% 2,86% 05-09-<strong>2012</strong> 16:35:09<br />

DEUTSCHE BK 27,825 1,31% 39,510 20,785 3,847 4,774 7,226 5,823 2,69% 2,48% 05-09-<strong>2012</strong> 16:35:18<br />

Encontre nas soluções PME Power a energia para o crescimento,<br />

a consolidação e a competitividade da sua empresa.<br />

VÍTOR NORINHA<br />

vnorinha@gmail.com<br />

Investidores apostam na subida<br />

da Brisa e da Cimpor<br />

Duas grandes empresas que saíram do índice PSI20, a Brisa<br />

e a Cimpor, estão a ser alvo de forte interesse por parte dos<br />

investidores.<br />

A Brisa viu as ações subiram mais de 20% na manhã de quartafeira,<br />

depois de a Tagus, o veículo usado pela Brisa e pela Arcus,<br />

ter solicitado à CMVM a perda de qualidade de sociedade aberta<br />

da Brisa. No entanto, caso o regulador aceite, o oferente não é<br />

obrigado a comprar as ações remanescentes, mas os investidores<br />

estão convencidos que a Brisa irá fazer uma oferta, evitando as<br />

pequenas posições.<br />

Sobre a Cimpor a expetativa é a mesma e daí estarem as ações<br />

do “free float” com forte procura. O entendimento de juristas é de<br />

que, após a perda da qualidade de sociedade aberta, os acionistas<br />

poderão vir a solicitar em tribunal que a sociedade compre as ações.<br />

Esta será uma prova de força entre os acionistas maioritários e<br />

os pequenos acionistas que ainda ficaram com alguns títulos. O<br />

nível de especulação tem evoluído e no caso da Brisa o preço das<br />

transações feitas aproxima-se do preço da OPA, depois de o título<br />

ter registado uma queda abrupta.<br />

Em recuperação no mercado nacional tem estado o título<br />

Jerónimo Martins, depois de Exane BNP ter avançado com<br />

uma recomendação de “outperform”. Entretanto, a holandesa<br />

Ahold, acionista em 49% da JMR, que detém o Pingo Doce, irá<br />

concentrar a sua atividade em negócios onde tem posição relevante,<br />

como é o caso de Portugal, o que beneficia a cotada JM. Em<br />

contraste, a PT está a sofrer com a recomendação do JP Morgan<br />

que alterou a recomendação de “neutral” para “underweight”.<br />

Os mercados estão, entretanto, expectantes com as decisões do<br />

BCE. À hora de fecho deste comentário ainda não era conhecida a<br />

decisão deste organismo quanto à taxa diretora, perspetivando-se<br />

um corte para um novo mínimo histórico de 0,75% para 0,50%.<br />

A par desta decisão estará na calha uma nova opção de controlo<br />

das taxas de juro. Com um modelo de intervenção no mercado<br />

secundário de dívida soberana, passando por compras ilimitadas<br />

de dívida soberana até três anos relativamente a países que<br />

tiverem feito um pedido formal de ajuda aos fundos europeus e<br />

caso o país em causa tenha necessidade de aliviar as condições de<br />

financiamento. O teste poderá ser feito com Portugal, segundo<br />

analistas do JP Morgan. Caso a estratégia corra bem, o modelo<br />

deverá ser aplicado a Espanha e a Itália, segundo as mesmas fontes<br />

financeiras.<br />

O modelo passa ainda pela compensação destas cedências com<br />

a compra de outros ativos, com o objetivo de evitar os riscos de<br />

inflação. Entretanto, a atividade económica aprovada na Zona<br />

Euro continua a recuar, de acordo com a estimativa da Markit<br />

Economics. A queda tem sido contínua ao longo dos últimos<br />

sete meses. A região deverá contrair 0,1% em termos de PIB no<br />

corrente ano e uma expansão de apenas 1% para 2013. Estas<br />

estimativas poderão ser revistas durante esta semana. Os vários<br />

indicadores europeus estão a sinalizar a desaceleração das economias<br />

europeias, incluindo a economia alemã.<br />

A nossa energia é<br />

para a sua empresa!<br />

MERCADOS<br />

Semapa ganha mais de 82 milhões no primeiro semestre<br />

A Semapa registou um lucro de 82,3 milhões de euros, no primeiro semestre, o que traduziu<br />

um aumento de mais de 37%, face a igual período do ano passado. O resultado decorreu sobretudo<br />

do aumento em 10 milhões de euros no EBITDA, da redução das amortizações e perdas<br />

por imparidades, no valor de 7,4 milhões de euros e da melhoria das provisões em 13,3 milhões<br />

de euros. A cimenteira apresentou ainda um agravamento em quatro milhões de euros nos resultados<br />

financeiros, para 22,5 milhões de euros negativos, e um aumento nos impostos de 3,9<br />

milhões de euros.<br />

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44 SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong><br />

EM FOCO<br />

Portugal está longe<br />

de ser um destino<br />

gastronómico. Centralizar<br />

todas as ações para<br />

promover a gastronomia<br />

e vinhos portugueses<br />

num Ministério da<br />

Alimentação e promover<br />

cinco ícones eleitos da<br />

gastronomia portuguesa<br />

são algumas das propostas<br />

de José Bento dos Santos,<br />

gastrónomo conhecedor<br />

das realidades nacional e<br />

internacional, presidente<br />

da Academia Portuguesa<br />

de Gastronomia (APG) e<br />

coordenador do Programa<br />

Prove Portugal.<br />

DORA TRONCÃO<br />

agenda@vidaecomica.pt<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> - Que estratégia<br />

foi delineada para dar a conhecer<br />

ao mundo a gastronomia<br />

portuguesa?<br />

José Bento dos Santos - A estratégia<br />

oficial de desenvolvimento<br />

e promoção da gastronomia<br />

portuguesa está inscrita no PENT<br />

(Programa Estratégia Nacional de<br />

Turismo) e é considerada um dos<br />

dez produtos turísticos estratégicos<br />

a desenvolver (a par do golfe,<br />

turismo náutico, turismo da<br />

natureza, city brake) e como um<br />

dos que devem ter maior crescimento<br />

anual. Quase todos os países-destino<br />

turísticos se posicionaram<br />

nesta área, alguns como a<br />

Espanha, a Dinamarca, Marrocos,<br />

Peru, com resultados muito<br />

interessantes, vide espetaculares.<br />

Em Portugal existe a intenção de<br />

desenvolver e promover o país<br />

como destino gastronómico e<br />

muitas ações dispersas e discretas<br />

são levadas a cabo: desde os importantíssimos<br />

“Peixe em Lisboa”<br />

da ATL, “Tributo a Cláudia” e<br />

“Rota das Estrelas”, passando por<br />

vários festivais e feiras gastronómicas<br />

(Vinhais, Queijo da Serra,<br />

Santarém...). O Turismo de Portugal<br />

desenvolve múltiplas ações<br />

desde as Escolas de Hotelaria que<br />

têm programas modernos e adequados<br />

ao atual mercado até, por<br />

exemplo, à formação de taxistas,<br />

com grande sucesso. Mas existem<br />

dificuldades de coordenação destes<br />

esforços, até porque muitos<br />

são levados a cabo por entidades<br />

muito diferentes (Ministérios da<br />

Economia e Turismo, da Agricultura<br />

e Pescas, dos Negócios Estrangeiros<br />

e Embaixadas, autarquias,<br />

entidades privadas) e tem-se a sensação<br />

que a resultante prática fica<br />

aquém do que desejaríamos.<br />

VE - Quais os ex-líbris na gastronomia<br />

portuguesa e de que<br />

forma se poderão tornar uma<br />

fonte de rentabilidade dentro e<br />

fora de Portugal?<br />

JBS – Em Portugal há uma<br />

grande e muito rica diversidade de<br />

produtos alimentares, um receituário<br />

com história e um conjunto<br />

importantíssimo de Chefs que<br />

constituem um património cultural<br />

gastronómico notável. Mas<br />

não podemos ter veleidades em<br />

promover tudo ao mesmo tempo.<br />

A APG propôs no programa<br />

Prove Portugal cinco “ex-líbris” ou<br />

ícones da nossa gastronomia, passíveis<br />

de fazer a diferença para uma<br />

promoção eficaz: o nosso peixe,<br />

que intitulámos “o melhor peixe<br />

do mundo”, já que assim é considerado<br />

por Chefs internacionais<br />

de topo, poderá constituir uma<br />

fantástica “marca” para o nosso<br />

país; a “cataplana”, razoavelmente<br />

conhecida no estrangeiro, utensílio<br />

de cozinha de rara beleza, único<br />

e associado a uma cozinha saborosíssima<br />

e saudável (dieta mediterrânica);<br />

o “pastel de nata”, símbolo<br />

da nossa maravilhosa doçaria e que<br />

já conquistou o mundo; o “vinho<br />

do Porto” e, por acréscimo, os<br />

nossos vinhos de mesa, por forma<br />

a sermos reconhecidos como<br />

produtores de vinhos de altíssima<br />

qualidade, e os nossos Chefs, dos<br />

quais teremos de promover os<br />

mais capazes de serem reconhecidos<br />

ao topo do ranking mundial,<br />

pois serão eles que mais atrairão os<br />

turistas gastronómicos.<br />

VE - A gastronomia é uma<br />

fonte de receitas nos países que<br />

nela apostam como componente<br />

da sua identidade?<br />

JBS - Dos 57 milhões de turistas<br />

que visitam a Espanha, cerca de 10<br />

milhões já se deslocam expressamente<br />

para saborearem a culinária<br />

espanhola. Não será o caso de Portugal,<br />

onde a percentagem de turistas<br />

gastronómicos será mínima, pois<br />

a nossa gastronomia/vinhos não é<br />

suficientemente reconhecida lá fora.<br />

Temos a consolação de muitos turistas<br />

referirem que gostaram muito<br />

do que comeram por cá, um dado<br />

que importa reconhecer e explorar.<br />

VE - Gastronomia, Vinhos e<br />

Turismo são a trilogia que pode<br />

ajudar Portugal a sair da crise?<br />

JBS - Em termos gastronómicos,<br />

a questão da (boa) alimentação<br />

é vital e Portugal poderia ser<br />

um exemplo pela positiva (o que,<br />

aliás, já está a acontecer com a<br />

escolha maciça pelos consumidores<br />

de produtos portugueses, em<br />

detrimento dos estrangeiros). A<br />

questão passa ainda pela educação<br />

do gosto (escolas, media) que trave<br />

a queda para o recurso a uma<br />

alimentação pouco saudável (e<br />

pouco saborosa) que conduz às<br />

doenças resultantes; daí que há<br />

muitas razões para o turista visitar<br />

um país ou uma região – a natureza,<br />

os monumentos, a praia, o<br />

desporto, as compras – , mas todo<br />

o turista tem de comer e beber e<br />

China pronta a comprar dívida europeia<br />

A China está em posição de adquirir obrigações da União Europeia,<br />

numa altura em que a crise da dívida está a ter impacto no crescimento<br />

mundial. Aquele país dá um apoio incondicional à Zona Euro. É<br />

um facto que a crise da dívida europeia está a ter uma forte influência<br />

no abrandamento das exportações e no crescimento chineses.<br />

JOSÉ BENTO DOS SANTOS, PRESIDENTE DA ACADEMIA PORTUGUESA DE GASTRONOMIA, FRISA<br />

“Gastronomia e vinhos portugueses<br />

precisam de plano estratégico de promoção”<br />

José Bento dos Santos, engenheiro químico industrial, proprietário e produtor<br />

de vinhos da Quinta do Monte D’ Oiro (Alenquer), presidente da Academia<br />

Portuguesa de Gastronomia e coordenador do Programa Prove Portugal<br />

destinado à promoção dos vinhos e gastronomia portugueses.<br />

quanto melhor o fizer, melhor será<br />

a sua memória (a memória mais<br />

presente de qualquer viagem é<br />

sempre a da comida). Os esforços<br />

para atingir os desideratos para a<br />

promoção da nossa gastronomia<br />

passam pela definição de uma estratégia<br />

nacional que seja aceite e<br />

participada por todas as entidades<br />

(Ministérios da Agricultura e da<br />

Economia, mas também da Educação,<br />

da Saúde, Negócios Estrangeiros<br />

e S.E. Cultura, autarquias e<br />

entidades privadas).<br />

VE – Considera que a gastronomia<br />

deveria ter um estatuto<br />

de proteção, divulgação e investimento,<br />

equivalente a um símbolo<br />

nacional?<br />

JBS - A “gastronomia” tem<br />

acérrimos defensores nos aspetos<br />

Iniciativa privada é principal alcândora de vinho português<br />

“Portugal produz vinhos cuja qualidade está<br />

ao nível dos vinhos que fizeram famosos outros<br />

países. Essa qualidade de topo não é reconhecida<br />

internacionalmente. Portugal não está na “lista” dos<br />

indubitáveis países produtores de grandes vinhos.<br />

Fomos até ultrapassados pelos “newcomers” - África<br />

do Sul, Argentina, Chile, Austrália - quando temos<br />

mais que potencial para ser tão bons ou melhores”,<br />

sustenta José Bento dos Santos. O presidente da<br />

APG reconhece que “foram feitos investimentos”<br />

de promoção infelizmente com “resultados fracos”.<br />

Portugal tem que “provar que produz vinhos<br />

extraordinários” e, caso não o faça já, “seremos<br />

ultrapassados pelas roménias, bulgárias e outros”.<br />

“Existem dificuldades<br />

de coordenação destes<br />

esforços, até porque<br />

muitos são levados a<br />

cabo por entidades<br />

muito dife rentes”<br />

Ficam as sugestões de Bento dos Santos: “apostar<br />

na alta qualidade; convidar grandes críticos como<br />

Parker ou Bettane; organizar provas de impacto<br />

mediático que surpreendam a crítica internacional”.<br />

“A ação que mais contribuiu para alcandorar o vinho<br />

português foi feita por privados, os “Douro Boys”,<br />

a quem todos os produtores portugueses deverão<br />

estar agradecidos. O caso da (minha) região de<br />

Lisboa é paradigmático. O nome “Lisboa” é uma<br />

marca extraordinária, tem um património histórico<br />

invejável (no séc. XIX o “Lisbon Wine” era talvez a<br />

mais reconhecida marca portuguesa de vinhos no<br />

estrangeiro), temos vinhos de altíssima qualidade,<br />

mas falta uma estratégia para a sua promoção.<br />

políticos, económicos e sociais e<br />

há um ponto onde os portugueses<br />

estão de acordo: “temos a melhor<br />

gastronomia do mundo!”. Só que<br />

lá fora ninguém nos reconhece essa<br />

afirmação tão convicta. A “gastronomia”<br />

já foi elevada a “património<br />

nacional” e depois disso pouco se<br />

passou. A condição de comermos<br />

pelo menos três vezes por dia não<br />

faz de nós gastrónomos e muito<br />

menos especialistas em Turismo<br />

Culinário. No nosso país dividimo-nos<br />

entre “tradicionalistas”,<br />

que só consideram como louvável<br />

a cozinha tradicional/clássica, e<br />

outros que arriscam tudo na modernidade<br />

da cozinha (confundindo<br />

espumas com fusões e tatakis<br />

com moleculares).Para estar por<br />

dentro do que se passa no mundo<br />

da culinária há que conhecer esse<br />

mundo, visitar, comparar, estudar,<br />

participar e aprender, e, se possível,<br />

de forma modesta e não exibicionista<br />

(o que é uma tentação quase<br />

universal nesta matéria). A Gastronomia<br />

e os Vinhos deviam ter um<br />

grupo de especialistas capazes de<br />

traçar um plano estratégico a prazo,<br />

discutido e aceite pelo maior<br />

número possível de interessados,<br />

a que se subordinassem as ações<br />

que, neste campo, são diariamente<br />

executadas. A entidade mais apta<br />

para o fazer seria o Ministério da<br />

Alimentação. Não existe. Talvez<br />

esse seja mesmo o nosso problema.<br />

Esta entrevista pode ser lida na íntegra em<br />

www.vidaeconomica.pt


FERNANDA SILVA TEIXEIRA<br />

fernandateixeira@vidaeconomica.pt<br />

Lisboa - 11 setembro<br />

Porto - 17 setembro<br />

Horário: (7horas)<br />

9h30 às 13h e 14h30 às 18h<br />

Preços*:<br />

Público Geral: G140<br />

Assinantes <strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>: G110<br />

*acresce o IVA<br />

Organização:<br />

SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong> 45<br />

A Escola de Negócios da Universidade<br />

do Porto, até aqui designada por EGP-<br />

-UPBS, adotou, em fi nais do mês de agosto,<br />

um novo nome: Porto Business School. A<br />

escola, que tem novas instalações previstas<br />

para o fi nal de 2013 e um objetivo assumido<br />

que passa pela internacionalização, volta<br />

assim a alterar o seu nome, depois de ter<br />

iniciado o percurso como Instituto Superior<br />

de Estudos Económicos, passando a Escola<br />

de Gestão do Porto, seguindo-se a EGP-<br />

-University of Porto Business School (EGP-<br />

-UPBS).<br />

De acordo com o diretor da Porto Business<br />

School, Nuno de Sousa Pereira, esta<br />

mudança de nome deve-se ao facto de a escola<br />

“ter um projeto mais ambicioso” que<br />

passa pela “internacionalização” e pelo alargamento<br />

da esfera da infl uência da escola a<br />

“mais parceiros”, nomeadamente empresas<br />

que procuram um rumo para o seu cres-<br />

INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES:<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> – Patricia Flores<br />

Tel.: 223 399 466<br />

Fax: 222 058 098<br />

E-mail: patriciaflores@vidaeconomica.pt<br />

Nacionalização do Bankia obrigou<br />

Espanha a pedir resgate<br />

O Deutsche Bank considera que a incerteza gerada pela nacionalização<br />

do Bankia foi a causa principal que levou o Governo a solicitar<br />

ajuda à Europa. Os decretos sobre o saneamento das entidades<br />

fi nanceiras levou a que estas aumentassem as provisões relativas à<br />

indústria da construção.<br />

cimento. O objetivo da parceria passo por<br />

apoiar as decisões das empresas, numa altura<br />

em que, numa “fuga para a frente”, muitos<br />

passos são dados “de forma menos bem pensada”.<br />

Para já, a escola conta já com um parceiro<br />

internacional, de origem angolana, e esse é<br />

um processo que se irá alargar a outras empresas<br />

e entidades estrangeiras, havendo já<br />

um “interesse demonstrado pelas mesmas”,<br />

assegura Nuno de Sousa Pereira.<br />

Assegurando que a Porto Business School<br />

pretende continuar a ser, tal como de início,<br />

“a ponte entre a sociedade civil e a Universidade”,<br />

o diretor da escola salienta “querer<br />

agora reforçar esse papel”. Até 2020, “o objetivo<br />

é estar no top 30 das escolas europeias”<br />

e duplicar a atividade do estabelecimento,<br />

quer em termos de volume de negócios,<br />

quer em termos de números de alunos, que<br />

neste momento se fi xam em 1800 por ano.<br />

Exemplo disso mesmo, um dos MBA (Master<br />

of Business Administration, em inglês)<br />

Objectivos:<br />

Preparar os participantes a tirarem partido dos benefícios<br />

duma boa negociação com a Banca e outros organismos<br />

financeiros.<br />

Público-alvo:<br />

Empresários, Directores Financeiros e outros quadros que<br />

sejam responsáveis nas empresas, pela negociação com a<br />

banca e com outros organismos financeiros.<br />

Formador:<br />

Professor Dr. Agostinho Costa<br />

Programa:<br />

1. As dificuldades das empresas: sinais e ameaças<br />

<br />

2. A análise de risco da empresa por parte da banca<br />

<br />

<br />

<br />

Sotecnisol torna energia mais acessível<br />

A Sotecnisol lançou no mercado nacional um equipamento inovador<br />

que consiste num sistema de aquecimento de águas a energia<br />

solar com custos mais baixos. “Com uma rentabilidade que reduz<br />

até 80% os custos associados à energia gasta na produção de águas<br />

quentes sanitárias, o Solcrafte apresenta-se como uma alternativa<br />

sustentável para as famílias que ainda usam gás ou eletricidade para<br />

aquecerem as águas”, refere a empresa em comunicado.<br />

da instituição conta já com 60% de alunos<br />

estrangeiros. Todavia, Nuno de Sousa Pereira<br />

reconhece que “a escola tem constatado<br />

uma realidade distinta em relação ao mercado<br />

nacional”, que é pautado por “maiores<br />

difi culdades”, quer em termos individuais,<br />

quer ao nível das empresas que fi nanciam os<br />

O ENDIVIDAMENTO<br />

E A NEGOCIAÇÃO<br />

COM A BANCA<br />

<br />

3. A prestação de informação às instituições bancárias<br />

<br />

<br />

4. O diálogo empresa - banco<br />

<br />

bancária<br />

EM FOCO<br />

EGP-UPBS é agora Porto Business School e aposta na internacionalização<br />

A escola, que tem novas instalações previstas para o fi nal de 2013 e um objetivo assumido que<br />

passa pela internacionalização.<br />

estudos dos seus quadros.<br />

A terminar, o diretor da escola lembrou<br />

que as obras das novas instalações, adjacentes<br />

ao edifício atual, começaram este Verão<br />

e a Porto Business School espera poder<br />

inaugurá-las no fi nal de 2013, a tempo das<br />

comemorações do 25º aniversário.<br />

5. Como uma PME deve Negociar com a banca<br />

<br />

<br />

<br />

empresa”<br />

<br />

6. O Relançamento de Empresas em dificuldades


46 SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong><br />

AUTOMÓVEL<br />

EB1 de Cavez<br />

representou<br />

Portugal<br />

no Concurso<br />

Segurança<br />

para Todos<br />

FERNANDA SILVA TEIXEIRA<br />

fernandateixeira@vidaeconomica.pt<br />

A escola EB1 de Cavez, situada no concelho<br />

de Cabeceiras de Basto, foi a grande<br />

vencedora nacional da 12ª edição do Concurso<br />

Segurança para Todos, uma iniciativa<br />

desenvolvida pela Renault associada ao<br />

projeto Década de Ação pela Segurança no<br />

Trânsito, da ONU (Organização das Nações<br />

Unidas).<br />

O júri nacional deste desafio, constituído<br />

por elementos da Direção-Geral de Saúde,<br />

entidade coordenadora da Década em Portugal,<br />

do Ministério da Administração Interna,<br />

do Automóvel Club de Portugal e da<br />

Renault analisou cuidadosamente os mais<br />

de 200 trabalhos recebidos, representando<br />

112 escolas, e atribuiu o primeiro lugar aos<br />

alunos dos segundo e quarto anos da EB1<br />

de Cavez, que assim ganharam o passaporte<br />

para representar Portugal no Encontro Internacional<br />

Segurança para Todos.<br />

Reunidas as turmas vencedores de cada<br />

um dos países participantes (Áustria, Bulgária,<br />

Estónia, França, Suíça, Polónia, Portugal,<br />

Eslovénia, Turquia, Índia, Croácia e Marrocos)<br />

na Cidade das Ciências e da Indústria<br />

de La Villete, em Paris, a festa da segurança<br />

rodoviária continuou com muita diversão e<br />

animação na Disneyland Paris, sem dúvida,<br />

o ponto alto do evento para os mais novos.<br />

De regresso a casa, Glória de Sousa, a<br />

professora responsável pela turma vencedora<br />

deste ano, explicou como surgiu a<br />

ideia de concorrer a esta iniciativa. “Como<br />

na nossa terra temos tidos muitos jovens,<br />

familiares diretos das crianças, vítimas de<br />

acidentes rodoviários, a temática da Década<br />

proposta para este ano gerou muito interesse<br />

em termos de discussão e de encontrar<br />

uma solução para este problema”, esclarece.<br />

Visto tratar-se de uma década “surgiu a<br />

ideia de elaborar como que uma agenda,<br />

em que cada ano tinha a sua regra de segurança<br />

e respetiva ilustração”, explica a docente.<br />

Assim, “cada grupo de duas ou três<br />

crianças trabalhou uma regra, ilustrou-a<br />

em várias situações e apresentou-a à turma.<br />

Por fim, foram selecionados e recortados os<br />

trabalhos mais significativos e distribuídos<br />

pelas várias cartolinas de cores, respeitantes<br />

a cada ano”, conclui.<br />

“VIDA ECONÓMICA” CONDUZIU A VERSÃO 1.4 A GASOLINA<br />

Toyota Portugal lança site sobre opções energéticas<br />

para mobilidade<br />

A Toyota Caetano lançou o site www.puraenergia.toyota.pt para ajudar à compreensão de qual a<br />

proposta que melhor se adapta à mobilidade e necessidade de cada condutor. No ano em que a<br />

Toyota aumenta para cinco a oferta de carros híbridos, com o lançamento do Yaris Híbrido, do<br />

Prius+ de sete lugares e do Prius Plug-in (este com autonomia elétrica alargada), que se juntam<br />

ao Prius e ao Auris Híbrido, a plataforma online revela estudos e resultados de testes sobre a<br />

mobilidade nas cidades portuguesas, além de mostrar o protótipo iQ EV.<br />

Nona geração do Honda<br />

mantém a tradição<br />

Com uma história de 40<br />

anos para “honrar”, a nona<br />

geração do Honda Civic<br />

já está em Portugal. Pouco<br />

revolucionário face ao anterior<br />

em termos estéticos, o novo<br />

trunfo da marca japonesa<br />

para o segmento C, que tem<br />

como principal argumento<br />

o conforto, é que ajuda o<br />

condutor a poupar, através da<br />

função ECO Assist.<br />

AQUILES PINTO<br />

aquilespinto@vidaeconomica.pt<br />

Já se encontra no mercado português o<br />

novo Honda Civic. A nona geração daquele<br />

que é o modelo mais icónico da marca<br />

japonesa – o primeiro Civic conheceu a luz<br />

do dia há exatamente 40 anos, em 1972 –<br />

não é uma revolução em termos estéticos,<br />

ao contrário da anterior.<br />

Debaixo do capot, o novo modelo do<br />

segmento C da Honda pode ter três opções,<br />

um 2.2 diesel com 150 cv e dois movidos<br />

a gasolina, um 1.8 com 142 cv e um<br />

1.4 com 100 cv. A “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>” teve<br />

oportunidade de conduzir, justamente,<br />

este último motor, que constitui a versão<br />

de entrada do modelo, com preços desde<br />

20 mil euros.<br />

Um dos equipamentos que mais nos<br />

chamaram a atenção foi a função ECO Assist.<br />

Originalmente desenvolvido para auxiliar<br />

o condutor do Insight, do CR-Z e do<br />

Jazz Hybrid, este sistema, que permite, segundo<br />

a Honda, reduções no consumo de<br />

até 15%, usa a iluminação do velocímetro<br />

do carro para alertar os condutores quanto<br />

ao impacto que o seu estilo de condução<br />

tem nos consumos. O velocímetro acende<br />

a azul quando o carro está ao ralenti e nas<br />

acelerações e desacelerações súbitas. Quando<br />

se conduz o carro de forma económica,<br />

o velocímetro muda para verde. Entre estas<br />

duas cores, existe uma fase azul-verde-claro,<br />

denotando aceleração e desaceleração<br />

suave, caso o condutor exceda ligeiramente<br />

o melhor nível de aceleração ou de travagem.<br />

O tablier possui ainda interruptor<br />

“ECON” verde, que ativa as configurações<br />

de funcionamento mais económico<br />

e de menores emissões do veículo. Isso é<br />

conseguido criando a melhor posição para<br />

o pedal do acelerador de forma a aumentar<br />

suavemente o binário. A função ECO<br />

Assist também melhora a eficiência do sistema<br />

de ar condicionado. De acordo com<br />

determinadas condições, tais como a temperatura<br />

e a humidade, o sistema controla<br />

o compressor e diminui a voltagem de<br />

comando da ventoinha de forma a reduzir<br />

a carga sobre o motor, melhorando assim a<br />

eficiência do combustível.<br />

Motor privilegia andamentos<br />

moderados<br />

Em andamento, o conforto é uma constante,<br />

tanto em termos acústicos como de<br />

rolamento, como dos próprios assentes.<br />

Em termos de performance, o motor 1.4<br />

de 100 cv (com 127 Nm de binário disponíveis<br />

às 4800 rpm) pareceu-nos ideal para<br />

utilização sobretudo urbana (ou seja, nas<br />

ruas e vias rápidas das cidades). Em estrada,<br />

obriga ao constante recurso à bem localizada<br />

caixa de seis velocidades para conseguir<br />

manter um andamento mais vivo,<br />

pois o motor só “acorda” entre as 4000 e as<br />

5500 rpm (o red line surge às 6500 rpm).<br />

Em termos de consumos, o computador<br />

de bordo da “nossa” unidade revelou uma<br />

média de 7,1 l/100 km ao cabo dos cerca<br />

de 400 km percorridos, o que é um valor<br />

positivo.<br />

Uma última nota para o comportamento,


Civic<br />

SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong> 47<br />

Lana del Rey “apadrinha” Jaguar F-Type<br />

A Jaguar Cars confirmou a parceria com a cantora e compositora Lana<br />

Del Rey no âmbito do lançamento do desportivo de dois lugares F-<br />

-Type, que a marca britânica do grupo Tata vai apresentar no Salão<br />

Automóvel de Paris, no fim deste mês. “A atração da Jaguar deve-se,<br />

em grande parte, à conjugação única de autenticidade e modernidade,<br />

partilhamos estes dois valores com Lana e com a sua carreira profissional”,<br />

disse Adrian Hallmark, brand director da Jaguar Cars.<br />

que, numa palavra, é referencial. “Ajudado”<br />

por uma direção muito precisa, o chassis<br />

dá segurança na abordagem às curvas.<br />

Este chassis mostra porque, é que que num<br />

passado recente – ou seja, nas três anteriores<br />

gerações – havia a apimentada versão<br />

Type R no modelo. O facto de a Honda ter<br />

Versão<br />

de competição<br />

já em testes<br />

A versão do Honda Civic que vai<br />

disputar o Campeonato do Mundo de<br />

Carros de Turismo (WTCC, na sigla em<br />

inglês) em 2013 já está em testes.<br />

Os primeiros testes foram realizados<br />

nos dias 31 de julho e 1 de agosto<br />

no circuito de Vallelunga, perto de<br />

Roma, em Itália, dando seguimento<br />

ao “shakedown” do carro, que foi<br />

concluído com êxito em 27 de Julho<br />

em Vairano, um circuito perto da JAS<br />

Motorsport, em Milão (também em<br />

Itália). Estes testes vão continuar<br />

durante todo o ano e serão liderados<br />

pelo português Tiago Monteiro e pelo<br />

italiano Gabriele Tarquini. A partir da<br />

prova de Suzuka, em outubro próximo, a<br />

Honda irá realizar as três últimas provas<br />

do calendário do WTCC deste ano, com<br />

um carro guiado por Tiago Monteiro.<br />

Honda Civic 1.4 i-VTEC<br />

Cilindrada 1339 cc<br />

Potência 100 cv<br />

Velocidade máx. 187 km/h<br />

Aceleração 0-100 km/h 13,4 s.<br />

Combinado misto (l/100 km) 5,4l/100 km<br />

Emissões CO2 (g/km) 129<br />

Preço 20 000 euros<br />

previsto a entrada no WTCC (ver caixa),<br />

com o português Tiago Monteiro como<br />

um dos pilotos, leva os apaixonados dos<br />

desportivos da marca japonesa a terem esperança<br />

que os rumores de que pode voltar<br />

a haver um Civic Type R nesta nona geração<br />

se concretizem. A base está lá.<br />

AQUILES PINTO<br />

aquilespinto@vidaeconomica.pt<br />

As grandes lutas dos instaladores e dos<br />

utilizadores de GPL em Portugal ao longo<br />

dos anos têm sido a alteração da legislação<br />

no que se refere ao estacionamento (proibido<br />

nos parques públicos e garagens de<br />

edifícios fechados) e ao dístico de identificação<br />

do combustível (considerado<br />

discriminatório). No entanto, essas são<br />

“duas pontas visíveis de um icebergue”<br />

em termos de utilização de GPL, segundo<br />

o presidente da Associação Nacional<br />

de Instaladores e Consumidores de GPL<br />

(ANIC-GPL). “Não devemos olhá-las de<br />

forma desligada de tudo o resto. A proibição<br />

de estacionamento tinha como base<br />

um pressuposto de falta de segurança e o<br />

dístico era para identificar as viaturas movidas<br />

a GPL. Portanto, terminar com estes<br />

dois problemas é o culminar do nosso<br />

grande objetivo, que é garantir a segurança<br />

das instalações”, disse Miguel Rodrigues à<br />

“<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”.<br />

Garantir a segurança das instalações de<br />

GPL nas viaturas passa, segundo a nossa<br />

fonte, por aumentar o números de inspeções<br />

técnicas aos veículos. No presente,<br />

é obrigatória a inspeção de categoria<br />

B – mais aprofundada, feita, entre outros<br />

exemplos, a viaturas que sofreram acidentes<br />

de grande dimensão – apenas na altura<br />

da conversão. “Gostaríamos que todas as<br />

viaturas vissem o sistema de GPL analisado<br />

aquando das inspeções periódicas, o<br />

que, parece-nos, já estará previsto na lei”,<br />

defende.<br />

A lei a que Miguel Rodrigues se refere<br />

é a que estabelece princípios de utilização<br />

de GPL e de gás natural, que Cavaco Silva<br />

devolveu à Assembleia da República<br />

no mês passado. A ANIC-GPL concorda<br />

com a não promulgação do Decreto nº 61/<br />

XII por parte do Presidente da República.<br />

“Deveriam estar incluídas a regulação<br />

do mercado e as regras de funcionamento<br />

do mercado e da instalação dos kits. Isso<br />

foi remetido para portaria, a qual não<br />

AUTOMÓVEL<br />

Lamborghini distinguida com prémio “La Bella Macchina”<br />

O presidente e CEO da Automobili Lamborghini, Stephan Winkelmann, recebeu o prémio “La<br />

Bella Macchina”, atribuído pelo concurso italiano Hall of Fame,<br />

tendo sido assim destacado o seu trabalho à frente da empresa<br />

de Sant’Agata Bolognese. Nas palavras do líder da marca italiana<br />

integrada no grupo VW, a distinção foi “possível graças a toda a<br />

equipa, aos fãs da marca e a todos os clientes fiéis que desempenham<br />

um papel crucial na dinâmica da Lamborghini”.<br />

O AVISO É DO PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DE INSTALADORES<br />

E UTILIZADORES DO COMBUSTÍVEL<br />

Dístico e proibições<br />

de estacionamento são<br />

“pontas de icebergue” do GPL<br />

sabemos se está pronta ou quando sairá.<br />

Isso assusta-nos, até pelo histórico. Desde<br />

2006 que aguardávamos por uma portaria<br />

relativa à colocação e ao modelo final do<br />

dístico, mas que ainda não saiu. Se uma<br />

portaria que pode considerar-se acessória<br />

demora seis anos a sair, uma que é crítica<br />

e pode comprometer o mercado de GPL<br />

automóvel leva-nos a temer demoras”,<br />

afirma. “Ao ser promulgado como estava<br />

redigido, o Decreto introduziria um vazio<br />

legal que levaria a que, enquanto não saísse<br />

a portaria, o mercado paralisasse”, avisa,<br />

ainda, o dirigente associativo.<br />

Dupla validação afeta marcas<br />

de automóveis<br />

Além da já referida obrigatoriedade de<br />

inspeções periódicas ao sistema de GPL<br />

dos veículos, a ANIC-GPL reclama o fim<br />

das duplas homologações de equipamentos.<br />

“Há legislação europeia e legislação<br />

portuguesa. O que acontece é que, os<br />

equipamentos que são considerados seguros<br />

ao abrigo das normas da União Europeia<br />

no Estado-membro de origem têm de<br />

voltar a ser homologados em Portugal pela<br />

Direção-Geral de Energia e Geologia”,<br />

avisa Miguel Rodrigues, que advoga que,<br />

desde que tenham homologação europeia<br />

E67R01, “não precisem de segunda homologação”.<br />

Esta necessidade de dupla validação afeta,<br />

aliás, algumas marcas automóveis, de<br />

acordo com o presidente da ANIC-GPL.<br />

“O que aconteceu é que se um determinado<br />

automóvel for instalado pela marca,<br />

segundo o processo reconhecido pela fábrica,<br />

antes de ser matriculado, mas já em<br />

Portugal, não pode sê-lo. Se for transformado<br />

antes de ter matrícula, o processo de<br />

homologação é revertido. No entanto, se<br />

essa mesma viatura for instalada nos mesmos<br />

trâmites em outro país comunitário e<br />

for, depois, importada, com perda de mão<br />

de obra e de impostos para Portugal, já é<br />

possível”, lamenta o entrevistado.<br />

PUB


Portugal<br />

com maior quebra<br />

da União Europeia<br />

no comércio<br />

a retalho<br />

Portugal foi o país da UE<br />

que apresentou a maior<br />

quebra homóloga no volume<br />

do comércio a retalho,<br />

no mês de julho. A descida<br />

foi de 7,6%, relativamente<br />

a igual mês do ano passado.<br />

A Letónia teve o melhor<br />

desempenho, com um<br />

acréscimo de mais de dez<br />

pontos percentuais.<br />

Na Zona Euro, o volume<br />

do comércio a retalho<br />

apresentou uma descida de<br />

1,7%. Já a Europa dos 27<br />

teve uma queda de 0,2%,<br />

em julho, face a igual mês<br />

do exercício anterior. Em<br />

contrapartida, em junho,<br />

verifi cou-se um aumento<br />

de 0,2% no setor do comércio<br />

a retalho, em termos<br />

homólogos, de acordo<br />

com os dados mais recentes<br />

do Eurostat.<br />

Consumidores<br />

descontam faturas<br />

automaticamente<br />

O secretário de Estado<br />

dos Assuntos Fiscais, Paulo<br />

Núncio, anunciou que<br />

os consumidores não terão<br />

trabalho acrescido para<br />

obterem o benefício fi scal<br />

previsto na apresentação de<br />

faturas de serviços. O sistema<br />

vai entrar em testes ainda<br />

no último trimestre, de<br />

modo a entrar em funcionamento<br />

desde o início do<br />

próximo exercício fi scal.<br />

O referido sistema vai<br />

funcionar automaticamente,<br />

pelo que o contribuinte<br />

não terá de fi car com as faturas.<br />

Acontece que haverá<br />

uma espécie de conta-corrente<br />

junto do fi sco. Referiu<br />

Paulo Núncio sobre<br />

esta matéria: “O sistema<br />

está criado para ser completamentedesburocratizado<br />

e para permitir uma<br />

enorme facilidade na obtenção<br />

do incentivo.”<br />

Terceiro maior<br />

crescimento<br />

da OCDE<br />

no desemprego<br />

Portugal registou o terceiro<br />

maior crescimento<br />

dos países da OCDE, em<br />

termos de desemprego.<br />

No ano até julho, a taxa<br />

de desemprego aumentou<br />

25,4%, para 15,3% da população<br />

ativa.<br />

Apenas a Grécia e a Itália<br />

tiveram crescimentos no<br />

desemprego superiores ao<br />

de Portugal, com 36,3% e<br />

35,6%, respetivamente.<br />

A TENDÊNCIA(?)<br />

COMENTÁRIO:<br />

A ausência de confiança cria profecias que se autorealizam.<br />

JORGE A.<br />

VASCONCELLOS E SÁ<br />

Mestre Drucker School<br />

PhD Columbia University<br />

Professor Catedrático<br />

Confiança do Comércio<br />

Março 89 Agosto 12<br />

Fonte: Inquérito mensal de conjuntura ao comércio, INE, Agosto <strong>2012</strong><br />

COMO ANALISAR<br />

AS<br />

DEMONSTRAÇÕES<br />

FINANCEIRAS<br />

DA SUA<br />

EMPRESA<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

G <br />

G <br />

<br />

<br />

<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> – Patricia Flores<br />

Tel.: 223 399 466<br />

Fax: 222 058 098<br />

E-mail:<br />

patriciaflores@vidaeconomica.pt<br />

Nº 1458 / 7 de setembro <strong>2012</strong> Semanal J 2,20 Portugal Continental<br />

Instituto de Liberdade <strong>Económica</strong><br />

LIBERTAS<br />

economicfreedom@mail.telepac.pt<br />

www.institutoliberdadeeconomica.blogspot.com<br />

OBJECTIVOS<br />

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PROGRAMA<br />

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Compre já em<br />

http://livraria.vidaeconomica.pt<br />

Autor: Antonio Vilar & Associados Páginas: 128 P.V.P.: € 10<br />

NOTA DE FECHO<br />

JOÃO LUÍS DE SOUSA DIRETOR ADJUNTO<br />

jlsousa@vidaeconomica.pt<br />

O sentido do ridículo<br />

O presidente de uma instituição fi nanceira habituado<br />

a deslocar-se com frequência ao estrangeiro comentava<br />

recentemente que Portugal é o único país do mundo<br />

onde os recibos de táxis são complicados para terem<br />

validade. A situação normal do mundo civilizado<br />

é haver regras simples e fáceis de cumprir para os<br />

pequenos operadores económicos. E por isso, as<br />

exigências são reduzidas para a documentação emitida<br />

pelos taxistas e pelos pequenos estabelecimentos<br />

comerciais.<br />

Em Portugal a situação é diferente. Como os<br />

pequenos operadores constituem a maioria dos agentes<br />

económicos, são considerados o alvo principal do<br />

combate à economia paralela e à evasão fi scal.<br />

Com o novo regime de faturação aprovado pelo<br />

Governo, os recibos dos táxis não se limitam a<br />

continuar complicados. Passa a ser obrigatória a<br />

emissão de faturas em todos os trajetos, tal como vai<br />

acontecer em todo o tipo de compra, em qualquer<br />

momento e em qualquer lugar, seja qual for o valor.<br />

Quando uma criança entra num quiosque e compra<br />

uma pastilha elástica por 10 cêntimos, passa a ter que<br />

ser feita a fatura. Por cada infração, a coima mínima<br />

será de J150.<br />

A contribuição que o Estado dá para a dinamização<br />

da atividade produtiva é agravar as exigências<br />

burocráticas e impor regras absurdas que são difíceis<br />

A contribuição que o Estado dá para<br />

a dinamização da atividade produtiva<br />

é agravar as exigências burocráticas e<br />

impor regras absurdas que são difíceis<br />

de cumprir<br />

de cumprir, mesmo para os agentes económicos mais<br />

exemplares.<br />

Como justifi cação surge sempre a necessidade de<br />

combater a economia paralela e a evasão fi scal. Mas o<br />

controlo dos operadores pode, deve existir e ser efi caz<br />

sem atentar diretamente contra a liberdade económica.<br />

Nos países civilizados e produtivos que deviam ser<br />

a referência mas em relação aos quais Portugal se está<br />

a atrasar e a divergir, a opção é clara: a tributação dos<br />

pequenos operadores assenta em regimes simplifi cados,<br />

onde os valores de imposto resultam de fatores<br />

objetivos como a superfície ocupada, o número de<br />

empregados, o setor de atividade, o consumo de<br />

energia elétrica, não sendo obrigatória contabilidade<br />

organizada, nem hipótese de divergência sobre o<br />

apuramento do lucro tributável, porque o valor de<br />

impostos a pagar por cada operador está predefi nido.<br />

Em Portugal, a lógica é oposta. As exigências<br />

para as pequenas empresas não são muito diferentes<br />

daquilo que é pedido às grandes empresas. E como<br />

cada contribuinte é visto como um potencial ladrão,<br />

a tendência é colocar um fi scal nas costas de cada<br />

cidadão e vigiar-lhe todos os movimentos, desde que<br />

se levanta até que se deita, para dissuadir as infrações e<br />

punir exemplarmente todos os prevaricadores.<br />

O nosso país é aquele onde os inspetores da ASAE<br />

se congratulam publicamente pelo facto de dispararem<br />

mais tiros do que a PSP, como se o perigo e ameaça à<br />

sociedade estivessem mais nos agentes económicos do<br />

que nos marginais e criminosos de delito comum.<br />

O novo regime de faturação é um grande passo em<br />

direção ao reforço do Estado policial, mas também<br />

pode representar um enorme retrocesso em termos de<br />

recuperação da atividade económica.<br />

O problema não está só na falta de bom senso. Em<br />

relação a alguns aspetos, os governantes já nem sequer<br />

têm o sentido do ridículo.

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