Sage 2012 It's Easy! - Vida Económica
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Nº 1458 / 7 de setembro de <strong>2012</strong> / Semanal / Portugal Continental 2,20 J<br />
EMÍLIA O. VIEIRA<br />
Investir é uma maratona,<br />
não um sprint<br />
Pág. 37<br />
A NOSSA ANÁLISE<br />
Depósito<br />
a dois anos<br />
do BES<br />
remunera a 4% Pág. 41<br />
APROLEP<br />
Produtores<br />
de leite exigem<br />
índice de referência<br />
de preços<br />
SUPLEMENTO APROSE<br />
Pág. 3<br />
Portugueses procuram<br />
cartões de desconto<br />
para acesso a cuidados<br />
de saúde privados<br />
9 720972 000037<br />
01458<br />
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ANTÓNIO GUERREIRO, PRESIDENTE DO BANCO FINANTIA, AFIRMA<br />
“Solidez fi nanceira da banca portuguesa<br />
tem vindo sempre a aumentar”<br />
FISCALIDADE<br />
Regime dos residentes não<br />
habituais alvo de simplifi cação<br />
Pág. 25<br />
NOVAS EXIGÊNCIAS LEGAIS VÃO AGRAVAR<br />
DIFICULDADES DAS PME<br />
FATURAS<br />
PASSAM A SER<br />
OBRIGATÓRIAS<br />
EM TODAS AS<br />
TRANSAÇÕES Págs.<br />
4 e 5<br />
Págs. 38 e 39<br />
DIRECTOR<br />
João Peixoto de Sousa<br />
www.vidaeconomica.pt<br />
QREN<br />
Governo e municípios<br />
gerem 250 milhões<br />
Pág. 36<br />
NUNO GUERRA SANTOS (ACCENTURE) AFIRMA<br />
Centro de<br />
Conferência<br />
de Faturas aumenta<br />
efi ciência dos<br />
serviços públicos<br />
As receitas e documentos de despesa do Serviço<br />
Nacional de Saúde são verifi cados no Centro de<br />
Conferência de Faturas, na Maia, por uma equipa<br />
de cerca de 200 pessoas.<br />
Págs. 6 e 7<br />
O AVISO É DA KASPERSKY<br />
PME devem ter mais<br />
cuidado ao basear negócio<br />
na Internet<br />
Págs. 30 e 31<br />
REUNIÃO<br />
CAP sugere redução da despesa<br />
pública à “troika”<br />
Pág. 12<br />
<strong>Sage</strong> <strong>2012</strong> It’s <strong>Easy</strong>!<br />
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2 SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong><br />
ABERTURA<br />
Nesta edição<br />
03 Atualidade<br />
Produtores de leite<br />
exigem criação de um índice<br />
de referência de preços<br />
FEPICOP ...................Pág. 11<br />
Setor da construção perde 90<br />
empregos por hora<br />
CAP ......................... Pág. 12<br />
Confederação sugere<br />
redução da despesa pública à<br />
“troika”<br />
Sáude ...................... Pág. 14<br />
Gestores hospitalares que não<br />
cumprem objetivos devem ser<br />
demitidos<br />
Humor económico<br />
Causas do dia-a-dia<br />
Os incêndios deste verão não destruíram<br />
apenas mato, pinheiros, eucaliptos e outra<br />
vegetação. Quem se quedar por estes aspetos,<br />
mesmo considerando alguns danos pessoais<br />
e a vida, até, de alguns que o fogo levou não<br />
verá senão a espuma da vida. É que o país<br />
também está a arder, ora em lume brando,<br />
ora em altas labaredas.<br />
As chamas alastram por montes e vales<br />
abandonados onde os homens desistiram de<br />
viver. Abandonada a cultura dos campos,<br />
o tratamento da floresta, a reprodução do<br />
gado, não ficaram horizontes de sobrevivência<br />
nesses espaços. Ninguém sabe o destino que<br />
lhes caberá e, pior, ninguém se preocupa com<br />
esse futuro.<br />
Portugal vai ardendo nestes fogos florestais<br />
mas, também, com eles, no mais fundo da<br />
sua identidade. Os fogos destroem a natureza<br />
física, mas, também, outros destroem as<br />
esperanças de qualquer futuro para a nossa<br />
Pátria. Fecham hospitais, escolas, tribunais e<br />
desaparecem outros serviços públicos na base<br />
de critérios financeiros muito discutíveis e de<br />
critérios políticos deprimentes. É onde menos<br />
se justifica que mais precisa é a presença do<br />
Estado, se não for por outras razões – que<br />
06 Atualidade<br />
Centro de conferência<br />
de faturas aumenta eficiência<br />
dos serviços públicos<br />
Mercer Consulting . Pág. 18<br />
Fundos de pensões ganharam<br />
quase 5% em sete meses<br />
SEDES ..................... Pág. 21<br />
Associação promove<br />
melhores práticas de recursos<br />
humanos<br />
TNS ......................... Pág. 22<br />
Portugueses têm utilização<br />
menos sofisticada do<br />
telemóvel<br />
08 Atualidade<br />
Crise complica<br />
aprovação do orçamento<br />
comunitário<br />
CBRE ....................... Pág. 27<br />
Reino Unido e França são<br />
mercados mais atrativos para<br />
investimento imobiliário<br />
Associativismo ....... Pág. 32<br />
Proteção de marcas<br />
portuguesas no estrangeiro<br />
aumenta 12% ao ano<br />
Em Foco .................. Pág. 36<br />
Governo e municípios gerem<br />
cerca de 250 milhões do QREN<br />
EDITOR E PROPRIETÁRIO <strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> Editorial, SA DIRETOR João Peixoto de Sousa COORDENADORES EDIÇÃO João Luís de Sousa e Albano Melo<br />
REDAÇÃO Virgílio Ferreira (Chefe de Redação), Adérito Bandeira, Alexandra Costa, Ana Santos Gomes, Aquiles Pinto, Fernanda Teixeira, Guilherme<br />
Osswald, Marta Araújo, Rute Barreira, Sandra Ribeiro e Susana Marvão; E-mail agenda@vidaeconomica.pt; PAGINAÇÃO Célia César, Flávia<br />
Leitão, José Barbosa e Mário Almeida; PUBLICIDADE PORTO <br />
PUBLICIDADE LISBOA <br />
publicidade@vidaeconomica.pt; ASSINATURAS IMPRESSÃO Naveprinter, SA - Porto<br />
DISTRIBUIÇÃO <br />
ANTÓNIO VILAR ADVOGADO<br />
antonio.vilar@avlc-advogados.com<br />
E tudo o fogo levou<br />
Apagar incêndios é amortalhar a vida. Na floresta como na política.<br />
Nada se constrói nas cinzas, ainda que nelas medrem muitos e grandes interesses.<br />
são fortes – pela ideia simples de que é<br />
preciso que a política sinalize os caminhos do<br />
futuro. E estes vão passar, mais cedo ou mais<br />
tarde, pelo país real, de Bragança a Sagres,<br />
da Figueira da Foz a Vilar Formoso, e, não,<br />
pelo desditoso centralismo gerido a partir<br />
da capital do que foi um império mas já<br />
deixou de o ser há muito. E ninguém ainda o<br />
percebeu.<br />
O tempo presente é vivido sobre o<br />
“império do efémero” (Gilles Lipoversky) e da<br />
apoteose do presente, ignorando-se o passado<br />
e descuidando-se o futuro. Só vale o que<br />
gratifica imediatamente. A urgência comanda<br />
a vida que está nas mãos dos interesses de<br />
mercados financeiros globais e já quase não<br />
nos pertence. Na política isto expressa-se<br />
no oportunismo das decisões baseado na<br />
ideologia do curto termo. A urgência e a<br />
exceção têm prioridade sobre tudo e sobre<br />
todos e os cidadãos silenciosos, sobretudo<br />
até anestesiados pelo medo, já são meros<br />
figurantes num filme que não é deles, nem<br />
para eles.<br />
Apagar incêndios é amortalhar a vida. Na<br />
floresta como na política. Nada se constrói<br />
nas cinzas, ainda que nelas medrem muitos e<br />
grandes interesses.<br />
Quanto custaria ao erário público prever<br />
e prevenir as catastróficas ignições de cada<br />
verão? E quanto custa combater os fogos?<br />
Uma nação digna faria contas, mas a honra<br />
escasseia no seio do poder. A honra e a<br />
competência, porque, extinto o fogo (e alguns<br />
fogos fátuos), a verdade é que se torna claro<br />
que é a mediocridade gananciosa que nos<br />
governa em conluio com agiotas globais.<br />
É uma dor de alma ver partir para a<br />
diáspora tantos dos melhores deste país<br />
– e que tanto dinheiro nos custou para se<br />
formarem – e, outros, que ainda vão ficando,<br />
serem ostracizados pelo simples facto de<br />
terem ideias e saber mas não terem um<br />
qualquer cartão partidário!<br />
O fogo tudo leva.<br />
O quotidiano de austeridade sem sentido<br />
e sem esperança em que vivemos é um mero<br />
jogo de fortuna e azar. Eu quero uma Lei<br />
eleitoral autárquica só para mim!... e eu quero<br />
vender a RTP ao Eduardo dos Santos…<br />
eu tenho que sair do ministério às 5 h para<br />
acompanhar (à socapa) o meu escritório…<br />
Com estes filhos da nação, não haverá<br />
nação que resista.<br />
Imprensa<br />
EM REVISTA<br />
LES ECHOS<br />
Espanha aglutina<br />
um quarto do<br />
desemprego<br />
destruído na OCDE<br />
Os empregos eliminados<br />
em Espanha, desde<br />
o início da crise,<br />
representam mais da<br />
quarta parte do total dos<br />
33 países da OCDE. Uma<br />
proporção só superada<br />
pelos Estados Unidos,<br />
de acordo com aquela<br />
organização.<br />
Para retornar ao nível<br />
de desemprego do<br />
quarto trimestre de<br />
2007 – antes do início<br />
da crise – a Espanha<br />
terá de criar perto de 2,8<br />
milhões de postos de<br />
trabalho para a população<br />
na faixa etária dos 15<br />
aos 64 anos, sendo<br />
que a OCDE precisa de<br />
quase 10,6 milhões. Aos<br />
Estados Unidos caberá<br />
criar 8 milhões de postos<br />
de trabalho. Em julho,<br />
a taxa de desemprego<br />
espanhola ascendia a<br />
24,3% da população<br />
ativa.<br />
FINANCIAL TIMES<br />
Reino Unido rejeita<br />
quotas para as<br />
mulheres<br />
O Reino Unido já revelou<br />
a sua posição contrária<br />
à proposta de Bruxelas<br />
para impor uma quota<br />
de 40% de mulheres na<br />
MEMBRO DA EUROPEAN<br />
BUSINESS PRESS<br />
TIRAGEM CONTROLADA<br />
<br />
administração de grandes<br />
empresas. Mais dez<br />
países estão a ponderar<br />
juntar-se aos britânicos<br />
nesta contestação.<br />
Considera o Reino Unido<br />
que os vários países têm<br />
a decorrer programas no<br />
sentido de mais mulheres<br />
acederem a lugares<br />
de chefia, tratando-se<br />
de a proposta de uma<br />
ingerência nas políticas<br />
nacionais e no mercado<br />
laboral. Bruxelas deverá<br />
apresentar legislação<br />
sobre a matéria no mês<br />
que vem. O Reino Unido,<br />
por si só, não conseguirá<br />
vetar a proposta<br />
legislativa.<br />
LES ECHOS<br />
Crescimento chinês<br />
atingiu 9,3% no ano<br />
passado<br />
O PIB chinês registou<br />
uma progressão de<br />
9,3%, no ano passado,<br />
mais 0,1% do que as<br />
estimativas iniciais. O<br />
aumento ficou a deverse,<br />
sobretudo, ao setor<br />
dos serviços, com um<br />
acréscimo de 9,4%, no<br />
exercício em análise.<br />
Este é um valor que<br />
revela o papel cada vez<br />
mais importante no<br />
comércio internacional<br />
por parte da segunda<br />
mais economia do<br />
mundo. As empresas<br />
representavam mais<br />
de 43% do PIB, no ano<br />
passado. Ainda assim,<br />
bastante abaixo dos<br />
Estados Unidos, país<br />
em que o setor tem um<br />
peso de cerca de 90% da<br />
produção.<br />
TIRAGEM DESTA EDIÇÃO<br />
<br />
4000 Município (Porto)<br />
TAXA PAGA<br />
R <br />
<br />
<br />
<br />
Top da semana<br />
PAULO NÚNCIO<br />
O secretário de Estado<br />
dos Assuntos Fiscais,<br />
Paulo Núncio, tem<br />
assumido um papel cada vez mais<br />
relevante na governação. É agora<br />
a figura em destaque quando se<br />
trata de anunciar novas medidas<br />
ou responder a dúvidas de caráter<br />
técnico. Parece ter garantida uma<br />
maior autonomia e já revelou que<br />
pretende aumentar a competitividade<br />
fiscal. Também está apostado em<br />
simplificar os processos fiscais e<br />
tornar a fiscalidade mais acessível<br />
aos contribuintes.<br />
JOÃO SALGUEIRO<br />
João Salgueiro continua<br />
a ser uma figura<br />
incontornável entre os<br />
“opinion makers”. As suas ideias<br />
e os seus conselhos ainda são<br />
ouvidos. Com regularidade aparece<br />
a colocar as “cartas na mesa”. Tem<br />
razão – e está de acordo com a<br />
sua linha de pensamento – quando<br />
afirma que Portugal tem de cumprir<br />
o programa imposto pela “troika”<br />
e que o inverso terá graves<br />
consequências a todos os níveis.<br />
Ou seja, há medidas que têm de<br />
ser colocadas, efetivamente, em<br />
prática, sendo essencial apresentar<br />
resultados o mais rapidamente<br />
possível.<br />
ÁLVARO SANTOS PEREIRA<br />
O ministro da Economia é<br />
uma carta quase fora do<br />
baralho. A acontecer uma<br />
remodelação, não restam dúvidas<br />
que será um dos escolhidos a<br />
abandonar o cargo. A realidade<br />
é que os resultados económicos<br />
não dão sinais evidentes de<br />
recuperação. Ainda que não seja<br />
sua culpa exclusiva, o desemprego<br />
tornou-se um verdadeiro flagelo.<br />
A subida do desemprego jovem<br />
duplicou o crescimento médio<br />
verificado na OCDE. E não restam<br />
dúvidas de que há dinheiro a ser<br />
desperdiçado, quando deveria ser<br />
canalizado para a economia real.<br />
Não há uma estratégia económica<br />
claramente definida.
A APROLEP, Associação dos<br />
Produtores de Leite de Portugal,<br />
teme pela extinção da produção<br />
de leite no país. “Nas condições<br />
atuais, e se não houver uma<br />
inversão das condições e do<br />
preço pago aos produtores, é um<br />
risco de médio/longo prazo”,<br />
avisa Carlos Neves, presidente<br />
da associação, em declarações<br />
à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”. Uma<br />
das soluções para travar este<br />
processo é a criação, como está<br />
a ser feito em Espanha, de um<br />
“índice de referência de preços<br />
das matérias-primas e dos custos<br />
de produção”, que permita<br />
“mais transparência” e “dar uma<br />
indicação negocial aos operadores<br />
do setor”. Aguardam, agora,<br />
pela resposta do Ministério da<br />
Agricultura.<br />
TERESA SILVEIRA<br />
teresasilveira@vidaeconomica.pt<br />
SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong> 3<br />
ATUALIDADE<br />
Apesar da promessa de Assunção Cristas,<br />
ministra da Agricultura, de que o Governo<br />
está a recolher junto das entidades do setor<br />
propostas para novas regras de regulação<br />
do mercado do leite, “nomeadamente ao<br />
nível dos contratos entre produção, indústria<br />
e distribuição” e que em setembro deverá<br />
apresentar medidas legislativas a este<br />
nível, a situação dos produtores de leite no<br />
Continente piora de dia para dia.<br />
E nem o novo concurso para a reestruturação<br />
e modernização do setor do leite,<br />
lançado em junho, no âmbito do PRO-<br />
DER (Programa de Desenvolvimento Rural<br />
2007-2013), consegue, no imediato,<br />
salvar a situação. O que pode pôr em causa<br />
o abastecimento à indústria de laticínios,<br />
cujo futuro, lembra a APROLEP, “depende<br />
do abastecimento regular de leite em<br />
quantidade e qualidade”.<br />
RAÇÕES<br />
“A soja, um dos principais<br />
componentes da alimentação<br />
das vacas leiteiras,<br />
quase duplicou o preço”<br />
“A maioria dos produtores de leite portugueses<br />
foi já informada da baixa de mais<br />
um cêntimo por litro de leite vendido à<br />
indústria a partir de um de setembro”. Aliás,<br />
olhando para este ano, “o preço do leite<br />
pago ao produtor desceu entre 2,5 cêntimos<br />
e 4,5 cêntimos por litro desde o início<br />
de <strong>2012</strong>”, revela a APROLEP à “<strong>Vida</strong><br />
<strong>Económica</strong>”. Descidas que representam<br />
“uma quebra de receita na ordem dos 10%<br />
a 15%, acrescentam.<br />
Em sentido inverso, “muitos produtores<br />
tomaram conhecimento da subida de dois<br />
cêntimos por quilo de ração para alimentação<br />
dos animais para o mesmo mês”, revelou<br />
a mesma fonte, lamentando que se<br />
tenham confirmado “as piores expectativas<br />
para os produtores”.<br />
A soja, por exemplo, um dos principais<br />
componentes da alimentação das vacas leiteiras,<br />
quase duplicou o preço e está, neste<br />
momento, a 56 cêntimos por quilo, refere<br />
Carlos Neves à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”, temendo<br />
“mais subidas em setembro devido<br />
à seca nos Estados Unidos da América e<br />
na Rússia”. Não falando já nos preços do<br />
gasóleo, que “bateram sucessivos recordes.<br />
Problemas de que também fala a FE-<br />
NALAC (Federação Nacional das Cooperativas<br />
de Leite e Lacticínios), que, em<br />
comunicado, lembra “a situação económica,<br />
financeira e social do país”, que “tem<br />
conduzido a sérios constrangimentos no<br />
rendimento das famílias e na consequente<br />
retração das quantidades consumidas, afetando<br />
também o segmento lácteo, além de<br />
que se assiste uma transferência da opção<br />
de compra para as gamas mais acessíveis”.<br />
Sonae abre seis lojas em Lamego<br />
e cria 174 postos de trabalho<br />
A Sonae inaugurou a Galeria Comercial Continente Modelo de<br />
Lamego, cujo projeto inclui uma loja Continente Modelo e uma<br />
zona de galeria comercial com cinco novas lojas das insígnias Sonae:<br />
Worten, Sport Zone, Modalfa, Well’s e Bom Bocado. Resultado de<br />
um investimento de 10 milhões de euros, a inauguração representa<br />
a criação de 174 novos postos de trabalho diretos nas seis lojas.<br />
Produtores de leite exigem criação<br />
de um índice de referência de preços<br />
Preços médios mensais pagos pela indústria<br />
à produção em <strong>2012</strong> – CONTINENTE<br />
Mês EUR / Kg<br />
Leite Adquirido a Produtores Individuais<br />
Teor médio<br />
de Mat. Gorda (%)<br />
Capoulas Santos<br />
quer “derrogações<br />
à lei da concorrência”<br />
Teor Proteico<br />
(%)<br />
Janeiro 0.324 3.81 3.26<br />
Fevereiro 0.322 3.83 3.25<br />
Março 0.315 3.74 3.25<br />
Abril 0.318 3.75 3.24<br />
Maio 0.312 3.71 3.21<br />
Junho 0.294 3.66 3.18<br />
Fonte: Gabinete de Planeamento e Políticas (GPP) do Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento<br />
do Território (MAMAOT).<br />
Contactado pela “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”, o<br />
eurodeputado português Luís Capoulas<br />
Santos diz-se “inconformado com a inação<br />
das instâncias europeias perante o cenário<br />
de crise que atravessa o setor leiteiro, particularmente<br />
em Portugal”.<br />
Numa declaração enviada à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”,<br />
o também relator do Parlamento<br />
Europeu para alguns dos relatórios sobre<br />
a revisão da Política Agrícola Comum<br />
(PAC) disse que interpelou, a semana<br />
passada, por escrito a Comissão Europeia<br />
“sobre que ações esta pretende empreender<br />
neste contexto”. E afirmou que os decisores<br />
políticos “não podem permanecer indiferentes”.<br />
Na missiva enviada à Comissão, refere<br />
Capoulas Santos, foi dito que “defende<br />
uma adequada regulação do mercado do<br />
leite para que seja possível garantir preços<br />
à produção minimamente remuneradores”.<br />
E admitiu “ser necessário prever derrogações<br />
à lei da concorrência, de forma a<br />
ter em conta a especificidade da atividade<br />
agrícola, tal como reconhecida nos termos<br />
da legislação comunitária”.<br />
Portugal Fresh<br />
na Asia Fruit<br />
Logística<br />
TERESA SILVEIRA<br />
teresasilveira@vidaeconomica.pt<br />
Termina hoje (7) a Asia Fruit Logistica,<br />
em Hong Kong, a única feira na Ásia<br />
com foco exclusivo nas frutas e legumes e<br />
onde, pela primeira vez, a Portugal Fresh,<br />
Associação para a Promoção das Frutas,<br />
Legumes e Flores de Portugal, representou<br />
os produtores portugueses. A exemplo de<br />
outras participações conjuntas em Berlim,<br />
Madrid, Novi Sad (Sérvia), Marrocos e<br />
Copenhaga.<br />
Com esta missão ao Oriente, quis-se<br />
“abordar novos mercados, como resposta<br />
aos desafios que se apresentam às empresas<br />
do setor” e dado o facto das vendas no<br />
mercado interno estarem “a baixar”, fruto<br />
da conjuntura económica do país, explicou<br />
José Canha, dirigente da associação à<br />
“<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”.<br />
Na edição de 2011 da Asia Fruit Logistica,<br />
participaram 332 empresas de 33 países.<br />
Este ano, de acordo com a organização<br />
do certame, estiveram presentes em Hong<br />
Kong 350 expositores de 30 países.<br />
Sendo a China “um país em crescimento<br />
e com uma economia dinâmica”, esta<br />
ação da Portugal Fresh revelou-se “uma<br />
prospeção de mercado, com vista ao estabelecimento<br />
de pontes comerciais e ao<br />
fortalecimento da marca Portugal”, quer<br />
quanto ao fomento das exportações, quer<br />
com vista ao “estabelecimento de parcerias<br />
para investimento direto de empresas portuguesas”<br />
na região.<br />
“Os chineses querem apostar nas plantações<br />
de figo, ameixa e pêssego e nós temos<br />
o ‘know-how”, revela o dirigente da Portugal<br />
Fresh, adiantando que “já há contactos<br />
feitos” com a China que permitem olhar<br />
para o futuro próximo com “otimismo<br />
moderado”.<br />
Quanto às exportações de fruta para o<br />
Oriente, José Canha garante que os problemas<br />
logísticos e de transporte não são<br />
problema. Tudo é assegurado através de<br />
contentores frigoríficos e, no caso de pequenos<br />
frutos (amoras, por exemplo) ou<br />
das frutas ou dos legumes processados (IV<br />
gama), até já podem ser exportados por via<br />
aérea a “preços, nalguns casos, mais baratos<br />
do que para o Brasil”.<br />
Ainda este ano, a Portugal Fresh, que<br />
agrega 60 empresas do setor, organiza missões<br />
ao Brasil, a Madrid e uma missão inversa<br />
da América Latina.
4 SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong><br />
ATUALIDADE<br />
XV Encontro AECA este mês em Ofi r<br />
O Centro de Investigação em Contabilidade e Fiscalidade<br />
(CICF) do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave está<br />
a organizar o próximo Encontro AECA, que se realizará<br />
nos dias 20 e 21 de setembro, no Hotel Axis, em Ofi r<br />
(Esposende). Para além das sessões paralelas, onde os<br />
conferencistas poderão apresentar os seus trabalhos de<br />
investigação, estão previstas várias conferências e debates<br />
NOVAS EXIGÊNCIAS LEGAIS VÃO AGRAVAR DIFICULDADES DAS PME<br />
Faturas passam a ser obrigatórias<br />
O Governo decidiu<br />
tornar obrigatória a<br />
emissão de faturas em<br />
todas as transações<br />
comerciais, incluindo<br />
as compras frequentes<br />
de produtos de baixo<br />
valor. O novo regime é<br />
criado pelo Decreto-Lei<br />
nº 197/<strong>2012</strong>, de 24 de<br />
Agosto, entrando em<br />
aplicação a 1 de Janeiro.<br />
Acabam os documentos<br />
equivalentes, passando<br />
as faturas a ser exigidas<br />
em tudo, agravando a<br />
carga burocrática e as<br />
exigências legais a que<br />
estão sujeitas todas as<br />
empresas.<br />
A emissão de fatura<br />
passa a ser obrigatória<br />
para compras tão<br />
pequenas e banais como<br />
uma pastilha elástica<br />
por 10 cêntimos, ou<br />
de duas carcaças por<br />
24 cêntimos. As novas<br />
regras contemplam uma<br />
faturação simplifi cada<br />
para compras até<br />
J100, com requisitos<br />
exigentes, em particular,<br />
o registo diário de cada<br />
uma das transações com<br />
a descrição do produto e<br />
o respetivo preço.<br />
JOÃO LUÍS DE SOUSA<br />
jlsousa@vidaeconomica.pt<br />
A punição vai ser pesada para<br />
todas as infrações. Por exemplo,<br />
se a pastilha elástica de 10 cêntimos<br />
não for incluída na faturação,<br />
a coima terá um valor mínimo<br />
de J150 e um máximo de<br />
J3750. Mas os compradores que<br />
não peçam fatura nos casos em<br />
que a lei assim o obriga também<br />
são punidos com uma coima de<br />
J75 a J2000.<br />
As novas exigências legais vão<br />
obrigar todos os agentes económicos<br />
a adaptar até fi nal de Dezembro<br />
os seus sistemas de funcionamento<br />
e a sua contabilidade.<br />
Mudanças profundas<br />
no Código do IVA<br />
O artigo 29º do Código do<br />
IVA, que estabelece as obrigações<br />
gerais dos contribuintes em<br />
sobre o tema do Encontro: “Novos caminhos para a<br />
Europa: O papel das empresas e dos governos”.<br />
O evento vai reunir algumas das mais destacadas<br />
fi guras ibéricas nas áreas da contabilidade e<br />
administração, como Begoña Giner (IASB),<br />
António Domingues Azevedo (OTOC) e, entre<br />
outros, José Azevedo Rodrigues (OROC).<br />
As novas exigências<br />
legais vão obrigar<br />
todos os agentes<br />
económicos<br />
Compradores também<br />
podem ser punidos<br />
pela falta de fatura<br />
sede de IVA, passa a obrigar os<br />
sujeitos passivos do imposto, tal<br />
como defi nidos no artigo 2º, nº<br />
1, alínea a), do Código, a emitir<br />
factura por cada transmissão de<br />
bens ou prestação de serviços,<br />
independentemente da qualidade<br />
do adquirente/destinatário<br />
dos mesmos, ainda que estes não<br />
a solicitem. A mesma obrigação<br />
incide sobre os pagamentos que<br />
recebam antes da data da transmissão<br />
dos bens ou da prestação<br />
dos serviços.<br />
Esta norma, que entra em vigor<br />
no dia 1 de Janeiro de 2013, contempla<br />
duas novidades: a obrigatoriedade<br />
quase absoluta de emissão<br />
de fatura, que não era clara<br />
na redação anterior da norma, e<br />
o desaparecimento da fi gura do<br />
documento equivalente, estabelecendo-se<br />
penalidades para a<br />
emissão e entrega de documentos<br />
de natureza diferente da fatura.<br />
13 set.<br />
ACIB promove sessão<br />
sobre segurança e<br />
saúde no trabalho em<br />
<br />
Relacionado com este aspecto<br />
está a adoção do documento retifi<br />
cativo de fatura como única forma<br />
de regularizar a alteração do<br />
valor tributável de uma operação<br />
ou do imposto, por qualquer motivo,<br />
o que inclui a inexatidão. De<br />
acordo com o regime anterior, o<br />
sujeito passivo teria de emitir outra<br />
factura ou documento equivalente.<br />
Este novo sistema pretende<br />
aumentar o controlo por parte da<br />
Administração Tributária.<br />
Nas situações em que existe direito<br />
à dedução total ou parcial<br />
do IVA, e em todas aquelas em<br />
que o destinatário ou adquirente<br />
dos bens ou serviços for devedor<br />
do imposto, as faturas emitidas<br />
pelo transmitente dos bens ou<br />
prestador dos serviços devem<br />
conter a expressão “IVA – autoliquidação”,<br />
o que vem substituir<br />
a anterior expressão “IVA devido<br />
pelo adquirente”.
Embaixador dos EUA<br />
esteve no Porto<br />
de Sines<br />
Allan Katz, embaixador dos<br />
EUA em Portugal, visitou o<br />
Terminal XXI, no Porto<br />
de Sines.<br />
em todas as transações<br />
Prevista a autofaturação<br />
SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong> 5<br />
Para o cumprimento da obrigação de<br />
emissão de fatura, podem o próprio adquirente<br />
dos bens ou serviços ou um terceiro,<br />
em nome e por conta do sujeito passivo,<br />
proceder à emissão da mesma, desde<br />
que, para além dos elementos que já eram<br />
obrigatórios, a factura emitida contenha a<br />
menção “autofaturação”.<br />
De notar que os adquirentes dos bens ou<br />
serviços ou os terceiros que não possuam<br />
sede ou domicílio nem estabelecimento estável<br />
em qualquer Estado membro devem<br />
solicitar autorização prévia à Autoridade<br />
Tributária e Aduaneira para a emissão de<br />
qualquer fatura, reservando-se esta entidade<br />
a possibilidade de fi xar condições específi<br />
cas para a sua efetivação.<br />
Regras sobre faturação<br />
eletrónica entram em vigor<br />
a 1 de Outubro<br />
É de salientar que, no âmbito da faturação<br />
eletrónica, é efetuada uma alteração<br />
que entra em vigor já no próximo dia 1<br />
de Outubro e que consiste na possibilidade<br />
de as faturas, ainda que sob reserva de<br />
aceitação pelo destinatário, serem emitidas<br />
por via eletrónica, que não através<br />
da assinatura eletrónica avançada ou do<br />
sistema de intercâmbio eletrónico de dados.<br />
Esta possibilidade reduz os custos associados<br />
à emissão e envio das faturas<br />
eletrónicas. É requisito essencial que seja<br />
garantida a autenticidade da origem de<br />
tais facturas, bem como a integridade do<br />
seu conteúdo e a sua legibilidade através<br />
de quaisquer controlos de gestão que, na<br />
expressão da lei, “criem uma pista de auditoria<br />
fi ável”. Como é natural, a adoção<br />
da via da assinatura eletrónica avançada<br />
ou do sistema de intercâmbio de dados é<br />
sufi ciente para que se encontrem cumpridas<br />
as apontadas exigências.<br />
Formalidades das faturas<br />
Acrescentam-se três novas regras às<br />
formalidades das faturas, a vigorar a<br />
partir de 1 de Janeiro de <strong>2012</strong>. Todas as<br />
menções obrigatórias, incluindo o nome,<br />
fi rma ou denominação social e o número<br />
de identifi cação fi scal do sujeito passivo<br />
adquirente passam a ter de ser inseridos<br />
pelo respectivo programa ou equipamento<br />
informático de faturação, o que impede que<br />
seja o próprio adquirente a preencher tais<br />
dados pelo seu punho.<br />
No entanto, nas faturas de valor inferior a J<br />
1000 em que o destinatário dos serviços ou<br />
adquirente dos bens não seja sujeito passivo<br />
do imposto, não é obrigatória a identifi cação<br />
dos mesmos nem do seu domicílio, a menos<br />
que estes o solicitem.<br />
A indicação do número de contribuinte do<br />
adquirente dos bens ou destinatário dos<br />
serviços é sempre obrigatória quando estes<br />
Tarifas baixas da Ryanair disponíveis para iPhone<br />
A Ryanair tornou mais fácil para os passageiros aceder<br />
às suas garantidas tarifas baixas com o lançamento<br />
de uma nova aplicação para iPhone/iPad, que está<br />
disponível desde o início de setembro no iTunes.<br />
Com um custo de três euros, a a aplicação permite<br />
aos passageiros aceder às tarifas, fazer reservas de<br />
voo (incluindo embarque prioritário e check-in de<br />
Novos incentivos à faturação<br />
Paralelamente a este diploma, foi também<br />
publicado o Decreto-Lei nº 198/<strong>2012</strong><br />
que, para além de criar também algumas<br />
medidas de controlo de emissão de<br />
faturas, altera o regime dos bens em<br />
circulação.<br />
Deste diploma, destacamos a criação de<br />
um benefício fi scal em sede de IRS que,<br />
conforme vinha a ser falado, consiste na<br />
possibilidade de o sujeito passivo deduzir<br />
à coleta 5% do IVA suportado por qualquer<br />
membro do agregado familiar em faturas<br />
Opção facilitada<br />
para a faturação eletrónica<br />
Novo regime muda normas<br />
do IVA<br />
Faturação simplifi cada<br />
vai ser exigente<br />
Uma importante inovação deste diploma<br />
consiste na introdução de um regime<br />
de faturação simplifi cada, o qual vem reforçar<br />
o objetivo de diminuir os negócios<br />
informais e a fuga ao fi sco, obrigando<br />
a que todos os transmitentes de bens ou<br />
prestadores de serviços refl itam na sua<br />
contabilidade todas e quaisquer operações<br />
efetuadas.<br />
Os vendedores ambulantes e os retalhistas<br />
passam a estar obrigados a emitir<br />
uma fatura simplifi cada nas transmissões<br />
de bens inferiores a J 1000, ainda que os<br />
destinatários não sejam sujeitos passivos<br />
do imposto. Deve, igualmente, ser emitida<br />
a solicitem.<br />
Relativamente às guias ou notas de<br />
devolução e outros documentos retifi cativos<br />
de faturas, torna-se obrigatória uma<br />
referência às menções da fatura inicial que<br />
é objecto de alteração.<br />
bagagem), verifi car horários, rever reservas<br />
de voos e adicionar serviços opcionais.<br />
“Os passageiros podem agora reservar voos<br />
da Ryanair em qualquer lugar em que encontrem<br />
com o seu telefone, dia e noite, garantindo que<br />
eles nunca perderão as nossas tarifas baixas”, disse<br />
Michael O’Leary, presidente da Ryanair.<br />
respeitantes à manutenção e reparação<br />
de automóveis e de motociclos bem como<br />
das suas peças e acessórios, alojamento,<br />
restauração e similares e actividades<br />
de salões de cabeleireiro e institutos de<br />
beleza.<br />
No entanto, o efeito prático desta<br />
medida é incerto face aos elevados<br />
valores de faturas que cada contribuinte<br />
tem de reunir para obter uma dedução<br />
com um montante relativamente<br />
simbólico.<br />
fatura simplifi cada nas restantes transmissões<br />
de bens e prestações de serviços iguais<br />
ou inferiores a J 100, independentemente<br />
da sua natureza e da natureza dos sujeitos<br />
envolvidos.<br />
O processamento deste tipo de fatura<br />
é sempre obrigatório, podendo ser feito<br />
através de sistemas informáticos ou pré-<br />
-impressão em tipografi a autorizada pelo<br />
Ministro das Finanças, tal como acontecia<br />
até agora. No entanto, a partir da entrada<br />
em vigor deste diploma, considera-se<br />
cumprida esta obrigatoriedade, mediante<br />
o registo das operações em máquinas registadoras,<br />
terminais eletrónicos ou balanças<br />
eletrónicas, com registo obrigatório das<br />
operações no rolo interno da fi ta da máquina<br />
ou em registo interno.<br />
Relativamente a prestações de serviços<br />
de transporte, portagens e entradas em espetáculos,<br />
considera-se cumprido o regime<br />
da fatura simplifi cada, mediante emissão<br />
do bilhete de transporte, ingresso ou outro<br />
documento ao portador comprovativo do<br />
pagamento. O mesmo se aplica a transmissões<br />
de bens efetuadas através de aparelhos<br />
de distribuição automática, que não permitam<br />
a emissão de fatura.<br />
Os sujeitos passivos que utilizem o regime<br />
da faturação simplifi cada, sem recurso<br />
a sistemas informáticos de faturação<br />
e contabilidade, podem efetuar o registo<br />
das operações realizadas com não sujeitos<br />
passivos, pelo montante global das contraprestações<br />
recebidas pelas transmissões<br />
de bens e prestações de serviços tributáveis,<br />
com a inclusão do imposto, assim<br />
como pelo montante das contraprestações<br />
relativas às operações não tributáveis ou<br />
isentas.<br />
É impreterível que esse registo seja feito<br />
até ao primeiro dia útil que se seguir à<br />
realização de tais operações, com base nos<br />
duplicados das faturas emitidas, nos extratos<br />
diários produzidos pelos equipamentos<br />
eletrónicos, relativos a todas as operações<br />
realizadas em folhas de caixa, os quais podem<br />
substituir o mesmo registo desde que<br />
contenham a indicação inequívoca de um<br />
único total diário. Caso o sujeito passivo<br />
opte pela elaboração de folhas de caixa,<br />
está ainda obrigado a conservar os duplicados<br />
das faturas, talões e extratos supra<br />
mencionados durante o prazo de 10 anos.<br />
ATUALIDADE<br />
Para Domingues de Azevedo, existe uma<br />
tendência clara para aumentar a confl itualidade<br />
entre o fi sco e o cidadão.<br />
DOMINGUES DE AZEVEDO,<br />
BASTONÁRIO DA OTOC, CRITICA<br />
Fiscalidade<br />
impossibilita<br />
a sobrevivência<br />
das empresas<br />
O agravamento dos impostos constitui<br />
um erro terrível. Um caso paradigmático<br />
disso mesmo é o que está a suceder na restauração.<br />
O Governo está a criar uma fi scalidade<br />
que impossibilita a sobrevivência de<br />
inúmeras empresas. “Quando as situações<br />
são excessivas, a primeira vítima é o próprio<br />
Estado”, alerta Domingues de Azevedo, bastonário<br />
da Ordem dos Técnicos Ofi ciais de<br />
Contas (OTOC), em entrevista a publicar<br />
na próxima edição da “<strong>Vida</strong> Ecomómica”<br />
num suplemento dedicado ao IV Congresso<br />
dos TOC, que se vai realizar a 14 e 15<br />
setembro no Pavilhão Atlântico, em Lisboa.<br />
A posição de Domingues de Azevedo é<br />
bastante crítica quanto às medidas fi scais<br />
que têm sido adoptadas pelo atual Governo.<br />
Fala mesmo de insensibilidade política, tendo<br />
em conta que para a administração fi scal<br />
“cada sujeito passivo é um ladrão”. Não é<br />
surpreendente que exista uma tendência<br />
clara para aumentar a confl itualidade entre<br />
o fi sco e o cidadão. A realidade é que a<br />
maioria dos casos tem sido resolvida a favor<br />
do contribuinte. O bastonário da OTOC<br />
não tem pejo em afi rmar que a tributação<br />
autónoma, tal como está concebida, não faz<br />
qualquer sentido. “O Governo tem espatifado<br />
todo o sentido da tributação autónoma.”<br />
Na sua opinião, falta em Portugal uma<br />
cultura de enquadramento e de conciliação<br />
entre a força de trabalho e o capital.<br />
É preocupante que a própria administração<br />
fi scal não tenha evoluído ao longo dos<br />
tempos, a que não é alheio o facto de se<br />
multiplicarem os processos de reclamação<br />
por parte dos contribuintes. “Os processos<br />
de reclamação deveriam ser feitos por comissões<br />
autónomas. Poderiam funcionar<br />
junto da administração fi scal, mas deveriam<br />
ser constituídos por entidades autónomas<br />
que nada tivessem a ver com a administração<br />
pública”, adianta Domingues de Azevedo.<br />
Quanto à devolução do IVA, não tem<br />
dúvidas que os atrasos são propositados, já<br />
que há falta de liquidez por parte do Estado<br />
para cumprir os seus compromissos. “Para<br />
já, vai atrasando o reembolso o mais possível,<br />
mas sem escandalizar.”
6 SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong><br />
ATUALIDADE<br />
BBVA lança campanha de soluções de poupança<br />
NUNO GUERRA SANTOS, ADMINISTRADOR DA ACCENTURE, CONSIDERA<br />
Centro de Conferência de Faturas aumenta<br />
As receitas e<br />
documentos de despesa<br />
do Serviço Nacional de<br />
Saúde são verificados no<br />
Centro de Conferência<br />
de Faturas, situado na<br />
Maia. Uma equipa de<br />
cerca de 200 pessoas<br />
procede à verificação e<br />
conferência das receitas<br />
de medicamentos e<br />
exames complementares<br />
prescritos aos utentes<br />
do SNS. Este centro<br />
tem a particularidade<br />
de ser gerido por uma<br />
entidade privada, em<br />
regime de outsourcing.<br />
Em entrevista à<br />
“<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”,<br />
Nuno Guerra Santos,<br />
administrador da<br />
Accenture com a<br />
responsabilidade da<br />
área da Saúde, faz um<br />
balanço positivo dos<br />
dois anos de atividade.<br />
A concentração da<br />
atividade neste centro<br />
reduziu os custos<br />
de processamento e<br />
aumentou a eficácia,<br />
permitindo ao<br />
Estado recuperar o<br />
investimento efetuado<br />
nas novas instalações.<br />
Para este responsável,<br />
a especialização e os<br />
processos desenvolvidos<br />
no Centro de<br />
Conferência de Faturas<br />
abrem caminho a novos<br />
projetos semelhantes na<br />
Administração Pública.<br />
O BBVA lançou uma nova campanha de Soluções Poupança,<br />
destinada a clientes de todas as idades. A intenção do banco espanhol<br />
é que os respetivos clientes rentabilizem as suas poupanças<br />
e investimentos da melhor forma. O que pode ser facilitado<br />
através da colocação de uma vasta gama de produtos de poupança.<br />
Trata-se de garantir maior estabilidade financeira aos clientes,<br />
sobretudo permitir às famílias rentabilizarem as poupanças.<br />
JOÃO LUÍS DE SOUSA<br />
jlsousa@vidaeconomica.pt<br />
<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> – O Centro de<br />
Conferência de Faturas do SNS<br />
corresponde a uma tendência de<br />
cooperação com os operadores<br />
privados para aumentar a eficiência<br />
e conter os custos dos serviços<br />
públicos?<br />
Nuno Guerra Santos – O Centro<br />
de Conferência de Faturas é talvez o<br />
exemplo mais evidente. Na Accenture<br />
temos trabalhado em diferentes<br />
áreas com a administração central<br />
e também com os prestadores privados,<br />
normalmente em projectos<br />
circunscritos a uma ou duas vertentes<br />
de atuação. O caso do Centro é<br />
um exemplo de referência porque<br />
envolve todas essas capacidades ao<br />
mesmo tempo. Partimos de uma<br />
estrutura de conferência de faturas<br />
que era feita em 18 distritos para<br />
construir uma nova capacidade que<br />
integra todos esses processos e todas<br />
as atividades que estavam dispersas,<br />
concentrando-as num único local de<br />
uma forma completamente otimizada,<br />
com os investimentos necessários<br />
nos sistemas de informação, nas instalações<br />
e nas pessoas. É um exemplo<br />
do que pode ser feito de uma forma<br />
muito estruturada. E os benefícios já<br />
são bastante visíveis.<br />
VE – Após estes dois anos de<br />
atividade, quais foram os ganhos<br />
de eficiência obtidos?<br />
NGS – Há ganhos de eficiência<br />
diretos do ponto de vista do custo<br />
da operação. A operação estava<br />
dispersa por vários locais e foi centralizada<br />
e racionalizada.<br />
Estamos a falar de instalações<br />
que foram desenhadas especificamente<br />
para este feito, de processos<br />
completamente otimizados para<br />
que toda a ação seja o mais eficaz<br />
possível. Houve formação que foi<br />
feita para todas as pessoas de modo<br />
a que todas atuem da mesma forma<br />
e com o mesmo grau de eficiência<br />
e com as economias de escala<br />
introduzidas. Os sistemas de informação<br />
e os processos de controlo<br />
de gestão foram implementados de<br />
modo a proporcionarem ganhos<br />
de eficiência.<br />
O número de recursos envolvidos<br />
foi claramente reduzido,<br />
significando assim a diminuição<br />
daquele que era o custo direto. O<br />
impacto no resultado na atividade<br />
é muito significativo, tendo em<br />
conta o acréscimo de controlo pelo<br />
método introduzido, isto é, deste<br />
processo de consolidação resultou<br />
um processo mais eficaz: detetam-<br />
-se mais facilmente os erros logo<br />
Governo aumenta juros nos certificados de aforro<br />
“O Centro de Conferência de Faturas é um projeto inovador, representando um bom exemplo a nível internacional”<br />
– refere Nuno Guerra Santos.<br />
O Governo aumentou os juros pagos nos certificados de aforro, esta<br />
semana, nas séries B e C. O objetivo passa por captar mais poupança<br />
por parte dos particulares. As duas séries terão um retorno de 3,2%,<br />
sendo que o juro varia de acordo com a cotação da Euribor a três meses,<br />
não podendo ultrapassar os cinco pontos percentuais. As remunerações<br />
ficam acima da maioria dos depósitos a prazo disponibilizados<br />
pelos bancos (em junho, a taxa média bancária cifrou-se em 3%).<br />
Centro emprega cerca<br />
de 200 pessoas na Maia<br />
Valor das faturas<br />
irregulares atinge<br />
60 milhões de euros<br />
nos dois primeiros<br />
anos da operação<br />
reduzem-se as irregularidades e<br />
os pagamentos indevidos. Dessas<br />
irregularidades estamos a falar de<br />
um valor de documentos de despesa<br />
devolvido superior a 60 milhões<br />
de euros, o que é um impacto muito<br />
significativo.<br />
VE – Em que áreas surgem<br />
mais situações de irregularidade?<br />
NGS – Há irregularidades de diversos<br />
tipos. Não compete ao centro<br />
distinguir aquilo que é fraude e<br />
aquilo que são irregularidades meramente<br />
processuais. Tudo o que são<br />
irregularidades é reportado. Há um<br />
efeito direto de conferência e correção.<br />
A informação que existe no centro<br />
como resultado dessa verificação<br />
pode e é utilizada pelas entidades<br />
competentes também para verificar<br />
o que possa configurar situações<br />
fraudulentas.<br />
Daqui resulta um efeito dissuasor<br />
indireto pelo facto de existir mais<br />
controlo.<br />
VE – Sendo a conferência mais<br />
eficaz, os fornecedores também<br />
podem ganhar porque o processo<br />
de pagamento tende a ser mais<br />
rápido?<br />
NGS – Todo o processo se torna<br />
mais rápido e mais transparente.<br />
Os timings, a forma como os documentos<br />
são devolvidos ou não<br />
devolvidos, tudo isso, por estar<br />
num processo único, está perfeitamente<br />
normalizado, contribuindo<br />
para o aumento do nível de confiança.<br />
VE – Há casos de centros de<br />
conferência parecidos noutros<br />
países?<br />
NGS – Este processo é especifíco,<br />
mas existem situações similares<br />
noutros países. Diria que como<br />
este foi feito, não conheço outro<br />
caso igual. É um projeto inovador,<br />
representando um bom exemplo a<br />
nível internacional.<br />
VE – Este serviço envolveu a<br />
contratação de pessoas que estavam<br />
a trabalhar para a administração<br />
pública?<br />
NGS – No essencial, o trabalho<br />
já era realizado por empresas privadas<br />
com pessoas contratadas a nível<br />
distrital. Mas era desenvolvido em<br />
18 sítios diferentes, com 18 contratos<br />
e com diferenças na forma como<br />
a conferência era processada. Houve<br />
uma grande mudança da forma<br />
de verificar e conferir. Estaremos a<br />
falar de 500 operadores que passaram<br />
a ser menos de 200 operadores.<br />
Obviamente, há um custo menor e<br />
com melhores resultados do ponto<br />
de vista da eficácia.<br />
VE – Uma das tendências é a<br />
desmaterialização das receitas<br />
utilizadas no SNS, obrigando a<br />
uma mudança dos procedimentos<br />
de conferência?<br />
NGS – Há dois elementos essenciais.<br />
Por um lado, a receita. Com a<br />
desmaterialização da receita, estava<br />
previsto que ia haver uma transferência<br />
progressiva do receituário<br />
em papel para o processo eletrónico.<br />
Mas o documento de despesa,<br />
o que é remetido nas farmácias,<br />
continua neste momento em papel.<br />
Esta desmaterialização do processo<br />
é uma tendência a prazo.<br />
O cartão de utente hoje faz parte<br />
do cartão do cidadão e o que se pensou<br />
desde início foi que o cartão de
SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong> 7<br />
Parceria DST e Sonae gera investimento de 78 milhões<br />
eficiência dos serviços públicos<br />
Contrato com<br />
a Accenture tem<br />
a duração de quatro<br />
anos, terminando<br />
em Junho de 2013<br />
cidadão por si só não transportasse<br />
muita informação. Deve ser um<br />
cartão de identificação.<br />
VE – Face aos resultados obtidos,<br />
a lógica do outsourcing<br />
pode ser alargada a outros serviços<br />
na área da saúde?<br />
NGS – Há espaço para outros<br />
processos desta natureza, não necessariamente<br />
todos a nível nacional.<br />
Alguns podem ser num plano mais<br />
regional. É um tipo de solução que<br />
faz sentido e que ganha escala a nível<br />
nacional e que permite tirar o máximo<br />
de eficiência. Outras poderão<br />
acontecer noutras áreas. Depois há<br />
as áreas típicas de outsourcing como<br />
as áreas de suporte.<br />
VE – Podem ser criados outros<br />
centros de conferência fora do<br />
setor da saúde?<br />
NGS – Existem áreas mais pesadas<br />
do ponto de vista administrativo,<br />
onde têm sido introduzidos<br />
mecanismos mais sofisticados<br />
de tratamento de documentação,<br />
como é o caso de ferramentas<br />
analíticas na área das finanças. Há<br />
áreas onde a gestão destes grandes<br />
processos que eram tratados a nível<br />
regional e distrital beneficiam deste<br />
efeito de racionalização. A introdução<br />
de ferramentas analíticas no<br />
controlo de todo o processo é um<br />
aspeto que está incluído.<br />
VE – Uma seguradora privada<br />
que gere seguros de saúde pode<br />
recorrer a um serviço similar?<br />
NGS – Na nossa experiência<br />
internacional, trabalhámos muito<br />
com os players privados, ou seja,<br />
falámos de um sistema público e<br />
tendemos a concentrar-nos no papel<br />
do Estado. Mas noutros países<br />
trabalhamos com as seguradoras,<br />
ou seja, com os financiadores do<br />
sistema de saúde privado.<br />
E é curioso que são muitas<br />
vezes esses players privados que<br />
evoluíram para um modelo interessante<br />
de educação para a saúde.<br />
Começaram a atuar e sendo eles<br />
próprios os agentes para uma atuação<br />
muito mais preventiva com<br />
o objetivo de reduzir a despesa de<br />
saúde. São eles próprios agentes<br />
nesse processo com programas<br />
educacionais de acompanhamento.<br />
Isso acontece em patologias<br />
Os sete projetos desenvolvidos pela construtora DST para o grupo Sonae<br />
já permitiram um encaixe de 78 milhões de euros. “A parceria resulta da<br />
confiança que a Sonae deposita na capacidade técnica e financeira da DST,<br />
o que tem permitido implementar projetos chave na mão, realizados com<br />
recurso às diferentes competências das várias empresas do grupo, com um<br />
foco na utilização de materiais e equipamentos made in Portugal”, refere<br />
José Teixeira, presidente do conselho de administração do grupo DST.<br />
como a diabetes, onde a seguradora,<br />
enquanto financiadora do<br />
sistema, disponibiliza um serviço<br />
em que se faz todo esse acompanhamento,<br />
educação e apoio. Obviamente<br />
que do ponto de vista<br />
preventivo melhorar a saúde é evitar<br />
mais tarde despesas em saúde.<br />
Esse investimento visa atuar preventivamente<br />
na saúde.<br />
Essa é outra tendência: controlar<br />
a despesa a priori, ou seja, evitando<br />
a necessidade de ter contacto com o<br />
sistema de saúde, melhorando assim<br />
os indicadores de saúde e evitar a situações<br />
agudas, que são aquelas que<br />
ATUALIDADE<br />
Mário Vaz é novo CEO da Vodafone Portugal<br />
Mário Vaz é o novo CEO da Vodafone Portugal, tendo substituído no<br />
cargo António Coimbra, o qual assumiu a liderança dos negócios da empresa<br />
em Espanha. Mário Vaz era administrador responsável pela unidade<br />
de negócios de particulares. Licenciado em Direito, ocupou ao longo dos<br />
anos vários cargos dentro da Vodafone, tendo iniciado a carreira enquanto<br />
gestor de grandes contas. O cargo de administrador responsável pela unidade<br />
de negócios particulares será ocupado por Emanuel Sousa.<br />
do ponto de vista social e económico<br />
são as que envolvem custos mais<br />
elevados em termos económicos e<br />
em termos humanos.<br />
VE – O ritmo de avanço destas<br />
experiências e destes processos<br />
de eficiência está condicionado<br />
por causa da redefinição do papel<br />
do Estado?<br />
NGS – Convivemos com o<br />
sistema que temos e procuramos<br />
encontrar os modelos de racionalização<br />
dentro daquilo que é a lógica<br />
do sistema que existe em cada<br />
país.
8 SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong><br />
ATUALIDADE/Internacional<br />
Crise complica aprovação<br />
do orçamento comunitário<br />
O processo de aprovação do orçamento<br />
comunitário para sete anos sempre foi<br />
um problema. Com a crise, as coisas tornaram-se<br />
ainda mais complicadas, sendo<br />
evidentes as divisões entre os estados. O<br />
fosso entre as nações ricas e pobres tende<br />
a agravar-se ainda mais quanto à dimensão<br />
do orçamento.<br />
O Reino Unido está na linha da frente na<br />
contestação que um valor superior a um trilião<br />
de euros, não se justifica quando estão<br />
em vigor medidas de austeridade. Considera<br />
este país que os aumentos orçamentais<br />
não são aceitáveis, num momento em que<br />
há fortes restrições à despesa um pouco<br />
por toda a União Europeia. Não é coerente<br />
pedir-se mais dinheiro para Bruxelas, ao<br />
mesmo tempo que os Estados-membros são<br />
pressionados a “apertarem o cinto”.<br />
Mas há o reverso da medalha, com alguns<br />
países a rejeitarem quaisquer cortes<br />
ao orçamento comunitário. É o caso da<br />
Polónia, um dos países que mais beneficia<br />
com os apoios comunitários. Neste caso,<br />
a crise é entendida como um momento<br />
em que a Europa precisa de investir em recursos<br />
comuns, de modo a impulsionar o<br />
crescimento económico.<br />
É um facto que o novo modelo não<br />
entrará em vigor antes de 2014, mas será<br />
preciso sempre um ano para desenvolver e<br />
legislar os programas de financiamento. Se<br />
não houver um acordo até ao final do ano,<br />
programas que estão em vigor poderão<br />
ser interrompidos depois de ter expirado<br />
O Banco Central Europeu (BCE) vai<br />
ter à sua responsabilidade a supervisão<br />
das mais de seis mil entidades de crédito<br />
da Zona Euro, já a partir do início do<br />
próximo ano. A garantia foi dada por<br />
Michel Barnier, comissário europeu do<br />
Mercado Interno e Serviços Financeiros.<br />
Para o efeito, o banco será dotado de<br />
todos os instrumentos necessários para<br />
que possa controlar de forma efetiva todos<br />
os bancos, revelou aquele responsável<br />
comunitário. A proposta de lei sobre esta<br />
matéria será apresentada, em termos oficiais,<br />
no dia 12 de setembro, tendo sido<br />
feito um aviso importante desde já. É que<br />
o controlo central de todas as entidades<br />
financeiras dos 17 países da Zona Euro<br />
será vinculante e obrigatório. Os países<br />
que não fazem parte da Zona Euro, mas<br />
estão integrados no espaço comunitário,<br />
poderão ficar sujeitos a esse controlo, ainda<br />
que forma de voluntária.<br />
Acontece que com a posição assumida<br />
pela Comissão Europeia, a proposta da<br />
Alemanha é rejeitada. Este país defendia<br />
a possibilidade do controlo central apenas<br />
respeitar aos maiores bancos, aqueles<br />
que são mais relevantes para o sistema<br />
Supervisor bancário único no final do ano<br />
A Comissão Europeia veio a público garantir que é possível existir um<br />
supervisor bancário único até ao final do ano. O fundo de resgate permanente<br />
poderá ser utilizado para recapitalizar a banca europeia de<br />
forma direta, a partir do momento que seja criado um supervisor bancário<br />
europeu. O fundo de resgate está pronto, de acordo com Bruxelas.<br />
A Comissão insiste ainda na exploração das condições, através das<br />
quais será possível aos países europeus emitirem dívida conjunta.<br />
o atual orçamento. O problema é que, até<br />
ao momento, as discussões a nível político<br />
foram inconclusivas. Mesmo aqueles que<br />
defendem os cortes não existe ideia em que<br />
áreas e quais as verbas envolvidas. O Reino<br />
Unido continua a insistir na necessidade<br />
de “cortar a direito” na política agrícola<br />
comum”, o que também terá um impacto<br />
direto no nosso país. A França, por seu<br />
lado, não está disposta a ceder neste setor.<br />
São muitas as incertezas e ainda mais as<br />
diferenças de país para país. Mesmo entre<br />
os “amigos” há quem não se entenda. Por<br />
exemplo, com o modelo proposto de aumento<br />
do orçamento, a Polónia fica com<br />
a maior fatia, em detrimento da Hungria.<br />
Certo é que há cada vez menos tempo e<br />
com a crise como cenário de fundo será<br />
ainda mais difícil chegar a um entendimento.<br />
Afinal, esta será a maior negociação<br />
orçamental de sempre, desde a criação<br />
da União Europeia.<br />
BCE vai supervisionar todos os bancos da Zona Euro<br />
A Comissão Europeia<br />
rejeitou a proposta da<br />
Alemanha de apenas os<br />
bancos mais relevantes<br />
ficarem sujeitos à supervisão<br />
do Banco Central Europeu.<br />
Seat entra no mercado russo<br />
O Reino Unido está na linha da frente da contestação no que respeita ao modelo previsto e aos<br />
montantes envolvidos no próximo orçamento da União Europeia.<br />
A Seat, marca espanhola da VW, vai abrir até 40 concessionários na Rússia, com o objetivo de vender<br />
cerca de 20 mil automóveis anualmente, até 2015, e reduzir a sua dependência face ao mercado da<br />
União Europeia. No ano passado, as perdas ascenderam a 61 milhões<br />
de euros. A Rússia pode converter-se, no médio prazo, no principal<br />
consumidor de automóveis da Europa. A ideia é aumentar rapidamente<br />
o volume de vendas, mas tendo em conta a rentabilidade da marca.<br />
Numa segunda fase, poderá avançar para a produção naquele país.<br />
financeiro como um todo. Ora, a Comissão<br />
faz notar que entidades financeiras,<br />
aparentemente de menor relevância,<br />
como o Dexia ou o Northern Rock, apenas<br />
foram resgatados por via de enormes<br />
operações financeiras. O que equivale<br />
a dizer que é muito difícil estabelecer<br />
quais são de facto as entidades com um<br />
peso substancial no sistema financeiro<br />
de um país.<br />
Empresários<br />
europeus cada vez<br />
menos confiantes<br />
A confiança empresarial na Europa apresentou<br />
uma descida mais acentuada do que<br />
a prevista em agosto. A realidade é que as<br />
principais economias do Norte da Europa<br />
estão a sofrer o impacto da crise da dívida<br />
soberana nos países do Sul da Europa.<br />
Foi o sexto mês consecutivo em que se<br />
verificou um decréscimo na confiança dos<br />
empresários. Estes acreditam que a produção<br />
industrial e as encomendas vão continuar<br />
num processo de deterioração. Esta<br />
situação vai pressionar ainda mais o Banco<br />
Central Europeu a intervir na emissão de<br />
obrigações, de modo a recuperar o dinamismo<br />
nos mercados europeus. O consumo<br />
está também em curva descendente, o<br />
que é sempre um sinal preocupante. Para<br />
os analistas, é cada vez mais evidente que a<br />
Zona Euro, como um todo e não apenas a<br />
periferia, está a necessitar de uma política<br />
de apoio. Espera-se que o BCE estabeleça<br />
uma estratégia de intervenção de longo<br />
prazo.<br />
A Alemanha, como referido anteriormente,<br />
foi das economias mais afetadas,<br />
no que toca ao sentimento de confiança<br />
dos seus empresários. Basta ter em conta<br />
que as suas exportações desceram cerca de<br />
1,2% no primeiro semestre, com fortes<br />
quebras nas vendas para Espanha (menos<br />
9,4%), para a Grécia (9,2%) e para Itália<br />
(8,2%). As medidas de austeridade adotadas<br />
pelos governos em dificuldades estão a<br />
ter um impacto superior ao esperado nas<br />
economias mais dinâmicas.<br />
Desemprego<br />
estabiliza<br />
na Alemanha<br />
O número de desempregados na Alemanha<br />
registou um aumento de 20 mil<br />
pessoas, em agosto, face ao mês anterior,<br />
tendo-se mantido estável em 6,8%, o correspondente<br />
a 2,9 milhões. Em termos homólogos,<br />
houve uma descida de 0,2%.<br />
Ainda assim, o aumento do desemprego<br />
pode ser revelador do fraco crescimento<br />
económico da locomotiva europeia. A tendência<br />
pode inverter-se, na medida em que<br />
as empresas germâmicas procuram mão de<br />
obra qualificada nas áreas metalúrgica,<br />
mecânica, eletrotécnica, da logística e da<br />
saúde. Os números apontam para um retrocesso<br />
na procura de força de trabalho,<br />
mas, em contrapartida, não é menos verdade<br />
que a oferta de trabalho continua a<br />
ser elevada. Ou seja, ainda existem vários<br />
postos de trabalho por ocupar.<br />
As exportações revelam agora um menor<br />
desempenho do que há alguns meses<br />
atrás. Muito dependerá agora do comportamento<br />
da economia a nível global. É<br />
que a economia alemã está fortemente dependente<br />
das suas vendas para o exterior.<br />
Todavia, tem sabido desenvolver uma<br />
estratégia de diversificação das respetivas<br />
exportações.
SEXTA-FEIRA, 7 SETEMBRO DE <strong>2012</strong> 9<br />
Makro reestrutura lojas em Portugal<br />
A Makro Cash & Carry decidiu reestruturar as lojas em Portugal.<br />
Alfragide e Palmela foram as primeiras a estrear o novo conceito operacional,<br />
direcionado para a lógica de consumo, em detrimento da<br />
de categoria de produto que figurou até agora. Foram ainda lançadas<br />
áreas promocionais nas lojas denominadas por Poupança Máxima,<br />
uma nova estratégia em que estão disponíveis, regularmente, aproximadamente<br />
35 produtos básicos (alimentares e não alimentares).<br />
A injustiça da tributação dos rendimentos<br />
Os acontecimentos e as notícias que, nas últimas<br />
semanas, têm vindo a público, revelando que as<br />
receitas fiscais, na execução orçamental, conheceram<br />
novas e drásticas reduções em consequência da cada<br />
vez mais absurda e destrutiva fúria tributária em<br />
contínuos aumentos das taxas e carga fiscal, confirmam<br />
à saciedade o que nestas crónicas vimos sustentando e<br />
demonstrando nas várias análises que vimos efetuando<br />
em matéria da insofismável conclusão para que a Curva<br />
de Laffer nos remete: qualquer imposto que incida,<br />
direta ou indiretamente, sobre o rendimento das<br />
pessoas causa sempre uma distorção, seja sobre o seu<br />
comportamento produtivo (trabalho versus lazer), seja<br />
sobre as suas decisões de aplicação desse rendimento<br />
(consumo presente versus consumo futuro) – um<br />
Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares,<br />
“progressivo”, distorce não apenas o preço relativo do<br />
trabalho/lazer, como causa decisões ineficientes de<br />
consumo, penalizando, sempre, a geração de Poupança.<br />
Um efeito que, em 1844, por DUPUIT já havia<br />
explicitado, quando defendeu que: “se um imposto<br />
aumentar gradualmente de zero até um ponto em que<br />
se torne proibitivo, a receita por ele gerada será no<br />
início nula, depois aumentará em pequenos acréscimos<br />
até uma receita máxima, situação a partir da qual<br />
decrescerá gradualmente e, de novo, até zero”.<br />
E está a acontecer em Portugal e nas economias que<br />
se teima em destruir a Economia da Oferta pela via do<br />
confisco.<br />
Era inevitável!<br />
Curva de Laffer: (…) distorce<br />
não apenas o preço relativo<br />
do trabalho/lazer, como causa<br />
decisões ineficientes de consumo,<br />
penalizando, sempre, a geração de<br />
Poupança.<br />
Também Robert Nozick, o grande filósofo de<br />
Harvard, ao se debruçar sobre a tributação dos<br />
rendimentos, afirmou, com a sua sempre incisiva<br />
denúncia, que tal prática não mais é do que uma<br />
“forma direta de trabalho forçado”. Em boa verdade,<br />
qual é a diferença entre se confiscar os frutos de nove<br />
meses de trabalho de uma pessoa ou simplesmente<br />
tomar nove meses da vida dessa pessoa? Isto tem<br />
apenas um nome: trabalho forçado.<br />
Esquecendo a propaganda governamental que nos<br />
tenta impor que nós, contribuintes, estamos apenas<br />
a fazer uma “contribuição”. Esquecendo esta pura e<br />
simples lavagem cerebral a que estamos sujeitos desde<br />
os bancos da escola, vale a pena recordar “O Conto do<br />
Escravo” que, naturalmente, tem sido censurado na<br />
generalidade das Universidades de filiação keynesiana e<br />
marxista. Neste conto (extraído da sua obra: Anarchy,<br />
State, and Utopia, Ed. Basic Books, New York, 1974,<br />
pgs.290-92 e que aqui se traduz livremente), Nozick<br />
convida o leitor a imaginar-se como sendo o escravo<br />
da história. A história é bem curta e desenvolve-se<br />
ao longo de nove etapas, que vão desde a escravidão<br />
clássica até a democracia moderna.<br />
Primeira etapa: Você é um escravo submisso a um<br />
“senhor” brutal que o obriga a trabalhar para ele,<br />
sem horas de descanso. Você é agredido frequente e<br />
arbitrariamente.<br />
M. JORGE C. CASTELA ECONOMISTA E ADVOGADO<br />
jorge.castela@ssga.pt<br />
Segunda etapa: O “senhor” relaxa um pouco e passa<br />
a bater-lhe somente quando você quebra as regras. Ele<br />
até lhe concede algum tempo de descanso.<br />
Terceira etapa: Você agora é parte de um grupo de<br />
10 mil escravos igualmente sujeitos a esse “senhor”.<br />
Ele decide, de acordo com seus princípios, como irá<br />
repartir entre vocês parte dos bens que vocês próprios<br />
produziram.<br />
Quarta etapa: O “senhor”, agora mais brando, exige<br />
que você e os seus companheiros escravos trabalhem<br />
apenas três dias por semana, concedendo os quatro<br />
dias restantes de folga.<br />
Quinta etapa: O “senhor” agora permite que você<br />
trabalhe onde você quiser, mas há uma condição:<br />
você tem que lhe entregar 3/7 do seu salário, o que<br />
corresponde aos três dias de trabalho por semana que<br />
você era obrigado a trabalhar na terra dele. Além disso,<br />
ele arroga-se do direito de o convocar para servi-lo<br />
sempre que ele o desejar e continua com o poder de<br />
aumentar, arbitrariamente, a fatia do seu salário que<br />
ele pode confiscar.<br />
Sexta etapa: O “senhor” concede a todos os seus 10<br />
mil escravos, exceto a você, o direito de votar. Eles<br />
agora têm o poder de decidir entre eles o que você<br />
pode fazer e o que você não pode fazer. Eles também<br />
ganham o poder de determinar qual a percentagem<br />
do seu salário que será confiscado e onde esse dinheiro<br />
será gasto.<br />
Sétima etapa: Você ainda não tem o direito<br />
de votar, mas agora tem a permissão de tentar<br />
influenciar aqueles 10 mil que podem. Você pode<br />
tentar persuadi-los a exercer seus poderes de<br />
determinada maneira.<br />
Oitava etapa: Os 10 mil concedem-lhe a si o direito<br />
de votar, mas apenas no caso em que haja um impasse<br />
na votação. Você vota, mas apenas no caso de existir<br />
um empate na eleição é que o seu voto é considerado<br />
como critério de desempate.<br />
Nona etapa: Você finalmente adquire o direito<br />
de votar sem qualquer restrição. Porém, em termos<br />
práticos, isso significa apenas que, assim como na<br />
oitava etapa, o seu voto realmente apenas valerá caso<br />
haja algum empate.<br />
A pergunta a ser feita é: Em que momento, entre a<br />
primeira e a nona etapa nesta história, deixou de ser<br />
o conto de um escravo? Em que momento você, o<br />
escravo, se tornou realmente livre?<br />
Você vive hoje na nona etapa. Você saberia dizer<br />
em qual etapa genuinamente deixou de ser um<br />
escravo?<br />
Este é o género de pergunta perturbadora e<br />
fundamental que é capaz de fazer qualquer pessoa<br />
repensar tudo aquilo que ele sempre foi ensinado sobre<br />
tributação, sociedade e governo. É o tipo de pergunta<br />
que, no mínimo, torna alguém bastante cético quanto<br />
a qualquer propaganda governamental que venha a<br />
ouvir dali em diante.<br />
E é justamente por isso que esta pergunta jamais é<br />
feita.<br />
Uma redução no número total de atos e de<br />
combinações disponíveis para esta incómoda pergunta<br />
– mesmo que ao a colocar não venha a perder a<br />
liberdade de fazer qualquer coisa específica tomada<br />
isoladamente, por exemplo, a Fuga ao Confisco, a<br />
revolta face à Ditadura Fiscal, que tão bem se retrata<br />
na Curva de Laffer é o desafio a que, como prometido,<br />
se regressará, com tempo e com a paciência de quem<br />
tem cada vez menos dinheiro, em análise na próxima<br />
crónica.<br />
Tagus promove seminário sobre inovação<br />
para empresas agro-alimentares<br />
A TAGUS – Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo<br />
Interior vai levar a cabo, em parceria com o Centro de Transferência<br />
de Tecnologia Alimentar INOV.LINEA, do TAGUSVALLEY<br />
– Tecnopolo do Vale do Tejo, um seminário sobre inovação para as<br />
empresas do sctor agro-alimentar. O evento vai decorrer no dia 20 de<br />
setembro, no Tecnopolo do Vale do Tejo, em Alferrarede (Abrantes).<br />
ATUALIDADE/Opinião<br />
FERNANDO CARDOSO DA CUNHA ADVOGADO<br />
MESTRE EM DIREITO DAS EMPRESAS [FDUC]<br />
Gali Macedo e Associados, Sociedade de Advogados, R.L.<br />
Apontamento sobre<br />
o despedimento<br />
por inadaptação<br />
1. A Lei n.º 23/<strong>2012</strong> de 25/06, que introduziu<br />
diversas alterações ao Código do Trabalho de 2009,<br />
remodelou significativamente a figura do despedimento<br />
por inadaptação – uma modalidade de despedimento<br />
que apesar de já estar consagrada no nosso ordenamento<br />
jurídico há mais de 20 anos (introduzida pelo DL N.º<br />
400/91, de 16/10), pouca ou nenhuma utilização tem tido<br />
na “vida prática”.<br />
2. Atendendo às “potencialidades” desta modalidade de<br />
despedimento, que o artigo 373.º do Código do Trabalho<br />
define como “a cessação do contrato de trabalho promovida<br />
pelo empregador e fundamentada em inadaptação<br />
superveniente do trabalhador ao posto de trabalho”, pode<br />
causar alguma perplexidade que os empregadores a votem ao<br />
esquecimento.<br />
Parece-nos que o regime de<br />
despedimento por inadaptação revela<br />
ainda um esquema muito complexo e<br />
exigente […], porém com um correto<br />
acompanhamento jurídico de todo o<br />
processo julgamos que o mesmo poderá<br />
vir a ter uma efetiva utilização prática.<br />
3. Na verdade, num mercado global e competitivo,<br />
é natural que surja, ciclicamente, evolução ao nível<br />
tecnológico: o que obriga as empresas a adaptarem as suas<br />
estruturas produtivas. Ora, tal renovação tecnológica será<br />
inoperante se os trabalhadores não conseguirem lidar/<br />
aplicar essas inovações, pelo que, nesse caso, o empregador<br />
terá à sua disposição trabalhadores “subaproveitados ou<br />
desocupados” – o que se revela oneroso, visto que terá<br />
que contratar mão de obra que consiga laborar no novo<br />
contexto tecnológico.<br />
4. Nesta ordem de ideias, atendendo às “muralhas da<br />
China” que por vezes se erigem no que concerne à cessação<br />
dos contratos de trabalho, a figura do despedimento por<br />
inadaptação – enquanto despedimento por causas objetivas<br />
e não por via de qualquer comportamento culposo - parece<br />
fazer todo o sentido. Porém, como já foi dito, com o quadro<br />
legal que tem vigorado a figura não tem tido utilização<br />
prática.<br />
5. Em traços largos, parece que a maior novidade inserida<br />
pela Lei n.º 23/<strong>2012</strong> de 25/06 no regime do despedimento<br />
por inadaptação é a possibilidade deste ocorrer mesmo que<br />
não tenham sido introduzidas modificações no posto de<br />
trabalho, alargando, assim, o âmbito do mesmo.<br />
6. Todavia, parece-nos que o regime de despedimento<br />
por inadaptação revela ainda um esquema muito complexo<br />
e exigente (especialmente quanto aos requisitos e<br />
procedimento) que pode, a um primeiro olhar, desencorajar<br />
o empregador a lançar mão dessa figura, porém com um<br />
correto acompanhamento jurídico de todo o processo<br />
julgamos que o mesmo poderá vir a ter uma efetiva utilização<br />
prática.
10 SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong><br />
ATUALIDADE/Opinião<br />
Adega Mayor inicia vindimas com oferta de experiências<br />
A Adega Mayor assinala este ano as vindimas<br />
com o lançamento de três programas de enoturismo,<br />
com o objetivo dar a oportunidade a todos<br />
os visitantes de serem enólogos por um dia,<br />
aprendendo os segredos da apanha da uva e da<br />
sua transformação em vinho. Mais informações e reservas desta proposta da empresa do grupo<br />
Nabeiro podem ser obtidas através do e-mail visitas@adegamayor.pt.<br />
CONSULTÓRIO<br />
LABORAL<br />
Trabalho numa empresa e há cinco anos que o meu horário<br />
de trabalho é de segunda a sexta-feira. Contudo, quase<br />
todas as semanas, o meu empregador solicita que preste<br />
duas horas de trabalho ao sábado, pagando esse trabalho<br />
a dobrar. Agora, o meu superior hierárquico informou-me<br />
que irei receber menos e trabalhar mais ao sábado. Isso é<br />
possível?<br />
A questão em apreço prende-se com a prestação de trabalho<br />
suplementar, seus limites e consequências. Em especial, a<br />
resposta à questão terá, necessariamente, de abordar os limites<br />
de prestação de trabalho suplementar em dia de descanso<br />
complementar, pois, ainda que a questão não esclareça,<br />
presume-se que, no caso em apreço, o sábado e o domingo<br />
sejam os dias de descanso do trabalhador, sendo o primeiro o<br />
complementar e o segundo o obrigatório.<br />
O trabalho suplementar é, nos termos do artigo 226º, nº 1, do<br />
Código do Trabalho, aquele que é “prestado fora do horário<br />
de trabalho”. Por sua vez, o horário de trabalho determina a<br />
hora de início e de termo do trabalho em cada dia, devendo<br />
ainda estabelecer os intervalos de descanso diários, tal como<br />
preceituado no art. 212.º e ss. do Código do Trabalho (CT).<br />
Conforme estabelece o artigo 227.º, n. º 1, do CT, o trabalho<br />
suplementar só pode ser prestado quando a empresa tiver de<br />
fazer face a um acréscimo eventual e transitório de trabalho<br />
e não se justifique a admissão de um trabalhador. Quando<br />
solicitada, a execução de trabalho suplementar é obrigatória<br />
para o trabalhador, salvo quando, havendo motivos atendíveis,<br />
este expressamente requeira a sua dispensa.<br />
O empregador deve ter um registo de trabalho suplementar onde<br />
são anotadas as horas prestadas neste regime. Do registo devem<br />
constar a indicação expressa do fundamento da prestação de<br />
trabalho suplementar e os períodos de descanso compensatório<br />
gozados pelo trabalhador. Sublinhe-se que a violação desta<br />
obrigação confere ao trabalhador, por cada dia em que tenha<br />
prestado atividade fora do horário de trabalho, o direito a<br />
retribuição correspondente a duas horas de trabalho suplementar.<br />
O trabalho suplementar está sujeito, por trabalhador, aos<br />
seguintes limites:<br />
No caso de microempresa ou pequena empresa, cento e setenta<br />
e cinco horas por ano;<br />
No caso de média ou grande empresa, cento e cinquenta horas<br />
por ano;<br />
No caso de trabalhador a tempo parcial, oitenta horas por<br />
ano ou o número de horas correspondente à proporção entre<br />
o respetivo período normal de trabalho e o de trabalhador a<br />
tempo completo em situação comparável, quando superior;<br />
Em dia normal de trabalho, duas horas;<br />
Em dia de descanso semanal, obrigatório ou complementar,<br />
ou feriado, um número de horas igual ao período normal de<br />
RICARDO MEIRELES VIEIRA<br />
ADVOGADO GABINETE DE ADVOGADOS ANTÓNIO VILAR,<br />
LUÍS CAMEIRÃO & ASSOCIADOS<br />
avlc@avlc-advogados.com www.avlc-advogados.com<br />
Os limites do trabalho suplementar<br />
PHC Software fornece Frutas Ernesto<br />
A PHC Software, fabricante nacional de aplicações, foi a fornecedora<br />
das soluções de gestão para a Frutas Ernesto, uma empresa,<br />
fundada em Estarreja em dezembro de 1992, que se dedica ao<br />
comércio de fruta e legumes, que implementou a solução PHC<br />
Advanced CS. “Tínhamos necessidade de ter mais fiabilidade,<br />
mais rapidez e um software cuja formação fosse fácil”, refere Sérgio<br />
Costa, administrador de sistemas da Frutas Ernesto.<br />
trabalho diário;<br />
Em meio dia de descanso complementar, um número de horas<br />
igual a meio período normal de trabalho diário.<br />
Quanto ao pagamento pela prestação de trabalho suplementar,<br />
o artigo 268.º CT estabelecia, até à entrada em vigor da última<br />
revisão do Código do Trabalho, que o trabalho suplementar<br />
prestado em dia de descanso semanal era pago pelo valor da<br />
retribuição horária com um acréscimo de 100% por cada hora<br />
ou fração.<br />
Contudo, com a entrada em vigor da Lei n.º 23/<strong>2012</strong>, de<br />
25 de junho, que procedeu à terceira alteração ao Código do<br />
Trabalho, o acréscimo retributivo pela prestação de trabalho<br />
suplementar foi alterado. Assim, a partir de 1 de agosto de<br />
<strong>2012</strong>, o trabalho suplementar é pago pelo valor da retribuição<br />
horária com os seguintes acréscimos:<br />
25 % pela primeira hora ou fração desta e 37,5 % por hora ou<br />
fração subsequente, em dia útil;<br />
50 % por cada hora ou fração, em dia de descanso semanal,<br />
obrigatório ou complementar, ou em feriado.<br />
Note-se que, de acordo com o preceituado no n.º 4 do<br />
artigo 7.º da Lei n.º 23/<strong>2012</strong>, estas reduções irão vigorar<br />
imperativamente durante dois anos, independentemente<br />
do que os contratos de trabalho ou instrumentos de<br />
regulamentação coletiva de trabalho estabeleçam. Ou seja,<br />
até agosto de 2014, os acréscimos retributivos pela prestação<br />
de trabalho suplementar serão os supra mencionados, ainda<br />
que acordos coletivos de trabalho ou os contratos de trabalho<br />
disponham de forma distinta.<br />
Decorrido este prazo de dois anos sem que as referidas<br />
disposições ou cláusulas tenham sido alteradas, os montantes<br />
por elas previstos são reduzidos para metade, não podendo,<br />
porém, ser inferiores aos estabelecidos pelo Código do<br />
Trabalho.<br />
Outra das alterações trazidas pela Lei n.º 23/<strong>2012</strong> foi a<br />
supressão do descanso compensatório na eventualidade de<br />
prestação de trabalho suplementar em dia de descanso semanal<br />
complementar. Com efeito, até agosto de <strong>2012</strong>, a prestação<br />
de trabalho suplementar em dia de descanso complementar<br />
conferia ao trabalhador o direito a um descanso compensatório<br />
correspondente a 25% das horas de trabalho suplementar<br />
realizadas. No entanto, a partir do passado mês, o trabalhador<br />
que presta trabalho suplementar não tem direito a qualquer<br />
descanso compensatório.<br />
Em suma, no caso em apreço, caso seja solicitado, o trabalhador<br />
deverá prestar trabalho suplementar ao sábado, o qual se<br />
presume ser o seu dia de descanso semanal complementar.<br />
O trabalho prestado nesse dia será pago com um acréscimo<br />
retributivo de 50% por cada hora ou fração e o trabalhador<br />
pode prestar até 8 horas de trabalho (isto é, um número igual<br />
ao do período normal de trabalho diário).<br />
SEGUNDA EDIÇÃO DO CONCURSO NACIONAL ESTÁ ABERTA A JOVENS DE TODO O PAÍS<br />
Sonae promove ideia de negócio<br />
A Sonae vai premiar os estudantes ou<br />
recém-licenciados que apresentem a melhor<br />
ideia de negócio para a sua área de<br />
retalho, no âmbito da segunda edição do<br />
“Concurso de Ideias e Planos de Negócio<br />
Arrisca.C <strong>2012</strong>”. A iniciativa enquadra-<br />
-se na política de Open Inovation da<br />
Sonae e pretende estimular os jovens a<br />
desenvolver uma atitude empreendedora.<br />
Os interessados podem submeter as suas<br />
ideias até ao próximo dia 15 de outubro.<br />
A melhor ideia será conhecida durante o<br />
mês de dezembro e os seus promotores<br />
receberão prémios no valor total de 3000<br />
euros.<br />
As candidaturas podem ser apresentadas<br />
individualmente ou por equipas até<br />
cinco elementos, em que pelo menos um<br />
dos promotores seja estudante ou recém-<br />
-diplomado há menos de três anos de<br />
qualquer instituição de ensino superior.<br />
João Günther Amaral, diretor de Inovação<br />
de Sonae, recorda a importância da<br />
inovação e da aproximação entre empresas<br />
e universidades. “A Sonae aposta<br />
numa estratégia de inovação aberta à<br />
comunidade que pretende envolver os<br />
jovens universitários no processo de inovação,<br />
ao mesmo tempo que estimula a<br />
sua criatividade e fomenta o empreen-<br />
dedorismo. Temos trabalhado em parceria<br />
com universidades nacionais, com<br />
o objetivo de estimular a aquisição de<br />
conhecimento e impulsionar uma maior<br />
aproximação entre o ensino e as empresas,<br />
permitindo uma maior adequação<br />
do perfil formativo às necessidades do<br />
mercado e desenvolvendo projetos que<br />
potenciem a implementação de novas soluções<br />
nos negócios”, disse.<br />
As ideias devem ser enviadas para o correio<br />
eletrónico geral@arrisca-c.pt, acompanhadas<br />
do formulário de candidatura<br />
que está disponível em http://www.uc.pt/<br />
gats/projectos/Arrisca_C_<strong>2012</strong>.<br />
A INSOLVÊNCIA<br />
DAS PESSOAS<br />
SINGULARES<br />
ANA LÚCIA MONTEIRO<br />
ADMINISTRADORA DE INSOLVÊNCIA<br />
aluciamonteiro.insolvencias@gmail.com<br />
A insolvência<br />
das pessoas singulares<br />
Trabalho numa empresa do ramo automóvel e<br />
com horas extras recebo cerca de 1300 H/mês.<br />
Sou divorciado e sem filhos. O que acontece<br />
aos meus rendimentos, no caso de pedirem a<br />
minha insolvência?<br />
Se pedirem a sua insolvência e sendo concedida<br />
a Exoneração do Passivo Restante (EPR), a<br />
qual deve ser feita a seu pedido, vai, com toda a<br />
certeza, ver os seus rendimentos diminuídos.<br />
Face ao estado atual do mercado de trabalho, o<br />
seu rendimento é visto como elevado, ainda para<br />
mais tratando-se de uma pessoa sem encargos<br />
com outros membros de família.<br />
Na verdade, o leitor ganha quase o<br />
correspondente a três ordenados mínimos<br />
nacionais que, pese embora ser do seu sacrifício e<br />
aplicação ao trabalho, não o é menos para com os<br />
credores para quem é devedor.<br />
No caso dos particulares, o processo de<br />
insolvência quase nunca importa benefícios aos<br />
credores, pois para os insolventes singulares existe<br />
sempre a possibilidade de, caso se reúnam as<br />
condições legais, obterem a graça da isenção do<br />
pagamento das dívidas.<br />
Porquanto, preferem os credores,<br />
individualmente, tentar o ressarcimento dos seus<br />
créditos pelas vias comuns, ou seja, através de<br />
acções executivas, onde poderão penhorar bens<br />
ou contas ordenado ou mesmo, antes destas<br />
diligências judiciais, encetarem com o “massacre”<br />
dos constantes telefonemas, cartas e ameaças,<br />
postura corrente por parte de entidades bancárias<br />
e financeiras.<br />
Para os insolventes singulares<br />
existe sempre a possibilidade<br />
de, caso se reúnam as condições<br />
legais, obterem a graça da isenção<br />
do pagamento das dívidas<br />
Com efeito, o instituto da EPR é um “perdão”<br />
que a lei concede à pessoa humana (não empresa),<br />
face aos erros cometidos, como, por exemplo, o<br />
recurso desgovernado à banca, de modo a que<br />
possa reiniciar a sua vida com a convicção de<br />
aprender a lição para futuro.<br />
No entanto, para que se venha a obter aquele<br />
“perdão”, precisa a pessoa de ficar “presa” durante<br />
5 anos a pagar, mensalmente, a parte monetária<br />
que o Tribunal entender como necessária para se<br />
ir amortizando algum valor aos credores.<br />
Para tanto, será fixada ao devedor a quantia<br />
considerada como razoável, para o que se atende<br />
ao ganho médio do cidadão comum e, tida como<br />
imprescindível para prover às suas necessidades de<br />
sobrevivência básica; ou seja, deverá o leitor fazer<br />
prova, no processo, das despesas mensais fixas e<br />
variáveis, mas indispensáveis ao seu sustento.<br />
Assim, se por acaso algum credor optar pela via<br />
da sua insolvência, irá ver, com toda a certeza, o<br />
seu salário ficar, substancialmente, diminuído,<br />
não obstante ter sempre direito ao montante<br />
correspondente a um salário mínimo nacional,<br />
sendo que§ o que lhe ficar fixado acima desse<br />
valor já terá que ver com a referida prova das<br />
despesas a que o Tribunal atenderá.
SALVADOR NOBRE DA VEIGA (XTB) CONSIDERA<br />
“Medidas de estímulos nos Estados<br />
unidos são improváveis”<br />
AQUILES PINTO<br />
aquilespinto@vidaeconomica.pt<br />
SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong> 11<br />
RentingPoint tem nova imagem e mais funcionalidades<br />
A possibilidade de a Reserva Federal<br />
norte-americana apresentar “medidas de<br />
estímulos são improváveis”, disse à “<strong>Vida</strong><br />
<strong>Económica</strong> Salvador Nobre da Veiga, account<br />
manager da corretora XTB. Recorde-<br />
-se que, nas últimas semanas, os analistas de<br />
mercado têm admitido a possibilidade de<br />
o presidente do banco central dos Estados<br />
Unidos, Ben Bernanke, anunciar um novo<br />
programa de monetização. “A especulação<br />
em torno de um anúncio de um novo QE<br />
[Quantitative Easing] acaba por ter bases<br />
sobretudo quando considerado o que foi<br />
dito nas últimas minutas da FED, onde esta<br />
admitiu a recetividade a mais programas de<br />
monetização”, referiu Nobre da Veiga.<br />
O mesmo especialista salienta, no entanto,<br />
que “algumas incoerências e alguns fatores<br />
que levam a acreditar que Bernanke<br />
não anuncie qualquer tipo de medida”. A<br />
primeira razão apontada pelo account manager<br />
da XTB é que os mercados acionistas<br />
“encontram-se em máximos desde 2008 e<br />
até bastante próximos de máximos absolutos”.<br />
O setor da construção perde cerca de<br />
90 postos de trabalho por hora. E a situação<br />
está para durar, na ótica da Federação<br />
Portuguesa da Indústria da Construção e<br />
Obras Públicas (FEPICOP), já que não<br />
há sinais de inversão da má conjuntura<br />
económica e medidas de apoio que minorem<br />
os efeitos decorrentes deste cenário.<br />
A mais recente análise de conjuntura da<br />
federação aponta novas quebras relativas<br />
à carteira de encomendas, às perspetivas<br />
de evolução do emprego e à confiança<br />
dos empresários do setor, as quais registaram<br />
variações negativas na ordem dos<br />
dois dígitos. “A péssima situação do setor<br />
nacional ao nível das obras em carteira é<br />
confirmada pela Comissão Europeia, que<br />
confirmou, em junho, o agravamento da<br />
tendência de redução deste indicador. O<br />
número de pessoas desempregadas oriundas<br />
desta indústria atingiu então um máximo<br />
– crescimento de quase 30% face a<br />
2011 - sendo que o peso do emprego da<br />
construção no total do emprego caiu significativamente<br />
nos últimos 10 anos, de<br />
12% para 8,3%”, adianta aquela estrutura<br />
patronal.<br />
A situação financeira das empresas,<br />
condicionada pelas dificuldades de financiamento,<br />
atrasos nos pagamentos e<br />
quebras nas vendas de imóveis, apresen-<br />
O portal de aluguer RentingPoint passou a contar com uma nova<br />
imagem im e com mais funcionalidades. É disponibilizada aos utilizadores<br />
d uma vasta gama de produtos para alugar, desde automóveis<br />
até a<br />
produtos domésticos. O site conta com novas funcionalidades,<br />
como pesquisa de produtos, georreferenciação, interação com o<br />
facebook, produtos relacionados e sistema de avaliação.<br />
Outro fator enumerado por Salvador Nobre<br />
da Veiga é a pressão inflacionária que a<br />
economia norte-americana tem experimentado,<br />
onde os custos energéticos (a gasolina<br />
encontra-se quase em máximos absolutos) e<br />
dos produtos alimentares têm aumentado.<br />
“Ora, um novo QE iria exponenciar mais<br />
ainda estas pressões inflacionárias e, estando<br />
o país na iminência de eleições, não parece<br />
que se corra o risco de uma medida desta<br />
importância possa colocar em causa a reeleição<br />
de Obama. A verdade é que os republicanos<br />
têm apontado a FED como uma<br />
das origens no aumento do custo de vida<br />
dos americanos, vendo os benefícios por<br />
parte das medidas da FED recaírem apenas<br />
nas grandes instituições e não no cidadão<br />
comum. Com as sondagens a mostrar uma<br />
aproximação de Romney a Obama nas intenções<br />
de voto, tal medida poderia causar<br />
uma maior aproximação ou até ultrapassagem<br />
por parte do candidato republicano”,<br />
analisa a nossa fonte.<br />
Por fim, a nossa fonte defende que as características<br />
do programa e a forma como<br />
se processa acabam por impor um limite<br />
prático.<br />
“A Reserva Federal utiliza o dinheiro<br />
entretanto impresso para comprar Treasuries<br />
(títulos de dívida governamentais) aos<br />
bancos. Retirar do balanço dos bancos os<br />
seus melhores ativos em termos de colateral<br />
acaba por prejudicar a capacidade destes<br />
em gerar lucros nas suas carteiras de negociação,<br />
o que, atendendo às atuais taxas de<br />
juro – praticamente a zero –, acaba por ser<br />
dos únicos rendimentos para os bancos”, refere<br />
Nobre da Veiga. “Somente uma queda<br />
do mercado acionista poderia incentivar a<br />
FED a lançar novos programas, o que acaba<br />
por ser um paradoxo curioso do próprio<br />
mercado, este sobe apenas com a expectativa<br />
de que a FED intervenha no caso da sua<br />
performance se deteriorar”, remata.<br />
Setor da construção perde 90 empregos<br />
por hora<br />
A situação da construção<br />
nacional é confirmada<br />
pela própria Comissão<br />
Europeia<br />
GesArrenda chega à cidade do Porto<br />
A GesArrenda, empresa de gestão de arrendamentos de baixo<br />
custo, chegou ao Porto, instalando-se na zona da Boavista. Em<br />
apenas oito meses, a marca tornou operacionais oito espaços<br />
em regime de franchising, presente em Lisboa, Setúbal e Porto.<br />
Está a decorrer o processo de angariação um pouco por<br />
todo o país, pelo que estão previstas novas aberturas no breve prazo.<br />
“Somente uma queda do<br />
mercado acionista poderia<br />
incentivar a FED a lançar<br />
novos programas”<br />
Não há sinais de inversão da má conjuntura económica atual e não se perspetivam medidas de<br />
apoio à indústria da construção, principal responsável pela criação de postos de trabalho.<br />
ta desde o início do ano uma “evolução<br />
preocupante”, a que não é alheia a vaga<br />
de falências que tem afetado o setor da<br />
construção. Desde janeiro, cerca de 870<br />
construtoras fecharam as portas. As restrições<br />
no crédito à habitação levaram a<br />
uma queda dramática de mais de 71%<br />
na procura, ficando-se em pouco mais de<br />
800 milhões de euros.<br />
ATUALIDADE<br />
Exportações<br />
do setor metalúrgico<br />
e metalomecânico<br />
aumentam 9%<br />
As exportações do setor metalúrgico e<br />
metalomecânico cresceram 8,9% no primeiro<br />
semestre de <strong>2012</strong> face a igual período<br />
do ano passado, enquanto as importações<br />
decresceram 19,3%, de acordo com os dados<br />
da Associação dos Industriais Metalúrgicos,<br />
Metalomecânicos e Afins de Portugal<br />
(AIMMAP). Na análise isolada ao mês de<br />
junho, os dados daquela entidade indicam<br />
um crescimento das exportações de 4,8%,<br />
para 1113 milhões de euros, face ao mês homólogo<br />
de 2011. Já quanto às importações,<br />
ainda com referência ao mesmo mês de<br />
junho de <strong>2012</strong>, verifica-se que houve uma<br />
diminuição de 12% face a junho de 2011.<br />
Estas informações resultam de uma<br />
análise que a AIMMAP efetuou sobre o<br />
comércio internacional, com natural incidência<br />
no setor metalúrgico e metalomecânico.<br />
“A principal conclusão resultante<br />
do estudo é a de que o crescimento das<br />
exportações do setor tem continuado a<br />
verificar-se de forma sustentada ao mesmo<br />
tempo que as importações de produtos<br />
e equipamentos metalúrgicos e metalomecânicos<br />
mantêm uma forte trajetória<br />
descendente. Um segundo dado relevante<br />
consubstancia-se no facto de a estratégia<br />
de diversificação de destinos continuar a<br />
surtir efeito, reduzindo-se de forma gradual<br />
a dependência das exportações do setor<br />
face aos seus mercados tradicionalmente<br />
mais importantes, todos eles localizados<br />
no espaço da União Europeia. Finalmente,<br />
resulta ainda do estudo que, embora continuando<br />
a aumentar as exportações, o ritmo<br />
desse crescimento começa a abrandar.<br />
Não sendo um dado inquietante, importa<br />
em todo o caso tê-lo presente”, refere a associação<br />
em comunicado.<br />
Analisados estes dados globais do primeiro<br />
semestre, constata-se que, embora<br />
residualmente, o volume das exportações<br />
foi nesse período de tempo superior ao<br />
das importações. “Efetivamente, há um<br />
pequeno saldo positivo de nove milhões<br />
euros, o qual, embora quase irrelevante<br />
em termos absolutos, indicia de forma clara<br />
uma situação de equilíbrio da balança<br />
comercial nunca antes observada no setor<br />
e até mesmo na globalidade da economia<br />
portuguesa”, indica a AIMMAP.<br />
De acordo com a mesma entidade, as<br />
principais causas para a evolução positiva<br />
das exportações são o aumento da “agressividade<br />
comercial” das empresas nacionais,<br />
assim como a já referida diversificação dos<br />
mercados-alvo, “a qual permitiu que o aumento<br />
percentual das vendas ao exterior<br />
para fora da União Europeia tenha sido<br />
no semestre aqui em referência de praticamente<br />
50%”.Já no que se refere à diminuição<br />
das importações, a principal razão para<br />
tal facto decorre, segundo a AIMMAP, da<br />
“forte quebra do consumo” no nosso país.<br />
“Em segundo lugar, com menor peso mas<br />
ainda assim com relevância, foi importante<br />
para essa redução alguma substituição de<br />
importações por produtos fabricados em<br />
Portugal”, remata a associação.
12 SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong><br />
ATUALIDADE<br />
Economista do Banco Mundial explica<br />
distribuição de riqueza em livro<br />
O economista e investigador do Banco Mundial Branko Milanovic lançou<br />
um livro em que aborda a distribuição de riqueza e o conceito de desigualdades.<br />
Editado em Portugal pela Bertrand, “Ter ou não ter” explora,<br />
através da história, literatura e jornais atuais, uma das maiores divisões da<br />
nossa vida social: o que separa os que têm dos que não têm.<br />
CAP sugere redução<br />
FRANCISCO JAIME QUESADO<br />
Especialista em Estratégia, Inovação<br />
da despesa pública à “troika”<br />
e Competitividade<br />
Portugal tem muito rapidamente<br />
A Confederação considera que a solução terá de ser encontrada através da redução da despesa e não pela imposição de novas medidas<br />
de austeridade ou pelo aumento de impostos.<br />
A Confederação dos Agricultores<br />
de Portugal (CAP) reuniu esta semana<br />
com a delegação da “troika” que se<br />
encontra em Portugal para avaliar o<br />
processo de implementação do programa<br />
de assistência financeira ao<br />
nosso país. No âmbito do encontro,<br />
a CAP comunicou aos representantes<br />
da “troika” a sua apreciação geral<br />
quanto ao estado da nossa economia<br />
e apresentou a sua posição relativamente<br />
a matérias específicas que condicionam<br />
a agricultura em particular<br />
e o setor produtivo de uma forma<br />
genérica.<br />
CORTES<br />
A Confederação<br />
manifestou-se contra a<br />
hipótese de estabelecer<br />
um corte nos subsídios<br />
no setor privado<br />
FINANCIAMENTO<br />
Acesso “não é apenas um<br />
problema de tesouraria e<br />
de gestão corrente”<br />
Para a CAP, o Governo tem vindo<br />
a demonstrar o seu empenho na redução<br />
do défice e o país está a cumprir<br />
os compromissos que assumiu<br />
no quadro do referido programa de<br />
assistência. Perante as dificuldades<br />
acrescidas no cumprimento da meta<br />
do défice estabelecida para este ano,<br />
a Confederação considera que a solução<br />
para esse problema terá de ser<br />
encontrada através da redução da<br />
despesa e não pela imposição de novas<br />
medidas de austeridade ou pelo<br />
aumento de impostos, sob pena de<br />
termos de enfrentar uma situação<br />
dramática, com um abrandamento<br />
brutal da economia e um agravamento<br />
do desemprego.<br />
A Confederação manifestou-se contra<br />
a hipótese de estabelecer um corte<br />
do subsídio de natal ou do subsídio<br />
de férias dos trabalhadores do setor<br />
privado, uma vez que, além de não<br />
diminuir a despesa do Estado, possui<br />
um potencial acrescido de reduzir<br />
ainda mais as suas receitas, ao contribuir<br />
para agravar a queda do consumo<br />
interno e a situação das empresas que<br />
dele carecem para subsistir.<br />
No que concerne às questões setoriais,<br />
a CAP frisou que o aumento<br />
das exportações e do investimento<br />
que tem vindo a verificar-se no setor<br />
agrícola está neste momento em risco.<br />
Com efeito, se a um ano conjunturalmente<br />
difícil para a agricultura<br />
portuguesa, tendo em conta a seca<br />
que ainda subsiste, acrescentarmos<br />
uma eventual não resolução do problema<br />
de acesso ao crédito por parte<br />
das empresas agrícolas, assim como<br />
por parte de todo o setor produtivo<br />
nacional, o risco de perdermos o contributo<br />
que a agricultura está a dar ao<br />
aumento das exportações é francamente<br />
considerável.<br />
Com efeito, o acesso ao crédito<br />
pelos empresários agrícolas não é<br />
Senda selecionada para obra no Qatar<br />
A Senda foi escolhida para equipar uma importante obra em<br />
Doha, no Qatar, o novo complexo desportivo com a designação<br />
Lekhwiya, numa área total de quase 20 mil m2. Numa fase<br />
inicial, caberá à empresa fornecer todos os sanitários em aço<br />
inoxidável e acessórios de casa de banho para o estádio oficial<br />
daquele clube.<br />
apenas um problema de tesouraria<br />
e de gestão corrente dos negócios, é<br />
fundamental para que os agricultores<br />
invistam e esgotem a aplicação dos<br />
fundos do Proder. A eventualidade<br />
de não existir crédito disponível, em<br />
volume e em juro compatível com<br />
as necessidades, compromete a recuperação<br />
da agricultura, tendo em<br />
conta que se trata de um setor com<br />
investimentos a longo prazo, os quais<br />
não suportam a persistência de uma<br />
situação de inacessibilidade de crédito<br />
e de taxas de juro extremamente<br />
elevadas.<br />
Para além disso, a CAP considera<br />
que o Estado português terá de<br />
criar mecanismos internos de controlo<br />
dos custos dos combustíveis<br />
e da energia, fatores cruciais para a<br />
produção agrícola, e ter em conta<br />
que o aumento das taxas camarárias,<br />
nomeadamente para o máximo legal<br />
em cerca de cem municípios sujeitos<br />
ao programa de desendividamento,<br />
constitui na prática já um aumento<br />
de impostos.<br />
A Confederação chamou ainda a<br />
atenção para a necessidade de ser implementado<br />
um sistema de seguros<br />
agrícolas eficaz, nomeadamente tendo<br />
em conta que existe uma diretiva<br />
comunitária nesse sentido. Assim, o<br />
Governo deverá retomar o quanto<br />
antes a reformulação do sistema de<br />
seguros, no sentido de evitar novas<br />
comparticipações e apoios do Estado<br />
em caso de calamidade, o que na actual<br />
conjuntura financeira poderá vir<br />
a revelar-se particularmente comprometedor<br />
para o país.<br />
que reforçar as suas opções no exterior<br />
A nova economia<br />
aberta<br />
A aposta, que nos últimos anos se tem consolidado,<br />
de reforço de uma “nova economia aberta” constitui a<br />
melhor evidência do impacto que a “partilha permanente<br />
do conhecimento” tem que ter na construção duma<br />
plataforma social mais competitiva mas seguramente<br />
mais coesa do ponto de vista social e humano. Apostar<br />
numa nova economia aberta é, desta forma, um ato de<br />
primazia à inovação e conhecimento, mas sem esquecer<br />
a capacidade inclusiva que as novas tecnologias têm que<br />
saber propiciar a uma sociedade cada vez mais complexa.<br />
Não se pode conceber o desígnio estratégico da<br />
competitividade sem atender à dimensão essencial<br />
da coesão social, fator central do equilíbrio do<br />
desenvolvimento e da justiça entre os diferentes<br />
segmentos da sociedade civil. Quando se fala da “nova<br />
economia aberta”, mais do que relevar a novidade que<br />
os instrumentos da informação e do conhecimento<br />
protagonizam em termos de qualidade, eficácia e<br />
modernidade, o que está claramente em jogo é a<br />
capacidade de renovar através deste novo paradigma a<br />
“sociedade global” que Karl Popper tanto defendeu na<br />
sua intervenção política.<br />
A afirmação de Portugal em economia aberta constitui<br />
um claro desafio a um compromisso mais do que<br />
necessário entre competitividade e coesão social, voltado<br />
para os desafios estratégicos que se colocam à região.<br />
Importa, no quadro da evolução global de Habermas,<br />
reforçar a identidade dos territórios e das organizações.<br />
A força estratégica da História e de “marcas centrais”<br />
como os oceanos para a marketização internacional da<br />
região é um ativo consolidado e através da viagem ao<br />
longo do país isso aparece-nos reforçado. Trata-se de<br />
fazer da identidade um fator de diferenciação qualitativa<br />
estratégica numa rede global que valoriza cada vez mais<br />
estes novos ativos.<br />
No quadro competitivo da nova economia aberta,<br />
Portugal tem que passar a integrar efetivamente as<br />
redes internacionais de excelência e competitividade.<br />
Só sobrevive ao desafio global quem souber consolidar<br />
mecanismos de sustentabilidade estratégica de valor e<br />
aqui os atores do conhecimento no nosso território têm<br />
que apresentar dinâmicas de posicionamento. O jogo<br />
da nova economia aberta implica dominar o paradigma<br />
da Informação. Na sociedade aberta do conhecimento,<br />
o jogo da informação é central na consolidação de<br />
plataformas de competitividade e na melhoria dos<br />
padrões de coesão social.<br />
Na nova economia aberta, o investimento é a porta<br />
do futuro. Não o investimento a qualquer preço.<br />
O investimento no conhecimento, nas pessoas, na<br />
diferença. Um ato de qualificação positiva, mas de clara<br />
universalização. É essa a mensagem da aposta no terreno.<br />
Quando se consolida o trabalho de cooperação ao longo<br />
da região, envolvendo tudo e todos, está-se claramente<br />
a fazer Investimento no futuro do território. A fazer das<br />
pessoas verdadeiros atores do conhecimento capazes de<br />
agarrar o complexo desafio das redes do futuro, onde a<br />
Inovação se assume como um acelerador de mudança.<br />
Projetar o futuro através da nova economia aberta é<br />
um ato de mudança. Construir plataformas de excelência<br />
e competitividade ao longo da região é dar um sinal<br />
positivo perante os novos desafios. Não a qualquer preço.<br />
Com as pessoas. Para as pessoas. A competitividade que<br />
a nova economia aberta implica não pode ser construída<br />
a qualquer preço. Deve-se assumir como um verdadeiro<br />
compromisso que a sociedade portuguesa assume com o<br />
futuro que é já hoje.
SAÚDE<br />
TERESA SILVEIRA<br />
teresasilveira@vidaeconomica.pt<br />
SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong> 13<br />
Paulo Maló abre na América Latina<br />
e estuda Moscovo, Paris, Frankfurt e Índia<br />
O empresário Paulo Maló está a investir<br />
na América Latina (do México ao Peru),<br />
onde prevê abrir 12 clínicas de implantologia.<br />
A primeira inauguração vai acontecer<br />
em novembro, em Bogotá (Colômbia).<br />
Será, segundo o empresário, “a clínica de<br />
implantologia dentária mais sofisticada<br />
e avançada do país. O investimento por<br />
clínica é de cinco milhões de euros e far-<br />
-se-á em parceria com o grupo Sonría e os<br />
empresários colombianos ligados ao setor<br />
da saúde e à banca Mário Pacheco e Daniel<br />
Carvajal, revelou à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”<br />
Paulo Maló, CEO do grupo. O financiamento<br />
será assegurado localmente.<br />
Nesta entrevista, o médico dentista<br />
adianta que “este é um projeto bastante interessante”<br />
e que o seu objetivo é “instalar<br />
uma clínica Maló em cada capital da América<br />
Latina”, com exceção da Argentina e<br />
do Brasil (onde o grupo já está instalado).<br />
O sucesso do investimento, diz, “é garantido”,<br />
uma vez que “os parceiros são muito<br />
fortes”, detendo já na região “uma rede de<br />
100 clínicas dentárias”.<br />
Com este negócio, o dentista Paulo<br />
Maló exporta para a América Latina o seu<br />
‘know-how’ enquanto criador de técnicas<br />
cirúrgicas e produtos patenteados tidos<br />
como inovadores, nomeadamente a técnica<br />
“All-on-4”, o “Extra-Maxilla Zigomático”,<br />
o implante “NobelSpeedy” e a prótese<br />
fixa “Malo Clinic Bridge”. Procedimentos<br />
que “permitem a reabilitação de desdentados<br />
totais sem recorrer a transplante ósseo<br />
em apenas um dia”.<br />
Moscovo, Paris, Frankfurt e Índia<br />
nos próximos seis meses<br />
Em paralelo com o plano de expansão<br />
para a América Latina, Paulo Maló não<br />
pára de explorar em novas geografias. Nesta<br />
entrevista à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”, realizada<br />
no oitavo piso da “mais bem sucedida<br />
clínica Maló em Portugal”, no Porto, onde<br />
está instalado vai para dois anos, o médico<br />
dentista não hesita em assumir: “somos,<br />
neste momento, a empresa da área da saúde<br />
com maior posicionamento e distribuição<br />
geográfica no mundo. Temos 22 clínicas<br />
em 16 países e em todos os continentes<br />
e, ultimamente, temos sido contactados<br />
quase semanalmente por grandes grupos<br />
económicos que estão ou que querem entrar<br />
na área da saúde”.<br />
“Estamos num ritmo meteórico”, acrescenta<br />
Paulo Maló, revelando que acabam<br />
de ser “contactados por um grupo fortíssimo<br />
russo, que quer uma Malo Clinic em<br />
Moscovo”. A par disso, “tivemos contactos<br />
com investidores franceses que querem<br />
levar uma Malo Clinic para Paris”, tendo<br />
ainda tido reuniões com “investidores alemães<br />
muito fortes que querem levar uma<br />
Malo Clinic para Frankfurt”.<br />
Malo Clinic define “plano<br />
estratégico” para o Japão,<br />
está “em negociações” para a<br />
Califórnia e abre em Sidney<br />
“no início de 2013”<br />
Falta ainda contabilizar o recentíssimo<br />
contacto do médico dentista português<br />
com “um investidor muito forte na área da<br />
saúde que quer levar uma Maló Clinic para<br />
a Índia”. “Ainda não sabemos em que cidade<br />
a clínica deverá ser instalada, mas será<br />
seguramente em Bombaim ou Nova Deli<br />
ou em Bangalore”, explicou Paulo Maló,<br />
lembrando que tudo “isto mostra bem a<br />
dimensão e a credibilidade que temos”.<br />
Crescimento de 3% a 4% em <strong>2012</strong><br />
“Curiosamente, não houve nenhum<br />
português a contactar-nos” para novos investimentos,<br />
diz, irónico, Paulo Maló, corrigindo<br />
logo a seguir que, “por acaso”, os<br />
investidores franceses até são “emigrantes<br />
portugueses”.<br />
Questionado sobre prazos, Paulo Maló<br />
explicou à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>” que, “para<br />
já, não está nada fechado, mas durante o<br />
próximo ano há 99% de hipóteses de que<br />
essas quatro clínicas vão aparecer”, explicando<br />
que, a exemplo da América Latina,<br />
o financiamento será partilhado e garantido<br />
localmente. Em Portugal, diz, “qual-<br />
Europa assinala Dia Mundial da Saúde Oral <strong>2012</strong><br />
De forma a comemorar o Dia Mundial da Saúde Oral, que se assinala<br />
no dia 12 de setembro, a Plataforma Europeia “Better Oral<br />
Health” organizou esta quarta-feira, 5 de setembro, em Bruxelas, o<br />
primeiro encontro europeu dedicado ao setor. No evento, que contou<br />
com vários especialistas e responsáveis políticos, foi apresentado<br />
o mais recente relatório sobre o estado da saúde oral na Europa.<br />
A Malo Clinic destina, anualmente, um milhão de euros à responsabilidade social (400 mil<br />
euros só para o projeto “Portugal a Sorrir”) e, “até ao final de 2013, 50% da faturação virá<br />
da exportação”, revelou Paulo Maló.<br />
quer financiamento só é possível com garantias<br />
bancárias que custam muito caro”.<br />
Com seis clínicas em Portugal - Lisboa,<br />
Porto, Coimbra, Almada, Portimão<br />
e Funchal (esta ainda em construção) -, a<br />
faturação da Malo Clinic ascendeu aos 47<br />
milhões de euros em 2011 (36 milhões só<br />
em Portugal). Para <strong>2012</strong>, Paulo Maló espera<br />
“um crescimento entre 3% e 4%, o que<br />
é excelente”.<br />
PUB
14 SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong><br />
SAÚDE<br />
ISCSP debate políticas públicas de envelhecimento<br />
O Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) e a<br />
Fundação D. Pedro IV organizam, nos dias 9 e 10 de Novembro,<br />
uma conferência internacional sobre “Políticas públicas de envelhecimento”.<br />
O objetivo é promover a investigação no domínio<br />
das ciências sociais e políticas sobre a temática do envelhecimento,<br />
com enfoque na preservação e rentabilização do capital humano.<br />
COORDENADOR DO GRUPO TÉCNICO PARA A REFORMA HOSPITALAR DEFENDE<br />
Gestores hospitalares que não cumprem<br />
objetivos devem ser demitidos<br />
TERESA SILVEIRA<br />
teresasilveira@vidaeconomica.pt<br />
“Não há razão para nos<br />
defrontarmos com falta<br />
de médicos em algumas<br />
regiões quando os temos<br />
em excesso em outras”,<br />
garante o gestor que<br />
coordenou o grupo técnico<br />
para a reforma hospitalar<br />
nomeado pelo ministro<br />
da Saúde. Em entrevista<br />
à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”, José<br />
Mendes Ribeiro diz que a<br />
mobilidade dos médicos<br />
será uma realidade dentro<br />
de “dois a cinco anos” e<br />
defende a liberdade de<br />
escolha dos doentes quanto<br />
ao hospital onde querem<br />
ser tratados. Questionado<br />
sobre o cumprimento dos<br />
objetivos pelos gestores<br />
hospitalares, José Mendes<br />
Ribeiro não tem dúvidas:<br />
“Quem não cumpre deve<br />
ser demitido”.<br />
<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> - Foi o coordenador<br />
do grupo técnico para<br />
a reforma hospitalar a convite<br />
do ministro Paulo Macedo.<br />
Uma das conclusões do vosso<br />
relatório é que deverá haver<br />
uma melhor distribuição dos<br />
médicos pelo país. O SNS está<br />
mal organizado?<br />
JMR - A distribuição de médicos<br />
não respeita a densidade populacional<br />
de cada região, apesar<br />
de o número de médicos em Portugal,<br />
comparando com outros<br />
países europeus e da OCDE, ser<br />
por vezes bastante melhor. Não há<br />
razão aparente para nos defrontarmos<br />
com falta de médicos em<br />
algumas regiões quando os temos<br />
em excesso em outras. Acredito<br />
que há situações pontuais, em<br />
algumas especialidades, que não<br />
demorarão a ser corrigidas com<br />
o novo mapa de vagas entretanto<br />
apresentado pelo Ministério.<br />
VE - Referem que, dos cerca<br />
de 19 mil médicos do SNS,<br />
2337 deveriam ser transferidos<br />
para locais onde fazem mais falta.<br />
Porque é que o Ministério da<br />
Saúde não toma essa medida?<br />
JMR - Continuamos a precisar<br />
de médicos nos cuidados<br />
Experiência das PPP deve ser<br />
exportada para Angola e o Brasil<br />
O coordenador do grupo técnico para a reforma hospitalar tem “a<br />
convicção” de que, “na Saúde, pelo modelo de parceria públicoprivada<br />
[PPP] seguido e pelo cuidado posto nos contratos, temos<br />
um caso de sucesso”. Garante José Mendes Ribeiro que “o Estado<br />
paga menos, em média, por cada doente tratado num hospital em<br />
parceria, os hospitais são mais modernos e têm melhor serviço e os<br />
doentes saem satisfeitos com os tempos de resposta e qualidade do<br />
serviço”. Não falando já no facto de “pouparmos na construção de<br />
cada hospital um valor considerável, pois os últimos dez hospitais<br />
construídos e administrados diretamente pelo Estado custaram mais<br />
do dobro do orçamento de investimento inicial e demoraram em<br />
média sete anos”, diz.<br />
Rejeitando haver um “claro benefício dos privados nos projetos em<br />
PPP” quanto à Saúde, José Mendes Ribeiro lança o repto ao Governo:<br />
“no Brasil estão a decorrer alguns projetos e em Angola está em<br />
conclusão o quadro legal das parcerias”. Seria, pois, “uma excelente<br />
oportunidade para todos se o país se mobilizasse para levar a estes<br />
países os produtores de equipamentos ou mobiliário, os arquitetos<br />
e engenheiros portugueses, bem como as construtoras, consultores<br />
financeiros e as empresas de tecnologia, bem como os operadores do<br />
mercado da saúde para mostrar o interesse e o sucesso do programa<br />
português”.<br />
Presidente da República visita fábrica<br />
Innovnano<br />
O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, visita hoje, sexta-feira, a<br />
primeira fábrica de nanotecnologia em Portugal, a Innovnano, empresa da<br />
CUF, a holding química do grupo José de Mello. Estão também confirmadas<br />
as presenças, entre outros, de João Paulo Barbosa de Melo, presidente da Câmara<br />
de Coimbra, e de Vasco de Mello, presidente do grupo José de Mello.<br />
Não poderá manter-se por muito tempo a prática do passado de os hospitais de Lisboa, Porto ou Coimbra absorverem<br />
a maioria dos médicos que aí estudaram”, diz José Mendes Ribeiro.<br />
primários. Não será lógico poder<br />
incentivar alguns dos médicos internistas<br />
e de outras especialidades<br />
a repartir a atividade semanal<br />
entre o hospital e um centro de<br />
saúde da região que esteja carente?<br />
Mas também podemos incentivar<br />
a mobilidade de médicos em<br />
excesso em alguns hospitais para<br />
outros mais periféricos com carência<br />
de recursos. O Ministério<br />
tomará, por certo, essas medidas.<br />
O caminho será abrir vagas onde,<br />
e apenas onde haja falta de médicos<br />
e promover ativamente a mobilidade<br />
interna entre os hospitais<br />
do SNS. Entre dois, a cinco anos,<br />
este ajustamento poderá estar feito<br />
de forma serena e construtiva.<br />
VE - Os doentes devem, ou<br />
não, ter liberdade de escolha<br />
quanto ao hospital em que desejam<br />
ser tratados?<br />
JMR - Defendo, como sabe,<br />
a liberdade de escolha há muitos<br />
anos. E defendo convictamente a<br />
liberdade de escolha como um valor<br />
essencial de afirmação da nossa<br />
cidadania. Umas quantas vozes<br />
discordantes apresentam como<br />
único argumento que a liberdade<br />
de escolha é uma forma de desviar<br />
os doentes para os privados, apelidando<br />
isso como “liberalismo”.<br />
É um argumento pobre e é uma<br />
pena fazermos esta discussão num<br />
patamar tão básico. O sistema<br />
deve estar centrado no cidadão e<br />
não em outros interesses.<br />
VE - Atendendo à conjuntura<br />
que o país vive e às fortes restrições<br />
orçamentais, acha financeiramente<br />
viável que se avance<br />
nesse sentido?<br />
JMR - Há uns anos, ninguém<br />
acreditava que, numa década, pudéssemos<br />
duplicar o orçamento<br />
público de Saúde. E ele duplicou<br />
e tornou-se insuportável para as<br />
contas públicas. Entre 2008 e<br />
2010 custou-me ver que o passivo<br />
dos hospitais públicos tivesse<br />
passado para mais do dobro em<br />
tão pouco tempo. Este caminho<br />
já provou que não será o melhor,<br />
pois põe em causa todas as<br />
escolhas futuras. A liberdade de<br />
escolha pode ser aplicada desde<br />
já sem qualquer risco entre os<br />
hospitais públicos, pois já existe<br />
quanto à escolha do centro de<br />
saúde ou dos prestadores convencionados<br />
e só revelou vantagens.<br />
Além disso, em 2013 vamos ter<br />
de assumir que qualquer portu-<br />
MÉDICOS<br />
“Podemos incentivar<br />
a mobilização de médicos<br />
em excesso para hospitais<br />
periféricos”<br />
ANGOLA E BRASIL<br />
“Seria excelente mobilizar<br />
arquitetos, engenheiros,<br />
construtoras, consultores<br />
e empresas de tecnologia<br />
para estes países”<br />
guês poderá escolher um hospital<br />
em Espanha ou França, de acordo<br />
com a Diretiva Europeia dos<br />
cuidados de saúde, mas não pode<br />
trocar o Hospital de S. João pelo<br />
de Santo António, porque os burocratas<br />
inventam todos os motivos<br />
para lhe dificultar a escolha.<br />
Sabe, em Portugal, preferimos<br />
fechar os olhos e ter as pessoas a<br />
mentirem na morada e porventura<br />
aplicar a nova diretiva, à força,<br />
quando formos confrontados<br />
com as queixas no Tribunal Europeu.<br />
VE - O memorando com a<br />
‘troika’ que prevê a redução<br />
da despesa pública hospitalar<br />
total compatível com a redução<br />
no período compreendido<br />
entre 2011 e 2013 dos custos<br />
operacionais dos hospitais pelo<br />
menos em 15%, face ao nível<br />
de custos de 2010. Parece-lhe<br />
exequível?<br />
JMR - Não é fácil, mas é exequível<br />
com uma gestão rigorosa<br />
e profissional… se a inflação não<br />
disparar nos fatores de custeio direto.<br />
Obviamente, há necessidade<br />
de atender a cada caso como um<br />
caso. Há hospitais muito bem geridos<br />
onde esse objetivo é difícil de<br />
alcançar e outros onde esse objetivo<br />
pode e deve até ultrapassar os 20%.<br />
VE - Os gestores hospitalares<br />
deveriam assinar contratos com<br />
objetivos, financeiros e de qualidade,<br />
definidos à cabeça?<br />
JMR - A qualidade deverá ser<br />
a palavra de ordem em todas as<br />
dimensões. Há uns anos, aprendi<br />
uma definição muito simples de<br />
qualidade: fazer bem à primeira.<br />
Os conselhos de administração<br />
e os diretores de serviço têm de<br />
ser avaliados com rigor, todos os<br />
anos e durante todo o seu mandato.<br />
Quem não cumpre deve ser<br />
demitido e quem alcança os objetivos<br />
deve ser premiado.
SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong> 15<br />
NEGÓCIOS<br />
E EMPRESAS<br />
O Banco de Portugal acaba de noticiar (JN de<br />
23/8/<strong>2012</strong>) que os salários reais em Portugal têm de<br />
baixar mais 10% sobre o que já baixa desde há dois<br />
anos. Ao invés, os impostos aumentam de uma forma<br />
absolutamente desmesurada, a energia paga-se a<br />
preços de autêntico disparate, os bens de primeira<br />
necessidade estão em preços descontrolados. Por outro<br />
lado, os serviços públicos reduzem a sua oferta<br />
aos cidadãos e começamos a perceber que a qualidade<br />
dos que restam será fortemente afetada.<br />
Quer dizer que o poder de compra real dos portugueses<br />
está a regredir para níveis que envergonham<br />
a democracia e, por conseguinte, a nossa capacidade<br />
de a construir. Estamos num processo de “desconstrução”<br />
da vida pública, económica, social e naturalmente<br />
política.<br />
Mas o que é que aconteceu ao nosso “jardim à beira-<br />
-mar plantado”? Somos apenas cerca de dez milhões<br />
de habitantes (menos de metade de uma só cidade<br />
brasileira ou americana, menos de 1/3 de uma só<br />
cidade chinesa ou japonesa), num território simpático,<br />
bem posicionado no globo, sem extremos nem<br />
catástrofes… Como é possível continuar a comprovar<br />
ao fim de quase dois milénios, o que dizia o escritor<br />
latino, de que somos um “… povo que não<br />
se sabe governar…” (E utilizo só esta parte da frase,<br />
porque a outra parte já não é verdade: efetivamente<br />
já nos deixamos governar).<br />
No mundo globalizado, não somos nem podemos<br />
ser uma ilha. Mas ninguém tem dúvidas de que poderíamos<br />
ser autossuficientes (Produzir recursos suficientes<br />
para toda a população e exceder em alguns<br />
para comprarmos o que não produzimos), e ter uma<br />
vida boa. Então porque não temos? Genericamente,<br />
por duas grandes razões: uma interna e outra externa.<br />
SUGESTÃO DE LEITURA<br />
Tony Judt, Tratado sobre os nossos<br />
actuais descontentamentos,<br />
Ed. 70, Lisboa. <strong>2012</strong><br />
Internamente porque deixámos cair finalmente o<br />
nosso antigo e reconhecido espírito de “não nos deixarmos<br />
governar”. Entregámos de bandeja, nem se<br />
sabe a quem, a condução dos nossos destinos. Fomos<br />
demasiado condescendentes: com a economia<br />
internacional, com os senhores da energia que nos<br />
convenceram que faziam mais barato que o vento<br />
que aqui sopra, com os senhores do dinheiro. Já não<br />
temos governo no Governo, nem o governo governa<br />
coisa nenhuma: é governado!<br />
Sem dúvida que tínhamos de entrar na Europa da<br />
União. Nunca vivemos tão bem e confortavelmente<br />
como nestes últimos anos, temos de o reconhecer. Mas<br />
não soubemos nem preparar-nos para o reverso da medalha,<br />
nem solidificar o bem que de bandeja nos trouxeram<br />
a casa. E como “não há almoços grátis” e não<br />
nos preparámos convenientemente para o jantar, que<br />
já não é grátis, fomos apanhados na nossa ingenuidade.<br />
A Alemanha e os países mais ricos da Europa foram<br />
pagando em subsídios para deixarmos de produzir.<br />
De facto, não nos deram dinheiro, emprestaram-nos<br />
apenas, porque, ao não produzirmos, tivemos de<br />
comprar para viver. A quem? A eles… e o dinheiro<br />
retornou lá. Mas com isso tornámo-nos dependentes.<br />
E agora? Perdemos a nossa autossubsistência,<br />
LUÍS MATIAS<br />
Administrador Hospitalar<br />
Os fundamentos da crise<br />
perdemos a nossa liberdade!<br />
Mas este até é um problema regional. Problema<br />
maior é que os senhores que detêm o dinheiro do<br />
mundo, e esses não têm nacionalidade (o próprio<br />
mundo é pequeno para eles), perceberam que um<br />
nível de vida mais elevado para mais gente comporta<br />
para eles dois grandes problemas.<br />
O primeiro é que a ascensão de uma classe média<br />
(como aconteceu com a burguesia que fez declinar a<br />
nobreza feudal) estável e sólida comporta o risco real<br />
de alguns deles passarem à classe dos ricos e terem<br />
de partilhar a riqueza com mais esses ou, em situação<br />
extrema, muitos deles passarem para a classe<br />
rica, colocando definitivamente em risco as suas posições<br />
de poder, deixam de ser dominantes, porque<br />
o dinheiro fica muito mais distribuído. Ora isso será<br />
o fim do domínio, e morre o fundamento neoliberal<br />
que ideologicamente sustenta este sistema injusto do<br />
mundo.<br />
O segundo tem a ver com o valor do trabalho. Todos<br />
sabemos que verdadeiramente só há duas formas de<br />
gerar riqueza: o trabalho e a detenção de recursos<br />
naturais. Todo o enriquecimento deriva destes dois<br />
valores fundamentais, e sobretudo do primeiro. Nas<br />
sociedades mais desenvolvidas, o valor do trabalho<br />
(pela melhor consciência do justo valor e pela dignificação<br />
dos direitos humanos) começou no pós-<br />
guerra a elevar-se, como se elevou o nível de vida<br />
das pessoas. Este sistema conduziu de facto, quase<br />
generalizadamente, a uma melhoria das condições<br />
económicas nestes países, e a concertação social foi<br />
conseguindo impor-se nos sistemas jurídicos, protegendo<br />
os direitos dos trabalhadores. O trabalho<br />
especializou-se de uma forma espantosa, mas o seu<br />
custo elevou-se a níveis perigosos para os detentores<br />
do dinheiro, baixando o seu lucro. Especularam<br />
vendendo conforto aos trabalhadores a preços que<br />
não podiam pagar, mas facilitando-lhe tudo para<br />
depois lhe fazerem desmoronar a vida. Fizeram isso<br />
também aos estados, tirando-lhe poder e fazendo-<br />
-os claudicar, através das famigeradas “agências de<br />
rating”. Agora dominam-nos. E mesmo os estados<br />
fortes acabam prostrados perante os senhores do dinheiro,<br />
que não têm pátria nem fronteiras, nem lei.<br />
Chamam a estes momentos “reajustamentos económicos”.<br />
Pois é, mas em que resultam?<br />
Vejamos: retiram dinheiro à chamada classe média.<br />
Os estados empobreceram e enchem os cidadãos<br />
de impostos que retiram ainda mais dinheiro. Fragilizam<br />
as economias locais, criando desemprego.<br />
Baixam salários, por conseguinte baixam o valor do<br />
trabalho.<br />
Creio que aí estará atingido o objetivo dos donos do<br />
dinheiro e do poder: mais poder; mais lucro. À custa<br />
de quê? “Nova escravatura” e perda de soberania dos<br />
estados. Ou seja, como na física, “na natureza nada<br />
se perde, nada se cria, tudo se transforma”, também<br />
na economia nada se perde, nada se cria, tudo se<br />
transforma: vão aos estados buscar o poder que conseguem<br />
reduzir-lhe; vão ao trabalho buscar o lucro<br />
com o que conseguem reduzir nos salários e aumentar<br />
em número de horas de trabalho.<br />
O desemprego, que chega a números de desespero,<br />
leva a que as pessoas aceitem qualquer trabalho a<br />
qualquer preço para sobreviverem. A isso chama-<br />
-se escravatura. Estas crises são cíclicas, promovem<br />
“ajustamentos da economia” sempre no sentido do<br />
lucro e do domínio do poder.<br />
Iluminação portuguesa expõe na Cidade Luz<br />
Entre hoje (7) e domingo, a LUZZA, entidade que tem como missão<br />
promover e credibilizar internacionalmente o setor da iluminação portuguesa,<br />
e algumas marcas portuguesas do setor vão marcar presença na<br />
Maison & Objet, feira de Paris de design. “Dentro das nossas marcas,<br />
temos produtos que se encaixam em diversos estilos, desde o clássico<br />
até ao contemporâneo, sempre com um cunho muito próprio”, refere<br />
Modesto Castro, presidente da LUZZA.<br />
ALF lançou manual<br />
de recondicionamento<br />
para o setor do renting<br />
A Associação Portuguesa de Leasing,<br />
Factoring e Renting (ALF)<br />
lançou um manual de recondicionamento<br />
para o sector do renting.<br />
O objetivo da entidade com o documento<br />
é harmonizar as regras de<br />
levantamento de danos em veículos<br />
no fim de contrato. “Uma vez que<br />
o recondicionamento dos veículos<br />
em final de contrato ocasionalmente<br />
dá origem a divergências entre os<br />
clientes e as empresas de renting,<br />
o manual agora disponibilizado<br />
destina-se a servir de guia e a assegurar<br />
que o processo de inspeção e<br />
levantamento de danos é tratado de<br />
forma justa e transparente, estabelecendo<br />
regras para a sua refaturação”,<br />
lê-se num comunicado enviado<br />
pela ALF à comunicação social.<br />
A mesma nota refere que, “para um<br />
melhor entendimento, o manual<br />
está ilustrado com exemplos de danos<br />
aceitáveis, fruto de uma utilização<br />
normal do veículo e do seu<br />
desgaste natural, e não aceitáveis”.<br />
CONSULTÓRIO DE FUNDOS COMUNITÁRIOS<br />
Sistema de recuperação de empresas<br />
por via extrajudicial (SIREVE)<br />
Somos uma microempresa no sector dos transportes e logística e encontramo-<br />
-nos com dificuldades de tesouraria devido à insolvência de um cliente, que<br />
teve como consequência o atraso no cumprimento das obrigações com a<br />
Segurança Social e com um fornecedor.<br />
O volume de encomendas verificou um ligeiro aumento nos últimos meses,<br />
contudo, não o suficiente para amortizar a totalidade das dívidas em questão.<br />
Existe algum mecanismo de apoio às empresas que nos possa auxiliar?<br />
RESPOSTA<br />
O SIREVE constitui um procedimento<br />
que visa promover a recuperação<br />
extrajudicial das empresas, através<br />
da celebração de um acordo entre a<br />
empresa e todos ou alguns dos seus<br />
credores, que representem no mínimo<br />
50% do total das dívidas da empresa,<br />
e que viabilize a recuperação da<br />
situação financeira da empresa.<br />
Pode requerer a sua recuperação<br />
através do SIREVE qualquer empresa<br />
que se encontre em situação<br />
económica difícil (dificuldade séria<br />
para cumprir pontualmente as suas<br />
obrigações, por falta de liquidez ou de<br />
obtenção de crédito) ou numa situação<br />
de insolvência iminente (isto é, antevê<br />
que não poderá continuar a cumprir<br />
pontualmente as suas obrigações) ou<br />
atual.<br />
A apresentação do requerimento<br />
ao SIREVE suspende o prazo para<br />
apresentação à insolvência. Esta<br />
suspensão cessa com o decurso do<br />
prazo de cinco dias após o despacho<br />
de recusa do requerimento.<br />
O despacho de aceitação do<br />
requerimento SIREVE obsta à<br />
instauração contra a empresa de<br />
quaisquer ações executivas destinadas<br />
a exigir o cumprimento de obrigações<br />
pecuniárias enquanto o procedimento<br />
não for extinto e suspende,<br />
automaticamente e por igual período,<br />
as ações executivas já instauradas<br />
contra a empresa e que se encontrem<br />
pendentes à data da respetiva<br />
prolação.<br />
Quando o acordo abrange credores<br />
públicos, a dívida englobada no<br />
plano de pagamentos compreende a<br />
dívida relativa à Fazenda Pública e à<br />
Segurança Social, apurada e existente<br />
até à data de apresentação do<br />
requerimento de utilização do SIREVE,<br />
incluindo, nomeadamente, a quantia<br />
exequenda, os juros e as coimas. O<br />
plano de pagamentos tem o limite<br />
máximo de 150 meses.<br />
Se surgirem novas dívidas à Fazenda<br />
Pública ou à Segurança Social, o<br />
acordo cessa relativamente a estas<br />
entidades caso a regularização das<br />
mesmas não se verifique no prazo de<br />
90 dias a contar da respetiva data de<br />
vencimento.<br />
O requerimento deve incluir, além do<br />
conteúdo do acordo que se pretende<br />
obter, um plano de negócios. Este<br />
deve identificar as medidas e os<br />
meios necessários à reposição das<br />
condições de sustentabilidade<br />
económica da atividade da empresa,<br />
bem como a capacidade da empresa<br />
em assegurar o cumprimento do plano<br />
de reestruturação e o pagamento<br />
das dívidas aos credores evidenciada<br />
através dos documentos contabilísticos<br />
previsionais, nomeadamente balanço,<br />
demonstração de resultados e mapa de<br />
fluxos de caixa relativos a um período<br />
mínimo de cinco anos.<br />
A empresa deve demonstrar que, de<br />
acordo com aquele plano, no final<br />
do período de cinco anos, consegue<br />
atingir uma situação económica e<br />
financeira equilibrada, com um rácio<br />
de autonomia financeira superior a<br />
15% ou 20%, consoante se trate de<br />
pequena ou média empresa (PME) ou<br />
grande empresa, respetivamente, e um<br />
rácio de liquidez geral superior a 1,05.<br />
As empresas podem aceder a este<br />
mecanismo a partir de 1 de Setembro.<br />
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16 SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong><br />
NEGÓCIOS E EMPRESAS<br />
Lâmpadas convencionais proibidas na União Europeia<br />
O fabrico e a importação de lâmpadas standard tradicionais – conhecidas<br />
como lâmpadas incandescentes – estão proibidos em todos os países da<br />
União Europeia, faz notar a Verbatim, empresa detida pelo grupo Mitsubishi<br />
Chemical Corporation. A lei aplica-se às lâmpadas convencionais<br />
devido aos seus baixos níveis de eficiência energética, uma vez que utilizam<br />
apenas 10% da energia fornecida à lâmpada para criar luz visível.<br />
SETOR TEM DE SE ADAPTAR A UMA NOVA REALIDADE<br />
Recessão económica e falta de liquidez<br />
penalizam banca nacional<br />
Os bancos nacionais, apesar de não terem<br />
apresentado a mesma exposição aos ativos<br />
tóxicos que outros congéneres europeus e<br />
americanos tiveram, sofrem os danos colaterais<br />
resultantes da falta de liquidez e<br />
da profunda recessão económica. Estas as<br />
principais conclusões que se podem retirar<br />
de um estudo da PricewaterhouseCoopers,<br />
a propósito da evolução da atividade financeira.<br />
Perante este cenário, é evidente que o<br />
“funding” é difícil, para além de que as<br />
exigências da “troika” quanto ao rácio de<br />
transformação obriga a uma redução significativa<br />
de crédito e a uma contração do<br />
balanço. “Certo é que os bancos portugueses<br />
terão mesmo de se adaptar a este novo<br />
modelo, apesar das consequências ao nível<br />
da respetiva rentabilidade.” De facto, nos<br />
últimos tempos, a rentabilidade dos ativos<br />
baixou muito, mas espera-se que num<br />
prazo de dois a três anos chegue aos 2%,<br />
alcançando-se um equilíbrio.<br />
Para já, adianta a consultora, os bancos<br />
nacionais estão centrados em baixar os custos<br />
estruturais e melhorar o rácio “cost to<br />
O debate sobre o estado (mau estado,<br />
diga-se) da nossa economia tem gerado e<br />
desenvolvido uma narrativa muito própria.<br />
Há um certo linguajar que é formado por<br />
alguns “slogans” que tentam reproduzir,<br />
tópica e impressivamente, as “ideias-chave”<br />
que sobressaem na apresentação das temáticas<br />
económicas. Em rigor, de política económica.<br />
Ora, os diagnósticos dos problemas da<br />
nossa economia e as respetivas propostas de<br />
soluções são já, de há alguns anos a esta parte,<br />
mais ou menos os mesmos.<br />
Recorrentemente, a falta de<br />
competitividade dos nossos processos<br />
produtivos e, de um modo geral, dos<br />
nossos produtos no mercado internacional<br />
são temas que estão na ordem do dia. O<br />
incremento recente das nossas exportações<br />
tem-nos levado a considerar que, no<br />
fundo, uma das soluções para a nossa<br />
reforma estrutural passa, efetivamente,<br />
pelo acréscimo de produtividade, com<br />
qualidade, da nossa produção de bens<br />
transacionáveis. Por um lado, esta perspetiva<br />
levanta o véu relativamente a um dos<br />
nossos (e, de certo modo, também europeu)<br />
problemas das últimas duas décadas:<br />
temos vivido um progressivo e corrosivo,<br />
em termos de competitividade mundial,<br />
processo de desindustrialização. Mas esta<br />
ênfase colocada na necessidade de sermos<br />
produtivos e competitivos em termos de bens<br />
transacionáveis também se conexiona com<br />
A banca portuguesa está numa posição bastante confortável para tirar benefícios<br />
da evolução económica que se verifica em vários mercados emergentes,<br />
com destaque para o mundo islâmico, diz a PwC.<br />
income”, em diminuir a exposição à dívida<br />
pública e aos setores da economia com<br />
maior exposição ao ciclo negativo, bem<br />
como à bolha imobiliária. “Todavia, existe<br />
um lado positivo nas medidas que estão a<br />
ser tomadas, pois ajudam a atingir um novo<br />
equilíbrio e este é o maior desafio da indústria.”<br />
Entretanto, vai assistir-se a um agra-<br />
a questão da concorrência…. ou, melhor,<br />
com a cronicamente sentida, entre nós,<br />
falta dela! Com efeito, um dos tais “slogans”<br />
passa pela invocação de mais concorrência e,<br />
concomitantemente, pela verificação da falta<br />
dela e, mais especificamente, de uma “cultura<br />
concorrencial” que, de um modo geral, nos<br />
leve a ser mais eficientes. E é verdade que esse<br />
“slogan” da necessidade de mais concorrência<br />
é, no essencial, verdadeiro e assertivo. No<br />
entanto, importa dissecá-lo um pouco.<br />
Em primeiro lugar, há que ter<br />
consciência de que um acréscimo de<br />
“cultura concorrencial”, numa economia<br />
e, principalmente, numa sociedade que,<br />
pura e simplesmente, não a tem, não se<br />
alcança apenas com a mudança de uma lei.<br />
Quando muito, se nos quisermos restringir<br />
apenas ao plano legislativo, importa que<br />
uma lei da concorrência (ou da “defesa<br />
da concorrência” e, por via dessa defesa,<br />
também da “regulação”) esteja integrada<br />
num sistema dinâmico, num contexto<br />
legislativo que forme um edifício que<br />
motive e incentive os agentes económicos<br />
a decidirem concorrencialmente. Mais:<br />
que os obrigue a ganhar a tal “cultura<br />
concorrencial”, na medida em que sintam a<br />
necessidade de incorporar, nos seus processos<br />
de decisão empresarial, os constrangimentos<br />
que à “liberdade de empresa” e à “liberdade<br />
contratual” sempre um sistema de “defesa<br />
da concorrência” acaba por impor. De<br />
Pós-graduação ajuda na procura de emprego<br />
A esmagadora maioria dos estudantes está interessada em realizar uma<br />
pós-graduação e para escolher o curso grande parte opta pelas páginas oficiais<br />
das universidades. Estas as principais conclusões do terceiro inquérito<br />
sobre emprego realizado pela rede Universia e pelo portal www.trabalhando.com,<br />
no âmbito de um maior conhecimento sobre as impressões dos<br />
universitários em relação à formação e ao mercado de trabalho.<br />
É necessário vender os ativos de maior risco<br />
Em termos globais, os bancos estão com dificuldades no acesso ao capital, pelo que terão<br />
de trabalhar ao nível do risco. Tal realidade implica vender os ativos de maior risco para<br />
baixarem a sua exposição.<br />
Dada a escassez de capital, a banca tem duas alternativas: ou aumenta o capital ou reduz<br />
os ativos com riscos e o rácio de transformação. De certa forma, é uma situação que já<br />
está a acontecer, na perspetiva da PwC, com a venda dos ativos não-core e a diminuição da<br />
carteira de crédito e a refocalização nos produtos-base da atividade bancária. E se o mercado<br />
interno está em declínio, não resta outra solução aos bancos do que ir para os mercados<br />
internacionais que estão saudáveis.<br />
vamento dos “spreads” na ordem de 1,5%<br />
ou 2% no longo prazo e existirá uma menor<br />
exposição ao risco.<br />
Refere ainda a PwC que é expectável assistir-se,<br />
nos próximos anos, a algumas fusões e<br />
aquisições nos bancos mais pequenos. “Nos<br />
bancos onde existem acionistas estrangeiros,<br />
estes deverão reforçar a sua presença. Os nossos<br />
bancos estão a preparar-se para o novo<br />
contexto, estão a fazer um percurso para assegurarem<br />
o futuro, mas existem incertezas<br />
advindas de fatores externos já reconhecidos.”<br />
Um aspecto interessante é que Portugal<br />
PEDRO MADEIRA FROUFE PROF. UNIVERSIDADE DO MINHO<br />
Diretor do CEDU – Centro de Estudos em Direito da União Europeia / U.M.<br />
“Democratizemos” a concorrência<br />
nada adiante termos, no ordenamento<br />
jurídico, um boa lei da concorrência se, por<br />
um lado, ela estiver desacompanhada de<br />
outros atos que reflitam sistematicamente<br />
esse intuito, essa proteção do bem jurídico<br />
“concorrência” e, por outro, ela não for bem<br />
e prioritariamente aplicada. Ou seja, se as<br />
entidades competentes – vg. a Autoridade<br />
da Concorrência – não tiverem os meios<br />
efetivos para aplicar eficazmente essa lei. E<br />
aqui, neste último ponto, entre nós têmse<br />
revelado alguns sinais contraditórios,<br />
no que respeita à aceitação, por parte dos<br />
agentes e dos operadores jurídicos, da<br />
Lei nº 19/<strong>2012</strong> (novo regime jurídico da<br />
concorrência e da regulação) que entrou<br />
em vigência no passado dia 7 de julho. Há<br />
queixas em relação aos reforços dos poderes<br />
da Autoridade da Concorrência; observa-se<br />
que a nova lei acaba por impor (e permitir)<br />
uma atuação quase policial sobre os agentes<br />
económicos, tocando, mesmo, em alguns<br />
aspetos, em questões problemáticas em<br />
matéria de direitos fundamentais (por<br />
exemplo, a questão das buscas às instalações<br />
das empresas e mesmo a possibilidade de tais<br />
buscas poderem invadir os domicílios dos<br />
repensáveis cujos comportamentos sejam<br />
objeto de inquérito). Sem analisar, agora, o<br />
alcance desses poderes acrescidos, importa<br />
não esquecer a necessária articulação do nosso<br />
sistema com a legislação da União Europeia,<br />
nomeadamente, com o Regulamento<br />
conta com alguns dos seus bancos com<br />
posições sólidas em vários mercados emergentes.<br />
“Ou seja, a banca nacional tem de<br />
captar rentabilidade noutras zonas geográficas,<br />
de forma a compensar a situação menos<br />
boa no mercado doméstico. Os bancos<br />
deveriam avançar com esta estratégia de expansão<br />
para outras geografias, como Africa,<br />
Médio e Extremo Oriente. São países que<br />
vão crescer mais do que a Europa e onde<br />
devemos atrair nichos de mercado. Existe<br />
elevada liquidez, que pode servir para alavancar<br />
a atividade dos bancos nacionais a<br />
nível global.”<br />
nº 1/2003, que vem abrir a porta (e a<br />
legitimação) a esse tipo de atuação, por parte<br />
das autoridades competentes. Mas teremos<br />
oportunidade, seguramente, de refletir nestas<br />
páginas sobre esse assunto.<br />
Há, contudo, uma observação que julgo,<br />
com propriedade, dever fazer-se, a propósito<br />
do nosso novo regime da concorrência.<br />
Não adianta tentar-se, como dizíamos<br />
antecedentemente, implementar uma “cultura<br />
concorrencial” se o objetivo não for a própria<br />
massificação da aplicação efetiva da Lei.<br />
Ou seja, o primeiro passo para se atingir tal<br />
desiderato deverá ser – ao contrário do que<br />
muitas vezes se pensa e escreve – começar “por<br />
baixo”, pelos pequenos negócios, pelas pequenas<br />
e médias empresas, pelo “tecido económico”<br />
normal, que, muitas vezes, nem sequer conhece<br />
as imposições legais em matéria de “defesa<br />
da concorrência”. Uma ação pedagógica<br />
de divulgação desta nova Lei (nº 19/<strong>2012</strong>)<br />
deveria ter como alvo essa parte maior da nossa<br />
economia (que, muitas vezes, nada sabe, nem<br />
compreende a respetiva importância, sobre<br />
preços, exclusividades, acordos ilícitos, interesses<br />
dos consumidores, abusos de dependência<br />
económica, etc., etc.). Só se alcançará uma<br />
efetiva “cultura concorrencial” que alavanque<br />
a eficiência produtiva se, de um modo geral, se<br />
“democratizar” o conhecimento e a aplicação<br />
das instituições jurídicas e económicas<br />
concorrenciais. E isso, não creio que esta nova<br />
Lei, por si só, o possa fazer.
21 Setembro<br />
Ínicio: 9horas<br />
Auditório Lipor<br />
Baguim do Monte<br />
09h00 Acreditação<br />
09h30 Sessão de Abertura<br />
09h45 “Empreendedorismo – A Ligação entre<br />
as Universidades e as Empresas”<br />
Celso Guedes Carvalho<br />
IEUA – Incubadora de Empresas<br />
da Universidade de Aveiro<br />
10h15 O papel das micro e pequenas empresas<br />
no desenvolvimento da Economia<br />
Moderador : João Luis de Sousa – <strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong><br />
Millennium BCP (a confirmar)<br />
Dr.ª Rita Seabra - IAMPEI<br />
Prof. Luis Alvim - EGP<br />
Instituto Kaizen<br />
11h30 Coffe-break<br />
12h00 “A sua Empresa é Empreendedora?”<br />
Prof. Luis Lobão – Fundação Dom Cabral - Brasil<br />
12h45 Almoço<br />
INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES:<br />
<br />
<br />
<br />
Organização:<br />
14h00 “Empreendedorismo e a Capacidade<br />
de Negociação”<br />
Isabel Paiva de Sousa, investigadora e consultora<br />
14h40 “A Necessidade de Empreender em Portugal<br />
e na Europa”<br />
Orador a confirmar<br />
15h20 “ Empreender em Português”<br />
Moderador: Fernando Leite - LIPOR<br />
Caso José Gourmet<br />
Caso Teles Talorying<br />
Caso Inovcluster<br />
Canal 180<br />
16h40 A importância da Marca num projeto<br />
de Empreendedorismo<br />
Prof. Paulo Morais – IPAM<br />
17h10 Empreendedorismo Sustentável<br />
– Projeto do CEE<br />
Mónica Monteiro<br />
17h30 – Encerramento da Sessão<br />
Preços*: Público Geral ................G 30<br />
Assinantes VE ...............G 20<br />
*Preço + IVA, incluí documentação, almoço e coffee-breaks<br />
Patrocinadores: Patrocinador Platina:
18 SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong><br />
NEGÓCIOS E EMPRESAS<br />
Tripadvisor distingue Hotel Palácio dos Melos<br />
PRÓXIMA EDIÇÃO ARRANCAR EM OUTUBRO<br />
Católica Porto Business School<br />
renova MBA Internacional<br />
AQUILES PINTO<br />
aquilespinto@vidaeconomica.pt<br />
A Católica Porto Business School renovou<br />
o MBA Internacional, ao cabo de dez<br />
anos de existência. O diretor do curso,<br />
Alberto Castro, explica, em declarações<br />
à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>” que a opção por<br />
reinvenções “é inevitável quando se quer<br />
manter o contacto com os desafios com<br />
que a gestão das empresas, sobretudo das<br />
PME expostas à concorrência internacional,<br />
se vai confrontando”.<br />
Alberto Castro afirma, no entanto,<br />
que as renovações do MBA Internacional<br />
são graduais e que a Católica Porto<br />
Business School não deixa, no entanto,<br />
influenciar-se por modas. “O núcleo<br />
central tem-se mantido estável. Há disciplinas<br />
e conteúdos que pouco mudam.<br />
São os alicerces da formação que, em<br />
alguns casos, têm vindo a ser alargados.<br />
Há competências que, ainda há uns anos,<br />
poderiam parecer não críticas e que hoje,<br />
ou num futuro próximo, serão decisivas.<br />
Nós procuramos olhar para além do<br />
horizonte, acompanhando o que se faz<br />
nas melhores Escolas internacionais mas<br />
nunca perdendo o referencial dos reptos<br />
que se colocarão às nossas empresas. Perceber<br />
o mundo e as empresas que nele<br />
atuam, ter uma visão cosmopolita da<br />
economia e da gestão, saber viver, interagir<br />
e liderar nesse contexto, são, e serão,<br />
competências essenciais para um gestor.<br />
Foi isso que a última renovação tornou<br />
mais patente, sobretudo no domínio do<br />
que é usualmente designado por ‘soft<br />
skills’”, refere.<br />
Já em período de acolhimento, o<br />
MBA Internacional da Católica Porto<br />
O Hotel Palácio dos Melos foi distinguido pelo site de viagens<br />
TripAdvisor tendo como base as recomendações dos turistas<br />
que pernoitaram naquela unidade da Visabeira Turismo. Não<br />
só o modelo de negócio, mas também o serviço prestado no hotel<br />
de Viseu foram determinantes para que a unidade faça agora<br />
parte do restrito grupo de hotéis, com três ou mais estrelas,<br />
que podem ostentar a placa de recomendação do TripAdvisor.<br />
Business School vai acabar em dezembro<br />
de 2013 e vai dividir-se em quatro<br />
trimestres, o primeiro de 6 de outubro<br />
a 15 de dezembro, o segundo de 11 de<br />
janeiro a 23 de março, o terceiro de 19<br />
de abril a 13 de julho e o quarto de 13<br />
de setembro a 14 de dezembro. Pelo<br />
meio, os alunos têm acesso a duas semanas<br />
além-fronteiras: uma na ESADE de<br />
Barcelona e outra na Pontifícia Universidade<br />
Católica de São Paulo, no Brasil.<br />
Quanto a preços, a taxa de candidatura<br />
custa 150 euros (mais IVA), a inscrição<br />
500 euros (mais IVA) e a propina 15<br />
mil euros (mais IVA).<br />
Sobre as experiências em Espanha<br />
e no Brasil, a nossa fonte sublinha “a<br />
preocupação de sublinhar o caráter internacional<br />
que a concorrência entre as<br />
empresas irá, cada vez mais, assumir.<br />
Em uns casos, pela via do comércio internacional,<br />
em outros pela via do investimento<br />
e em outros ainda pela via do<br />
mercado para o controlo das empresas.<br />
Esta dinâmica afeta tanto as pequenas<br />
como as grandes empresas portuguesas,<br />
como ainda recentemente se viu com<br />
a entrada, em grande escala, de capital<br />
chinês na EDP e na REN. A Espanha<br />
e o Brasil são duas geografias, dois países,<br />
dois mercados que, conquanto hoje<br />
com evoluções recentes bem distintas,<br />
têm, e terão, um papel importante para<br />
as empresas portuguesas”. Alberto Castro<br />
recorda que “os alunos sabem” desta<br />
realidade muitas vezes por experiência<br />
própria, pois são “provenientes, na sua<br />
esmagadora maioria, de PME da Região”<br />
e “sabem que a internacionalização<br />
é destino”.<br />
A capacidade de liderança é, segundo Alberto<br />
Castro, da Católica Porto Business School uma<br />
competência que se adquire, treina, aperfeiçoa”.<br />
“Investimento na educação<br />
com retorno”<br />
Porto na corrida dos melhores do turismo<br />
O Porto está nomeado, este ano, em cinco categorias nos Prémios Publituris<br />
– Portugal Travel Awards <strong>2012</strong>, com o Melhor Hotel de Cinco Estrelas, o<br />
The Yeatman, na categoria Melhor Hotel de Quatro Estrelas, o Hotel Teatro<br />
e ainda o Melhor Hotel de Três Estrelas, com a nomeação do Clip Hotel e<br />
do Grande Hotel do Porto. Esta é a nona edição do Portugal Travel Awards<br />
<strong>2012</strong>. A entrega de prémios da nona edição do evento decorre no dia 21 de<br />
setembro, no Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, em Coimbra, às 19 horas.<br />
Um dos objetivos deste MBA é trabalhar<br />
a liderança. Alberto Castro recorda<br />
que aquela é uma capacidade, “muitas<br />
vezes”, considerada inata, quando, na<br />
realidade pode ser trabalhada. “O que<br />
se tem vindo a constatar é que essas<br />
são competências que se adquirem,<br />
treinam, aperfeiçoam. Exigem trabalho,<br />
estudo e, por paradoxal que possa<br />
parecer, humildade e ambição”, refere.<br />
A taxa de candidatura custa<br />
150 euros (mais IVA), a<br />
inscrição 500 euros (mais<br />
IVA) e a propina 15 mil euros<br />
(mais IVA)<br />
“As empresas e a gestão portuguesa têm<br />
tudo a ganhar com a interiorização da<br />
importância desta componente formativa”,<br />
acrescenta.<br />
Questionado se a crise é um obstáculo<br />
à procura de ensino pós-graduado pelos<br />
profissionais, o diretor do MBA Internacional<br />
da Católica Porto Business School<br />
responde que “as escolas de negócio não<br />
estão imunes à crise” e admite haver uma<br />
retração na procura, sobretudo a proveniente<br />
e financiada por empresas. “No entanto,<br />
a formação executiva, com horários<br />
compatíveis com a manutenção da atividade<br />
profissional, não tem diminuído tão<br />
marcadamente, havendo mesmo segmentos<br />
que têm verificado um incremento”,<br />
salienta.<br />
Alberto Castro não tem, aliás, dúvidas<br />
de que a educação é um investimento<br />
com retorno. “Não obstante alguma insistência,<br />
sensacionalista e errada, no elevado<br />
desemprego de quem tem mais habilitações,<br />
as pessoas vão percebendo que<br />
a formação em Portugal paga. Os estudos<br />
internacionais demonstram-no: Portugal<br />
é um dos países da OCDE com maior<br />
taxa de retorno no investimento em educação.<br />
A gestão não exceção”, afirma a<br />
nossa fonte.<br />
Fundos de pensões ganharam 4,8% em sete meses<br />
Os fundos de pensões portugueses<br />
apresentam uma rendibilidade<br />
mediana estimada nos<br />
primeiros sete meses deste ano de<br />
4,8%, de acordo com dados da<br />
consultora Mercer. Em julho, a<br />
rendibilidade mediana estimada<br />
foi de 1,4%.<br />
Em termos anualizados a melhor<br />
performance está nas ações,<br />
que ganharam 7,7% em termos<br />
médios, sendo que as ações europeias<br />
registaram um ganho de<br />
6,8%.<br />
Nas obrigações a melhor performance<br />
pertenceu às obrigações<br />
taxa fixa euro, a subirem 6,2% nos<br />
sete meses, e a ganharem 1,8% em<br />
julho. As obrigações de taxa variável<br />
euro registaram um ganho<br />
mais modesto de 3,9% até julho.<br />
Ainda no mês de julho, o ativo<br />
mais “performante” foi o das ações<br />
europeias a ganhar 2,9%.<br />
Rui Guerra, partner da Mercer<br />
afirma, em nota, que “os mercados<br />
reagiram positivamente às declarações<br />
do presidente do BCE a<br />
garantir proteção ao euro”, e isto<br />
depois de um mês de sinais negativos<br />
de crescimento económico<br />
mundial e da incerteza relativamente<br />
à resolução da crise da dívida<br />
soberana. Recorde-se que no<br />
mês passado ocorreu a descida do<br />
rating de crédito de Itália e a subida<br />
do prémio de risco da dívida<br />
espanhola.<br />
VN
SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong> 19<br />
Apresentar as principais técnicas e ferramentas<br />
do Marketing de Guerrilha, no<br />
âmbito de uma estratégia de comunicação<br />
inovadora e low-budget, é o propósito do<br />
seminário promovido pela ANJE – Associação<br />
Nacional de Jovens Empresários,<br />
no próximo dia 19 de setembro, entre as<br />
18h30 e as 20h00. A iniciativa, que acontecerá<br />
na sede da associação, no Porto,<br />
contará com a participação do corpo docente<br />
na Pós-graduação em Marketing –<br />
Novas Tendências, um programa avançado<br />
dedicado às mais recentes e diferenciáveis<br />
ferramentas desenvolvidas por marketeers<br />
e outros profissionais e académicos, onde<br />
a vertente assertiva do Marketing de Guerrilha<br />
também assume particular importância.<br />
Dirigido a empresários, administradores<br />
e quadros médios ou superiores com responsabilidades<br />
e interesses no domínio do<br />
Marketing, este seminário terá início com<br />
a apresentação de estudos de caso, por parte<br />
do orador Flávio Gart, responsável pela<br />
Bazooka, uma agência especializada em<br />
Marketing de Guerrilha. Com o auxílio<br />
de material promocional e filmes exemplificativos<br />
desta tipologia de Marketing,<br />
o orador pretende dar exemplos práticos<br />
protagonizados por PME e enquadrados<br />
nas suas estratégias de comunicação e<br />
branding.<br />
Business Drink no Clube Inglês<br />
O Informal Business Drink de Setembro acontece no próximo<br />
dia 12, entre as 18h30 e as 21h00, no Clube Inglês, no Porto.<br />
Promovida pela ANJE em parceria com diversas Câmaras de<br />
Comércio bilaterais (Luso-Britânica, Alemã, Belga-Luxemburguesa,<br />
Sueca, Suíça, Sul-Africana, Portugal-Holanda), a iniciativa<br />
consiste num encontro de negócios, em ambiente informal.<br />
ANJE sensibiliza empresários<br />
para a importância<br />
do Marketing de Guerrilha<br />
O seminário prossegue com a intervenção<br />
dos coordenadores da Pós-graduação<br />
em Marketing – Novas Tendências, António<br />
Azevedo, docente na Escola de Economia<br />
e Gestão da Universidade do Minho e<br />
no Instituto Superior de Línguas e Administração<br />
de Gaia, e João Abreu, docente<br />
no Instituto Miguel Torga e fundador do<br />
projeto Academia das Emoções - Soluções<br />
Criativas e de Desempenho. Ambos terão<br />
a seu cargo uma reflexão sobre as mais recentes<br />
correntes do Marketing, acabando<br />
também por apresentar a pós-graduação<br />
que terá início já no dia 25 de setembro,<br />
no Centro de Formação Empresarial da<br />
ANJE, no Porto.<br />
Pós-graduação centrada nas novas<br />
tendências de Marketing<br />
A inovação temática deste programa<br />
avançado dedicado às novas técnicas e ferramentas<br />
de Marketing tem repercussões<br />
no respetivo plano curricular e nos próprios<br />
métodos pedagógicos, também eles<br />
disruptivos. As “Novas Tendências” que<br />
completam a denominação do curso são<br />
também utilizadas para designar um dos<br />
seus módulos mais diferenciadores. Trata-<br />
-se de uma cadeira de formação à medida,<br />
que permite que os formandos escolham<br />
a área em que pretendem aprofundar co-<br />
nhecimentos. A escolha tem por base uma<br />
alargada lista de opções, como “Marketing<br />
Verde e Marketing Social”, “Marketing<br />
Pessoal, Networking e Relações com os<br />
Media”, “Marketing Turístico”, “Marketing<br />
de Moda” ou “Marketing de Produtos<br />
Culturais”.<br />
A estrutura curricular inclui mais sete<br />
módulos, de frequência obrigatória: “Marketing<br />
Estratégico”; “Marketing Experiencial<br />
e Organização de Eventos”; “Marketing<br />
Digital”; “Publicidade, Promoção<br />
e Comunicação em Marketing”; “Marketing<br />
Internacional – Internacionalização e<br />
Novos Mercados”; “Gestão de Produtos/<br />
Marcas e Marketing Relacional”; “Inovação<br />
e Criatividade”.<br />
Entre os inovadores e dinâmicos formatos<br />
pedagógicos incluem-se análises dinâmicas<br />
de casos, trabalhos práticos, bem<br />
como conferências e seminários. A experiência<br />
académica e também profissional<br />
é o principal critério de seleção do corpo<br />
docente desta pós-graduação, que conta<br />
com a chancela do Grupo Lusófona e está<br />
enquadrada no Processo de Bolonha e no<br />
sistema europeu de unidades de créditos<br />
curriculares (30 ECTS – European Credit<br />
Transfer System). Informações adicionais<br />
sobre a pós-graduação e sobre o seminário<br />
de Marketing de Guerrilha estão disponíveis<br />
no site www.anje.pt.<br />
NEGÓCIO E EMPRESAS/ANJE<br />
Incubadora da Póvoa oferece condições especiais<br />
Os jovens empreendedores que, até ao fim do mês de outubro,<br />
decidam instalar os seus negócios no Centro da Incubação da<br />
Póvoa de Varzim só começam a pagar o espaço ocupado em<br />
janeiro de 2013. Estes três meses de carência constituem uma<br />
promoção de lançamento daquela que é a mais recente estrutura<br />
da rede de incubadoras da ANJE.<br />
Novo plano<br />
de formações<br />
modulares arranca<br />
este mês<br />
Braga, Porto, Coimbra, Lisboa, Alentejo<br />
e Algarve compõem o mapa correspondente<br />
ao novo calendário de Formações<br />
Modulares Certificadas, ministradas pela<br />
ANJE – Associação Nacional de Jovens<br />
Empresários, já a partir da próxima semana.<br />
Diversificada é também a oferta<br />
temática das novas Unidades de Formação<br />
de Curta Duração (UFCD), que até aqui<br />
eram reservadas a adultos com habilitações<br />
máximas ao nível do ensino secundário,<br />
mas que podem agora ser frequentadas por<br />
licenciados em situação de desemprego.<br />
Ainda assim, no que às temáticas diz respeito,<br />
a experiência e know-how da associação<br />
impõem um destaque particular das<br />
áreas associadas à atividade empresarial.<br />
No Porto e em Braga, os formandos poderão,<br />
inclusive, optar por efetuar Ciclos Formativos<br />
de 250 horas em temáticas como<br />
Recursos Humanos, Criação de Empresas,<br />
Marketing e Vendas ou Gestão Financeira.<br />
Cursos financiados de curta<br />
duração podem também agora<br />
ser frequentados por licenciados<br />
em situação de desemprego<br />
Entre as primeiras UFCD agendadas<br />
destacam-se temas como “Código de Contas<br />
e Normas Contabilísticas”, “Motivação<br />
e Gestão de Equipas de Trabalho”, “Atendimento”,<br />
“Projetos de Investimento” ou<br />
“Noções Básicas de Gestão Técnica de Recursos<br />
Humanos”.<br />
Organizada em unidades de formação de<br />
curta duração (25 ou 50 horas), de acordo<br />
com os respetivos referenciais do Catálogo<br />
Nacional de Qualificações, a Formação<br />
Modular Certificada propõe-se colmatar as<br />
lacunas de conhecimentos e competências<br />
dos formandos, tendo em vista a construção<br />
progressiva de uma qualificação profissional.<br />
De resto, como se trata de formação<br />
financiada, os formandos beneficiam ainda<br />
de um subsídio de alimentação associado a<br />
cada dia de formação efetiva. Informações<br />
adicionais e inscrições através do site www.<br />
anje.pt/portal/formacao.
20 SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong><br />
NEGÓCIOS E EMPRESAS<br />
Gastronomia beirã e africana com vista sobre Lisboa<br />
Zambeze é o nome do mais recente restaurante da Visabeira, um projeto comum da Ródia<br />
SA, do Instituto Nacional do Turismo de Moçambique, da Linhas Aéreas de Moçambique<br />
e dos Aeroportos de Moçambique. É um espaço único, moderno e cosmopolita, em pleno<br />
centro histórico de Lisboa, onde é possível degustar o melhor da tradição gastronómica beirã<br />
e sabores africanos.<br />
“Missão Gorongosa” esteve no NorteShopping.<br />
Media partners Patrocinadores<br />
Gorongosa apresenta projeto<br />
de recuperação no Porto<br />
FERNANDA SILVA TEIXEIRA<br />
fernandateixeira@vidaeconomica.pt<br />
“Missão Gorongosa” é o nome<br />
da exposição que esteve presente<br />
recentemente no NorteShopping,<br />
no Porto, e que deu a conhecer<br />
o Projeto de Recuperação<br />
do Parque Nacional da Gorongosa,<br />
no centro de Moçambique.<br />
O projeto de recuperação do<br />
parque está a ser desenvolvido<br />
pela Fundação “Gorongosa Res-<br />
Ryanair envia SMS de alerta gratuitos por atrasos nos voos<br />
A Ryanair anunciou que os passageiros que experienciem<br />
raros atrasos nos voos da Ryanair, com cerca de mais de 90<br />
minutos, vão agora receber mensagens de texto gratuitas<br />
a informar sobre a duração estimada do atraso e a nova<br />
hora de partida.<br />
toration Project”, uma organização<br />
norte-americana sem fins lucrativos<br />
que se aliou ao governo<br />
de Moçambique para proteger e<br />
restaurar o Parque Nacional da<br />
Gorongosa e promover as atividades<br />
turísticas.<br />
“A recuperação da Gorongosa<br />
é um projeto muito interessante<br />
pela sua vertente social, ambiental<br />
e económica que, no seu entender,<br />
deve ser partilhada com o<br />
público português. Esta exposição<br />
insere-se na nossa política de<br />
responsabilidade corporativa que<br />
tem o compromisso de informar,<br />
O grupo Filinto Mota vai de<br />
novo realizar o já tradicional<br />
Passeio dos Clássicos Citroën, o<br />
tema escolhido para a 11ª edição<br />
é “A longevidade está na resistência<br />
aos tempos”. A cidade<br />
do Porto volta a ser anfitriã da<br />
iniciativa, que se realizará no dia<br />
23 de setembro (domingo), com<br />
a concentração agendada para a<br />
Avenida dos Aliados (9h30m).<br />
Como já é habitual, marcarão<br />
presença alguns dos modelos<br />
mais emblemáticos da Citroën,<br />
como as famosas “Arrastadeiras”,<br />
DS “Boca de Sapo”, 2CV e muitos<br />
outros automóveis de época<br />
do construtor gaulês. As inscrições<br />
no evento estão abertas até<br />
Licenciada em têxteis e design<br />
de superfícies, a artista alemã Claire<br />
Baker, atualmente a residir no<br />
Reino Unido, é a vencedora da exposição<br />
competitiva internacional<br />
que integra a primeira edição da<br />
Contextile <strong>2012</strong> – Trienal de Arte<br />
Têxtil Contemporânea. Composta<br />
por uma coleção de nove colarinhos<br />
de alta-costura, a peça “Built<br />
up, broken down” inspira-se nas<br />
golas engomadas desde a era vitoriana<br />
até aos anos 50, e propõe<br />
uma reflexão sobre a construção<br />
desenfreada a que se tem assistido<br />
nos últimos anos em contraste<br />
com o número crescente de espaços<br />
deteriorados. No conjunto de<br />
peças feitas com tecidos naturais,<br />
fio e papel encontra-se, por exemplo,<br />
uma gola revestida com pregos<br />
enferrujados.<br />
Entre as cerca de 90 obras de<br />
sensibilizar e consciencializar a<br />
comunidade local para questões<br />
essenciais”, referiu João Fonseca,<br />
diretor do NorteShopping.<br />
A apresentação da exposição<br />
contou com a presença de Greg<br />
Carr, filantropo norte-americano<br />
responsável pela fundação “Gorongosa<br />
Restoration Project”. Segundo<br />
este, o convite para vir a<br />
Portugal, partiu do presidente executivo<br />
da Sonae, Paulo Azevedo,<br />
visitante habitual da Gorongosa e,<br />
como o próprio referiu posteriormente,<br />
apaixonado por África, em<br />
particular por Moçambique.<br />
Grupo Filinto Mota volta<br />
a levar clássicos à baixa do Porto<br />
12 de setembro, através do e-mail<br />
filintomota@filintomota.pt ou<br />
do site www.filintomota.pt.<br />
“Ao promover esta iniciativa, o<br />
grupo Filinto Mota deseja também<br />
evidenciar a sua longevidade<br />
e a sua capacidade de resistir<br />
aos tempos e momentos adversos<br />
por que o país e o setor automóvel<br />
passam, demonstrando que<br />
é com determinação, vontade e<br />
perseverança, que se garante o<br />
futuro, como evidencia a longa<br />
ligação (78 anos) à Citroën que o<br />
grupo Filinto Mota possui”, pode<br />
ler-se num comunicado enviado<br />
às redações pela empresa representante<br />
da marcas nos distritos<br />
do Porto e de Braga.<br />
Capital Europeia da Cultura<br />
distingue arte têxtil contemporânea<br />
50 artistas, oriundos de 20 países,<br />
que compõem a exposição foram<br />
ainda atribuídas três menções<br />
honrosas. A artista plástica portuense<br />
Cláudia Melo foi distinguida<br />
pelos trabalhos “Psicoário<br />
(DSM-IV)” e “Espaços Entre II”,<br />
que têm no têxtil a matéria base<br />
para uma viagem pela psique humana,<br />
explorando os conceitos de<br />
identificação e identidade. Também<br />
em destaque esteve o artista<br />
francês Cyril Le Van, distinguido<br />
pelas peças “Jacket”, “T-Shirt”<br />
e “Sneakers”, um trabalho que<br />
aborda a peça de roupa enquanto<br />
etiqueta social. A Contextile <strong>2012</strong><br />
surge no âmbito de uma parceria<br />
entre a Capital Europeia da Cultura<br />
e a Ideias Emergentes e tem<br />
como principal objetivo lançar<br />
um novo olhar sobre o têxtil no<br />
nosso país.
TERESA SILVEIRA<br />
teresasilveira@vidaeconomica.pt<br />
SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong> 21<br />
ADENE em Estocolmo na apresentação de resultados<br />
do projeto REQUEST<br />
A ADENE – Agência para a Energia, parceiro português do REQUEST, marcou presença na<br />
conferência internacional de apresentação dos resultados deste projeto europeu, que decorreu a<br />
5 de setembro, em Estocolmo, na Suécia. Na altura foram apresentados os projetos-piloto desenvolvidos<br />
em 11 países europeus na área da eficiência energética e, também, debatidos temas<br />
como os mecanismos para promoção da qualidade na construção e os métodos para promover<br />
a reabilitação energética.<br />
SEDES promove melhores práticas<br />
de recursos humanos<br />
“Podemos estar a contrair uma empresa e ter boas práticas de recursos humanos até na contração”,<br />
destaca José Bancaleiro à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”.<br />
A SEDES - Associação para o Desenvolvimento<br />
Económico e Social, através<br />
do Grupo de Trabalho de Capital Humano<br />
(GTCH), quer destacar as melhores<br />
práticas em processos de gestão de<br />
capital humano nas empresas portuguesas.<br />
Para tal, acaba de lançar a iniciativa<br />
“Excelência SEDES – Boas Práticas na<br />
Gestão de Pessoas” e prevê a participação<br />
de organizações dos mais variados<br />
setores de atividade, revelou à “<strong>Vida</strong><br />
<strong>Económica</strong>” José Bancaleiro, membro<br />
do Conselho Consultivo do Grupo de<br />
Trabalho de Capital Humano (GTCH)<br />
da Associação.<br />
Com foco particular nos níveis de inovação<br />
e eficácia das práticas de gestão inscritas,<br />
a avaliação da iniciativa vai incidir<br />
sobre cinco grandes categorias: Acolhimento<br />
e Integração, Desenvolvimento de<br />
Competências, Gestão do Talento Sénior,<br />
Reestruturação/Downsizing e, finalmente,<br />
Internacionalização/Carreiras Internacionais.<br />
Para participar, cada gestor ou responsável<br />
de recursos humanos deverá aceder ao<br />
questionário online (www.excelenciasedes.com)<br />
e descrever as práticas de gestão<br />
de pessoas da sua empresa que considera<br />
merecedoras de distinção, sendo que a<br />
participação poderá ser feita em mais do<br />
que uma categoria. A avaliação das propostas<br />
recolhidas e a seleção das práticas<br />
por categoria terá como base variáveis de<br />
ponderação previamente definidas e ficará<br />
a cargo de um Conselho Consultivo,<br />
composto por personalidades de mérito<br />
reconhecido no setor dos recursos humanos<br />
em Portugal.<br />
Para além da distinção e diploma de<br />
participação, as empresas cujas práticas<br />
forem reconhecidas como mais meritórias<br />
serão posteriormente convidadas a partilhar<br />
os seus casos de sucesso num evento<br />
público, a organizar no último trimestre<br />
do ano.<br />
Questionado pela “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”<br />
sobre se é possível adotar boas práticas de<br />
recursos humanos no atual contexto de<br />
crise económica, em que muitas empresas<br />
passam por sérias dificuldades, José Bancaleiro<br />
desmistifica. “Não tenho dúvidas<br />
nenhumas em responder-lhe que, apesar<br />
deste contexto de crise económica,<br />
há espaço para boas práticas de recursos<br />
humanos nas empresas”, disse o também<br />
‘Managing Partner’ em Portugal da<br />
consultura internacional Stanton Chase<br />
à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”.<br />
“investimento em recursos<br />
humanos não essencialmente<br />
investimento financeiro”<br />
Para José Bancaleiro, “a gestão de recursos<br />
humanos é sempre adaptada à<br />
realidade que temos. Se estamos num<br />
momento de expansão, a gestão de recursos<br />
humanos tem de colaborar nessa<br />
estratégia; se estamos num momento<br />
de contenção ou contração, a gestão de<br />
recursos humanos tem de ser feita dessa<br />
forma”, refere o mesmo responsável. Daí<br />
que “o estar num momento de contração<br />
ou expansão não significa que não<br />
possamos ter as melhores práticas”, pois<br />
“podemos estar a contrair uma empresa<br />
e ter boas práticas de recursos humanos<br />
até na contração”.<br />
Sobre se as boas práticas em recursos<br />
humanos não estão necessariamente associadas<br />
a custos financeiros, José Bancaleiro<br />
concorda em absoluto. “A gestão das<br />
pessoas passa, muitas vezes, por investimento.<br />
E investimento em recursos humanos<br />
não essencialmente investimento<br />
financeiro”, realça.<br />
Salientando que a SEDES tem vindo<br />
a organizar “várias atividades em várias<br />
áreas”, este membro do Conselho Con-<br />
NEGÓCIOS E EMPRESAS<br />
El Corte Inglés cai 5,6% em Portugal<br />
As vendas do El Corte Inglés em Portugal caíram 5,6% no exercício terminado<br />
a 29 de fevereiro de <strong>2012</strong> (que corresponde ao décimo ano de presença<br />
no nosso país), para 385 449 629 euros, menos 22,6 milhões que<br />
no exercício anterior, o que, segundo a empresa, “se justifica em boa parte<br />
pela opção tomada pela empresa de não refletir o aumento do IVA nos<br />
preços ao consumidor”. Os resultados líquidos, depois de pagos os impostos<br />
no valor de 2,7 milhões de euros, atingiram 2,1 milhões de euros.<br />
sultivo do Grupo de Trabalho de Capital<br />
Humano (GTCH) da SEDES explica<br />
que esta Associação, a que preside o ex-<br />
-ministro das Finanças Luís Campos e<br />
Cunha, “achou que podia dar um contributo<br />
ainda maior com este projeto<br />
Excelência SEDES”, como forma de “recolher<br />
e divulgar de boas práticas, concretas,<br />
na área dos recursos humanos”. O<br />
objetivo, destaca ainda José Bancaleiro, é<br />
que, “através dessa divulgação de práticas<br />
de excelência, outras empresas e outros<br />
profissionais sigam essas práticas, com<br />
benefício, quer para as organizações,<br />
quer para o país”.
22 SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong><br />
NEGÓCIOS E EMPRESAS/PME<br />
Schindler equipa novo edifício do aeroporto de Munique<br />
A Schindler vai equipar o novo edifício satélite do Terminal 2 do aeroporto<br />
de Munique, na Alemanha, com o fornecimento de 50 elevadores,<br />
56 escadas rolantes e 20 tapetes rolantes. A empresa vai ainda equipar<br />
a estação ferroviária do sistema de transporte subterrâneo, que liga<br />
o Terminal 2 ao edifício satélite, com 14 sistemas Schindler. Estima-se<br />
que, com a inauguração em 2015, o novo projecto sirva 11 milhões de passageiros.<br />
Portugueses têm utilização<br />
menos sofisticada do telemóvel<br />
O Mobile Life, o estudo anual<br />
da TNS (Instituto de Market<br />
Research) sobre comportamentos,<br />
motivações e prioridades<br />
dos utilizadores de telemóveis<br />
a nível mundial, aponta cinco<br />
pontos-chave sobre as necessidades<br />
do consumidor português,<br />
entre os quais, Portugal<br />
tem pouca penetração de smartphones<br />
e outros aparelhos como<br />
notebooks, netbooks e demonstra<br />
uma utilização básica do<br />
telemóvel, não aproveitando<br />
todo o potencial tecnológico.<br />
DORA TRONCÃO<br />
agenda@vidaeconomica.pt<br />
“O telemóvel é o aparelho que praticamente<br />
todos os portugueses têm, mas<br />
quando comparamos com restantes equipamentos<br />
tecnológicos, falamos de laptops,<br />
netbooks, notebooks, os portugueses estão a<br />
uma distância considerável do resto da Europa<br />
e o mundo. A sensação que existia de<br />
que os portugueses eram altamente tecnológicos<br />
e tinham muitos aparelhos, não se verifica.<br />
Estamos distantes nomeadamente se<br />
compararmos com espanhóis, a incidência<br />
de smartphones em Portugal é de 9% e em<br />
Espanha é muito superior, de 49%” revela<br />
Sandra Silva em jeito de conclusão perante<br />
os dados do estudo levado a cabo pela TNS,<br />
o instituto de pesquisa de mercado pelo qual<br />
é responsável em Portugal.<br />
Os motivos apontados para esta fraca<br />
penetração de smartphones em Portugal<br />
são financeiros e de formação. “Há a questão<br />
do preço dos telemóveis e de não haver<br />
uma oferta low cost que poderá fazer<br />
com que os portugueses não tenham uma<br />
penetração tão elevada dos smartphones<br />
como seria expectável e depois estamos a<br />
falar de um nicho em que as pessoas têm<br />
outros equipamentos que vão renovando,<br />
mas é sempre a mesma pessoa portanto<br />
não é algo transversal ao resto da população.<br />
Não é tanto a posse do telemóvel,<br />
mas a forma como os portugueses utilizam<br />
o telemóvel. Temos uma utilização menos<br />
sofisticada do que o resto do mundo que<br />
faz muito mais o acesso à Internet, ou seja,<br />
tem funcionalidades muito mais avançadas<br />
como browsing, fazer compras através do<br />
telemóvel…”<br />
O exemplo Renova<br />
Em Portugal ainda está no início da<br />
disponibilização de aplicações por parte<br />
das marcas. Sandra Silva dá o exemplo<br />
da empresa Renova, que possibilitou aos<br />
utilizadores do metro ao fazer a leitura de<br />
Os motivos apontados<br />
para esta fraca penetração<br />
de smartphones em<br />
Portugal são financeiros<br />
e de formação<br />
um código (QR) num painel comprar o<br />
seu papel higiénico. “As marcas começam<br />
a trazer essas aplicações para Portugal portanto<br />
começam a surgir alguns primeiros<br />
sinais. Verificámos é que muitas vezes o<br />
próprio utilizador não sabe que existe essa<br />
possibilidade. Há necessidade de passar<br />
conhecimento para o utilizador das potencialidades<br />
que existem para o ajudar<br />
no dia a dia, para dar resposta àquilo que<br />
verificámos ser as cinco grandes necessidades,<br />
cinco pontos-chave do utilizador<br />
de telemóvel – experiência, independência,<br />
conveniência, relevância e confiança.<br />
É preciso proporcionar experiências mais<br />
enriquecedoras, poupar tempo, conseguir<br />
mais conveniência, reforçar a confiança<br />
ao possibilitar pesquisa para uma decisão<br />
fundamentada no momento da compra,<br />
isto é o acesso a informação relevante a si<br />
em concreto, neste momento. O telemóvel<br />
tem, desse ponto de vista, um potencial<br />
muito elevado por fazer chegar essa<br />
informação ao consumidor”. A concretização<br />
deste acesso passa por uma estratégia<br />
de marketing por parte das marcas,<br />
um investimento, e, segundo Sandra Silva,<br />
ainda há todo um percurso a ser feito.<br />
“A incidência dos smartphones e tablets<br />
será a porta de entrada para a utilização<br />
destas funcionalidades. As marcas que assumirem<br />
um papel naquele que é o círculo<br />
de confiança dos consumidores, porque<br />
aquilo que vemos é que o telemóvel está<br />
sempre presente, é quase uma extensão de<br />
nós próprios, e é extremamente personalizado<br />
porque cada um personaliza o seu<br />
Zippy espande-se para Geórgia, Arménia e Azerbaijão<br />
A Sonae vai expandir a sua presença internacional no Cáucaso, com a abertura de cinco lojas<br />
Zippy até 2016, seguindo uma estratégia “capital light”, tendo o grupo alargado o acordo de<br />
franchising já existente para a região do Médio Oriente com o Fawaz Alhokair Group. Após<br />
ter aberto o primeiro espaço no Cazaquistão em 2011, o plano de expansão para a região prevê<br />
a entrada da área de retalho especializado da Sonae na Geórgia, Arménia e Azerbaijão, estando<br />
a abertura da primeira loja prevista para este último país até ao final do ano.<br />
mundo móvel. As marcas que entrarem<br />
neste mundo móvel dão resposta àquelas<br />
cinco necessidades e serão as que terão a<br />
grande possibilidade de crescer.”<br />
As marcas de operadores poderão ter<br />
um papel importante do ponto de vista da<br />
oferta cada vez mais acessível e de proporcionar<br />
a própria acessibilidade. “Aquilo<br />
que achamos que vai acontecer é que em<br />
Portugal se caminhe para o que acontece<br />
no resto da Europa e se comecem a utilizar<br />
as potencialidades das novas funções<br />
do telemóvel, com ofertas mais low cost,<br />
aumento da penetração dos smartphones<br />
e com certeza do acesso à internet e maior<br />
utilização das funcionalidades mais inovadoras<br />
pelas pessoas porque lhes trarão<br />
grandes benefícios. Os números serão à<br />
nossa proporção, mas semelhantes aos outros<br />
países”.<br />
O utilizador<br />
português<br />
de telemóvel<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Soluções de BI<br />
são dispendiosas<br />
e complexas<br />
para as empresas<br />
A oferta de soluções de BI atualmente<br />
disponível no mercado começa a ser limitada<br />
para responder às necessidades dos<br />
utilizadores, revela um estudo revelado pela<br />
Unit4 – Business Software onde participaram<br />
120 decisores de topo de empresas de<br />
vários setores de atividade na Europa, nos<br />
EUA e no Canadá. Além disso, as soluções<br />
tradicionais, tanto de BI como de análise,<br />
são consideradas muito dispendiosas e demasiado<br />
complexas.<br />
O estudo, conduzido pela BizTechReports<br />
– uma agência independente que se dedica<br />
à pesquisa e aos estudos de mercado, com<br />
escritórios em Washington DC e Toronto<br />
(Canadá), – combina de forma equilibrada as<br />
opiniões dos executivos de topo das empresas<br />
com responsabilidades nas áreas da gestão e<br />
da tecnologia. Este estudo foi apresentado<br />
em Boston no Grape Escape Analyst Event<br />
– o evento anual que reúne os analistas mais<br />
importantes do mundo inteiro.<br />
A maioria das soluções que integram o<br />
portfolio das atuais ofertas dos grandes fornecedores<br />
mundiais de soluções ERP, que<br />
faturam anualmente vários milhões de dólares,<br />
têm mais de 20 anos de idade e são<br />
quase resultado das aquisições efetuadas<br />
aquando da onda de consolidações que o<br />
mercado de software viveu há cerca de 10<br />
anos. Posteriormente, estas soluções foram<br />
integradas nas ofertas das empresas que as<br />
adquiriram, e hoje em dia são vendidas por<br />
centenas de milhares de euros, com prazos<br />
de implementação que se prolongam por<br />
vários meses, ou até mesmo de anos.<br />
Science4you contrata<br />
responsável por<br />
mercados internacionais<br />
A Science4you, empresa portuguesa que<br />
se dedica à produção, desenvolvimento e<br />
comercialização de brinquedos científicos<br />
em parceria com a Faculdade de Ciências<br />
da Universidade de Lisboa, contratou João<br />
Vítor Simões para gerir o departamento de<br />
mercados. O profissional tem 25 anos e é licenciado<br />
em Gestão pela Nova School of Business<br />
and Economics, Universidade Nova de<br />
Lisboa, tendo realizado posteriormente um<br />
mestrado em International Business Track<br />
Strategy and Innovation, pela Universidade<br />
de Maastricht. Do seu percurso profissional<br />
fazem parte as funções de Auditor na KPMG,<br />
Auditoria, Fiscalidade e Consultoria.<br />
Miguel Pina Martins, presidente da Science4you,<br />
afirma que “a contratação do João<br />
Simões tornou-se imperativa, uma vez que<br />
os mercados internacionais assumiram uma<br />
elevada importância para nós. O escritório<br />
e as lojas próprias em Madrid, bem como a<br />
entrada em países como o Japão, India, Grécia,<br />
Finlândia, França e países dos PALOP,<br />
representam já mais de 50% da faturação da<br />
empresa e, acreditamos que no próximo ano<br />
seja ainda mais representativa”.
FERNANDA SILVA TEIXEIRA<br />
fernandateixeira@vidaeconomica.pt<br />
SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong> 23<br />
Lucros da REN atingem os 70 milhões de euros<br />
A REN alcançou lucros de 70,6 milhões de euros no primeiro semestre<br />
(1S) de <strong>2012</strong>, um crescimento de 3,4%, face ao mesmo período de 2011.<br />
Destaque ainda para uma melhoria significativa do EBITDA, que atingiu<br />
os 261,7 milhões de euros, um aumento de 11,1% face ao 1S de 2011. A<br />
contribuir positivamente para os resultados operacionais da REN esteve o<br />
aumento da taxa de crescimento dos ativos e da respetiva taxa de remuneração,<br />
bem como os ganhos de eficiência ao nível dos custos operacionais.<br />
Cozinhas Ayeme abrem espaço em Lisboa<br />
com olhos postos em Angola<br />
Com a abertura de um novo espaço pretendemos dar uma maior visibilidade tanto nacional como internacional do que de melhor<br />
se faz em Portugal”, afirma Augusto Moreira.<br />
O mais recente espaço expositivo da Augusto Moreira,<br />
empresa proprietária das marcas Ayeme – Cozinhas e<br />
Trancar – Portas de Segurança, acaba de abrir no Parque<br />
das Nações em Lisboa. O investimento, orçado em cerca<br />
de 500 mil euros, pretende aproximar as marcas de um<br />
público-alvo ainda com “algum poder de compra” e divulgar<br />
os seus produtos a nível internacional, nomeadamente<br />
Angola, o próximo objetivo da empresa, sedeada<br />
em Santo Tirso desde 1995 e que emprega meia centena<br />
de colaboradores.<br />
O investimento surge na capital, pois “Lisboa ainda tem<br />
algum poder de compra e aqui não existem tantas empresas<br />
como a Ayeme – Cozinhas, como acontece na zona<br />
norte do país”, assegura Augusto Moreira, responsável<br />
máximo da empresa. “Adicionalmente, o novo showroom<br />
ajudará a divulgar os produtos a nível internacional. Em<br />
resumo “pretendemos dar uma maior visibilidade tanto<br />
nacional como internacional do que de melhor se faz em<br />
Portugal, neste caso a Ayeme”, afirma Augusto Moreira.<br />
O novo espaço aposta também num conceito diferente<br />
e inclui uma vertente cultural. O consumidor para além<br />
O consumidor para além de poder<br />
visitar e escolher a sua cozinha poderá<br />
ainda apreciar um conjunto de<br />
esculturas e não só, uma aposta que<br />
sempre existiu por parte da Ayeme<br />
de poder visitar e escolher a sua cozinha poderá ainda<br />
apreciar um conjunto de “esculturas e não só”, uma<br />
aposta que “sempre existiu” por parte da empresa e que<br />
agora continua com a abertura no novo espaço. “Acreditamos<br />
e apostamos nos nossos escultores, designers<br />
e pintores, permitindo expor as suas peças nos espaços<br />
Ayeme e passando a receber, regularmente, exposições<br />
de arte”, afiança este responsável. Para já, a abertura da<br />
nova loja conta com uma exposição de 40 obras de Paulo<br />
Neves sobre a temática “Diversidades”.<br />
Salientando que a empresa sempre apostou no segmento<br />
médio alto e alto, Augusto Moreira explica que,<br />
se no passado vendiam sobretudo a construtores aquan-<br />
NEGÓCIOS E EMPRESAS/PME<br />
Porto Design Week até domingo<br />
Realiza-se até domingo (9) a Porto Design Week, que pretende dar relevância<br />
à criação, ao trabalho feito “à medida”, a espaços únicos e excecionais<br />
na cidade e projetá-la como local cosmopolita e de referência<br />
nos domínios do Design e da Arquitetura. Pretende oferecer ao público<br />
um programa de debates e condições vantajosas nos diversos parceiros,<br />
entre instituições culturais, lojas, designers, hotéis/guest-houses e restaurantes/bares.<br />
INVESTIMENTO<br />
O investimento, orçado em cerca<br />
de 500 mil euros, pretende aproximar<br />
as marcas de um público-alvo ainda<br />
com poder de compra<br />
DESIGN<br />
Trabalhamos com designers, escutamos<br />
os clientes e criamos novas soluções<br />
do da construção das habitações, neste momento a aposta<br />
passa pela venda direta ao consumidor final. “É 50-<br />
50”, reforça.<br />
“Angola grande objetivo”<br />
Por essa razão, a estratégia futura da empresa passa<br />
também pela continuidade do processo de internacionalização<br />
nos PALOP, bem como no mercado francês<br />
e do Magreb. “Angola é o grande objetivo da empresa”.<br />
De uma forma natural, os clientes com projetos<br />
no mercado angolano chamaram a Augusto Moreira,<br />
para o estabelecimento de parcerias que acabaram por<br />
dar a conhecer o mercado e identificar uma oportunidade<br />
de negócio. A inexistência de uma oferta de<br />
qualidade na área de especialização da empresa no<br />
mercado angolano, aliado à necessidade de contar<br />
com um parceiro credível e com capacidade financeira<br />
e produtiva, levou os clientes a “confiar nas marcas<br />
Ayeme e Trancar”.<br />
Assim sendo, a estratégia de internacionalização neste<br />
mercado “passa pela associação a um parceiro local, que<br />
garanta todas as condições logísticas e uma mais rápida<br />
integração neste difícil contexto. Para isso, estão a ser<br />
criadas equipas técnicas e comerciais, que reúnem um<br />
conjunto de competências e soluções capazes de responder<br />
às cada vez mais exigentes necessidades dos consumidores<br />
angolanos”, acrescentou Augusto Moreira. Em<br />
estudo está, por agora, a abertura de uma área comercial<br />
de exposição em Luanda, chegando desta forma ao consumidor<br />
final, com um conceito de projeto personalizado<br />
em cozinhas e portas de segurança, criadas especificamente<br />
para cada cliente.<br />
Mas para que isso seja possível, Augusto Moreira não<br />
descuida a aposta na inovação. A Ayeme “não vê as cozinhas<br />
como algo estandardizado”. Trabalhamos com<br />
designers, escutamos os clientes e tentamos criar novas<br />
soluções e maximizar as áreas de arrumação. Cada cliente<br />
é um cliente, como tal cada cozinha é uma cozinha”,<br />
remata Augusto Moreira.
24 SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong><br />
DIREITOS<br />
LEGAL E ILEGAL<br />
Valor aduaneiro das mercadorias importadas<br />
Somos uma empresa<br />
portuguesa que importa,<br />
regularmente, bens produzidos<br />
por um fornecedor estrangeiro.<br />
Para a importação desses<br />
produtos existe um acordo de<br />
licenciamento, que nos obriga<br />
a pagar uma percentagem que<br />
incide sobre o preço de venda<br />
dos bens. Tal percentagem é<br />
tida em conta para o cálculo<br />
do valor aduaneiro das<br />
mercadorias?<br />
O caso apresentado pela consulente tem<br />
a ver com o Direito Aduaneiro Comunitário,<br />
designadamente quanto ao valor<br />
aduaneiro das mercadorias. Ora, nos termos<br />
do artigo 29.º do Código Aduaneiro<br />
Comunitário (CAC) “o valor aduaneiro<br />
das mercadorias importadas é o valor<br />
transacional, isto é, o preço efetivamente<br />
pago ou a pagar pelas mercadorias quando<br />
são vendidas para exportação com destino<br />
ao território aduaneiro da Comunidade,<br />
eventualmente, após ajustamento efetuado<br />
nos termos dos artigos 32.º e 33.º (…)”.<br />
Sinto que a manutenção da minha<br />
atividade empresarial pode estar em<br />
risco pelos preços praticados por outra<br />
empresa do mesmo ramo, que a meu ver<br />
são abaixo do custo de produção. Haverá<br />
algo que possa fazer?<br />
O caso em apreço remeto-nos para<br />
questões de direito concorrencial,<br />
deveras pertinentes e atuais, uma<br />
vez que o novo regime jurídico da<br />
concorrência (aprovado pela Lei n.º<br />
19/<strong>2012</strong>, de 8 de maio) entrou em<br />
vigor no dia 7 de julho do presente<br />
ano. Este novo regime é uma imposição<br />
do memorando de entendimento<br />
assinado com a “troika”, que prevê um<br />
reforço dos poderes da Autoridade da<br />
Concorrência.<br />
Deste modo, pode estar em causa a<br />
prática de preços anticoncorrenciais por<br />
parte da empresa sua concorrente, que,<br />
talvez por deter uma posição dominante<br />
no mercado, os consiga praticar.<br />
Certas empresas dominantes, muitas das<br />
vezes – apenas por estratégia mercantil<br />
– suportam as perdas inerentes à venda<br />
abaixo custo de produção, com a única<br />
Para este efeito, o referido artigo 32.º do<br />
CAC, prevê que devem ser adicionados ao<br />
preço “os direito de exploração e os direitos<br />
de licenciamento relativos às mercadorias<br />
a avaliar, que o comprador é obrigado<br />
a pagar (…), na medida que estes direitos<br />
de exploração e direitos de licença não tenham<br />
sido incluídos no preço efetivamente<br />
pago ou a pagar”. No entanto, o n.º 5<br />
do artigo 32.º do CAC exclui as despesas<br />
relativas ao direito de reproduzir as mercadorias,<br />
bem como, os pagamentos efe-<br />
intenção de diminuírem as empresas<br />
concorrentes, por não conseguirem<br />
competir de igual forma.<br />
Diz-se que as empresas encontram-se<br />
em posição dominante quando têm<br />
possibilidade de adotar comportamentos<br />
independentes, que lhes permite agir<br />
sem ter em atenção os concorrentes,<br />
os clientes ou os fornecedores. Tal<br />
sucede quando, devido à sua quota de<br />
mercado, ou desta em combinação,<br />
nomeadamente, com a posse de<br />
conhecimentos técnicos, matérias<br />
- primas ou capitais, dispõem da<br />
possibilidade de determinar os preços ou<br />
controlar a produção ou a distribuição<br />
para uma parte significativa dos produtos<br />
em causa. Na Europa, não é ilícito uma<br />
empresa deter uma posição dominante,<br />
assim, só se considera ilícito, o abuso da<br />
mesma.<br />
O abuso de posição dominante integrase<br />
nas práticas anticoncorrenciais do<br />
mercado. Considerando-se práticas<br />
anticoncorrenciais, qualquer tipo<br />
de comportamento por operador ou<br />
conjunto de operadores que tenha em<br />
vista a obtenção e exploração, singular<br />
ou coletiva, do poder de mercado, ou<br />
LEGAL & ILEGAL<br />
Azevedo Brandão & Associados<br />
distinguida em direito do trabalho<br />
A Azevedo Brandão & Associados ganhou os Global Awards <strong>2012</strong> da<br />
Corporate INTL na categoria de direito do trabalho. “Sermos a sociedade<br />
vencedora em Portugal dos prémios atribuídos por uma publicação<br />
tão prestigiada a nível internacional como a Corporate INTL é<br />
motivo de grande orgulho e pode ser uma importante ferramenta para<br />
alavancar ações na área do direito do trabalho”, refere um comunicado.<br />
tuados como contrapartida do direito de<br />
distribuir ou de revender as mercadorias,<br />
se estes não forem uma condição da venda<br />
das mercadorias para a sua exportação com<br />
destino à Comunidade. Assim, os direitos<br />
de licenciamento que a consulente está<br />
obrigada a pagar devem ser tidos em consideração<br />
no cálculo do valor aduaneiro das<br />
mercadorias, desde que não se incluam nas<br />
referidas exceções.<br />
O artigo 157.º das Disposições de Aplicação<br />
do Código Aduaneiro Comunitário<br />
DIREITO DE CONCORRÊNCIA<br />
seja, o poder de manter o preço dos<br />
seus produtos acima do preço que seria<br />
praticado num mercado competitivo.<br />
No caso que me indicou, podemos estar<br />
perante uma situação de um abuso de<br />
posição dominante, pela prática de<br />
preços predatórios.<br />
Assim, para falarmos de abuso de<br />
posição dominante, teremos de analisar<br />
o disposto no artigo 102.º do TFUE. Este<br />
proíbe o abuso de posição dominante,<br />
singular ou coletiva, numa parte<br />
significativa ou na totalidade do mercado<br />
comum, na medida em que afete o<br />
comércio entre os Estados – Membros.<br />
Não é oferecida uma definição de abuso,<br />
recorrendo-se apenas a uma combinação<br />
da proibição sob forma de cláusula geral<br />
seguida de uma tipologia exemplificativa.<br />
De acordo com esta ultima, as práticas<br />
abusivas podem consistir em:<br />
a) Impor, de forma direta ou indireta,<br />
preços de compra ou de venda ou outras<br />
condições de transação não equitativas<br />
b) Limitar a produção, a distribuição ou o<br />
desenvolvimento técnico em prejuízo dos<br />
consumidores<br />
c) Aplicar, relativamente a parceiros<br />
comerciais, condições desiguais no caso<br />
de prestações equivalentes colocando-<br />
(DAC), desenvolve a questão relativa à<br />
correção do preço pago ou a pagar pelas<br />
mercadorias importadas, quando estão em<br />
causa direitos de exploração ou direitos de<br />
licença. Nesse âmbito, o n.º 2 da referida<br />
disposição legal, estabelece que a correção<br />
só é devida quando o valor aduaneiro da<br />
mercadoria for determinado pelo método<br />
do valor transacionável, e se os direitos<br />
estiverem relacionados com a mercadoria<br />
a avaliar e se o pagamento constituir uma<br />
condição de venda dessa mercadoria. Tais<br />
requisitos, no caso em apreço, parecem<br />
ocorrer, pelo que os direitos de licença<br />
deverão ser acrescentados ao preço efetivamente<br />
pago ou a pagar.<br />
No entanto, convém ter presente que o<br />
montante dos direitos de exploração ou<br />
dos direitos de licença não serão conhecidos<br />
no momento da importação por<br />
estarem dependentes da ocorrência de um<br />
facto futuro (venda dos produtos). Assim,<br />
devem as autoridades aduaneiras, em concertação<br />
com a consulente, aceitar que a<br />
determinação definitiva do valor aduaneiro<br />
seja diferida para momento posterior,<br />
devendo-se, para tal, nos termos do artigo<br />
257.º do DAC, utilizar o procedimento de<br />
declaração incompleta.<br />
ZEFERINO FERREIRA<br />
GABINETE DE ADVOGADOS<br />
ANTÓNIO VILAR, LUÍS CAMEIRÃO & ASSOCIADOS<br />
AVLC@AVLC-ADVOGADOS.COM<br />
os, por esse facto, em desvantagem na<br />
concorrência<br />
d) Subordinar a celebração de<br />
contratos à aceitação, por parte dos<br />
outros contraentes, de prestações<br />
suplementares que, pela sua natureza<br />
ou de acordo com os usos comerciais,<br />
não têm ligação com o objeto desses<br />
contactos.<br />
Concluímos assim, que a prática de<br />
preços predatórios poderá consubstanciar<br />
um abuso de posição dominante (sendo<br />
que o problema dos preços predatórios<br />
depende da existência de um referencial<br />
de preço, pode ser encontrado no custo<br />
marginal ou no custo médio variável.<br />
Diríamos então que o preço predatório<br />
estaria abaixo desse referencial, ou seja<br />
abaixo do preço de custo de mercado).<br />
O mecanismo a adotar para reagir a<br />
esta situação é dar conhecimento à<br />
Autoridade da Concorrência que, para o<br />
efeito, dispõe de poderes sancionatórios,<br />
de supervisão e de regulamentação.<br />
DIANA ALVES<br />
GABINETE DE ADVOGADOS<br />
ANTÓNIO VILAR, LUÍS CAMEIRÃO & ASSOCIADOS<br />
avlc@avlc-advogados.com
SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong> 25<br />
FISCALIDADE<br />
PAÍS FICA MAIS COMPETITIVO A NÍVEL FISCAL<br />
Governo simplifica regime<br />
dos residentes não habituais<br />
O Governo publicou uma circular<br />
(nº 9/<strong>2012</strong>, de 3 de agosto) que<br />
pretende simplificar e atualizar os<br />
procedimentos administrativos relativos<br />
ao regime fiscal dos residentes<br />
não habituais. A intenção é atrair<br />
profissionais de atividades de elevado<br />
valor acrescentado e indivíduos com<br />
partrimónios substanciais, como explica<br />
a sociedade de advogados Rogério<br />
Fernandes Ferreira & Associados<br />
(RFF).<br />
Podem beneficiar deste regime os<br />
contribuintes que se tornem residentes<br />
fiscais em Portugal – no ano<br />
relativamente ao qual pretendam<br />
que tenha início a tributação como<br />
residentes não habituais – e desde que<br />
tenham sido considerados residentes em<br />
território português em qualquer dos<br />
cinco anos anteriores a esse mesmo ano.<br />
A inscrição como residente não habitual<br />
terá de ser solicitada junto da administração<br />
tributária no próprio ato de inscrição<br />
como residente em Portugal. Adianta a<br />
RFF a este propósito: “A prática dos últimos<br />
anos revelou que o regime era, em<br />
muitos casos, inoperante, devido aos pesados<br />
procedimentos administrativos e à<br />
burocracia imposta pela administração<br />
tributária e de difícil concretização.”<br />
Ora, a atual circular introduz diversas<br />
alterações, com destaque, desde logo,<br />
para a eliminação da obrigatoriedade de,<br />
no momento da inscrição como residente<br />
não habitual, o interessado comprovar<br />
a anterior residência e tributação no estrangeiro,<br />
através de um certificado de<br />
residência fiscal. “O contribuinte apenas<br />
terá de declarar que não se verificaram,<br />
nos cinco anos anteriores, as condições<br />
Foi publicada a lei que aprova o novo<br />
regime jurídico da atividade empresarial<br />
local e das participações locais. A Lei nº<br />
50/<strong>2012</strong>, de 31 de agosto, introduz várias<br />
alterações, com destaque para as novas regras<br />
de dissolução das empresas locais. Passa<br />
a existir a obrigatoriedade de extinção<br />
das referidas empresas, caso não seja cumprido<br />
um conjunto de requisitos.<br />
Desde logo, sempre que nos últimos três<br />
anos as vendas e prestações de serviços não<br />
cubram, pelo menos, metade dos custos<br />
totais dos correspondentes exercícios, o<br />
peso contributivo dos subsídios à exploração<br />
tenha sido superior a 50% das receitas,<br />
o valor do resultado operacional subtraído<br />
do valor correspondente às amortizações e<br />
depreciações tenha sido negativo ou quan-<br />
exigidas para se tornar residente em território<br />
português. Não obstante, a administração<br />
tributária poderá requerer<br />
elementos adicionais de prova, como<br />
documentos que atestem a residência no<br />
estrangeiro, quando existam fundados<br />
indícios quanto à falta de veracidade dos<br />
elementos constantes da declaração apresentada.”<br />
Para aquela sociedade de advogados, a<br />
desburocratização resulta numa “franca<br />
agilização” do procedimento de inscrição<br />
dos residentes não habituais no cadastro<br />
de contribuintes, a qual permitirá<br />
desbloquear os processos de inscrição<br />
que se encontravam suspensos em virtude<br />
do residente não habitual não ter<br />
ainda conseguido obter o certificado de<br />
residência fiscal. Os pedidos de inscrição<br />
como residente não habitual estão agora<br />
em apreciação. Por outro lado, o diploma<br />
também clarifica que se consideram<br />
tempestivos os pedidos de inscrição<br />
como residentes não habituais apresen-<br />
do o resultado líquido tenha sido negativo.<br />
De notar que, em alternativa à decisão<br />
de dissolução da empresa local, poderão<br />
as empresas participantes alienar integralmente<br />
as respetivas participações detidas<br />
nas empresas locais, explicam os fiscalistas<br />
da PLMJ. Quando se trate de meras participações<br />
locais, a alienação das participações<br />
é obrigatória.<br />
Passa também a prever-se a possibilidade<br />
de integração de empresas locais em serviços<br />
municipalizados, bem como a fusão<br />
de empresas locais e a internalização da<br />
atividade destas empresas nos serviços das<br />
respetivas entidades públicas participantes.<br />
Realce ainda para a imposição de informação<br />
institucional e económico-financeira<br />
das entidades públicas participantes à Di-<br />
tados até 15 de maio e estabelece<br />
a data limite de 31 de março do<br />
ano seguinte àquele em que o contribuinte<br />
se torne residente em<br />
território nacional, para efeitos da<br />
sua inscrição como residente não<br />
habitual.<br />
Mas há mais novidades importantes.<br />
Será aplicada a taxa de 20%<br />
na retenção na fonte sobre os rendimentos<br />
do trabalho dependente<br />
– ou empresariais e profissionais<br />
pagos a residentes não habituais –<br />
no âmbito do exercício de atividades<br />
de elevado valor acrescentado,<br />
com carácter científico, artístico<br />
ou técnico. “Já no que respeita aos<br />
rendimentos empresariais e profissionais,<br />
auferidos em atividades de prestação de<br />
serviços de elevado valor acrescentado<br />
que os residentes não habituais obtenham<br />
no estrangeiro, os mesmos beneficiam<br />
da aplicação do método da isenção<br />
na eliminação da dupla tributação sobre<br />
o referido rendimento.” Isto desde que<br />
possam ser tributados no outro Estado<br />
contratado, em conformidade com<br />
a convenção para eliminação da dupla<br />
tributação com o mesmo, ou possam ser<br />
tributados no outro país, de acordo com<br />
o modelo de convenção fiscal sobre o<br />
rendimento e o património da OCDE.<br />
“É expectável que com as medidas de<br />
simplificação agora introduzidas no regime<br />
dos residentes não habituais tenham<br />
sido, finalmente, ultrapassados os obstáculos<br />
que impediam a sua plena aplicação,<br />
prevendo-se que a adesão ao referido<br />
regime aumente e que Portugal beneficie<br />
de todas as suas potencialidades”, conclui<br />
a RFF.<br />
Dissolução de empresas locais<br />
está facilitada<br />
reção-Geral das Autarquias Locais. E estão<br />
agora sujeitos ao controlo prévio do Tribunal<br />
de Contas quaisquer atos de constituição<br />
ou participação em empresas locais,<br />
assim como de aquisição de participações<br />
sociais pelas entidades públicas participantes.<br />
A fiscalização prévia do Tribunal de<br />
Contas incidirá sobre quaisquer processos<br />
de fusão de empresas locais.<br />
A presente lei entrou em vigor no início<br />
de setembro, sendo que as entidades de natureza<br />
empresarial criadas ou constituídas<br />
ao abrigo de legislação anterior e sob a influência<br />
dominante das entidades públicas<br />
participantes – a par das sociedades comerciais<br />
participadas já existentes – estão obrigadas<br />
a adequar os seus estatutos no prazo<br />
de seis meses a partir daquela data.<br />
STI <br />
<br />
O Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI) continua<br />
a tecer duras críticas ao sistema integrado de gestão e<br />
avaliação de desempenho na administração pública (SIA-<br />
DAP). “O sistema não avalia o mérito, nem é esse o seu<br />
objetivo, é apenas um truque de cabimentação orçamental.”<br />
AGENDA FISCAL<br />
SETEMBRO<br />
Até ao dia 10<br />
<br />
- Periodicidade Mensal – Envio obrigatório via Internet<br />
da declaração periódica relativa às operações<br />
realizadas no mês de Julho. Conjuntamente<br />
com a declaração periódica, deve ser enviado o<br />
Anexo Recapitulativo, referente às transmissões<br />
intracomunitárias isentas, efetuadas nesse mês.<br />
Até ao dia 15<br />
<br />
<br />
- Entrega da Declaração Modelo 11 pelos notários<br />
e outros funcionários ou entidades que desempenhem<br />
funções notariais, bem como as entidades<br />
ou profissionais com competência para autenticar<br />
documentos particulares que titulem atos ou contratos<br />
sujeitos a registo predial, das relações dos<br />
atos praticados no mês anterior, suscetíveis de produzir<br />
rendimentos.<br />
<br />
<br />
- Entrega pelos notários e outros funcionários ou<br />
entidades que desempenhem funções notariais,<br />
bem como as entidades ou profissionais com<br />
competência para autenticar documentos particulares,<br />
de relação dos atos ou contratos sujeitos<br />
a registo predial, dos da relação dos atos ou<br />
contratos sujeitos a IMT, ou dele isento, de cópia<br />
das procurações irrevogáveis e respetivos substabelecimentos<br />
e de cópia das escrituras ou documentos<br />
particulares autenticados de divisões de<br />
coisa comum e de partilhas de que façam parte<br />
bens imóveis.<br />
Até ao dia 20<br />
<br />
<br />
- 2º pagamento por conta do IRS de titulares de<br />
rendimentos da categoria B.<br />
- Entrega das importâncias retidas, no mês anterior,<br />
para efeitos de IRS.<br />
<br />
<br />
- Entrega das importâncias retidas, no mês anterior,<br />
para efeitos de IRC.<br />
<br />
- Declaração recapitulativa – Entrega pelos sujeitos<br />
passivos do regime normal mensal que tenham<br />
efetuado transmissões intracomunitárias de bens<br />
e/ou prestações de serviços noutros Estados Membros,<br />
no mês anterior, e para os sujeitos passivos<br />
do regime normal trimestral quando o total das<br />
transmissões intracomunitárias de bens a incluir<br />
na declaração tenha no trimestre em curso excedido<br />
o montante de G 100.000.<br />
<br />
- Entrega do imposto retido no mês anterior.<br />
IVA<br />
Novas regras de faturação<br />
Foi publicado o Decreto-lei nº 197/<strong>2012</strong>, de<br />
24.8, diploma que, para além de outras alterações<br />
na legislação relativa ao IVA, introduz alterações<br />
às regras em matéria de faturação. Assim, é<br />
clarificado que a emissão de fatura é obrigatória<br />
para todas as transmissões de bens e prestações<br />
de serviços, independentemente da qualidade do<br />
adquirente dos bens ou destinatário dos serviços<br />
e ainda que estes não a solicitem. Por outro lado,<br />
os sujeitos passivos não podem emitir e entregar<br />
documentos de natureza diferente da fatura para<br />
titular a transmissão de bens ou prestação de serviços,<br />
no entanto, permite-se que sejam emitidas<br />
faturas simplificadas nas transmissões de bens<br />
efetuadas por retalhistas a particulares quando o<br />
valor da fatura seja inferior a G 1000, bem como<br />
em quaisquer outras transmissões de bens e prestações<br />
de serviços de montante não superior a G<br />
100, quer os adquirentes sejam sujeitos passivos<br />
ou particulares.
26 SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong><br />
FISCALIDADE<br />
Governo altera IVA e cria benefício fiscal<br />
em sede de IRS<br />
O Governo procedeu a diversas alterações ao Código do IVA e dos regimes especiais deste<br />
imposto. Também procedeu à criação de um benefício fiscal, em sede de IRS, para dedução<br />
à coleta de IVA suportados. Os diplomas são o Decreto-Lei nº 197/<strong>2012</strong>, de 24 de agosto, e<br />
o Decreto-Lei nº 198/<strong>2012</strong>, também de 24 de agosto. Estas alterações legislativas entram em<br />
vigor logo no início do próximo ano, como salienta a Baker Tilly Portugal.<br />
Rendimentos de trabalho<br />
dependente concedidos<br />
por outras entidades<br />
São cada vez mais as situações<br />
em que, para fazer face à feroz<br />
concorrência dos mercados, são<br />
concedidas compensações em razão<br />
da prestação do trabalho, seja pelo<br />
aumento de negócio em determinada<br />
área geográfica – expansão – ou,<br />
simplesmente, pelo bom desempenho<br />
obtido no cumprimento das suas<br />
funções.<br />
Repare-se que, numa situação em<br />
que um determinado funcionário/<br />
distribuidor que desempenhe funções<br />
para uma entidade patronal, na<br />
qual são representadas várias marcas<br />
(multimarcas), concedendo-lhe uma<br />
das marcas uma compensação por<br />
atingir um determinado número de<br />
vendas, este rendimento será chamado<br />
de gratificação. Embora não seja<br />
atribuído pela entidade patronal,<br />
resulta diretamente da prestação de<br />
trabalho dependente.<br />
Na esfera do imposto sobre o<br />
rendimento, estas retribuições/<br />
recompensas são tratadas com<br />
algum pormenor. Trata-se, pois, de<br />
rendimentos sujeitos a tributação no<br />
âmbito da categoria A 1 , ainda que não<br />
sejam atribuídos pela respetiva entidade<br />
Mediante opção do titular<br />
do rendimento podem<br />
ser tributadas a uma taxa<br />
especial ou acrescidas às<br />
restantes remunerações<br />
mensais<br />
patronal. Pelo que, mediante opção<br />
do titular do rendimento, podem<br />
ser tributadas a uma taxa especial ou<br />
acrescidas às restantes remunerações<br />
mensais.<br />
O que acontece é que o respetivo<br />
titular destes rendimentos pode optar<br />
por englobar essa “bonificação” aos<br />
restantes rendimentos, desde que o<br />
solicite expressamente à sua entidade<br />
patronal, sendo, neste caso, aplicada a<br />
taxa correspondente às remunerações<br />
mensais auferidas constantes da<br />
respetiva tabela. 2<br />
Deve, assim, entender-se que as<br />
entidades patronais que, de algum<br />
modo, tomem conhecimento da<br />
existência dessas gratificações,<br />
dos respetivos montantes e seus<br />
beneficiários, ou interpor-se no seu<br />
pagamento ou colocação à disposição<br />
dos respetivos titulares, devem 3 :<br />
- Manter um arquivo atualizado dos<br />
FÁTIMA GUERRA<br />
CONSULTORA DA ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS<br />
titulares desses rendimentos, que relate<br />
especificamente o nome, o número de<br />
identificação fiscal, bem como a data e<br />
o valor de cada pagamento;<br />
- Incluir, na declaração a emitir aos<br />
sujeitos passivos até 20 de janeiro<br />
de cada ano, o valor anual dessas<br />
gratificações;<br />
- Incluir, na declaração modelo 10,<br />
os titulares das gratificações e os<br />
montantes anualmente pagos ou<br />
colocados à sua disposição.<br />
Por outro lado, estão dispensadas do<br />
cumprimento das obrigações referidas<br />
as entidades patronais, ou por opção<br />
dos respetivos titulares, ou mesmo por<br />
não ser do seu conhecimento de que<br />
essa gratificação existe.<br />
Gratificações pagas<br />
Contudo, o facto de não ser exercida<br />
essa faculdade de opção por retenção não<br />
significa que tais gratificações não devam<br />
obrigatoriamente ser declaradas pelos<br />
seus titulares, para efeitos de tributação,<br />
na sua declaração de rendimentos –<br />
modelo 3. Neste caso, haverá lugar a<br />
tributação à taxa especial de 10 por<br />
cento 4 , através do preenchimento do<br />
código 402, no quadro 4A do anexo A<br />
da referida declaração.<br />
Pela entidade que paga tais<br />
gratificações, estas serão declaradas na<br />
modelo 10, indicando como tipo de<br />
rendimento no quadro 5, o código<br />
A2 - Gratificações não atribuídas pela<br />
entidade patronal.<br />
Neste caso, entende-se que o recibo<br />
de quitação possa ser um documento<br />
fiscalmente aceite, no suporte da<br />
referida gratificação, dada a natureza da<br />
operação.<br />
Note-se que estes rendimentos<br />
poderão estar presentes nos mais<br />
variados setores de atividade, como<br />
exemplo, nas conhecidas gratificações<br />
recebidas pelos trabalhadores dos<br />
casinos, ou nos casos dos vendedores<br />
de stands automóveis em que não se<br />
verifica a atribuição de percentagem<br />
sobre valor de vendas, as quais,<br />
nesse caso, poderiam ser entendidas<br />
como comissões, mas, antes, um<br />
reconhecimento por um bom<br />
desempenho, dado por uma entidade<br />
(no caso, o agente oficial da marca) que<br />
não é a sua entidade empregadora.<br />
1 Enquadrável nas gratificações descritas na<br />
alínea g) do n.º 3 do artigo 2.º do CIRS.<br />
2 De acordo com o n.º 2 do artigo 3.º do<br />
Decreto-Lei n.º 42/91, de 22 de janeiro.<br />
3 Face ao disposto no artigo 119.º do<br />
Código do IRS.<br />
4 Prevista no n.º 3 do artigo 72.º do CIRS.<br />
OTOC organiza Congresso e espera cinco mil profissionais<br />
A Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas (OTOC) vai organizar o seu quarto Congresso. O<br />
evento tem lugar a 14 e 15 de setembro, no Pavilhão Atlântico, em Lisboa. Sob o tema “Uma<br />
nova atitude”, contará com a presença de Guilherme d´Oliveira Martins, presidente do Tribunal<br />
de Contas, o economista João Salgueiro e Paulo Núncio, secretário de Estado dos Assuntos<br />
Fiscais. São esperados cerca de cinco mil profissionais, naquele que é encarado como o acontecimento<br />
do ano para a classe dos técnicos oficiais de contas. Haverá lugar a sessões paralelas.<br />
CONTAS & IMPOSTOS<br />
Tributação de sucursal<br />
de empresa angolana<br />
Uma empresa angolana presta serviços de angariação comercial a uma empresa portuguesa.<br />
Como o trabalho é prestado em Angola, os respetivos pagamentos não estarão sujeitos a<br />
retenção na fonte. A mesma entidade angolana tem uma sucursal em Portugal e, por isso,<br />
as transferências para liquidação das faturas emitidas pela empresa angolana têm sido<br />
efetuadas para as contas bancárias da sucursal. Estes rendimentos poderão ser tributados<br />
em Portugal, mesmo que a sucursal seja considerada um estabelecimento estável? Recorde-<br />
-se que os serviços não foram prestados nem faturados pela sucursal. Qual o enquadramento<br />
fiscal desta operação?<br />
Determinada entidade angolana presta<br />
serviços de angariação comercial a sujeito<br />
passivo português, sendo que a entidade<br />
portuguesa efetua os pagamentos destes<br />
serviços para conta bancária de uma<br />
sucursal portuguesa da entidade angolana,<br />
por indicação desta. Questiona-nos<br />
relativamente ao enquadramento fiscal desta<br />
operação.<br />
Importa clarificar quem é a entidade<br />
que presta o serviço e a quem é devido o<br />
respetivo pagamento, pois tal elemento<br />
é fundamental para o enquadramento da<br />
operação em termos fiscais. Segundo a<br />
informação prestada, o serviço é prestado<br />
pela entidade angolana, é esta quem emite<br />
o respetivo documento comprovativo da<br />
prestação de serviços e é a esta entidade<br />
que o pagamento é devido. Logo, ainda<br />
que o pagamento seja feito para uma<br />
conta bancária de sucursal portuguesa da<br />
entidade angolana, tal ocorre por indicação<br />
da entidade angolana a quem a quantia é<br />
devida.<br />
Face ao exposto, vamos então proceder ao<br />
enquadramento do pagamento de prestação<br />
de serviços de angariação comercial<br />
efetuada pela entidade angolana.<br />
O Código do IRC, através da regra da<br />
territorialidade, patente no n.º 2 do art.º<br />
4.º do Código do IRC, determina que estão<br />
sujeitos a tributação em território nacional<br />
os rendimentos aqui obtidos por entidade<br />
que não tenha sede nem direção efetiva em<br />
território português.<br />
A expressão «… rendimentos obtidos em<br />
território português…» é esclarecida pelo<br />
n.º 3 do art.º 4.º do Código do IRC, normas<br />
que enumeram as diversas situações que<br />
se consideram rendimentos obtidos em<br />
território nacional. Assim, só os diversos<br />
tipos de rendimentos elencados no n.º 3 do<br />
art.º 4.º do Código do IRC se consideram,<br />
efetivamente, rendimentos obtidos neste<br />
território e, consequentemente, aqui sujeitos<br />
a tributação.<br />
Numa leitura da subalínea 7) da alínea<br />
c) do n.º 3 do art.º 4.º do Código do IRC,<br />
verificamos que os rendimentos provenientes<br />
de prestação de serviços, quando obtidos<br />
por entidades não residentes, e pagos por<br />
sujeito passivo português, se consideram<br />
rendimentos obtidos em território nacional e,<br />
como tal, estão aqui sujeitos a tributação.<br />
O rendimento proveniente da prestação de<br />
serviços, quando pago por sujeito passivo<br />
português, a entidade não residente, é<br />
tributado mediante retenção na fonte a título<br />
definitivo, conforme resulta da conjugação<br />
da alínea g) do n.º 1 e do n.º 3, ambos do<br />
art.º 94.º do Código do IRC. A taxa a aplicar<br />
é de 15 por cento, quando o beneficiário é<br />
pessoa coletiva, conforme disposto na alínea<br />
e) do n.º 4 do art.º 87.º do Código do IRC.<br />
Referimos o Decreto-Lei n.º 81/2003, de 23<br />
de abril, pois este diploma veio estabelecer<br />
a obrigatoriedade de as entidades residentes<br />
em território português que se encontrem<br />
obrigadas a proceder à retenção na fonte<br />
a título definitivo, aquando do pagamento<br />
a entidades não residentes, procederem à<br />
inscrição dessas entidades para efeitos de<br />
atribuição de número de identificação fiscal.<br />
Posteriormente, assiste à entidade residente<br />
em território nacional a obrigatoriedade de<br />
entrega da declaração modelo 30 (aprovada<br />
pela Portaria n.º 438/2004, de 30 de abril),<br />
até ao fim do segundo mês seguinte ao do<br />
pagamento ou colocação à disposição dos<br />
respetivos beneficiários, em conformidade<br />
com o disposto na alínea a) do n.º 7 do art.º<br />
119.º do Código do IRS, por remissão do<br />
art.º 128.º do Código do IRC.<br />
Por último, a referência ao disposto no art.º<br />
132.º do Código do IRC: «…não podem<br />
realizar-se transferências para o estrangeiro<br />
de rendimentos sujeitos a IRC, obtidos<br />
em território português por entidades não<br />
residentes, sem que se mostre pago ou<br />
assegurado o imposto que for devido…».<br />
Enquadramento fiscal diferente ocorre<br />
caso se entenda que tal pagamento<br />
configura rendimento da sucursal em<br />
território nacional desta empresa angolana.<br />
Para esta análise deve ter-se presente o<br />
Se se estiver perante o<br />
pagamento de rendimentos a<br />
entidade não residente com<br />
estabelecimento estável em<br />
território nacional, então não<br />
haverá lugar a retenção na<br />
fonte.<br />
disposto no n.º 3 do art.º 3.º do Código<br />
do IRC: «…são componentes do lucro<br />
imputável ao estabelecimento estável,<br />
para efeitos da alínea c) do n.º 1 os<br />
rendimentos de qualquer natureza obtidos<br />
por seu intermédio, assim como os demais<br />
rendimentos obtidos em território português,<br />
provenientes de atividades idênticas ou<br />
similares às realizadas através desse<br />
estabelecimento estável, de que sejam<br />
titulares as entidades aí referidas…».<br />
Se tal enquadramento se verificar, ou<br />
seja, se estivermos perante o pagamento<br />
de rendimentos a entidade não residente<br />
com estabelecimento estável em território<br />
nacional, então não haverá lugar a retenção<br />
na fonte, por força do disposto na alínea d)<br />
do n.º 1 do art.º 97.º do Código do IRC.<br />
Informação elaborada pela Ordem dos<br />
Técnicos Oficiais de Contas
SEXTA-FEIRA, 7 SETEMBRO DE <strong>2012</strong> 27<br />
IMOBILIÁRIO<br />
A atividade de investimento<br />
em imóveis comerciais subiu<br />
de forma significativa no Reino<br />
Unido e em França no segundo<br />
trimestre de <strong>2012</strong> (T2 <strong>2012</strong>),<br />
por comparação ao primeiro<br />
trimestre de <strong>2012</strong> e segundo trimestre<br />
de 2011, revela o research<br />
da CBRE. De acordo com a<br />
consultora, há um maior interesse<br />
dos investidores por mercados<br />
com maior liquidez.<br />
Os maiores beneficiários foram<br />
a França – em grande parte,<br />
resultado de três transações<br />
importantes – e o Reino Unido,<br />
com os dois mercados a registar<br />
significativos níveis de transações<br />
no segundo trimestre de<br />
<strong>2012</strong>. Os mercados de Londres<br />
e Paris, em particular, apresentam<br />
um volume considerável de<br />
investimento em escritórios.<br />
“Apesar da escassez de espaços<br />
prime ter provocado um<br />
abrandamento nos mercados da<br />
Alemanha e dos países nórdicos<br />
durante o segundo trimestre de<br />
<strong>2012</strong>, o interesse por estas regiões<br />
continua em alta. Os investidores<br />
permanecem bastante<br />
sensíveis aos aspetos económicos<br />
inerentes a cada mercado e a sua<br />
exposição à crise da Zona Euro,<br />
beneficiando os mercados do<br />
norte da Europa, e colocando a<br />
Alemanha, os países nórdicos e o<br />
Reino Unido no topo das prioridades”,<br />
comenta Jonathan Hull,<br />
diretor do departamento de Capital<br />
Markets da região EMEA<br />
da CBRE.<br />
O volume de investimento no<br />
mercado imobiliário comercial<br />
europeu registou uma ligeira<br />
contração no segundo trimestre<br />
de <strong>2012</strong>, caindo para os 24 mil<br />
milhões de euros face aos 27 mil<br />
milhões de euros registados no<br />
primeiro trimestre. A queda de<br />
apenas 3% no trimestre, apesar<br />
do agravamento dos receios financeiros<br />
na Zona Euro, deve-se<br />
ao facto do imobiliário prime ser<br />
visto como um porto de refúgio<br />
nos momentos de maior incerteza.<br />
Pelo contrário, mercados que<br />
vinham a crescer fortemente –<br />
Alemanha, Países Nórdicos e<br />
Europa Central e de Leste – registaram<br />
um abrandamento no<br />
investimento em imobiliário,<br />
especialmente por comparação<br />
com o período homólogo do<br />
ano passado, quando estas três<br />
regiões eram as principais impulsionadoras<br />
do investimento.<br />
A procura de imobiliário de<br />
elevada qualidade nestes países<br />
permanece em alta, traduzida<br />
pelos preços alcançados quando<br />
tais ativos saem para o mercado.<br />
Contudo, o investimento nestas<br />
regiões está a ser refreado pela<br />
Fundo imobiliário<br />
de Lisboa<br />
adiado<br />
Reino Unido e França<br />
são os mercados mais atrativos<br />
para investir em imobiliário<br />
Os mercados de Londres e Paris, em particular, apresentam um volume considerável de investimento em escritórios.<br />
escassez de espaços prime.<br />
Nos últimos dois anos, o investimento<br />
europeu estabilizou<br />
em redor dos 25 a 27 mil milhões<br />
de euros por trimestre,<br />
embora no final do ano seja<br />
habitual aumentar o volume de<br />
investimento, de acordo com o<br />
research.<br />
A CBRE conclui que a atividade<br />
está também condicionada<br />
pela escassez de espaços prime<br />
O volume<br />
de investimento no<br />
mercado imobiliário<br />
comercial europeu<br />
registou uma ligeira<br />
contração no segundo<br />
trimestre de <strong>2012</strong><br />
Battersea Power Station<br />
vendida pela associada<br />
internacional da Worx<br />
e pela dificuldade na obtenção<br />
de créditos bancários. O mercado<br />
fica desta forma altamente<br />
dependente de investidores que<br />
compram ativos com uma elevada<br />
liquidez.<br />
As yields nos mercados core<br />
que atraem este tipo de investidores<br />
mantêm-se estáveis, mas<br />
tem havido algum movimento<br />
ascendente em mercados mais<br />
pequenos e periféricos.
28 SEXTA-FEIRA, 7 SETEMBRO DE <strong>2012</strong><br />
IMOBILIÁRIO<br />
Obra de Souto Moura inspira cadeira criada pelo Design<br />
Factory<br />
O Design Factory, gabinete de design e inovação da RAR Imobiliária, é um dos convidados<br />
do projeto “Duets”, iniciativa integrada na exposição internacional “Art on Chairs”, promovida<br />
por Paredes – Polo do Design de Mobiliário. Os duetos são celebrados entre 11 personalidades<br />
de diferentes áreas e 11 designers, tendo como mote a criação de uma cadeira que<br />
reflita a ligação e sinergias entre ambos.<br />
Wikitude lança aplicação do TripAdvisor<br />
em Realidade Aumentada<br />
A Wikitude anuncia a aplicação do TripAdvisor em Realidade Aumentada<br />
para smartphones BlackBerry®, que permite aos utilizadores<br />
BlackBerry em todo o mundo acederem de forma imediata a<br />
uma visualização imersiva de hotéis, restaurantes e atrações, listadas<br />
no TripAdvisor.<br />
Investimento imobiliário comercial<br />
totaliza 53 milhões no primeiro semestre<br />
Entre Janeiro e Junho de <strong>2012</strong> foram<br />
registados negócios de investimento no<br />
setor comercial (excluindo o investimento<br />
institucional no setor residencial) que<br />
totalizaram um valor na ordem dos 53<br />
milhões de euros, refletindo uma nova<br />
quebra face a igual período do ano anterior,<br />
neste caso de cerca de 55%, indica a<br />
Cushman & Wakefield.<br />
A consultora justifica esta quebra com<br />
a situação económica do país e as fortes<br />
restrições ao financiamento bancário que<br />
continuam a causar prudência nos investidores<br />
e financiadores, gerando um forte<br />
impacto na atividade de investimento<br />
imobiliário no primeiro semestre.<br />
PUB<br />
Recusa de pagamento dos encargos<br />
de conservação e fruição<br />
«Sou administrador de um condomínio<br />
e, face a problemas com a má limpeza<br />
do prédio, ficou decidido substituir a<br />
empregada de limpeza por uma empresa<br />
deste setor, o que até acabou por ficar<br />
mais económico. Esta decisão foi tomada<br />
na última assembleia de condóminos, por<br />
unanimidade.<br />
Sucede, porém, que uma condómina,<br />
proprietária duma das 12 frações que<br />
integram o prédio, em conluio com a exempregada<br />
de limpeza, negou-se a pagar as<br />
despesas de condomínio.<br />
Já lhe foi enviada uma carta registada,<br />
Segundo o disposto na legislação inerente<br />
à propriedade horizontal, cada condómino,<br />
na proporção do valor da respetiva fração,<br />
deve efetuar pontualmente o pagamento<br />
das despesas necessárias á conservação e<br />
fruição das partes comuns do edifício, bem<br />
assim como as relativas aos serviços de<br />
interesse comum.<br />
Mais dispõe a lei que uma das funções<br />
do administrador do condomínio é,<br />
precisamente a de cobrar as receitas<br />
e exigir dos condóminos a sua quota<br />
parte nas despesas aprovadas, pelo que,<br />
na falta do pagamento em referência,<br />
o administrador, em representação do<br />
condomínio, tem legitimidade para<br />
instaurar ação judicial destinada a cobrar<br />
as quantias em divida.<br />
Para o efeito, não será imprescindível a<br />
instauração de um processo declarativo,<br />
pois há já alguns anos que a lei simplificou<br />
o procedimento judicial necessário à<br />
cobrança de dividas do condomínio,<br />
pelo que, atualmente, a ata da reunião<br />
da assembleia de condóminos que tiver<br />
deliberado o montante das contribuições<br />
devidas ao condomínio ou quaisquer<br />
despesas necessárias á conservação e<br />
fruição das partes comuns e ao pagamento<br />
de serviços de interesse comum constitui<br />
título executivo contra o proprietário que<br />
deixar de pagar, no prazo estabelecido, a<br />
sua quota-parte.<br />
O volume médio por negócio de investimento<br />
comercial na primeira metade<br />
do ano foi de aproximadamente 7,6<br />
milhões de euros, valor abaixo do mesmo<br />
período em 2011, 10,2 milhões de<br />
euros, e metade da média nos últimos<br />
dez anos, na ordem dos 17 milhões de<br />
euros.<br />
Para este baixo volume continua a contribuir<br />
a reduzida atividade no mercado<br />
dos investidores estrangeiros, embora no<br />
início de <strong>2012</strong> se tenha verificado uma<br />
melhoria face ao ano anterior, representado<br />
o investimento estrangeiro 30% das<br />
transações totais, um volume que rondou<br />
os 16 milhões de euros.<br />
MARIA DOS ANJOS GUERRA ADVOGADA<br />
marianjosguerra-3012p@adv.oa.pt<br />
com aviso de receção, no sentido de pagar<br />
as despesas relativas à sua quota-parte do<br />
condomínio, relativas ao 1.º semestre de<br />
<strong>2012</strong>. Se o não fizesse até final de julho,<br />
como veio a acontecer, começaríamos<br />
a contar juros de mora. Como a carta<br />
registada com aviso de receção foi devolvida<br />
por recusa da condómina, ficou a mesma<br />
exposta, durante algum tempo, no expositor<br />
do condomínio, à entrada da porta.<br />
Pergunto: o que pode o administrador do<br />
condomínio fazer para conseguir receber<br />
os valores que a cada condómino compete<br />
pagar? É legal exigir juros de mora?»<br />
Pelo exposto, o que o leitor, na qualidade<br />
de administrador do condomínio,<br />
deverá fazer é mandatar um advogado<br />
para instaurar processo executivo para<br />
pagamento de quantia certa, usando a ata<br />
da reunião da assembleia de condóminos,<br />
que funcionará, quanto às despesas<br />
deliberadas, como título executivo.<br />
Quanto à questão dos juros de mora, os<br />
mesmos serão devidos desde que haja<br />
deliberação expressa em ata ou disposição<br />
do regulamento do condomínio que<br />
claramente estipule a data em que os<br />
encargos deverão ser pagos. Se assim não<br />
acontecer, não poderá considerar-se que<br />
a obrigação tenha prazo certo, pelo que,<br />
nesse caso, a devedora só ficará constituída<br />
em mora depois de interpelada para<br />
pagamento, o que pode ser feito através de<br />
carta registada com aviso de receção como<br />
o leitor afirma ter feito.<br />
O facto de a condómina em questão não<br />
ter recebido a carta, contudo, não impede<br />
a sua constituição em mora se, como refere<br />
o leitor, foi ela a impedir a interpelação,<br />
pelo que, em princípio, a condómina<br />
faltosa deverá liquidar os encargos em<br />
divida acrescidos dos juros de mora que se<br />
tiverem vencido desde a data estipulada<br />
para pagamento ou, caso tal data não<br />
conste em ata ou regulamento, desde a<br />
data em que se recusou a receber a carta<br />
enviada pela administração do condomínio.
SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong> 29<br />
Miele regista vendas superiores a três mil milhões de euros<br />
A Miele, empresa multinacional de cariz familiar, alcançou um novo recorde no volume de<br />
negócios, tendo atingido um valor de 3,04 mil milhões de euros no ano fiscal de 2011/<strong>2012</strong>.<br />
Os valores registam um aumento de 91 milhões de euros, o que equivale a um crescimento de<br />
3,1%. Com cerca de 16700 colaboradores, o grupo Miele aumentou os seus investimentos de<br />
113 para 186 milhões de euros.<br />
ANTÓNIO NOGUEIRA<br />
DA COSTA<br />
Consultor Empresas<br />
Familiares<br />
antonio.costa@efconsulting.es<br />
Ser familiar e iniciar pequeno<br />
não são características<br />
que implicam uma posição<br />
redutora duma empresa.<br />
Na realidade, a afirmação<br />
de uma entidade num<br />
determinado mercado ou<br />
sector não é tanto sinónimo<br />
da sua dimensão mas sim da<br />
sua vontade e capacidade de<br />
criar e assegurar vantagens<br />
competitivas.<br />
Neste aspeto podemos<br />
considerar que as empresas<br />
familiares possuem uma<br />
grande capacidade de<br />
MARTA ARAÚJO<br />
martaaraujo@vidaeconomica.pt<br />
O grupo familiar Cerealis está a levar a<br />
cabo a renovação de uma das suas marcas<br />
de massa: a Milaneza. O objetivo passa<br />
por colocar mais emoção à chancela. Para<br />
o efeito, há logótipo, embalagens e claim<br />
novos. Até 17 de setembro, as novidades<br />
são mostrados na televisão, rádio, outdoors,<br />
meios digitais e pontos de venda.<br />
A administração da empresa explica que<br />
“o desafio passa por relançar uma marca<br />
líder, reafirmando-a e potenciando a seu<br />
património. Trata-se de uma marca com<br />
elevada notoriedade, códigos poderosos,<br />
empática e inovadora”, sublinha. E acrescenta<br />
que, através deste movimento procuram<br />
“atrair para a marca maior emoção,<br />
sentimento, dinamismo, modernidade, juventude,<br />
mas também tradição, reforçando<br />
um atributo único que a marca tem: a<br />
sua sabedoria. O saber fazer bem massa há<br />
mais de 78 anos”.<br />
Pode a Milaneza ser mais do que<br />
massa?<br />
Depois de tantos anos no mercado, a<br />
marca sabe que tem de chegar, o mais perto<br />
possível, dos seus clientes. E quanto mas<br />
conseguir surpreender de forma certeira,<br />
mais e melhores resultados obterá. Exemplo<br />
disso foi a recente aposta da Milaneza<br />
em marcar presença em alguns festivais<br />
de verão, através de mupis interativos que<br />
permitiram ganhar e aquecer refeições.<br />
Ou seja, os mupis incluiram micro-ondas<br />
encastrados, onde os participantes digitalizavam<br />
os códigos que lhes eram disponibilizados,<br />
ficando também habilitados a<br />
ganhar refeições.<br />
Assim, o refresh a marca está incluído<br />
num conjunto de iniciativas para posi-<br />
resiliência e, pela sua<br />
grande e inerente vontade de<br />
continuidade, de inovação.<br />
A capacidade evolutiva via<br />
melhoria contínua, criação<br />
de novos produtos ou até<br />
mesmo de reinvenção do<br />
negócio ou da empresa é<br />
reconhecida pelo estudo da<br />
Edelman, onde mais de 70%<br />
dos inquiridos afirmaram que<br />
as empresas familiares são<br />
inovadoras.<br />
REFLEXÕES SOBRE EMPRESAS FAMILIARES<br />
As empresas familiares são inovadoras<br />
Temas para reflexão:<br />
De acordo<br />
Muito/Bastante<br />
Fonte: “La Imagen de la Empresa Familiar en España”, Edelman e Instituto Empresa<br />
Familiar, 2006<br />
Qual é a posição da nossa empresa relativamente à Inovação?<br />
Como detetamos novas oportunidades ou desenvolvemos novos produtos?<br />
Quantos produtos prevemos lançar nos próximos anos?<br />
Cerealis reforça aposta<br />
na Milaneza<br />
Inovadoras<br />
33% 28%<br />
38%<br />
A Milaneza está no mercado há 78 anos e quer<br />
afirmar-se como uma marca com emoção.<br />
cionar a marca familiar nortenha. Para o<br />
restyling das embalagens e do logótipo, a<br />
Milaneza recorreu à agência de branding<br />
e design Pearlfisher, empresa que trabalha<br />
com marcas como Absolut Vodka, Jamie<br />
Oliver ou Cadbury’s<br />
A estratégia e desenvolvimento criativo<br />
da nova campanha, por seu turno, ficou<br />
da Young & Rubicam. A campanha<br />
coloca várias perguntas relacionadas com<br />
as massas e as sensações que estas podem<br />
despertar: “Pode um fio de esparguete ligar<br />
pessoas como liga sabores?; Pode um macarrão<br />
acender a imaginação?; Pode Milaneza<br />
ser mais do que massa?”.<br />
NEGÓCIOS E EMPRESAS/Empresas Familiares<br />
Família Mello aliena participações da Brisa<br />
A esposa e os filhos do presidente do grupo José de Mello venderam as suas acções da Brisa e<br />
deixam, assim, de ter qualquer tipo de posição no capital da concessionária. A informação é<br />
avançada em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, no qual a empresa<br />
dá conta que tal aconteceu “no âmbito da oferta pública de aquisição lançada pela Tagus sobre<br />
a Brisa” em que “foram alienadas pelo cônjuge e filhos de Vasco Maria Guimarães José de Mello<br />
5622 acções”.<br />
Pouco/Nada<br />
Empresa fundada em 1946 por Armando Silva numa pequena oficina de calçado de<br />
produção artesanal e 12 trabalhadores. Especializou-se no fabrico de calçado para<br />
homem em pele de elevada qualidade. No decorrer dos tempos desenvolveu uma<br />
série de contactos com técnicos espanhois e italianos, passando a visitar fábricas<br />
de calçado existentes nesses países e as principais feiras internacionais do setor.<br />
O agente comercial na Holanda abordou a empresa com um pedido pessoal: pretendia<br />
uns sapatos confortáveis, “tipo pantufa”, quentes e macios para descansar os<br />
pés depois de um dia nas pistas de esqui. A Armando Silva aceitou o desafio, criou<br />
um par de sapatilhas feitas à medida, forradas a pele de carneiro, e acabou por<br />
encontrar um nicho de negócio promissor, com procura à escala global.<br />
“O nosso agente levou os sapatos, gostou e percebeu que tinham mercado. Foi assim<br />
que surgiu a nova linha criada especificamente para praticantes de esqui”, comenta<br />
Alexandre Tavares, diretor comercial e neto do fundador da empresa. Apresentados<br />
como uma inovação nos negócios gerados à volta das pistas de esqui, os Aprés Ski<br />
Sneakers chegaram ao mercado em 2010, na versão masculina, um ano depois já<br />
tinham uma linha feminina (dos 21 modelos da próxima coleção 14 são de senhora).<br />
Os preços variam entre 190 euros e 300 euros, chegando aos 350 euros em edições<br />
limitadas. “A recetividade é boa e há curiosidade pelo produto único no mercado”,<br />
sublinha Alexandre Tavares, que espera vender 20 mil pares da nova gama em <strong>2012</strong><br />
e de ir multiplicando este número nos anos seguintes.<br />
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30 SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong><br />
TECNOLOGIAS<br />
GARRY KONDAKOV, DIRETOR DE VENDAS E MARKETING DA KASPERSKY<br />
PME deviam ser mais cuidado<br />
ao basear o seu negócio na In<br />
O discurso não é novo<br />
por parte da Kaspersky.<br />
Num altura em que<br />
só ouvimos falar em<br />
cloud computing e em<br />
SAS e nas mais diversas<br />
aplicações e modelos<br />
de negócio baseados<br />
num browser, a empresa<br />
russa diz que o grande<br />
desafio para as pequenas<br />
e médias empresas é<br />
mesmo… deixarem<br />
de estar online. Isto<br />
porque, basicamente,<br />
não seguem os códigos<br />
de conduta para estar no<br />
que pode ser o infernal<br />
mundo da Internet. É<br />
quase como atravessar<br />
uma rua movimentada.<br />
“Não lhe ensinaram<br />
a olhar para os dois<br />
lados”, perguntou à<br />
“<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”<br />
Garry Kondakov, diretor<br />
de vendas e marketing<br />
da Kaspersky. E sim,<br />
ensinaram-nos.<br />
SUSANA MARVÃO, EM MOSCOVO<br />
s.marvao@vidaeconomica.pt<br />
<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> – Começaram<br />
por ser uma empresa que<br />
basicamente vendia software<br />
de “pacote”. Atualmente, estão<br />
a entrar no mercado empresarial.<br />
Como é que hoje a Kaspersky<br />
se define?<br />
Garry Kondakov – Eu diria<br />
mais: começámos por ser uma<br />
empresa que tinha um produto<br />
para estudantes… Como nos definimos?<br />
Como uma empresa altamente<br />
apaixonada e com fortes<br />
níveis de crescimento que quer ser<br />
o número um na nossa indústria<br />
e, acima tudo, salvar o mundo.<br />
VE – Um objetivo deveras<br />
ambicioso! Ser número um e<br />
salvar o mundo?<br />
GK – É a nossa paixão. E temos<br />
competências para isso. Digo-lhe<br />
sinceramente que em dois, três,<br />
cinco anos no máximo atingiremos<br />
os nossos objetivos.<br />
VE – Qual é neste momento a<br />
vossa posição no mercado europeu?<br />
GK – Somos a empresa número<br />
dois no consumo em geral, mas<br />
somos número um na Alemanha.<br />
Somo número dois em termos de<br />
faturação em França e penso que<br />
os terceiros na Grã-Bretanha. Em<br />
todos os países estamos entre os<br />
três primeiro players. Mas, de<br />
forma geral, em B2C somos segundos.<br />
No mercado das pequenas<br />
e médias empresas seremos o<br />
terceiro. Admito que ainda não<br />
estamos devidamente preparados<br />
para avançar para a maioria das<br />
empresas da “Fortune 500”. Começámos<br />
e temos avançado para<br />
grandes projetos, como o que encetámos<br />
na BASF, na Alemanha.<br />
Ou o da Siemens. Garanto-lhe<br />
que ainda este ano vai ouvir mais<br />
nomes sonantes que, neste momento,<br />
não posso mesmo revelar.<br />
Mas acredite que vai ouvir.<br />
Queremos ser mais<br />
agressivos<br />
VE – Mas então qual é a estratégia?<br />
GK – Basicamente, é ser uma<br />
empresa mais agressiva no B2B<br />
e no mercado das pequenas e<br />
médias empresas. O nosso atual<br />
produto e processos de negócio<br />
estão prontos para dar um passo<br />
em frente. Ou seja, nos próximos<br />
dois anos queremos ganhar terreno<br />
e ser mais fortes nas PME e<br />
começar a preparar a entrada nas<br />
realmente grandes empresas. Ao<br />
mesmo tempo, não nos vamos esquecer<br />
que em muitas partes do<br />
globo, incluindo a Europa, 75%<br />
das nossas vendas advêm do mercado<br />
de consumo. Daí que uma<br />
vertente muito forte da nossa estratégia<br />
seja manter as nossas posições<br />
em B2C até porque é um<br />
mercado bastante vulnerável e<br />
competitivo.<br />
VE – As PME são um mercado<br />
imenso! Como ajustaram a<br />
vossa forma de comunicar e de<br />
entregar o produto?<br />
GK – A nossa comunidade de<br />
parceiros obviamente representa<br />
um papel fundamental em todo<br />
este processo. Definitivamente,<br />
IBM e Vodafone mais inteligentes<br />
A IBM e a Vodafone demonstraram no IFA, um evento de eletrónica<br />
de consumo, como se consegue gerir remotamente, a partir de um telemóvel,<br />
uma máquina de lavar e outros eletrodomésticos inteligentes,<br />
que estão conectados à plataforma Global M2M da Vodafone, a<br />
funcionar na nova SmartCloud Service Delivery Platform da IBM.<br />
Garry Kondakov, diretor de vendas e marketing da Kaspersky, assume que as PME deviam ter mais cuidado com a<br />
sua postura online.<br />
os nossos parceiros fazem parte<br />
integrante da empresa. Prestamos<br />
muita atenção e dedicação<br />
à nossa rede de parceiros, à nossa<br />
comunidade. Temos parceiros de<br />
vários tipos, sendo que uns estão<br />
focados no segmento de empresas<br />
com cinco a dez licenças, outros<br />
estarão mais focados apenas em<br />
algumas indústrias… E outros<br />
estarão focados em algumas geografias.<br />
O nosso objetivo e paradigma<br />
estratégico é suportar e<br />
fornecer ferramentas para todos<br />
os tipos de parceiros que lhes permitam<br />
crescer connosco.<br />
VE – Ao ver o seu currículo é<br />
notória a vasta experiência que<br />
tem nas mais diversas geografias<br />
do globo. No seu entender,<br />
e no que diz respeito aos<br />
budgets atribuídos a este setor,<br />
como vê atualmente a Europa?<br />
GK – Não vou usar o termo crise.<br />
Vamos antes dizer que as condições<br />
atuais de mercado são diferentes.<br />
Olhando para a própria<br />
Kaspersky, diria que está uma empresa<br />
madura. Os primeiros escritórios<br />
na Europa terão surgido há<br />
cerca de 10 anos, na Grã-Bretanha,<br />
a que se seguiram Alemanha<br />
e França. Já temos uma década de<br />
história na Europa. O grande desafio,<br />
não só para a Kaspersky mas<br />
para todas as empresas, passa por<br />
perceber como ir para um novo<br />
nível de desenvolvimento. Muitas<br />
vezes é através de novas abordagens<br />
ao mercado, aprofundar as relações<br />
com os atuais parceiros mas também<br />
criar relações com novos parceiros,<br />
ter mais iniciativa… Penso<br />
que nós, na Kaspersky, na Europa,<br />
somos bastantes bons em B2C, temos<br />
posições muitos fortes, nomeadamente<br />
nas PME, como já lhe<br />
disse. Agora, precisamos de avançar…<br />
Claro que a crise influencia<br />
o nosso negócio mas…<br />
Na Alemanha quota<br />
de mercado é de 50%<br />
VE – Mas?
sas<br />
ternet<br />
SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong> 31<br />
“Kaspersky, quem mais?”<br />
HP aposta na virtualização<br />
Foram 33 jornalistas de 16 países que se<br />
apresentaram em Moscovo para assistir ao prélançamento<br />
da nova versão do Kaspersky Internet<br />
Security e que a “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>” explorará na<br />
próxima edição. Com esta afluência de profissionais,<br />
as solicitações para uma entrevista ao próprio<br />
Eugene Kaspersky foram obviamente muitas. A<br />
“<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>” ainda recentemente tinha tido a<br />
oportunidade de realizar uma grande entrevista ao<br />
fundador e CEO, pelo que não se tinha candidatado<br />
a uma potencial conversa. No entanto, a empresa<br />
resolveu fazer uma coisa inovadora. Os jornalistas<br />
que quiseram tiveram dois minutos (de cronómetro)<br />
a solo com o CEO para fazer uma pergunta a Eugene<br />
Kaspersky. A “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>” resolveu alinhar e<br />
perguntou-lhe, no final, porque deve um consumidor<br />
escolher a Kaspersky? A resposta, pensada em não<br />
mais do que um segundo, foi “à la” George Clooney:<br />
“Kaspersky, whom else”…<br />
Após este encontro imediato fizemos a mesma<br />
pergunta a Garry Kondakov, explicando-lhe que<br />
já a havíamos feito ao seu CEO. “Não sei o que<br />
Eugene lhe respondeu. Mas eu garanto-lhe que nos<br />
GK – Mas preferimos olhar<br />
para as coisas positivas. Na Alemanha<br />
temos 50% de quota de<br />
mercado no consumo. Com esta<br />
percentagem, a verdade é que a<br />
estratégia passa mais pela sustentabilidade<br />
do que ter uma postura<br />
mais agressiva.<br />
VE – Com esses números é<br />
difícil crescer…<br />
GK – Muito difícil. Temos de<br />
ser ainda mais criativos, mais proativos.<br />
VE – Acha que as empresas<br />
já veem a segurança como um<br />
A HP anunciou novas soluções de software de virtualização<br />
que simplificam, automatizam e garantem a movimentação de<br />
máquinas virtuais (VM) e de dados em ambientes cloud, dando<br />
aos clientes uma maior agilidade para que possam responder<br />
da melhor forma às oportunidades de mercado cada vez<br />
mais dinâmicas.<br />
investimento? Ou ainda andamos<br />
à volta do custo?<br />
GK – Quanto maior for a empresa,<br />
claro que o entendimento<br />
da segurança como um investimento<br />
é maior…<br />
Sair do “online” pode ser<br />
um desafio<br />
VE – Quais são os grandes<br />
desafios para uma PME?<br />
GK – Quer saber qual o desafio<br />
mesmo? Começarem a sair da<br />
internet. De estarem online. De<br />
basearem grande parte do seu negócio<br />
online. Há certas regras que<br />
escolhem porque temos o melhor produto, a melhor<br />
tecnologia, melhor expertise, melhor marca… Mas<br />
em primeiro lugar, será sempre porque temos o<br />
melhor produto”.<br />
simplesmente não são cumpridas<br />
e têm de ser. É como conduzir. É<br />
como atravessar a rua! Não lhe<br />
ensinaram que teria de olhar para<br />
os dois lados??? As pessoas têm de<br />
ter noção dos perigos que enfrentam.<br />
E atenção que isto não é apenas<br />
um desafio para as pequenas<br />
e médias empresas! É para toda a<br />
gente, para os consumidores.<br />
VE – O mundo mudou, o<br />
mundo da internet mudou mas<br />
os utilizadores continuam a ter<br />
a mesma postura, é isso? São<br />
invencíveis?<br />
GK – É um pouco isso, sim.<br />
Primavera mais forte no setor<br />
da construção<br />
Experiência de utilização enriquecida, ferramentas adicionais de<br />
controlo e análise, melhorias na orçamentação e profundo reforço<br />
da gestão de subempreitadas, são as principais novidades da nova<br />
versão do Primavera Construction, o software de gestão da tecnológica<br />
portuguesa direcionado para este setor<br />
PELO SEGUNDO ANO CONSECUTIVO NA ÁREA DO BI<br />
Bi4all eleita parceiro do ano<br />
Microsoft<br />
A Bi4all recebeu da Microsoft<br />
Portugal, pelo segundo ano<br />
consecutivo, o prémio “Melhor<br />
Parceiro do Ano de Business Intelligence<br />
em Portugal”. A distinção<br />
foi entregue em nome da<br />
Microsoft ao partner Andro Moreira<br />
durante o evento Microsoft<br />
Worldwide Partner Conference<br />
<strong>2012</strong> que decorreu em Toronto.<br />
Em contraciclo com o mercado,<br />
a empresa encontra-se numa<br />
fase de crescimento, tendo aberto<br />
um escritório na Zona do Grande<br />
Porto, para além de ir inaugurar<br />
um novo escritório em Lisboa.<br />
A Bi4all está ainda a apostar na<br />
internacionalização, mercado que<br />
neste momento é responsável por<br />
cerca de 40% da faturação. A empresa<br />
ainda não possui delegações<br />
no estrangeiro, um passo que José<br />
Oliveira assume que irá ser dado<br />
de forma a ampliarem a sua carteira<br />
de clientes. A Bi4all estabeleceu<br />
recentemente acordos com<br />
empresas que atuam na Índia,<br />
mas brevemente estará também<br />
na Bélgica e no Brasil. Com esta<br />
aposta, a empresa espera aumentar<br />
as exportações em “pelo menos,<br />
mais 20% este ano”. A empresa<br />
TECNOLOGIAS<br />
Andro Moreira, partner da Bi4all (à direita), recebe o prémio das mãos de um<br />
representante da Microsoft<br />
tem parcerias estratégicas em Portugal,<br />
Espanha, Bélgica e França e<br />
conta registar um volume de negócios<br />
próximo dos três milhões<br />
de euros no final de <strong>2012</strong>.<br />
José Oliveira, diretor-geral da<br />
Bi4all, avançou ainda que a empresa<br />
está a diversificar o mercado.<br />
“Uma das grandes inovações<br />
está no BI Mobile, cuja mais-<br />
-valia se traduz na capacidade de<br />
criar dashboards dinâmicos, em<br />
que a integração de várias fontes<br />
de dados diferentes é feita pelo<br />
próprio utilizador dos dashboards,<br />
sem qualquer conhecimento<br />
de programação.” No seguimento<br />
desta mutação dos sistemas,<br />
a Bi4all tem inclusivamente colaboradores<br />
que fazem parte dos<br />
elementos que influenciam a própria<br />
Microsoft a nível mundial e<br />
decidiu dar um passo à frente da<br />
sua concorrência e criar um centro<br />
de investigação de soluções<br />
Mobile para BI. “Percebemos<br />
claramente que o futuro passa<br />
muito pela mobilidade. Então<br />
com a entrada dos IPAD em massa,<br />
nomeadamente nas empresas,<br />
vieram novas formas de trabalhar<br />
e analisar a informação.”<br />
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32 SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong><br />
ASSOCIATIVISMO<br />
Exportações do setor metalúrgico<br />
e metalomecânico crescem 9%<br />
No primeiro semestre de <strong>2012</strong>, as exportações da fileira da<br />
metalúrgica e metalamocânica aumentaram para perto dos<br />
9% (8,9%), enquanto as importações caíram 19,3%. Os<br />
dados são apresentados pela Associação dos Industriais Metalúrgicos e Metalomecânicos<br />
(AIMMAP) e fazem parte de um estudo sobre o comércio internacional. Feitas as contas, em<br />
junho de <strong>2012</strong> o volume das exportações do setor ascendeu a 1113 milhões de euros.<br />
CÉSAR BESSA MONTEIRO, PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS CONSULTORES EM PROPRIEDADE INTELECTUAL, AFIRMA<br />
“Proteção de marcas portuguesas no estrangeiro<br />
aumenta 12% ao ano”<br />
Para César Bessa Monteiro, “tem sido notável a atividade de inovação de muitas empresas portuguesas<br />
na presente conjuntura”.<br />
Market reports<br />
sobre Angola<br />
RESERVE<br />
JÁ<br />
O SEU EXEMPLAR<br />
<br />
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<br />
O mercado angolano é uma fonte de<br />
oportunidades de exportação e de<br />
investimento, mas exige informação<br />
adequada. Através dos nossos Market<br />
Reports sobre Angola ficará a conhecer a<br />
situação concreta do país e do setor que<br />
lhe interessa de forma a abordar o mercado<br />
com mais eficácia e menos riscos.<br />
<br />
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<br />
Só no ano passado foram<br />
apreendidos, em Portugal,<br />
produtos contrafeitos “no<br />
valor de 50 milhões de<br />
euros”, refere o presidente da<br />
Associação Portuguesa dos<br />
Consultores em Propriedade<br />
Intelectual. César Bessa<br />
Monteiro sublinha que<br />
os 400 euros que custa o<br />
pedido de registo de uma<br />
marca em Portugal devem<br />
“ser considerados mais<br />
como um investimento e<br />
uma salvaguarda do que<br />
como um custo”. Saiba que<br />
medidas tomar na hora de<br />
internacionalizar e exportar,<br />
quer para Europa quer para<br />
Ásia ou Angola.<br />
MARTA ARAÚJO<br />
martaaraujo@vidaeconomic.pt<br />
<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> - Com a temática<br />
da internacionalização na ordem do<br />
dia, quais são as principais cautelas a<br />
ter sobre a proteção de dados e patentes?<br />
César Bessa Monteiro - No que respeita<br />
à proteção dos direitos da propriedade<br />
industrial, designadamente das invenções<br />
por meio de depósitos de pedidos de patentes,<br />
devem os inventores, sem demoras,<br />
requerer tal proteção a fim de não<br />
verem todo um esforço de investigação<br />
ir beneficiar terceiros que em nada contribuíram<br />
para o processo inventivo. No<br />
que respeita, em particular, às invenções,<br />
há que deixar claro que um dos requisitos<br />
da patenteabilidade de um processo ou<br />
de um produto consiste na novidade, que<br />
poderá ser posta em causa se o processo<br />
ou produto for divulgado antes da apresentação<br />
no instituto competente do pedido<br />
de patente. Por essa razão, os gastos<br />
com a proteção da propriedade intelectual<br />
devem ser considerados mais como um<br />
investimento e uma salvaguarda do que<br />
como um custo.<br />
Por outro lado, os inventores portugueses<br />
– e tem sido notável a atividade de<br />
inovação de muitas empresas portuguesas<br />
na presente conjuntura – têm ao seu dispor<br />
instrumentos que lhes permitem proteger<br />
dentro e fora do país e sem grande<br />
dificuldade o produto da sua atividade<br />
inventiva, como é o caso da proteção pedida<br />
ao abrigo da Convenção da Patente<br />
Europeia ou do Patent Cooperation Treaty.<br />
REGISTO<br />
400 euros devem ser<br />
considerados um<br />
investimento e salvaguarda<br />
e não custo<br />
VE - Os países asiáticos e Angola, a<br />
título de exemplos, são algo propensos<br />
ao “nascimento” de marcas selvagens.<br />
Nestes cenários, quais são as reais<br />
vantagens da proteção das patentes?<br />
Adianta fazê-lo?<br />
CBM - O registo de uma patente, de<br />
uma marca ou de qualquer outro direito<br />
de propriedade industrial deve constituir<br />
preocupação séria do seu titular, já que<br />
na maioria dos países só o registo confere<br />
proteção. Mesmo nos países em que a<br />
protecção de direitos possa ser mais frágil<br />
e menos controlada, é fundamental<br />
promover o registo, já que só ele, de um<br />
modo ou outro, permite fundamentar o<br />
combate à contrafação.<br />
Aspecto diferente é a exportação para<br />
Portugal ou para o espaço comunitário<br />
de produtos contrafeitos vindos de países<br />
terceiros, sobretudo da Ásia. Torna-se hoje<br />
evidente que a contrafação é um flagelo<br />
mundial que a Internet veio potencializar<br />
e que movimenta milhões de milhões de<br />
euros. Só no ano passado em Portugal foram<br />
apreendidos produtos contrafeitos no<br />
valor de 50 milhões de euros.<br />
VE - Está a aumentar o número de<br />
marcas registadas no estrangeiro por<br />
empresas portuguesas?<br />
CBM - Dados que possuo permitem-<br />
-me concluir que o número de marcas<br />
requeridas para proteção no estrangeiro<br />
com origem em Portugal tem aumentado<br />
na ordem dos 12% por ano, designadamente<br />
as marcas comunitárias e as marcas<br />
internacionais. Em 2011 foram pedidas<br />
1007 marcas comunitárias na OHMI,<br />
em Alicante, e 151 marcas internacionais.<br />
VE - Em média, qual é o custo (preço)<br />
do pedido de uma proteção? Comparativamente<br />
com Espanha e Alemanha,<br />
por exemplo, é mais ou menos<br />
barato?<br />
CBM - O pedido de registo de uma<br />
marca em Portugal feito com a colaboração<br />
e assistência de um profissional,<br />
andará à volta dos 400 euros. Tal registo<br />
é mais barato do que aquele que nas mesmas<br />
circunstâncias é efetuado em Espanha<br />
ou Alemanha. Mas se um português<br />
quiser proteger a sua marca em Espanha,<br />
Alemanha ou noutro país da Comunidade<br />
Europeia não terá necessidade de ir<br />
pedir o registo em cada um desses países,<br />
mas poderá lançar mão da Marca Comunitária<br />
e, nesse caso o custo do registo é o<br />
mesmo porque é só um.
Apoiamos as empresas portuguesas.<br />
Os seus colaboradores merecem. A sua empresa precisa<br />
Compre já em http://livraria.vidaeconomica.pt
34 SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong><br />
MARKETING<br />
MARTA ARAÚJO<br />
martaaraujo@vidaeconomica.pt<br />
<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> – Em que consiste<br />
o projeto Incomun e qual a<br />
sua relação com a Comunicarte?<br />
Ana Sofia Gomes – O Incomun<br />
(www.facebook.com/incomun.<br />
clubedefas) foi criado na Comunicarte,<br />
a 1 de junho de 2011, na sequência<br />
de uma reunião de brainstorming<br />
onde se procuravam<br />
formas para incrementar o social<br />
media da agência. A categoria que<br />
escolhemos de “vitaminas e suplementos”<br />
resume um pouco do espírito<br />
deste projeto, já que a nossa<br />
pretensão é ser uma vitamina na<br />
vida das pessoas, depressa criamos<br />
uma coleção de crachás vitamina.<br />
Por exemplo, a Vitamina A, que<br />
passa a ser «abraço»! O Facebook,<br />
graças à sua importância estratégica<br />
e número de utilizadores em<br />
Portugal – a rondar os cinco milhões<br />
–, foi um investimento prioritário.<br />
Sei que os fãs são cada vez<br />
mais exigentes e conseguir um like<br />
ou uma partilha é um desafio, daí<br />
que o caminho foi no sentido de<br />
criar uma página com conteúdos<br />
(próprios e de outros autores) positivos,<br />
que interessem a uma tribo<br />
de pessoas que aprecia o lado “non<br />
sense” e incomun da vida, saudosistas<br />
mas sempre de olhos postos<br />
no futuro. Notícias da atualidade<br />
não são divulgadas nem pegamos<br />
em “futebol, política e religião”,<br />
por motivos óbvios! Estava, assim,<br />
encontrado o posicionamento e, a<br />
partir daqui, entendemos criar o<br />
perfil da Fã nº1 para gerir o Clube,<br />
enviar o crachá de boas-vindas, dar<br />
os parabéns, escolher o fã do mês,<br />
fazer os discos pedidos, lançar passatempos,<br />
entre outras pequenas<br />
graças Incomun. A formação é<br />
um pormenor no qual investimos<br />
imenso, através de tertúlias virtuais,<br />
gratuitas, administradas por<br />
speakers convidados para gerir o<br />
mural Incomun. São dedicadas a<br />
temas diversos como seja gestão,<br />
escrita criativa, felicidade, nutrição,<br />
segurança na net...! Acontecem<br />
às segundas-feiras e em outubro<br />
vamos ter compras online,<br />
entre outros temas que estamos a<br />
agendar. O projeto Incomun tem<br />
um espaço reservado para apoio<br />
de novas talentos e causas nobres,<br />
sejam de cariz social, humanitário,<br />
animal, musical. Organizamos<br />
um Hug Flashmob, que é sempre<br />
um momento alto porque as pessoas<br />
não estão mesmo à espera do<br />
abraço! Temos o Dia Mundial Incomun,<br />
assinalado a 20 de julho,<br />
escrevemos o manifesto do Clube<br />
juntamente com os fãs...<br />
VE – Os fãs percebiam a ligação<br />
do Incomun à Comunicarte?<br />
ASG – Nos primeiros meses a associação<br />
à agência não era notória,<br />
intencionalmente, mas entretanto<br />
o projeto amadureceu e faz todo<br />
sentido que cumpra os objetivos<br />
para que nasceu: ser um cartão de<br />
visita do universo Comunicarte.<br />
Devo referir que estão envolvidas<br />
no Incomun três pessoas.<br />
VE – Como define a Incomun<br />
Store enquanto marca?<br />
ASG – Incomun Store surge da<br />
necessidade de rentabilizar o projeto<br />
Incomun, mas com a vontade<br />
de o fazer de forma mais autónoma<br />
do Clube, embora com princípios<br />
comuns. A incomunstore.com<br />
vende serviços, como sejam terapias<br />
do riso ou geobags aventura, e<br />
produtos Incomun “hand made”.<br />
Para isso, estamos a criar uma<br />
bolsa de artistas que trabalhem o<br />
universo Incomun, incorporando-<br />
-lhe a ganga, que é a linguagem<br />
Continente quer levar seleção nacional ao Mundial 2014<br />
A chancela do universo Sonae soma e segue na parceria com a<br />
Federação Portuguesa de Futebol. Desta feita, integrada no patrocínio<br />
oficial do Continente à seleção nacional, a marca está a<br />
promover a venda de bilhetes com 50% de desconto em cartão<br />
Continente para todos os jogos de qualificação e preparação para<br />
o Mundial 2014. Associar a rede de hipermercados a momentos<br />
de diversão e alegria de forma acessível são os objetivos da marca.<br />
ANA SOFIA GOMES, DIRETORA-GERAL DA COMUNICARTE, AFIRMA<br />
“O Incomun é uma vitamina<br />
na vida das pessoas”<br />
Nasceu no seio de uma<br />
agência de comunicação<br />
que, no início, mais<br />
não queria do que<br />
impulsionar formas de<br />
fomentar a sua vertente<br />
de social media. Foi no<br />
seio de uma reunião<br />
de brainstorming da<br />
equipa da Comunicarte<br />
que nasceu o Incomun,<br />
um clube online<br />
alojado no Facebook<br />
que, como o próprio<br />
nome indica, apresenta<br />
“conteúdos positivos<br />
que interessa a uma<br />
tribo que aprecia o lado<br />
non sense”, explica Ana<br />
Sofia Gomes, diretorageral<br />
da empresa. O<br />
Incomun está a ter um<br />
crescimento meteórico,<br />
alcançou o estatuto de<br />
marca ao ter perto de 27<br />
mil fãs a um ritmo de<br />
cinco mil seguidores por<br />
mês e acaba de abrir a<br />
sua loja online.<br />
Para Ana Sofia Gomes, fundadora e diretora-geral da Comunicarte, “o Incomun<br />
faz bem e isso é o principal motor ideológico deste projeto”.<br />
“A incomunstore.com<br />
vende serviços, como<br />
sejam terapias do riso<br />
ou geobags aventura,<br />
e produtos Incomun<br />
hand made”<br />
universal Incomun. Alguns artistas<br />
e marcas que aceitaram o<br />
desafio de criar peças exclusivas e<br />
Incomun: Benditos Pormenores,<br />
Clutch&Chic, Gui@r-te Factory,<br />
Graça Paz, Lume Brando, Pássaro<br />
de Seda, Piropo, Por Um Fio, entre<br />
outros. (Todos os artistas interessados<br />
neste conceito podem enviar<br />
mail para info@incomunstore.<br />
com). Queremos recuperar tradições,<br />
evidenciar o vintage, com um<br />
toque contemporâneo. Temos<br />
moda, pintura, gourmet, lazer...<br />
VE – O que é que transformou<br />
o conceito Incomun num conjunto<br />
de sentimentos tão abrangente<br />
numérica e ideologicamente?<br />
ASG – O Incomun faz bem e<br />
isso é o principal motor ideológico<br />
deste projeto. Na avaliação quantitativa,<br />
percebemos que temos<br />
uma média de mil novos fãs/mês.<br />
Pessoas que vão diariamente dizer<br />
bom dia ou boa noite, que comentam,<br />
desabafam, partilham: são os<br />
nossos “flazinhos”!! Agora temos a<br />
Lynda Style, para estreitecer laços e<br />
ajudar nas vendas.<br />
VE – A Comunicarte, tendo<br />
nascido como uma agência de comunicação,<br />
tem tido um percurso<br />
peculiar no que diz respeito à<br />
implementação de projetos inovadores.<br />
É um fator de diferenciação<br />
ou um estado de espirito<br />
permanente da Comunicarte?<br />
ASG – É um misto: um espírito<br />
apaixonado e sonhador que diferencia<br />
a agência, passados mais de<br />
dez anos!<br />
VE – Olhando para o núcleo<br />
de clientes da empresa, a comunicação<br />
nos social media é um<br />
aspeto que preocupa especialmente<br />
as empresas e/ou marcas?<br />
Tem vindo a aumentar o número<br />
de clientes neste segmento?<br />
ASG – O Social Media tem vindo<br />
a entranhar-se, primeiro nas<br />
pessoas e, agora, cada vez mais nas<br />
empresas. Porque é muito tentador<br />
e aliciante, chega a ser viciante! É<br />
“gratuito” e abre, realmente, um<br />
mundo de potencialidades seja ao<br />
nível dos negócios, da saúde, da<br />
educação, desporto... (sugiro leitura<br />
do livro Web Trends - 10 cases<br />
made in web 2.0 + Comunicarte<br />
Publishing 2010!). Mas os clientes<br />
estão também conscientes dos perigos<br />
que podem resultar da exposição,<br />
daí que investimos imenso<br />
tempo em diagnósticos e análises<br />
prévias para consolidar a decisão,<br />
ajudar a identificar a rede social<br />
mais adequada e em que moldes.<br />
Também a este nível, a nossa intervenção<br />
é muito sustentada, acredito<br />
eu, pois estamos nos vários momentos<br />
desde a tomada de decisão,<br />
passando pela criação e otimização<br />
até à manutenção e dinamização.<br />
VE – Quais são os três grandes<br />
desafios que a Comunicarte<br />
tem pela frente nos proximos<br />
tempos?<br />
ASG – Primeiro desafio: dar visibilidade<br />
e notoriedade à marca<br />
Incomun; segundo desafio: relançar<br />
o franchising Comunicarte;<br />
terceiro desafio: continuar a superar<br />
as expetativas dos clientes.
SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong> 35<br />
Telepizza lança menu Morangos com Açúcar<br />
É uma marca de entretenimento indiscutível do mercado nacional que<br />
acaba de se prolongar da TV para o cinema. Fruto dos seus resultados<br />
no que à audiência diz respeito, os Morangos com Açúcar são um alvo<br />
apetecível para as marcas se aproximarem dos teenagers. Exemplo disso<br />
é a Telepizza, que acaba de lançar um menu alusivo à série, composto<br />
pela pizza Morangos com Açúcar e duas sobremesas de morango.<br />
Construção da marca<br />
A identidade de uma marca é tal e qual<br />
a identidade de uma pessoa. O racional<br />
para entendê-la é em tudo semelhante<br />
à psicologia. Da mesma forma que as<br />
estratégias que são usadas para a sua<br />
criação e para permitir a sua sobrevivência<br />
são idênticas às que se usam na sociologia.<br />
Devemos, então, começar por desconstruir<br />
o mito: uma marca não é uma empresa;<br />
não é um produto; muito menos um<br />
logótipo.<br />
Uma marca não se cria, constrói-se, tal<br />
e qual a reputação de uma pessoa. E se a<br />
reputação de uma pessoa não depende de<br />
si, mas do que os outros pensam dela, na<br />
marca também isto acontece. Uma marca<br />
não é o que ela diz dela própria, mas o que<br />
os outros dizem que ela é.<br />
No fundo, é a forma como se apresenta<br />
à sociedade (nome), como se veste<br />
(packaging), como fala (discurso<br />
publicitário), como se comporta no<br />
meio social (fator de diferenciação), os<br />
meios que frequenta (ponto de venda), os<br />
valores que segue (missão, visão e valores)<br />
e as pessoas com quem se dá (relações<br />
públicas e marketing-mix) que fazem a sua<br />
reputação.<br />
Devemos, então, começar por aceitar<br />
que já não são fatores críticos de sucesso<br />
simplesmente as características do produto<br />
(o que é), os seus benefícios (o que faz)<br />
ou a experiência (os sentimentos que<br />
despoleta no cliente), mas sim a sua<br />
capacidade de se identifi car com as pessoas<br />
(quem sou). É este o poder da reputação. É<br />
este o poder de uma marca.<br />
Para além disto, num mercado saturado<br />
que se rege pela teoria do “eu também!”,<br />
os clientes são forçados a procurarem<br />
qualquer coisa de diferente que os permita<br />
escolher os melhores entre a multidão.<br />
Pela primeira vez na história, as barreiras<br />
da concorrência não são controladas pelas<br />
DILEN RATANJI<br />
Marketeer<br />
Diretor executivo da VetBizz Consulting<br />
empresas, mas pelos seus clientes.<br />
Isto porque os clientes não gostam de<br />
ser “vendidos” perante a máquina da<br />
publicidade. Gostam antes de “comprar”<br />
e compram para assumirem uma<br />
identidade. Isto signifi ca que a sociedade<br />
deixou de estar ao serviço das marcas<br />
simplesmente para lhes gerar negócio: as<br />
marcas, sim, passam a estar ao serviço da<br />
sociedade para que esta decida se ela vive<br />
ou morre. Porque, enquanto o modelo<br />
tradicional de marketing empurra (push)<br />
produtos e serviços para os seus clientes, o<br />
branding gera reputação e puxa (pull) os<br />
clientes para dentro da sua essência (brand<br />
equity).<br />
O princípio basilar para a criação de uma<br />
reputação de sucesso é ser diferente. Mas<br />
não basta. Mais que diferente, uma marca<br />
deve ter foco. Tal como o ser humano,<br />
uma marca não consegue ser multi-task,<br />
ou seja, fazer várias coisas ao mesmo<br />
tempo de forma perfeita. Isto signifi ca<br />
que o Iced Tea é incompatível com o café<br />
gelado ou que a Chiclets nunca poderia<br />
passar a ser, também, uma marca de<br />
chocolates.<br />
Assim sendo, torna-se crítico, antes de<br />
criarmos uma marca, percebermos o seu<br />
foco, procurando responder a três questões<br />
fundamentais: quem sou? O que faço? E<br />
aquilo que faço marca a diferença na vida<br />
das pessoas? É esta última resposta que<br />
vai defi nir o posicionamento da marca<br />
e começar a gerar a sua reputação na<br />
sociedade.<br />
Concluindo, não é o símbolo que criamos<br />
que faz a nossa marca. São os êxitos da<br />
mesma que tornam o nosso símbolo<br />
notório e credível e que fazem com que o<br />
escolhamos para fazer parte nós. E se não<br />
há duas pessoas iguais também não há<br />
marcas iguais e há sempre espaço para a<br />
sua marca se destacar na multidão.<br />
MARKETING<br />
Azeite Gallo inova marca com lançamento<br />
de piri-piri com azeite<br />
A empresa portuguesa acaba de lançar um novo produto: Gallo Piri<br />
Piri com Azeite. Trata-se de uma aposta da marca na inovação de<br />
sabores junto dos seus consumidores que simpatizam com o tempero<br />
picante, sem prescindir de produtos saudáveis e que gostam de diversifi<br />
car os cozinhados. Disponível nos vários canais de distribuição.<br />
Super Bock cria serviço de entrega ao domicílio<br />
MARTA ARAÚJO<br />
martaaraujo@vidaeconomica.p<br />
Chama-se Party Service e é a mais recente<br />
novidade da Super Bock. A provar que<br />
a inovação não tem de acontecer, necessariamente,<br />
no produto nem na embalagem,<br />
aposta que o serviço e o canal podem marcar<br />
a diferença.<br />
Desta feita, a chancela da Unicer<br />
propõe-se levar e instalar um sistema de<br />
barril de cerveja em casa, com direito a<br />
copos de plástico e serviço de recolha do<br />
material.<br />
A pensar nos momentos de convívio,<br />
como os casos de festas com amigos ou<br />
aniversários, a máquina de cerveja de<br />
pressão permite ao consumidor maior liberdade<br />
e conforto no seio do seu lar.<br />
A Super Bock assegura que a cerveja<br />
está sempre fresca, com a espuma certa e<br />
na quantidade necessária, em prescindir<br />
do ambiente familiar.<br />
Brindar às coisas boas e simples<br />
da vida<br />
“Com o Party Service, a Super Bock leva<br />
a festa a casa dos portugueses, tornando-<br />
-a no local ideal para receber os amigos e<br />
brindar às coisas boas e simples da vida,<br />
em prol da amizade e do convívio. Este<br />
sistema é muito prático e útil para quem<br />
gosta de celebrar a vida em casa e em boa<br />
companhia”, refere João Esteves, diretor de<br />
marketing cervejas da Unicer.<br />
O Party Service inclui o serviço de entrega,<br />
com toda a logística a ser assegurada<br />
pela Unicer – entrega domiciliária (na<br />
zona da Grande Lisboa e Grande Porto) e<br />
respetiva instalação da máquina e do barril<br />
Super Bock, bem como a posterior recolha<br />
Nome<br />
do material. Prevê também a oferta de copos<br />
plásticos, garantindo um serviço “chave<br />
na mão”.<br />
Marcar presença “no lado bom da vida” e<br />
ser encarada como “uma marca inovadora<br />
que vive da proximidade com os consumidores”<br />
são os principais objetivos da marca.<br />
Com o lançamento do Party Service, a<br />
Super Bock quer proporcionar “momentos<br />
descontraídos entre amigos num ambiente<br />
festivo”, incentivando o espírito de que “A<br />
<strong>Vida</strong> é Super”, exatamente o que promove<br />
o seu claim.<br />
Barril custa 90 euros<br />
Morada<br />
C. Postal<br />
E-mail Nº Contribuinte<br />
Os preços estão no site da marca. Cada<br />
barril custa 90 euros, podendo encomendar-se<br />
um máximo de cinco barris. Com<br />
base num presuposto de 0,5 litros de consumo,<br />
um barril chega para 40 a 50 pessoas.<br />
Neste livro, Luis Castañeda, autor de vários bestsellers empresariais, reúne a opinião<br />
de grandes empresários e consultores, tais como Jack Welch, Michael Dell, Larry<br />
Bossidy, Roberto Servitje, Carlos Ghosn, Carlos Llano, Ram Charan, Peter Drucker<br />
e Carlos Ruiz González, entre outros.<br />
Autor: Luis Castañeda Páginas: P.V.P.: € 8,90<br />
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exemplar(es) do livro Alta Gestão para Executivos Ocupados, com o PVP<br />
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NOVIDADE<br />
Com preciosos resumos<br />
sobre temas de importância<br />
crítica para o sucesso das<br />
empresas num mundo<br />
globalizado, tocando áreas<br />
como a “Ética e Gestão<br />
Empresarial”, “Liderança e<br />
Fator Humano”, “Estratégia e<br />
Crescimento”, e “Inovação e<br />
Gestão da Mudança”.<br />
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(recortar ou fotocopiar)
36 SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong><br />
QREN<br />
Eventos das PME em Portugal financiados por verbas<br />
comunitárias<br />
Os eventos que tenham como objetivo promover as empresas, mesmo em território português,<br />
podem agora ser financeiros com fundos comunitários. A alteração foi implementada e<br />
aplicada ao Sistema de Incentivos à Qualificação e Internacionalização das PME e já foi publicada<br />
em Diário da República. Até ao momento, os fundos do QREN, neste âmbito, estavam<br />
reservados somente às atividades que decorriam fora do território nacional.<br />
Governo e municípios<br />
gerem 250 milhões do QREN<br />
A equipa que vai monitorizar a<br />
reprogramação de 250 milhões<br />
de euros do QREN será<br />
composta não só por membros<br />
do Governo mas também<br />
da Associação Nacional de<br />
Municípios Portugueses<br />
(ANMP). A informação consta<br />
da mais recente edição do<br />
Diário da República.<br />
MARTA ARAÚJO<br />
martaaraujo@vidaeconomica.pt<br />
De acordo com a publicação, a equipa<br />
surge fruto do acordo entre o Governo e<br />
a ANMP, que reconheceu a necessidade<br />
de reprogramar o Quadro de Referência<br />
Estratégico Nacional (QREN) para “maximizar<br />
a utilização dos fundos disponíveis”,<br />
transferindo para o período entre 2014-<br />
2020, para “projetos dos municípios que,<br />
evidenciando a sua relevância, não revelem<br />
porém capacidade de execução até ao final<br />
do atual quadro”.<br />
Desta feita, cabe a esta nova estrutura de<br />
Lisboa<br />
15 outubro<br />
10h00/11h30 (total:1h30)<br />
membros acompanhar a execução de todas<br />
as operações do QREN, principalmente<br />
as que são promovidas diretamente por<br />
municípios, com a missão de levar a cabo<br />
“uma avaliação contínua da capacidade de<br />
concretização por parte dos municípios<br />
dos projetos por estes executados”.<br />
CONFERÊNCIA<br />
As Alterações Climáticas<br />
e a Indústria Seguradora<br />
Organização:<br />
Informações e inscrições:<br />
<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> – Patricia Flores<br />
Tel.: 223 399 466<br />
Fax: 222 058 098<br />
E-mail: patriciaflores@vidaeconomica.pt<br />
Estado amealha 570 milhões de euros<br />
com reprogramação do QREN<br />
Na sequência dea Comissão Europeia ter aumentado as comparticipações nos programas<br />
financeiros apoiados pelo Quadro de Referência Estratégico Nacional para os 85%, o Governo<br />
luso vai amealhar, até ao final de 2015, 570 milhões de euros. O número é avançado<br />
pelo secretário de Estado adjunto da Economia e do Desenvolvimento Regional, Almeida<br />
Henriques.<br />
Nova equipa é composta por membros das secretarias de Estado da Administração Local e da Reforma Administrativa, da Economia e Desenvolvimento<br />
Regional e do Orçamento e da ANMP.<br />
Preços*:<br />
Público Geral: ..... G 25<br />
Assinantes VE: .... G 20<br />
*+ IVA<br />
O Diário da República (DR) em causa<br />
sublinha que Governo e municípios “concordaram<br />
na libertação de 250 milhões de<br />
euros provenientes de contratos de financiamento<br />
aprovados nos programas operacionais<br />
regionais do continente das regiões<br />
convergência a afetar predominantemente,<br />
PROGRAMA:<br />
O clima está mesmo a mudar?<br />
Principais Catástrofes Naturais no mundo<br />
1980-<strong>2012</strong><br />
Alterações Climáticas em Portugal e<br />
principais desastres naturais (2010-<br />
<strong>2012</strong>)<br />
O Fundo Sismico<br />
Prejuízos económicos indiretos causados<br />
pelas catástrofes naturais<br />
A subscrição<br />
A gestão de sinistros em situações de<br />
catástrofe<br />
A fraude em situações de catástrofe<br />
Novos oportunidades de negócio<br />
Impacto das alterações climáticas na<br />
gestão de ativos<br />
ORADOR: Dr. Fernando Gilberto - Licenciado<br />
em Marketing e Consumo, pós graduado em<br />
Gestão de Bancos e Seguradoras e especializado<br />
em Liderança.<br />
Tem uma vasta experiência na indústria<br />
seguradora, tendo sido colaborador de três<br />
companhias de seguros onde desempenhou<br />
funções com responsabilidades diversas,<br />
desde a área comercial até áreas técnicas,<br />
como responsável de operações.<br />
Atualmente, dedica-se à mediação de seguros,<br />
formação profissional e publicação de<br />
livros sobre a temática dos seguros.<br />
PUB<br />
no âmbito da reprogramação estratégica,<br />
aos programas Impulso Jovem e Equipamentos<br />
Escolares”.<br />
Balanço da monitorização<br />
em janeiro<br />
Além de acompanhar a aplicação das<br />
verbas e as respetivas operações, a equipa<br />
fixará também “os critérios mais ajustados<br />
a observar para que as candidaturas<br />
em causa possam ser consideradas como<br />
viáveis ou reveladoras de incapacidade<br />
de execução até ao final do atual quadro<br />
de programação, sendo promovida, no<br />
âmbito das disposições regulamentares<br />
aplicáveis, a sua transição para o período<br />
de programação 2014 -2020”.<br />
Ainda de acordo com o DR, “em janeiro<br />
de 2013, o Governo e a ANMP realizarão<br />
uma análise dos resultados da monitorização<br />
empreendida por esta equipa<br />
conjunta, devendo concluir se estarão<br />
atingidos os seus objetivos e os montantes<br />
libertados por programa operacional, no<br />
âmbito da reprogramação do QREN, ou<br />
se se justificam ações adicionais para uma<br />
adequada execução do QREN”.<br />
O documento mostra que a equipa é<br />
constituída por representantes dos secretários<br />
de Estado da Administração Local<br />
e da Reforma Administrativa, da Economia<br />
e Desenvolvimento Regional e do<br />
Orçamento e da ANMP.<br />
Participam ainda o presidente do<br />
Instituto Financeiro para o Desenvolvimento<br />
Regional, o coordenador do<br />
Observatório do QREN e o presidente<br />
das comissões diretivas dos programas<br />
operacionais regionais do continente<br />
das regiões convergência, que integrará<br />
a equipa conjunta quando o respetivo<br />
programa operacional estiver em causa.
SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong> 37<br />
MERCADOS<br />
A cautela não deve ser sazonal. A<br />
cautela não deve ser redescoberta quando<br />
os mercados estão negativos e esquecida<br />
quando sobem. A manutenção de um<br />
estado mental estável, nos bons e nos<br />
maus períodos, é fundamental para o<br />
sucesso do investimento a médio e longo<br />
prazo.<br />
A prática de grande parte dos<br />
investidores, profissionais ou não, é muito<br />
diferente. A maioria das pessoas procura<br />
gratificação imediata em quase tudo o<br />
que fazem, incluindo o investimento.<br />
Acreditam que o caminho mais rápido<br />
para retornos mais altos passa por<br />
negócios de curto prazo que tentam<br />
adivinhar os movimentos do dia, da<br />
semana ou do mês seguinte. Esta prática<br />
nada tem de investimento, é especulação.<br />
A maioria das pessoas<br />
procura gratificação<br />
imediata em quase tudo<br />
o que fazem, incluindo o<br />
investimento<br />
Num artigo do “Económico” de 27<br />
de julho passado com o título “Como<br />
preparar a sua carteira antes de ir de<br />
férias” é sugerido aos leitores um conjunto<br />
muito variado de estratégias que partem<br />
do argumento de nos anos anteriores os<br />
mercados terem caído em agosto.<br />
De tantas estratégias que existem<br />
de curto prazo, nunca conseguimos<br />
5080<br />
5060<br />
5040<br />
5020<br />
5000<br />
4980<br />
4960<br />
4940<br />
4920<br />
4900<br />
4880<br />
encontrar uma que funcionasse de forma<br />
consistente. Todo o tipo de profetas<br />
vieram e partiram ao longo dos anos. Por<br />
um curto período de tempo qualquer um<br />
deles pode estar certo e fazer uma ou duas<br />
previsões acertadas.<br />
Vários estudos comprovam que a<br />
maioria destes investidores que tentam<br />
estar no mercado pelo timing compram<br />
caro e vendem barato.<br />
Peter Lynch, o lendário gestor do<br />
Fidelity Magellan Fund, declarou certa vez<br />
que, segundo os seus cálculos, metade dos<br />
investidores no seu fundo perdia dinheiro.<br />
Isto acontecia porque o dinheiro entrava<br />
no fundo após um par de bons trimestres<br />
e saía passado um par de trimestres não<br />
tão bons. Lynch ganhou 29% ao ano<br />
ao longo de 13 anos, o que, para um<br />
investimento inicial de 10 mil USD<br />
resultaria, passados 13 anos um valor<br />
acumulado de cerca de 274 mil USD<br />
William Sharpe, vencedor de um<br />
prémio Nobel, descobriu que um “market<br />
timer” tem que estar certo 82% do tempo<br />
para igualar os retornos da estratégia de<br />
comprar e manter.<br />
Sanford Bernstein & Company, num<br />
estudo que realizou entre 1926 e 1993, os<br />
retornos nos melhores 60 meses, 7% do<br />
período total, foram em média de 11%.<br />
Nos restantes 93% do período total, os<br />
retornos foram de 1/100 de um por cento.<br />
Parece pois uma tarefa hercúlea conseguir<br />
prever com confiança os 7% do período<br />
em que as ações dão bons retornos.<br />
É simplesmente melhor estar investido<br />
no mercado nas ações de valor que nos<br />
PSI-20 (05.09) 5049,04<br />
1,43% Var. Semana<br />
30 Ago 31 Ago 03 Set 04 Set 05 Set<br />
-8,10% Var. <strong>2012</strong><br />
Dow Jones 05/set ....... 13068,01<br />
Var Sem ...............................-0,30%<br />
Var <strong>2012</strong> ................................6,93%<br />
Nasdaq 05/set ............... 3078,11<br />
Var Sem ...............................-0,02%<br />
Var <strong>2012</strong> .............................. 18,10%<br />
IBEX 35 05/set ...............7494,00<br />
Var Sem ................................2,57%<br />
Var <strong>2012</strong> .............................-12,52%<br />
Devemos, isso sim,<br />
prevenirmo-nos, ou seja,<br />
estar no mercado pelo preço:<br />
comprar excelentes ativos<br />
quando estão baratos<br />
oferecem o maior potencial de retorno<br />
do que entrar no jogo de adivinhar o<br />
mercado. Entre 80 e 90% do retorno do<br />
investimento em ações ocorre em 2 a 7%<br />
do tempo.<br />
A American Century Investments<br />
estudou o período entre 1990 e 2005<br />
(desde a subida fabulosa ao longo dos<br />
anos 90 até à queda brutal da bolha<br />
tecnológica de 2000 a 2002) demonstrou<br />
que 10 mil USD teriam crescido até<br />
51.354USD. Contudo, se nesse perído<br />
os investidores tivessem perdido os 10<br />
melhores dias desses 15 anos, o seu<br />
retorno caíria para 31 994 USD. Se<br />
tivesse falhado os 30 melhores dias, ou<br />
seja, um mês em 180, teria conseguido<br />
15730USD. Se tivesse perdido os 50<br />
melhores dias perderia dinheiro e os<br />
10.000 USD valeriam apenas 9030 USD.<br />
Entre 1985 e 2005 a taxa de retorno<br />
composta anual do índice Standard &<br />
Poors foi de 11,9%. Durante estes 20<br />
anos, 10 mil USD investidos num fundo<br />
que replicasse este índice, teria resultado<br />
em 94 555 USD. Contudo, um estudo<br />
recente mostrou que o investidor médio<br />
apenas conseguiu uma rentabilidade<br />
DAX 05/set ....................6964,69<br />
Var Sem ...............................-0,65%<br />
Var <strong>2012</strong> ..............................18,08%<br />
CAC40 05/set ................3405,79<br />
Var Sem ...............................-0,24%<br />
Var <strong>2012</strong> ................................ 7,79%<br />
COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR<br />
Investimento em valor – investir é uma maratona, não um sprint<br />
RE/MAX duplica oferta<br />
de imóveis da banca<br />
A filial portuguesa da imobiliária RE/<br />
MAX passou a disponibilizar 7900 imóveis<br />
da banca, com acesso a financiamento<br />
até 100%, no seu site. Tendo duplicado<br />
a sua oferta num espaço de um ano,<br />
esta é, segundo a empresa, “uma oportunidade<br />
para aquisição de imóveis com<br />
spreads competitivos”. Em Lisboa, onde<br />
EMÍLIA O. VIEIRA PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO<br />
Casa de Investimentos – Gestão de Patrimónios, S.A.<br />
www.casadeinvestimentos.pt<br />
se encontra a grande maioria da oferta,<br />
podem ser encontrados 1770 imóveis<br />
(22% do total), seguida pelo Porto com<br />
1400 (18%) e por Setúbal com 980<br />
(12%). O Algarve e o Alentejo representam,<br />
conjuntamente, 13% do total da<br />
oferta.<br />
Para Beatriz Rubio, presidente-executiva<br />
da RE/MAX Portugal, esta é uma “solução<br />
anticrise benéfica para todos, que<br />
permite ao portugueses acederem a um<br />
grande número de imóveis com condições<br />
de venda mais competitivas”. A CEO da<br />
rede imobiliária acrescenta que, com esta<br />
solução, “os clientes ficam a pagar por<br />
mês, na maioria dos casos, uma quantia<br />
inferior ao que pagariam por um arrendamento”.<br />
Atualmente, a rede imobiliária<br />
tem 60 mil imóveis disponíveis para comercialização:<br />
50 617 imóveis para venda<br />
e 9383 para arrendamento.<br />
composta de 3,9%, ou seja, com os<br />
mesmos 10.000USD o resultado foi de<br />
21.422 USD. O estudo concluiu ainda que<br />
a maioria dos investidores “foge” durante<br />
os períodos de declínio dos mercados,<br />
receando que as quedas continuem<br />
indefinidamente. Assim que o mercado<br />
recupera, começam a regressar. Entretanto,<br />
perderam a maior parte da recuperação.<br />
A realidade é que tentar adivinhar<br />
quando entrar e sair do mercado é<br />
quase impossível. Não devemos prever<br />
tentando acertar no timing. Devemos,<br />
isso sim, prevenirmo-nos, ou seja,<br />
estar no mercado pelo preço: comprar<br />
excelentes ativos quando estão baratos.<br />
Devemos avaliar o que estamos a comprar,<br />
comprar apenas quando está barato e<br />
manter. Depois, temos que aceitar as<br />
flutuações de mercado e suportar alguns<br />
temporários recuos. Se o nosso portfólio<br />
de investimentos for bem construído, um<br />
pouco de turbulência no mercado não é<br />
motivo para fugir.<br />
Usando os princípios do investimento<br />
em valor, dá-nos a segurança de saber<br />
que as ações que temos em carteira têm<br />
características que as fazem vencedoras no<br />
longo prazo.<br />
Um portfólio de ações de empresas com<br />
negócios excecionais, comprados a preços<br />
sensatos, é um ativo de longo prazo, tal<br />
como um imóvel, e deve ser tratado da<br />
mesma forma.<br />
Venderia a sua casa ou a quinta antes<br />
de ir de férias para voltar a comprá-la no<br />
regresso?<br />
Claro que não.<br />
Santander Totta e Universidade Nova<br />
firmam acordo<br />
O Santander Totta e a Faculdade<br />
de Ciências Médicas<br />
da Universidade Nova de Lisboa<br />
celebraram um acordo de<br />
colaboração. Esta parceria vai<br />
permitir ao banco apoiar vários<br />
projectos da faculdade e<br />
disponibilizar a toda a comunidade<br />
estudantil o acesso ao<br />
cartão universitário inteligente<br />
e a vários programas de mobilidade.<br />
O acordo vai possibilitar,<br />
em primeiro lugar, a aquisição<br />
de equipamentos para o novo<br />
pólo de investigação da faculdade.<br />
O apoio à internacionalização<br />
é outro dos objetivos<br />
deste convénio, que permitirá aos estudantes<br />
ter acesso a programas de mobilidade<br />
internacional. Com esta parceria, cerca de<br />
2800 pessoas – entre alunos e docentes –<br />
passarão a usufruir do cartão universitário<br />
inteligente.
38 SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong><br />
EURODÓLAR (05.09) 1,2602 Euro/Libra 05/set ......0,7923 EURIBOR 6M (05.09) 0,5210 Euribor 3M 05/set .....0,2690 PETRÓLEO BRENT (05.09) 113,61<br />
0,60% Var. Semana<br />
Var Sem ........................ -0,13%<br />
Var <strong>2012</strong> .........................5,48%<br />
-0,023% Var. Semana<br />
Var Abs Sem ...................-0,014<br />
Var <strong>2012</strong> ......................... -0,732<br />
1,02% Var. Semana<br />
1,262<br />
1,26<br />
1,258<br />
1,256<br />
1,254<br />
1,252<br />
1,25<br />
1,248<br />
1,246<br />
1,244<br />
30 Ago 31 Ago 03 Set 04 Set 05 Set<br />
Euro/Iene 05/set .....98,7457<br />
Var Sem ........................-0,09%<br />
Var <strong>2012</strong> .........................1,04%<br />
-2,76% Var. <strong>2012</strong> -0,703% Var. <strong>2012</strong> 5,88% Var. <strong>2012</strong><br />
ANTÓNIO GUERREIRO, PRESIDENTE DO BANCO FINANTIA, AFIRMA<br />
“Solidez financeira da banca port<br />
tem vindo sempre a aumentar”<br />
O Banco Finantia faz<br />
um balanço positivo<br />
da primeira metade do<br />
ano, em que, apesar de<br />
ter reduzido os lucros<br />
de 5,5 para um milhão<br />
de euros, melhorou os<br />
rácios. O presidente da<br />
instituição, António<br />
Guerreiro, aponta,<br />
em entrevista à<br />
“<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”,<br />
três fatores para esse<br />
desempenho: realismo,<br />
diversificação de negócio<br />
e o alargamento das<br />
fontes de captação de<br />
fundos. Sobre o setor,<br />
o entrevistado mostrase<br />
confiante no futuro.<br />
“A solidez financeira<br />
da banca portuguesa<br />
tem vindo sempre a<br />
aumentar, mesmo com<br />
todas as dificuldades<br />
que as envolventes<br />
interna e externa nos<br />
têm apresentado”, refere<br />
o presidente do Banco<br />
Finantia.<br />
AQUILES PINTO<br />
aquilespinto@vidaeconomica.pt<br />
<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> – O Banco<br />
Finantia faz um balanço positivo<br />
do primeiro semestre de<br />
<strong>2012</strong>. Que fatores contribuíram<br />
para esse desempenho?<br />
António Guerreiro – Em<br />
primeiro lugar, o realismo manifestado<br />
através de um processo<br />
continuado e sustentado de<br />
desalavancagem do balanço e<br />
de controlo/redução de custos.<br />
Um exemplo sintomático desta<br />
situação é o facto de o Banco Finantia<br />
ter liquidado, em maio, o<br />
empréstimo obrigacionista com<br />
garantia do Estado no montante<br />
de 100 milhões de euros que<br />
havia contraído três anos antes,<br />
no contexto da crise financeira<br />
pós-Lehman. Outro fator está<br />
relacionado com a diversificação<br />
do negócio, em que as atividades<br />
de intermediação estão a ter<br />
um peso cada vez mais estratégico<br />
no negócio, nomeadamente,<br />
através de atividades de banca<br />
privada, de assessoria financeira,<br />
de colocação e venda de produtos<br />
de renda fixa, de “trade<br />
0,55<br />
0,545<br />
0,54<br />
0,535<br />
0,53<br />
0,525<br />
0,52<br />
0,515<br />
0,51<br />
0,505<br />
30 Ago 31 Ago 03 Set 04 Set 05 Set<br />
Euribor 1Y 05/set ......0,7820<br />
Var Abs Sem .................. -0,030<br />
Var <strong>2012</strong> ......................... -0,722<br />
finance” e de comercialização<br />
de seguros. Finalmente, o alargamento<br />
das fontes de captação<br />
de fundos, em que os depósitos<br />
de clientes ganham um destaque<br />
especial através de um aumento<br />
substancial relativamente a<br />
junho de 2011 (440,8 milhões<br />
de euros em junho de <strong>2012</strong> vs.<br />
243,1 milhões de euros em junho<br />
de 2011), refletindo um significativo<br />
alargamento da base<br />
de clientes do Banco Finantia e<br />
o fortalecimento da presença da<br />
sua banca privada, quer em Portugal<br />
quer em Espanha.<br />
VE – Quais as perspetivas<br />
para o segundo semestre do<br />
ano? Preveem manter a aposta<br />
na diversificação de serviços?<br />
AG – Pensamos que o segundo<br />
semestre não será muito<br />
diferente do primeiro. Continuamos<br />
a manter a aposta na<br />
diversificação de serviços e no<br />
alargamento das fontes de captação<br />
de funding, com especial<br />
ênfase nos depósitos.<br />
VE – Em relação à economia<br />
116,5<br />
116<br />
115,5<br />
115<br />
114,5<br />
114<br />
113,5<br />
113<br />
112,5<br />
112<br />
111,5<br />
111<br />
30 Ago 31 Ago 03 Set 04 Set 05 Set<br />
portuguesa, revê-se mais na<br />
posição de que vai ser necessário<br />
novo acordo com a “troi-<br />
Ouro 05/set ..........1693,75<br />
Var Sem ......................2,10%<br />
Var <strong>2012</strong> ...................... 7,46%<br />
Prata 05/set ..............32,24<br />
Var Sem ......................4,66%<br />
Var <strong>2012</strong> ....................14,40%<br />
COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR<br />
“O futuro é por natureza incerto, mas os bancos portugueses são bem geridos por gestores com uma resistência muito forte a situações adversas”, salienta<br />
António Guerreiro.<br />
ka” ou na versão do Governo<br />
de que as coisas estão a correr<br />
como planeado?<br />
Banco lucra milhão e reforça rácios<br />
O Banco Finantia registou, no primeiro semestre de <strong>2012</strong>, um lucro<br />
consolidado antes de impostos de três milhões de euros e um lucro<br />
líquido consolidado de um milhão de euros, uma redução face aos 5,5<br />
milhões de euros registados em junho do ano passado. O banco viu<br />
reforçada a sua solidez financeira, com o Core Tier I a aumentar para<br />
10,6% (10,1% em junho de 2011) e o rácio de solvabilidade a subir<br />
para 15,5% (14,8% em junho de 2011).<br />
Recorde-se que o Finantia liquidou, em maio, o empréstimo<br />
obrigacionista com garantia do Estado no montante de 100 milhões<br />
de euros que havia contraído três anos antes, no contexto da crise<br />
financeira pós-Lehman. Os depósitos de clientes aumentaram de<br />
243,1 milhões para 440,8 milhões de euros e o rácio de crédito<br />
(excluindo crédito securitizado) sobre depósitos de clientes situou-se<br />
nos 38% face aos 73% no ano anterior. O produto bancário antes de<br />
resultados de operações financeiras reduziu-se em 36%, para 38,1<br />
milhões de euros, contra os 59,9 milhões de euros no mesmo período<br />
do ano anterior. O Banco Finantia justifica a redução, em grande<br />
parte, pelo “aumento do custo de fundos no contexto da turbulência<br />
financeira internacional e das campanhas de captação de novos<br />
depósitos”.<br />
Por fim, os custos operacionais registaram o valor de 12 milhões<br />
de euros, uma redução de 17% face aos 14,5 milhões de euros<br />
do ano anterior, enquanto os ativos consolidados se situaram nos<br />
2370 milhões de euros, uma diminuição de 265 milhões de euros<br />
relativamente ao ano anterior, “em prossecução da estratégia de<br />
desalavancagem” da entidade.
uguesa<br />
SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong> 39<br />
Crédito Agrícola com soluções de poupança para jovens<br />
AG – Dada a derrapagem orçamental<br />
já anunciada, vão ter<br />
que ser introduzidos ajustes ao<br />
plano da “troika”, que deverão<br />
ser conhecidos dentro de um ou<br />
dois meses, até à apresentação<br />
do Orçamento do Estado para<br />
2013.<br />
VE – Quando poderá o país<br />
voltar aos mercados?<br />
AG – Isso vai depender de<br />
muitos fatores e a maior parte<br />
deles escapa ao controlo de Portugal.<br />
Temos que ter as questões<br />
da Grécia e da Espanha resolvidas.<br />
A Irlanda emitiu recentemente<br />
dívida nova a cinco anos, o<br />
que indicia uma abertura, mais<br />
cedo ou mais tarde, a países<br />
que estão no bom caminho da<br />
consolidação orçamental e da<br />
recuperação económica. 2013<br />
não é um ano com muitos vencimentos.<br />
O que se fala agora<br />
para 2013 poderá ser empurrado<br />
para 2014 e, se prosseguirmos<br />
a consolidação orçamental<br />
tal como tem sido reafirmado<br />
pelo Governo, há condições<br />
para que, se não for em 2013,<br />
seja em 2014.<br />
Todavia, os bancos portugueses<br />
só poderão aceder ao mercado<br />
de médio prazo depois de o<br />
Estado português o conseguir<br />
fazer. Só a partir daí é que o país<br />
poderá entrar num maior desafogo<br />
em termos de captação de<br />
“funding” externo estável.<br />
VE – A banca portuguesa<br />
estará preparada para um<br />
cenário pior na Grécia como<br />
afiançaram nas apresentações<br />
de resultados?<br />
O Crédito Agrícola lança a campanha “CA Soluções Jovens” destinada a<br />
clientes dos zero aos 30 anos que sejam novos clientes ou titulares de uma<br />
conta de depósitos à ordem. Destaque para a Conta Poupança Futuro (a<br />
um ano sem risco e renovável por igual período, com capitalização de juros<br />
e prémios de permanência anuais) e a Conta Poupança Geração Jovem (a<br />
seis meses ou um ano sem risco e renovável por igual período de tempo),<br />
ambas com montante mínimo de abertura de 25 euros.<br />
AG – A solidez financeira da<br />
banca portuguesa tem vindo<br />
sempre a aumentar, mesmo com<br />
todas as dificuldades que as envolventes<br />
interna e externa nos<br />
têm apresentado. O futuro é por<br />
natureza incerto, mas os bancos<br />
portugueses são bem geridos,<br />
por gestores com uma resistência<br />
muito forte a situações adversas.<br />
Os rácios de solidez financeira<br />
da banca, que são, no fundo, um<br />
indicador de resistência à turbulência<br />
económica continuam a<br />
crescer de forma sustentada.<br />
VE – Que influência terá nos<br />
mercados a esperada recessão<br />
na Europa e o fraco crescimento<br />
nos Estados Unidos<br />
da América?<br />
AG – A recuperação já iniciada<br />
nos Estados Unidos apresenta<br />
sinais animadores e a Europa<br />
deverá ter este ano o pior ano do<br />
atual ciclo recessivo. Mas obviamente<br />
que as decisões políticas<br />
em relação ao apoio aos países<br />
periféricos são e continuarão<br />
a ser um fator determinante<br />
do comportamento futuro dos<br />
mercados.<br />
VE – Tendo em conta a<br />
conjuntura nacional e internacional,<br />
considera que o investidor<br />
português está mais<br />
conservador nos investimentos?<br />
AG – Sem dúvida alguma. O<br />
sinal mais claro disso é o crescimento<br />
dos depósitos a prazo.<br />
Entre 2007 e 2011, no segmento<br />
dos particulares, este crescimento<br />
em montantes foi de<br />
41%.<br />
Especulação<br />
No mesmo dia em que foi<br />
conhecida a mais recente edição<br />
do “Global Competitiveness<br />
Report” do “World Economic<br />
Fórum”, que habitualmente<br />
se reúne em Davos na Suíça, o<br />
Primeiro-Ministro de Portugal<br />
anunciava: “a situação do país<br />
não permite “fazer qualquer alívio<br />
da carga fiscal” nesta altura ( )<br />
todos no Governo, “pessoas que<br />
tenham uma origem independente,<br />
origem no CDS-PP ou no PSD”,<br />
estão conscientes disso.”. Na<br />
mesma ocasião, Passos Coelho<br />
acrescentava ainda: “Espero ter<br />
contribuído para pôr um ponto<br />
final em notícias públicas que<br />
dão conta de que é possível fazer<br />
umas coisas ou não é possível fazer<br />
outras, porque nós não estamos,<br />
no domínio das possibilidades, a<br />
fazer discussões sobre aquilo que<br />
desejaríamos ou que gostaríamos,<br />
mas sobre aquilo que temos<br />
de fazer.” (via agência Lusa<br />
5/09/<strong>2012</strong>). Ora, para bom<br />
entendedor meia palavra basta.<br />
E o Primeiro-Ministro, tendo<br />
sido tão generoso no número<br />
de palavras, confirmou o que já<br />
se suspeitava: vem aí um novo<br />
aumento de impostos. Pelo<br />
caminho, o chefe do Governo<br />
deu um raspanete à bancada<br />
parlamentar do CDS que, dias<br />
antes, se revelara contra um<br />
eventual agravamento fiscal.<br />
A verdade, porém, é que<br />
a trica partidária desviou as<br />
atenções da notícia, essa sim<br />
verdadeiramente importante, que<br />
horas antes havia sido divulgada<br />
pela imprensa: Portugal, no tal<br />
ranking de competitividade<br />
internacional, perdera 4 lugares,<br />
descendo do 45º para o 49º<br />
lugar numa lista de 144 países.<br />
Neste relatório, produzido a<br />
partir de inquéritos coligidos<br />
localmente – em Portugal através<br />
do Fórum de Administradores de<br />
Empresas que para esta edição de<br />
Millennium bcp e Continente lançam passatempo<br />
RICARDO ARROJA<br />
Pedro Arroja Gestão de Patrimónios, SA e docente no<br />
Instituto de Estudos Superiores Financeiros e Fiscais (IESF)<br />
Assim se perde um país<br />
<strong>2012</strong> inquiriu 115 empresários<br />
nacionais, essencialmente, de<br />
PME’s –, as observações do<br />
empresariado português foram<br />
minuciosamente analisadas. Por<br />
ordem de prioridade, as cinco<br />
principais queixas são: 1) a<br />
dificuldade de acesso ao crédito<br />
(26% dos inquiridos apontaram<br />
esta dificuldade como a mais<br />
importante e debilitante); 2)<br />
a excessiva carga fiscal (22%),<br />
reflectida nas taxas de imposto<br />
mas também na regulação sobre<br />
a qual assentam aquelas taxas;<br />
3) a ineficiência da burocracia<br />
pública (15%); 4) a rigidez<br />
das leis laborais (11%), e; 5) a<br />
instabilidade legislativa (10%).<br />
Em conjunto, estas cinco áreas<br />
de “queixas” representam mais de<br />
80% dos problemas tidos como<br />
prioritários.<br />
É sempre difícil definir a área<br />
de intervenção do Estado; tratase<br />
de um exercício que levanta<br />
sempre uma certa subjectividade<br />
e sobre o qual tendem a ver-se<br />
reflectidas posições políticas ou<br />
ideológicas. Não obstante essa<br />
subjectividade, arrisco afirmar<br />
que entre aquelas cinco áreas,<br />
onde mais se ouvem as queixas,<br />
há pelo menos três que são<br />
da exclusiva responsabilidade<br />
do Estado (leia-se Governo,<br />
Assembleia da República e afins):<br />
a carga fiscal, a ineficiência<br />
da burocracia pública e a<br />
instabilidade legislativa. Em<br />
conjunto, encontramos neste<br />
agrupamento quase metade das<br />
queixas às quais se somássemos<br />
outras queixas menores, que<br />
são tidas pelos empresários<br />
como menos prioritárias –<br />
como a Justiça (3%) ou a<br />
instabilidade governativa (1%)<br />
–, ultrapassariam a fasquia<br />
dos 50%. E num exercício<br />
mais socialista das funções do<br />
Estado, então, mais facilmente<br />
encontraríamos na ineficiência da<br />
MERCADOS<br />
O Millennium bcp, em parceria com o Continente, tem em curso um<br />
passatempo subordinado ao tema Regresso às Aulas, onde serão atribuídos<br />
cinco prémios no valor de 100 euros cada em Cartão Continente. Até 23<br />
de setembro, basta aceder à página de Facebook do Millennium Sugere<br />
(https://www.facebook.com/MillenniumSugere) e concorrer com uma<br />
frase sobre o regresso às aulas que inclua as palavras “Millennium Sugere”<br />
e “Continente”.<br />
Administração Pública a raiz dos<br />
nossos problemas económicos.<br />
Como disse, é um exercício com<br />
o seu quê de subjectivo!<br />
Em todo o caso, resta uma<br />
certeza: a carga fiscal é a segunda<br />
maior preocupação dos nossos<br />
empresários, mas é precisamente<br />
essa mesma carga fiscal, já<br />
excessiva, que o Governo (este<br />
e quase todos os anteriores) se<br />
prepara para agravar pela enésima<br />
vez. Pelo contrário, em matéria<br />
de optimização da burocracia<br />
pública nada de substancial<br />
se vê. Em matéria de reforma<br />
administrativa do Estado,<br />
também é essencialmente só<br />
conversa. E quanto à produção<br />
de leis, nada de novo; continua-se<br />
a legislar furiosamente sem que<br />
alguém se lembre de arrumar<br />
todas as leis em vigor, muitas das<br />
quais contraditórias entre si, e<br />
que em boa medida não passam<br />
de lixo legislativo, castrador da<br />
actividade económica que urge<br />
promover neste País. A avenida<br />
do Governo é cada vez mais<br />
estreita e este, em vez de a alargar,<br />
insiste em estreitá-la. Enfim,<br />
perdeu-se quase um ano e meio<br />
– com estudos que já deviam<br />
estar feitos, com conversa fiada,<br />
com inacção –, durante o qual<br />
se esbanjou o tempo ao não se<br />
ter feito a reformar do Estado.<br />
Agora, na impossibilidade de<br />
cortar nas despesas “fáceis” – os<br />
cortes salariais que, evitando<br />
despedimentos na função<br />
pública, eram (e continuam a<br />
ser) necessários –, o Governo<br />
optará por aumentar as receitas<br />
“fáceis” – os impostos sobre<br />
o rendimento, asfixiando<br />
ainda mais os poucos que vão<br />
produzindo algum rendimento.<br />
E, pronto, ponto final – assim se<br />
perde um País.<br />
POR INDICAÇÃO DO AUTOR, ESTE ARTI-<br />
GO NÃO SEGUE AINDA O NOVO ACORDO<br />
ORTOGRÁFICO.<br />
PUB
40 SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong><br />
MERCADOS<br />
Governo cria novos produtos de poupança<br />
O Governo está a estudar a criação de novos produtos de poupança,<br />
depois de já ter decidido aumentar a remuneração dos certificados<br />
de aforro. “O Governo tem constatado o desinteresse gradual<br />
dos aforradores relativamente aos instrumentos de poupança de<br />
retalho emitidos pelo Estado”, refere o Ministério das Finanças em<br />
comunicado.<br />
CORRETORA CONSTITUIU HABITUAIS CARTEIRAS DE INVESTIMENTO PARA A “VIDA ECONÓMICA”<br />
AQUILES PINTO<br />
aquilespinto@vidaeconomica.pt<br />
A Fincor continua “moderadamente<br />
otimista” para os mercados em setembro<br />
e foi com base nesse facto que desenhou<br />
para a “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>” as habituais<br />
carteiras de investimento orientadas<br />
para dois perfis de risco distintos, um<br />
conservador e um agressivo. “É importante<br />
sublinhar que, em ambos os casos,<br />
a carteira está bastante diversificada por<br />
classes e tipos de ativos e por regiões de<br />
investimento”, disse à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”<br />
José Sarmento, analista de mercados da<br />
corretora.<br />
A mesma fonte recorda que agosto foi<br />
“um mês marcado pela possibilidade de<br />
que Espanha venha a pedir um resgate<br />
para o seu sector público, mais uma<br />
época de resultados em que as empresas<br />
norte-americanas superaram pela positiva<br />
as expectativas dos mercados e bons<br />
dados económicos vindos dos EUA, com<br />
destaque para o emprego e o setor imobiliário,<br />
pondo em causa os analistas que<br />
dizem que o país estará a viver um período<br />
de abrandamento económico”. Em<br />
relação a setembro, José Sarmento refere<br />
que “deverá ficar marcado na Zona Euro<br />
pela nova visita da “troika” à Grécia onde<br />
serão dados mais sinais sobre a possibilidade<br />
da continuidade do país na região,<br />
e a auditoria ao setor bancário espanhol<br />
onde serão reveladas as suas necessida-<br />
Nos primeiros anos da vida do euro, muitos<br />
bancos centrais começaram a diversificar a<br />
composição das suas reservas internacionais,<br />
aumentando a exposição a ativos em euros<br />
(moeda e obrigações de governos da Zona<br />
Euro) e reduzindo exposição a ativos<br />
denominados na moeda tradicionalmente<br />
utilizada até então – o dólar americano.<br />
Nessa altura, acreditava-se que o euro<br />
poderia vir a ser uma moeda forte e uma<br />
alternativa real à moeda americana, não<br />
apenas em termos cambiais mas também<br />
pela remuneração comparativa entre as duas<br />
moedas (até agora, em 13 anos e meio de vida,<br />
o euro teve uma cotação mais fraca que o dólar<br />
em somente três desses anos, tendo a moeda<br />
única possibilitado taxas de remuneração mais<br />
atrativas em oito desses anos).<br />
des de capital, ficando assim definido o<br />
montante necessário para resgatar o sector”.<br />
“Deveremos ainda estar atentos às<br />
reuniões dos vários bancos centrais, com<br />
o ECB e o FED em destaque. No caso do<br />
último, estaremos atentos a uma possível<br />
implementação do QE3. Na China, após<br />
o recente abrandamento do crescimento<br />
económico, os mercados esperam que sejam<br />
aplicadas novas medidas de estímulo<br />
à economia”, acrescenta.<br />
Petróleo e ouro são alvos<br />
Foi, como já referido, com base naquela<br />
perspetiva que a Fincor constituiu as duas<br />
carteiras. “Em obrigações, continuamos a<br />
destacar a nossa escolha em Blue Chips<br />
de países sob pressão na Zona Euro, neste<br />
caso a Sonae, EDP, Santander e Unicredit.<br />
Continuamos a investir em petróleo,<br />
à medida que aumenta a possibilidade<br />
de um conflito no Médio Oriente, e em<br />
ouro, uma vez que este deverá ser mais<br />
um mês marcado pela implementação de<br />
novas medidas de estímulo económico<br />
por vários bancos centrais. Em ações, o<br />
Brasil continua a ser a nossa escolha em<br />
mercados emergentes. Pretendemos também<br />
investir no EuroStoxx50. Nas ações,<br />
destacamos a nossa escolha de Portugal, a<br />
Zon, que se encontra a negociar com um<br />
elevado desconto e com uma possibilidade<br />
de upside a acontecer uma fusão com a<br />
Sonaecom”, remata José Sarmento.<br />
Kamikaze à moda europeia?<br />
Logicamente, os bancos centrais também<br />
estavam confortáveis com a relativa solidez<br />
das economias europeias, não apenas das<br />
mais fortes (por exemplo, Portugal entrou<br />
no Euro com o rating da S&P situado<br />
nove níveis acima do rating atual, com<br />
a qualidade da dívida classificada como<br />
elevada).<br />
Sendo a remuneração das reservas<br />
internacionais uma fonte de geração de<br />
receitas, será interessante verificarmos o<br />
que aconteceu às reservas do banco central<br />
australiano quando as taxas de juro do<br />
Japão começaram a descer acentuadamente<br />
(para níveis abaixo de 1% em 1995, tendo<br />
iniciado a sua aproximação ao nível de 0% a<br />
partir do ano 2000).<br />
Na década de 90, a distribuição habitual<br />
Cofina com lucros de 646 mil euros<br />
A Cofina obteve um resultado líquido de 646 mil euros, no primeiro semestre, contra perdas de<br />
0,4 milhões em igual período do ano passado. As receitas operacionais ascenderam a 56 milhões de<br />
euros, menos 9,9%, em termos homólogos. O EBITDA desceu dois milhões de euros, para sete milhões.<br />
“As medidas de controlo e racionalização de custos que têm sido adoptadas pela Cofina permitiram<br />
acomodar, ao nível do EBITDA, uma parte das quebras registadas nas receitas”, refere a<br />
empresa em comunicado. A dívida era de 80,2 milhões de euros no final do primeiro semestre.<br />
Fincor “moderadamente<br />
otimista” para setembro<br />
Classe Activos conservador agressivo ISIN<br />
Liquidez 0.0% 0.0%<br />
Obrigações 50.0% 25.0%<br />
Obrigações Soberanas a 10 Anos Itália 10.0% 5.0% IT0004801541<br />
Obrigações Sonae 2015 10.0% 5.0% PTSONGOE0009<br />
Obrigações EDP 2016 10.0% 5.0% XS0256997007<br />
Obrigações Santander 2 017 10.0% 5.0% XS0759014375<br />
Obrigações Unicredit 2016 10.0% 5.0% IT0004644602<br />
Forex 5.0% 5.0%<br />
Euro/Dólar 5.0% 5.0% CFD<br />
Commodities 20.0% 15.0%<br />
WTI Oil 10.0% 10.0% CFD<br />
Gold 10.0% 5.0% CFD<br />
Acções 25.0% 55.0%<br />
iShares MSCI Brazil Index Fund 5.0% 10.0% US4642864007<br />
Lyxor ETF Euro Stoxx 50 5.0% 7.5% FR0007054358<br />
Volkswagen 2.5% 7.5% DE0007664039<br />
Apple 2.5% 7.5% US0378331005<br />
Coca-Cola 2.5% 7.5% US1912161007<br />
AstraZeneca 2.5% 7.5% GB0009895292<br />
Zon 5.0% 7.5% PTZONAM0006<br />
TOTAL 100% 100%<br />
Carteiras elaboradas pelo departamento de research da Fincor em 20-08-<strong>2012</strong><br />
NOTA: Por lapso, na edição anterior da “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>” publicámos um artigo sobre<br />
a performance da Fincor nas transações sobre ações até julho e não a peça que agora<br />
publicamos como apoio à tabela (a qual voltamos a publicar nesta edição) com as<br />
carteiras construídas pela corretora. À Fincor e aos leitores, o nosso pedido de desculpa.<br />
RUI CORREIA<br />
Diretor da Sala de Mercados do Barclays<br />
das reservas deste banco central era de<br />
40% em dólares americanos, 30% em<br />
ienes japoneses sendo o remanescente<br />
composto pelas diversas moedas europeias.<br />
Dadas as baixas taxas de remuneração dos<br />
ativos japoneses, em 2000 o banco central<br />
australiano decide alterar radicalmente a<br />
composição do portfólio… O peso dos ienes<br />
caiu para 10%, tendo o peso dos dólares e<br />
do euro aumentado cada um para 45%.<br />
Como é lógico, a remuneração das reservas<br />
é ainda mais importante para os países com<br />
economias pequenas à escala mundial, não<br />
sendo este o caso da Austrália (umas das<br />
principais 20 economias globais). Mas se as<br />
pequenas economias seguirem este exemplo<br />
nos tempos atuais, numa altura em que o<br />
BCE alterou a taxa de juro da facilidade<br />
permanente de depósito para o nível de 0%<br />
(na reunião do passado mês de julho), que<br />
efeitos poderíamos ter a nível europeu?<br />
Terão os bancos centrais deixado de<br />
investir em obrigações alemãs (mais<br />
“seguras” mas com remuneração mínima)<br />
para investir em obrigações portuguesas<br />
ou espanholas (menos “seguras” mas com<br />
potenciais retornos interessantes), mas<br />
mantiveram a percentagem de exposição<br />
a ativos europeus? Ou será que reduziram<br />
o peso do investimento em euros na<br />
composição do seu portfólio e estão a<br />
investir em ativos denominados noutras<br />
moedas? A queda da cotação cambial do<br />
euro contra a generalidade das principais<br />
moedas poderá também estar relacionada<br />
com este facto…
A NOSSA ANÁLISE<br />
Depósito a dois anos do BES<br />
remunera a 4%<br />
É um depósito a prazo a dois anos com taxas<br />
crescentes cuja TANB oscila entre os 3,25% e<br />
os 4% mas exige, no mínimo, um investimento<br />
de mil euros. Nesta “Conta Rendimento CR”<br />
do BES, cuja imagem de marca é o Cristiano<br />
Ronaldo, o pagamento dos juros acontece<br />
semestralmente e é possível mexer no capital<br />
investido desde que seja mantido o mínimo de<br />
mil euros na conta. O pagamento dos juros é<br />
semestral, não sendo permitidos reforços nem<br />
renovação do produto.<br />
MARTA ARAÚJO<br />
martaaraujo@vidaeconomica.pt<br />
Investe em ti com alto rendimento<br />
É apresentado como mais um produto de poupança do Banco Espírito<br />
Santo (BES) que é “aconselhado” pelo mediático jogador de<br />
futebol português, Cristiano Ronaldo. Mas, ao contrário das outras<br />
soluções, que permitem amealhar paulatinamente, o que pressupõe<br />
pouca entrega de capital, este depósito a prazo exige o investimento<br />
mínimo de mil euros. A rentabilidade é atrativa, chega aos 4% e é<br />
um belo complemento a outros produtos de poupança.<br />
Flexibilidade nos prazos, nas quantidades e nas modalidades são as<br />
atuais máximas da banca para se amealhar. Os tempos que correm assim<br />
o exigem: com orçamentos mais magros as famílias têm de ajustar<br />
os seus gastos e reorganizar, ou iniciar, os seus esquemas de poupança.<br />
Contratar Cristiano Ronaldo para comunicar os produtos<br />
financeiros não fica, evidentemente, barato ao BES, mas é<br />
uma forma de envolver, gerar confiança e espírito de vitória.<br />
Os consumidores necessitam de sentir que o esforço que fazem na<br />
poupança, por mais humilde que seja, é percetível e visível. E, neste<br />
aspecto, é mais fácil e imediato de medir quando se trata de vislumbrar<br />
euros e não taxas, que necessitam de ser convertidas para se<br />
perceber quanto se vai ganhar.<br />
A micropoupança arredonda consegue fazê-lo. Ao fazer a adesão,<br />
o cliente previamente seleciona que tipo de movimento, na sua<br />
conta à ordem, pretende arredondar, quanto quer arredondar e em<br />
que conta quer que cada arredondamento seja transferido.<br />
Aqui, a flexibilidade é um factor positivo. É que, para além de ter<br />
a possibilidade de optar em arredondar entre 1, 2, 5 e 10 euros e<br />
respetivos múltiplos, pode definir diferentes contas de destino desta<br />
micro poupança, para diferentes tipos de movimentos e modos<br />
de arredondamento, inclusive pode transferir esse dinheiro, diretamente,<br />
para a conta de outras pessoas.<br />
AQUILES PINTO<br />
aquilespinto@vidaeconomica.pt<br />
SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong> 41<br />
A dispersão por classes de ativos<br />
(obrigações, alternativos, ações e<br />
commodities) deve ser levada em<br />
linha de conta nas carteiras de investimento,<br />
“no sentido de que a correlação<br />
inferior a um entre estas classes<br />
providencie uma diminuição do<br />
risco global da carteira”, de acordo<br />
com os especialistas do Banco Best.<br />
As alocações a ativos de menor risco<br />
são, assim, cerca de 85% na carteira<br />
prudente e de 32,5% na carteira<br />
agressiva.<br />
Estas escolhas dão, segundo os<br />
mesmos especialistas, “corpo à ideia<br />
de que o investidor prudente não<br />
exclui totalmente o risco da car-<br />
teira e, por outro lado, o investidor<br />
agressivo deseja uma exposição<br />
maioritária, embora não excessiva a<br />
risco”.<br />
A “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>” solicitou<br />
àquele banco de investimento a<br />
construção de duas carteiras de investimento,<br />
uma mais prudente,<br />
outra mais agressiva. “Os fundos de<br />
investimento selecionados, de entre<br />
a oferta de quase dois mil fundos<br />
de investimento disponíveis para<br />
subscrição por parte dos clientes do<br />
Banco Best, representam aqueles<br />
que primordialmente, embora entre<br />
outros critérios de seleção qualitativos,<br />
apresentam os melhores rácios<br />
de risco/rendibilidade dentro das<br />
diversas categorias selecionadas”,<br />
disse-nos fonte da entidade.<br />
Ano após ano, invista em si<br />
Neste depósito a prazo “Conta Rendimento CR”, em troca do<br />
investimento e manutenção de, pelo menos, mil euros, o BES assegura<br />
uma TANB de 3,25% no primeiro semestre (o que corresponde<br />
a uma TANL de 2,428%), e 4% nos restantes (o que<br />
corresponde a uma TANL de 3%).<br />
Este produto, que em edições anteriores tinha cinco anos de duração,<br />
surge agora na modalidade de dois anos o que, tendo em<br />
conta a atual conjuntura, é, de certo modo, um passo positivo na<br />
medida em que transmite a ideia que dois anos passa rapidamente,<br />
logo os juros também chegam mais cedo e, por outro lado, caso<br />
seja necessário mexer no dinheiro, fica-se mais perto de o conseguir<br />
fazer sem penalização sendo um período de tempo mais curto.<br />
Trata-se de um depósito a prazo com total garantia de capital,<br />
que permite mobilização antecipada, total e parcial, com penalização<br />
total dos juros vincendos e não pagos. O produto beneficia<br />
da garantia de reembolso do Fundo de Garantia de Depósitos, que<br />
cobre valores aplicados até 100 mil euros.<br />
CONSELHOS<br />
MERCADOS<br />
<br />
<br />
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<br />
<br />
<br />
<br />
ESSA CONTINUA A SER A TÓNICA DOS PLANOS DO BANCO BEST PARA A “VIDA ECONÓMICA”<br />
Diversificação é essencial nas carteiras de investimento<br />
CARTEIRA PRUDENTE<br />
<br />
Pictet – Short-Term Money Market EUR R Monetário PTYEVOHM0002 20,0%<br />
GS Glbl Fixed Income Hdgd E Obrigações LU0304100331 30,0%<br />
Schroder ISF Global Corporate Bond B EUR Hdg Acc Obrigações LU0203348601 15,0%<br />
Nordea-1 Swedish Bond Fund E (EUR) Obrigações LU0173776047 10,0%<br />
Allianz RCM Europe Equity Growth CT EUR Acc Acções LU0256839860 2,5%<br />
Pioneer U.S. Fundamental Growth C EUR Acções LU0347184318 2,5%<br />
UBS (Lux) Bond SICAV Currency Diversifier P EUR Acc Alternativos LU0706127809 10,0%<br />
ING (L) RFd Emerging Markets Debt (Local Currency) X EUR Hdg Acc<br />
CARTEIRA AGRESSIVA<br />
Alternativos LU0577845802 10,0%<br />
<br />
GS Glbl Fixed Income Hdgd E Obrigações LU0304100331 15,0%<br />
PIMCO GIS Hi Yield Bd E EUR Hdg Acc Obrigações IE00B11XZ764 17,5%<br />
Allianz RCM Europe Equity Growth CT EUR Acc Acções LU0256839860 20,0%<br />
Pioneer U.S. Fundamental Growth C EUR Acções LU0347184318 15,0%<br />
Vontobel Fund Emerging Markets Equity HC Acções EM LU0333249109 12,5%<br />
UBS (Lux) Bond SICAV Currency Diversifier P EUR Acc Alternativos LU0706127809 5,0%<br />
ING (L) RFd Emerging Markets Debt (Local Currency) X EUR Hdg Acc Alternativos LU0577845802 10,0%<br />
Vontobel Fund - Belvista Commodity H EUR Acc<br />
Fonte: Banco Best<br />
Commodities LU0415415636 5,0%<br />
Nota: O investimento em fundos de investimento não dispensa a consulta dos prospetos disponíveis em www.bancobest.pt ou através do número 707246707 (das 7h30 às 24h)
42 SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong><br />
MERCADOS<br />
Começou o mês de setembro,<br />
esperando-se que muitos assuntos<br />
que influenciarão o rumo<br />
das taxas de juro poderão começar<br />
a ser decididos.<br />
O BCE realizou a sua habitual<br />
reunião mensal e não se esperava<br />
novidades no que toca a taxas<br />
de referência. O facto de ter<br />
colocado a taxa de absorção a<br />
0% em julho tem levado a uma<br />
queda gradual das Euribor, havendo<br />
pouco a ganhar com mais<br />
um corte que, mantendo o diferencial<br />
entre a taxa diretora e<br />
de absorção nos mesmos níveis,<br />
iria implicar que quem colocasse<br />
dinheiro junto do BCE teria<br />
que pagar para isso.<br />
O foco está sobretudo na postura<br />
que o BCE passará a tomar<br />
relativamente à compra de dívida<br />
pública. Já nas vésperas da<br />
reunião tinham sido divulgados<br />
alguns detalhes sobre a estratégia<br />
PSI-20 - DIÁRIO<br />
Após um longo período de consolidação, cotando entre os 5135 e 5775<br />
pontos, a quebra do limite inferior deste intervalo pressionou o índice<br />
até aos 4420 pontos. Este nível ofereceu já um sólido suporte por duas<br />
vezes, estando em curso uma segunda recuperação. Este movimento tem<br />
demonstrado sinais positivos, tendo já conseguido quebrar a resistência<br />
entre os 4900/4950 pontos. O PSI 20 encontra-se agora em máximos<br />
de quase 4 meses, sendo agora mais provável ver o índice nacional em<br />
valores acima dos 5135 pontos.<br />
MERCADO MONETÁRIO<br />
INTERBANCÁRIO<br />
Se olhos postos no BCE<br />
do Banco Central, que passam<br />
pela aquisição de dívida pública<br />
até três anos de países que peçam<br />
formalmente um plano de<br />
resgate. O avançar com essa medida<br />
não constituirá uma medida<br />
de estímulo monetário, dado<br />
o pouco alcance em termos de<br />
maturidade da dívida e porque<br />
as operações deverão ser esterilizadas.<br />
Não menos importante<br />
será o facto de o BCE poder depois<br />
vender as obrigações, caso<br />
o país não cumpra com o que<br />
se compromete, o que seria uma<br />
ameaça latente a esses países.<br />
O objectivo é o de garantir<br />
estabilidade no euro como moeda<br />
com futuro, numa altura<br />
em que um pouco por todo o<br />
mundo se questiona a sua existência.<br />
Ao que parece, apenas<br />
o presidente do Banco Central<br />
alemão se continua a opor a esta<br />
intervenção do BCE, uma vez<br />
DAILY YIELD 10 ANOS PORTUGAL<br />
FILIPE GARCIA<br />
filipegarcia@imf.pt<br />
que quer o presidente do Banco<br />
Central holandês, quer o membro<br />
alemão do BCE se encontram<br />
alinhados com a posição<br />
de Draghi. Neste sentido, os<br />
rendimentos de dívida pública<br />
até 3 anos nos países com mais<br />
dificuldades deverão conseguir<br />
mais suporte que nas maturidades<br />
mais longas.<br />
As taxas fixas continuam a<br />
refletir as taxas Euribor baixas e<br />
a curva de rendimentos da Alemanha,<br />
que continua a manter<br />
o estatuto de refúgio. Nos próximos<br />
tempos, e para além da<br />
reunião do BCE, teremos outros<br />
eventos importantes como<br />
as eleições legislativas na Holanda<br />
e o veredito do Tribunal<br />
Constitucional alemão sobre a<br />
constitucionalidade do programa<br />
ESM.<br />
ANÁLISE PRODUZIDA A 5 DE SETEMBRO DE<br />
<strong>2012</strong><br />
Evolução euribor (em basis points)<br />
05.setembro12 29.agosto12 08.agosto12<br />
1M 0,121% 0,122% -0,001 0,139% -0,018<br />
3M 0,269% 0,288% -0,019 0,366% -0,097<br />
1Y 0,782% 0,819% -0,037 0,918% -0,136<br />
TAXAS EURIBOR E REFI BCE<br />
18<br />
17<br />
16<br />
15<br />
14<br />
13<br />
12<br />
11<br />
10<br />
9<br />
8<br />
Futuros euribor<br />
Data 3Meses<br />
15.10.<strong>2012</strong> 0,235%<br />
19.11.<strong>2012</strong> 0,230%<br />
17.12.<strong>2012</strong> 0,200%<br />
18.03.2013 0,205%<br />
16.06.2014 0,415%<br />
14.12.2015 1,020%<br />
CONDIÇÕES DOS BANCOS CENTRAIS<br />
Minium Bid* 0,75%<br />
BCE Lending Facility* 1,50%<br />
Deposity Facility* 0,00%<br />
EUA FED Funds<br />
*desde 5 de julho <strong>2012</strong><br />
0,25%<br />
R.Unido Repo BoE 0,50%<br />
Brasil Taxa Selic 7,50%<br />
Japão Repo BoJ 0,10%<br />
EURO FRA’S<br />
Forward Rate Agreements<br />
Tipo* Bid Ask<br />
1X4 0,206 0,246<br />
3X6 0,180 0,220<br />
1X7 0,429 0,470<br />
3X9 0,415 0,455<br />
6X12 0,397 0,427<br />
12X24 0,693 0,733<br />
*1x4 - Período termina a 4 Meses, com início a 1M<br />
EURO IRS<br />
InterestSwapsvs Euribor 6M<br />
Prazo Bid Ask<br />
2Y 0,476 0,506<br />
3Y 0,580 0,610<br />
5Y 0,940 0,970<br />
8Y 1,480 1,510<br />
10Y 1,741 1,761<br />
Obrigações 5Y 10Y<br />
7,27 9,08<br />
5,27 6,44<br />
0,87 2,24<br />
0,35 1,41<br />
4,24 5,54<br />
0,62 1,64<br />
0,61 1,57<br />
0,20 0,81<br />
Fontes: Reuters e IMF<br />
DAX 30 - DIÁRIO<br />
Desde Setembro de 2011, altura em que o DAX testou os 5 000 pontos,<br />
o índice alemão tem mostrado uma tendência de alta, embora irregular e<br />
longe de atingir os máximos históricos do passado.<br />
Após a rejeição clara dos 7200 pontos, o índice voltou a encontrar<br />
suporte a 5900 pontos. O suporte conseguido neste nível permitiu uma<br />
continuação do momentum ascendente, tendo já quebrado a resistência<br />
dos 6900 pontos. Os 7200 pontos são o próximo nível de resistência a<br />
observar.<br />
Euro continua com recuperação<br />
Eur/Usd<br />
O câmbio negoceia agora num<br />
canal ascendente de curto prazo,<br />
encontra-se em máximos de três<br />
meses e meio. No final de Agosto<br />
foi efectuado com sucesso um<br />
teste à resistência situada entre<br />
os 1,2400/40 dólares, acentuando<br />
o momentum ascendente do<br />
Eur/Usd. É agora mais provável<br />
observar no curto prazo valores<br />
acima dos 1,2700 dólares<br />
No entanto, para que a tendência<br />
de curto prazo não seja<br />
invalidada será necessário que o<br />
câmbio não cote em valores abaixo<br />
dos 1,2440 dólares.<br />
Eur/Jpy<br />
A tendência de queda registada<br />
desde o final do primeiro<br />
trimestre de <strong>2012</strong> foi invalidada<br />
em meados de Agosto, tendo este<br />
evento acentuado a força ascendente<br />
do câmbio até aos 99,16<br />
ienes. Depois de ter cotado em<br />
máximos de dois meses, formando<br />
um canal ascendente de curto<br />
prazo, o comportamento do Eur/<br />
Jpy nas últimas duas semanas<br />
tem-se revelado lateral, limitado<br />
pelo intervalo entre os 99 e 97.8<br />
ienes.<br />
EUR/USD<br />
CARLOS BALULA carlosbalula@imf.pt<br />
Caso o limite superior seja<br />
quebrado em alta poderemos ver<br />
valores perto dos 102 ienes. Na<br />
eventualidade de o câmbio cotar<br />
em valores abaixo dos 97,3 ienes,<br />
a tendência de alta registada desde<br />
meados de Agosto será invalidada.<br />
Eur/Gbp<br />
Apesar das últimas semanas<br />
terem sido foram caracterizadas<br />
por uma subida do câmbio,<br />
esta semana registou-se uma<br />
diminuição do momentum ascendente<br />
do câmbio, tendo sido<br />
observado um mínimo de duas<br />
semanas. No entanto, este evento<br />
não invalida a tendência de alta<br />
de curto prazo do Eur/Gbp, pois<br />
apenas valores abaixo das 0,7850<br />
libras é que poderão neutralizar o<br />
canal ascendente de curto prazo.<br />
O momentum positivo de curto<br />
prazo não invalida a tendência<br />
de queda iniciada no verão de<br />
2011 do Eur/Gbp, pois o movimento<br />
de subida enquadra-se<br />
no canal descendente de médio<br />
prazo. Serão necessários valores<br />
acima das 0,8160 libras para que<br />
a tendência de médio prazo seja<br />
invalidada.<br />
FIXING Variação Variação Variação<br />
5.set.12 Semanal (%) no mês (%) desde 1 jan. (%)<br />
EUR/USD 1,2578 0,26% 1,61% -2,79%<br />
EUR/JPY 98,67 0,04% 1,73% -1,53%<br />
EUR/GBP 0,7904 -0,18% -0,58% -5,38%<br />
EUR/CHF 1,2014 0,03% 0,01% -1,17%<br />
EUR/NOK 7,3070 -0,08% -1,18% -5,76%<br />
EUR/SEK 8,4415 1,25% 1,22% -5,28%<br />
EUR/PLN 4,2009 1,09% 4,12% -5,77%<br />
EUR/AUD 1,2337 2,06% 5,20% -3,03%<br />
EUR/CAD 1,2422 0,16% 0,30% -6,00%<br />
EUR/ZAR 10,5560 -0,02% 4,35% 0,70%<br />
EUR/BRL 2,5695 -0,16% 2,25% 6,36%<br />
EUR/INR 70,3000 0,73% 2,27% 2,31%<br />
EUR/CNY 7,9860 0,21% 1,21% -2,12%
TÍTULOS EURONEXT LISBOA<br />
TÍTULOS MERCADOS EUROPEUS<br />
Título Última<br />
Cotação<br />
SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong> 43<br />
Soares da Costa com perdas de 17 milhões<br />
A construtora Soares da Costa teve perdas de 17 milhões de euros, no primeiro semestre, o que<br />
compara com um lucro de 1,9 milhões, em igual período do ano passado. A empresa justifica este<br />
resultado negativo pela conjugação de uma série de factores, designadamente o efeito extraordinário<br />
das rescisões de contratos de trabalho, custos de natureza fiscal e alteração na contabilização da<br />
concessão da ex-Scut da Beira Interior. Os resultados operacionais desceram quase 9%, para apenas<br />
28,6 milhões de euros. O volume de negócios ascendeu a cerca de 411 milhões de euros, sendo<br />
que 70% do mesmo já se processa fora de Portugal, com destaque para Angola e Estados Unidos.<br />
Variação<br />
Semanal<br />
Máximo<br />
52 Sem<br />
Mínimo<br />
52 Sem<br />
EPS Est<br />
Act<br />
EPS Est<br />
Fut<br />
PAINEL BANCO POPULAR<br />
Título<br />
Última<br />
Cotação<br />
Variação<br />
Semanal<br />
Máximo 52 Mínimo 52 EPS Est EPS Est PER Est<br />
Sem Sem Act Fut Act<br />
PER Est<br />
Fut<br />
Div. Yield<br />
Div. Yield Est<br />
Ind<br />
Data Atl Hora Atl<br />
ALTRI SGPS 1,255 9,42% 1,291 0,945 0,124 0,140 10,121 8,964 1,59% 0,80% 05-09-<strong>2012</strong> 16:29:24<br />
B. COM. PORT. 0,085 -3,41% 0,248 0,073 -0,056 -0,002 -- -- -- 0,00% 05-09-<strong>2012</strong> 16:35:00<br />
B.ESP. SANTO 0,566 1,98% 1,388 0,434 0,052 0,088 10,885 6,432 -- 0,35% 05-09-<strong>2012</strong> 16:35:00<br />
BANIF-SGPS 0,160 0,00% 0,460 0,100 -0,040 0,010 -- 16,000 -- -- 05-09-<strong>2012</strong> 14:59:46<br />
B. POP. ESP. 1,850 4,52% 3,630 1,270 -0,040 0,110 -- 16,818 7,07% 0,00% 05-09-<strong>2012</strong> 08:13:29<br />
BANCO BPI 0,602 3,79% 0,778 0,338 0,097 0,101 6,206 5,960 -- 0,00% 05-09-<strong>2012</strong> 16:36:17<br />
BRISA 2,180 12,37% 2,785 1,860 0,094 0,086 23,191 25,349 -- 10,14% 05-09-<strong>2012</strong> 16:39:36<br />
COFINA,SGPS 0,610 69,44% 0,820 0,270 0,070 0,070 8,714 8,714 1,64% 1,64% 05-09-<strong>2012</strong> 16:36:02<br />
CORT. AMORIM 1,400 -4,11% 1,650 1,150 0,250 0,250 5,600 5,600 4,64% 5,71% 05-09-<strong>2012</strong> 16:29:29<br />
CIMPOR,SGPS 3,520 0,00% 5,700 2,930 0,330 0,385 10,667 9,143 4,72% 5,11% 05-09-<strong>2012</strong> 16:35:00<br />
EDP 2,021 2,38% 2,537 1,628 0,291 0,277 6,945 7,296 9,15% 9,35% 05-09-<strong>2012</strong> 16:35:00<br />
MOTA ENGIL 1,132 5,40% 1,350 0,951 0,225 0,270 5,031 4,193 9,72% 11,75% 05-09-<strong>2012</strong> 16:35:00<br />
GALP ENERGIA 12,135 2,41% 15,275 8,330 0,429 0,538 28,287 22,556 2,64% 1,90% 05-09-<strong>2012</strong> 16:35:00<br />
IMPRESA,SGPS 0,320 3,23% 0,620 0,260 0,010 -0,010 32,000 -- -- 0,00% 05-09-<strong>2012</strong> 16:35:00<br />
J. MARTINS 13,485 1,77% 16,070 10,660 0,633 0,757 21,303 17,814 2,04% 2,36% 05-09-<strong>2012</strong> 16:35:00<br />
MARTIFER 0,550 -1,79% 1,320 0,500 -0,060 -- -- -- -- -- 05-09-<strong>2012</strong> 16:35:00<br />
NOVABASE 1,920 -2,04% 2,530 1,610 0,120 0,140 16,000 13,714 1,56% 2,60% 05-09-<strong>2012</strong> 16:26:33<br />
GLINTT 0,110 0,00% 0,180 0,090 -- -- -- -- -- -- 05-09-<strong>2012</strong> 09:41:29<br />
P. TELECOM 3,794 -0,91% 5,962 3,003 0,351 0,372 10,809 10,199 22,93% 10,86% 05-09-<strong>2012</strong> 16:35:00<br />
PORTUCEL 2,065 0,00% 2,170 1,680 0,260 0,246 7,942 8,394 10,70% 8,09% 05-09-<strong>2012</strong> 16:35:00<br />
REDES E. NAC. 2,006 0,05% 2,295 1,800 0,271 0,287 7,402 6,990 8,42% 8,38% 05-09-<strong>2012</strong> 16:35:00<br />
S. COSTA 0,170 0,00% 0,440 0,140 -- 0,020 -- 8,500 -- -- 05-09-<strong>2012</strong> 15:13:05<br />
SEMAPA 5,427 0,39% 6,035 4,602 0,953 0,953 5,695 5,695 4,70% 4,70% 05-09-<strong>2012</strong> 16:35:00<br />
SONAECOM 1,263 0,88% 1,372 1,039 0,150 0,144 8,420 8,771 5,54% 5,07% 05-09-<strong>2012</strong> 16:35:00<br />
SONAE,SGPS 0,528 5,60% 0,549 0,366 0,042 0,055 12,571 9,600 6,27% 6,25% 05-09-<strong>2012</strong> 16:37:32<br />
SONAE IND. 0,570 3,45% 0,964 0,384 -0,187 -0,080 -- -- -- 0,00% 05-09-<strong>2012</strong> 16:35:00<br />
SAG GEST 0,390 5,41% 0,540 0,280 -0,040 -0,010 -- -- -- -- 05-09-<strong>2012</strong> 16:19:04<br />
TEIX. DUARTE 0,250 19,05% 0,340 0,170 -- 0,050 -- 5,000 -- -- 05-09-<strong>2012</strong> 16:35:00<br />
Z. MULTIMEDIA 2,200 0,69% 2,759 1,760 0,128 0,162 17,188 13,580 7,27% 7,23% 05-09-<strong>2012</strong> 16:35:50<br />
PAINEL BANCO POPULAR<br />
DT. TELEKOM 9,54 0,25% 9,689 7,688 0,622 0,645 15,278 14,733 7,34% 7,34% 05-09-<strong>2012</strong> 16:35:08<br />
VOLKSWAGEN 124,4 -6,64% 135,750 82,350 28,798 25,356 4,317 4,902 2,41% 3,06% 05-09-<strong>2012</strong> 16:35:28<br />
ING GROEP 6,102 5,90% 7,580 4,213 1,044 1,189 5,845 5,132 -- 0,54% 05-09-<strong>2012</strong> 16:38:45<br />
Este relatório foi elaborado pelo Centro de Corretagem do Banco Popular, telf 210071800, email: centro.corretagem@<br />
bancopopular.pt, com base em informação disponível ao público e considerada fidedigna, no entanto, a sua exatidão não<br />
é totalmente garantida. Este relatório é apenas para informação, não constituindo qualquer proposta de compra ou venda<br />
em qualquer dos títulos mencionados.<br />
PER Est<br />
Act<br />
PER Est<br />
Fut<br />
Div. Yield<br />
Ind<br />
Div. Yield<br />
Est<br />
Data Atl Hora Atl<br />
B.POPULAR 1,853 3,46% 3,680 1,250 -0,040 0,110 -- 16,845 7,02% 1,62% 05-09-<strong>2012</strong> 16:38:00<br />
INDITEX 90,68 4,12% 91,370 56,322 3,628 4,072 24,994 22,269 1,76% 2,34% 05-09-<strong>2012</strong> 16:38:00<br />
REPSOL YPF 14,74 2,36% 24,230 10,900 1,559 1,716 9,455 8,590 3,92% 5,69% 05-09-<strong>2012</strong> 16:38:00<br />
TELEFONICA 10,43 3,27% 15,960 7,900 1,243 1,313 8,391 7,944 -- 0,00% 05-09-<strong>2012</strong> 16:38:00<br />
FRA. TELECOM 10,98 -0,45% 13,600 9,450 1,295 1,251 8,479 8,777 12,57% 10,79% 05-09-<strong>2012</strong> 16:35:32<br />
LVMH 128,05 -2,99% 136,800 94,160 7,313 8,126 17,510 15,758 2,26% 2,33% 05-09-<strong>2012</strong> 16:35:33<br />
BAYER AG O.N. 62,91 1,39% 63,870 35,360 5,346 5,840 11,761 10,766 2,62% 2,86% 05-09-<strong>2012</strong> 16:35:09<br />
DEUTSCHE BK 27,825 1,31% 39,510 20,785 3,847 4,774 7,226 5,823 2,69% 2,48% 05-09-<strong>2012</strong> 16:35:18<br />
Encontre nas soluções PME Power a energia para o crescimento,<br />
a consolidação e a competitividade da sua empresa.<br />
VÍTOR NORINHA<br />
vnorinha@gmail.com<br />
Investidores apostam na subida<br />
da Brisa e da Cimpor<br />
Duas grandes empresas que saíram do índice PSI20, a Brisa<br />
e a Cimpor, estão a ser alvo de forte interesse por parte dos<br />
investidores.<br />
A Brisa viu as ações subiram mais de 20% na manhã de quartafeira,<br />
depois de a Tagus, o veículo usado pela Brisa e pela Arcus,<br />
ter solicitado à CMVM a perda de qualidade de sociedade aberta<br />
da Brisa. No entanto, caso o regulador aceite, o oferente não é<br />
obrigado a comprar as ações remanescentes, mas os investidores<br />
estão convencidos que a Brisa irá fazer uma oferta, evitando as<br />
pequenas posições.<br />
Sobre a Cimpor a expetativa é a mesma e daí estarem as ações<br />
do “free float” com forte procura. O entendimento de juristas é de<br />
que, após a perda da qualidade de sociedade aberta, os acionistas<br />
poderão vir a solicitar em tribunal que a sociedade compre as ações.<br />
Esta será uma prova de força entre os acionistas maioritários e<br />
os pequenos acionistas que ainda ficaram com alguns títulos. O<br />
nível de especulação tem evoluído e no caso da Brisa o preço das<br />
transações feitas aproxima-se do preço da OPA, depois de o título<br />
ter registado uma queda abrupta.<br />
Em recuperação no mercado nacional tem estado o título<br />
Jerónimo Martins, depois de Exane BNP ter avançado com<br />
uma recomendação de “outperform”. Entretanto, a holandesa<br />
Ahold, acionista em 49% da JMR, que detém o Pingo Doce, irá<br />
concentrar a sua atividade em negócios onde tem posição relevante,<br />
como é o caso de Portugal, o que beneficia a cotada JM. Em<br />
contraste, a PT está a sofrer com a recomendação do JP Morgan<br />
que alterou a recomendação de “neutral” para “underweight”.<br />
Os mercados estão, entretanto, expectantes com as decisões do<br />
BCE. À hora de fecho deste comentário ainda não era conhecida a<br />
decisão deste organismo quanto à taxa diretora, perspetivando-se<br />
um corte para um novo mínimo histórico de 0,75% para 0,50%.<br />
A par desta decisão estará na calha uma nova opção de controlo<br />
das taxas de juro. Com um modelo de intervenção no mercado<br />
secundário de dívida soberana, passando por compras ilimitadas<br />
de dívida soberana até três anos relativamente a países que<br />
tiverem feito um pedido formal de ajuda aos fundos europeus e<br />
caso o país em causa tenha necessidade de aliviar as condições de<br />
financiamento. O teste poderá ser feito com Portugal, segundo<br />
analistas do JP Morgan. Caso a estratégia corra bem, o modelo<br />
deverá ser aplicado a Espanha e a Itália, segundo as mesmas fontes<br />
financeiras.<br />
O modelo passa ainda pela compensação destas cedências com<br />
a compra de outros ativos, com o objetivo de evitar os riscos de<br />
inflação. Entretanto, a atividade económica aprovada na Zona<br />
Euro continua a recuar, de acordo com a estimativa da Markit<br />
Economics. A queda tem sido contínua ao longo dos últimos<br />
sete meses. A região deverá contrair 0,1% em termos de PIB no<br />
corrente ano e uma expansão de apenas 1% para 2013. Estas<br />
estimativas poderão ser revistas durante esta semana. Os vários<br />
indicadores europeus estão a sinalizar a desaceleração das economias<br />
europeias, incluindo a economia alemã.<br />
A nossa energia é<br />
para a sua empresa!<br />
MERCADOS<br />
Semapa ganha mais de 82 milhões no primeiro semestre<br />
A Semapa registou um lucro de 82,3 milhões de euros, no primeiro semestre, o que traduziu<br />
um aumento de mais de 37%, face a igual período do ano passado. O resultado decorreu sobretudo<br />
do aumento em 10 milhões de euros no EBITDA, da redução das amortizações e perdas<br />
por imparidades, no valor de 7,4 milhões de euros e da melhoria das provisões em 13,3 milhões<br />
de euros. A cimenteira apresentou ainda um agravamento em quatro milhões de euros nos resultados<br />
financeiros, para 22,5 milhões de euros negativos, e um aumento nos impostos de 3,9<br />
milhões de euros.<br />
PUB
44 SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong><br />
EM FOCO<br />
Portugal está longe<br />
de ser um destino<br />
gastronómico. Centralizar<br />
todas as ações para<br />
promover a gastronomia<br />
e vinhos portugueses<br />
num Ministério da<br />
Alimentação e promover<br />
cinco ícones eleitos da<br />
gastronomia portuguesa<br />
são algumas das propostas<br />
de José Bento dos Santos,<br />
gastrónomo conhecedor<br />
das realidades nacional e<br />
internacional, presidente<br />
da Academia Portuguesa<br />
de Gastronomia (APG) e<br />
coordenador do Programa<br />
Prove Portugal.<br />
DORA TRONCÃO<br />
agenda@vidaecomica.pt<br />
<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> - Que estratégia<br />
foi delineada para dar a conhecer<br />
ao mundo a gastronomia<br />
portuguesa?<br />
José Bento dos Santos - A estratégia<br />
oficial de desenvolvimento<br />
e promoção da gastronomia<br />
portuguesa está inscrita no PENT<br />
(Programa Estratégia Nacional de<br />
Turismo) e é considerada um dos<br />
dez produtos turísticos estratégicos<br />
a desenvolver (a par do golfe,<br />
turismo náutico, turismo da<br />
natureza, city brake) e como um<br />
dos que devem ter maior crescimento<br />
anual. Quase todos os países-destino<br />
turísticos se posicionaram<br />
nesta área, alguns como a<br />
Espanha, a Dinamarca, Marrocos,<br />
Peru, com resultados muito<br />
interessantes, vide espetaculares.<br />
Em Portugal existe a intenção de<br />
desenvolver e promover o país<br />
como destino gastronómico e<br />
muitas ações dispersas e discretas<br />
são levadas a cabo: desde os importantíssimos<br />
“Peixe em Lisboa”<br />
da ATL, “Tributo a Cláudia” e<br />
“Rota das Estrelas”, passando por<br />
vários festivais e feiras gastronómicas<br />
(Vinhais, Queijo da Serra,<br />
Santarém...). O Turismo de Portugal<br />
desenvolve múltiplas ações<br />
desde as Escolas de Hotelaria que<br />
têm programas modernos e adequados<br />
ao atual mercado até, por<br />
exemplo, à formação de taxistas,<br />
com grande sucesso. Mas existem<br />
dificuldades de coordenação destes<br />
esforços, até porque muitos<br />
são levados a cabo por entidades<br />
muito diferentes (Ministérios da<br />
Economia e Turismo, da Agricultura<br />
e Pescas, dos Negócios Estrangeiros<br />
e Embaixadas, autarquias,<br />
entidades privadas) e tem-se a sensação<br />
que a resultante prática fica<br />
aquém do que desejaríamos.<br />
VE - Quais os ex-líbris na gastronomia<br />
portuguesa e de que<br />
forma se poderão tornar uma<br />
fonte de rentabilidade dentro e<br />
fora de Portugal?<br />
JBS – Em Portugal há uma<br />
grande e muito rica diversidade de<br />
produtos alimentares, um receituário<br />
com história e um conjunto<br />
importantíssimo de Chefs que<br />
constituem um património cultural<br />
gastronómico notável. Mas<br />
não podemos ter veleidades em<br />
promover tudo ao mesmo tempo.<br />
A APG propôs no programa<br />
Prove Portugal cinco “ex-líbris” ou<br />
ícones da nossa gastronomia, passíveis<br />
de fazer a diferença para uma<br />
promoção eficaz: o nosso peixe,<br />
que intitulámos “o melhor peixe<br />
do mundo”, já que assim é considerado<br />
por Chefs internacionais<br />
de topo, poderá constituir uma<br />
fantástica “marca” para o nosso<br />
país; a “cataplana”, razoavelmente<br />
conhecida no estrangeiro, utensílio<br />
de cozinha de rara beleza, único<br />
e associado a uma cozinha saborosíssima<br />
e saudável (dieta mediterrânica);<br />
o “pastel de nata”, símbolo<br />
da nossa maravilhosa doçaria e que<br />
já conquistou o mundo; o “vinho<br />
do Porto” e, por acréscimo, os<br />
nossos vinhos de mesa, por forma<br />
a sermos reconhecidos como<br />
produtores de vinhos de altíssima<br />
qualidade, e os nossos Chefs, dos<br />
quais teremos de promover os<br />
mais capazes de serem reconhecidos<br />
ao topo do ranking mundial,<br />
pois serão eles que mais atrairão os<br />
turistas gastronómicos.<br />
VE - A gastronomia é uma<br />
fonte de receitas nos países que<br />
nela apostam como componente<br />
da sua identidade?<br />
JBS - Dos 57 milhões de turistas<br />
que visitam a Espanha, cerca de 10<br />
milhões já se deslocam expressamente<br />
para saborearem a culinária<br />
espanhola. Não será o caso de Portugal,<br />
onde a percentagem de turistas<br />
gastronómicos será mínima, pois<br />
a nossa gastronomia/vinhos não é<br />
suficientemente reconhecida lá fora.<br />
Temos a consolação de muitos turistas<br />
referirem que gostaram muito<br />
do que comeram por cá, um dado<br />
que importa reconhecer e explorar.<br />
VE - Gastronomia, Vinhos e<br />
Turismo são a trilogia que pode<br />
ajudar Portugal a sair da crise?<br />
JBS - Em termos gastronómicos,<br />
a questão da (boa) alimentação<br />
é vital e Portugal poderia ser<br />
um exemplo pela positiva (o que,<br />
aliás, já está a acontecer com a<br />
escolha maciça pelos consumidores<br />
de produtos portugueses, em<br />
detrimento dos estrangeiros). A<br />
questão passa ainda pela educação<br />
do gosto (escolas, media) que trave<br />
a queda para o recurso a uma<br />
alimentação pouco saudável (e<br />
pouco saborosa) que conduz às<br />
doenças resultantes; daí que há<br />
muitas razões para o turista visitar<br />
um país ou uma região – a natureza,<br />
os monumentos, a praia, o<br />
desporto, as compras – , mas todo<br />
o turista tem de comer e beber e<br />
China pronta a comprar dívida europeia<br />
A China está em posição de adquirir obrigações da União Europeia,<br />
numa altura em que a crise da dívida está a ter impacto no crescimento<br />
mundial. Aquele país dá um apoio incondicional à Zona Euro. É<br />
um facto que a crise da dívida europeia está a ter uma forte influência<br />
no abrandamento das exportações e no crescimento chineses.<br />
JOSÉ BENTO DOS SANTOS, PRESIDENTE DA ACADEMIA PORTUGUESA DE GASTRONOMIA, FRISA<br />
“Gastronomia e vinhos portugueses<br />
precisam de plano estratégico de promoção”<br />
José Bento dos Santos, engenheiro químico industrial, proprietário e produtor<br />
de vinhos da Quinta do Monte D’ Oiro (Alenquer), presidente da Academia<br />
Portuguesa de Gastronomia e coordenador do Programa Prove Portugal<br />
destinado à promoção dos vinhos e gastronomia portugueses.<br />
quanto melhor o fizer, melhor será<br />
a sua memória (a memória mais<br />
presente de qualquer viagem é<br />
sempre a da comida). Os esforços<br />
para atingir os desideratos para a<br />
promoção da nossa gastronomia<br />
passam pela definição de uma estratégia<br />
nacional que seja aceite e<br />
participada por todas as entidades<br />
(Ministérios da Agricultura e da<br />
Economia, mas também da Educação,<br />
da Saúde, Negócios Estrangeiros<br />
e S.E. Cultura, autarquias e<br />
entidades privadas).<br />
VE – Considera que a gastronomia<br />
deveria ter um estatuto<br />
de proteção, divulgação e investimento,<br />
equivalente a um símbolo<br />
nacional?<br />
JBS - A “gastronomia” tem<br />
acérrimos defensores nos aspetos<br />
Iniciativa privada é principal alcândora de vinho português<br />
“Portugal produz vinhos cuja qualidade está<br />
ao nível dos vinhos que fizeram famosos outros<br />
países. Essa qualidade de topo não é reconhecida<br />
internacionalmente. Portugal não está na “lista” dos<br />
indubitáveis países produtores de grandes vinhos.<br />
Fomos até ultrapassados pelos “newcomers” - África<br />
do Sul, Argentina, Chile, Austrália - quando temos<br />
mais que potencial para ser tão bons ou melhores”,<br />
sustenta José Bento dos Santos. O presidente da<br />
APG reconhece que “foram feitos investimentos”<br />
de promoção infelizmente com “resultados fracos”.<br />
Portugal tem que “provar que produz vinhos<br />
extraordinários” e, caso não o faça já, “seremos<br />
ultrapassados pelas roménias, bulgárias e outros”.<br />
“Existem dificuldades<br />
de coordenação destes<br />
esforços, até porque<br />
muitos são levados a<br />
cabo por entidades<br />
muito dife rentes”<br />
Ficam as sugestões de Bento dos Santos: “apostar<br />
na alta qualidade; convidar grandes críticos como<br />
Parker ou Bettane; organizar provas de impacto<br />
mediático que surpreendam a crítica internacional”.<br />
“A ação que mais contribuiu para alcandorar o vinho<br />
português foi feita por privados, os “Douro Boys”,<br />
a quem todos os produtores portugueses deverão<br />
estar agradecidos. O caso da (minha) região de<br />
Lisboa é paradigmático. O nome “Lisboa” é uma<br />
marca extraordinária, tem um património histórico<br />
invejável (no séc. XIX o “Lisbon Wine” era talvez a<br />
mais reconhecida marca portuguesa de vinhos no<br />
estrangeiro), temos vinhos de altíssima qualidade,<br />
mas falta uma estratégia para a sua promoção.<br />
políticos, económicos e sociais e<br />
há um ponto onde os portugueses<br />
estão de acordo: “temos a melhor<br />
gastronomia do mundo!”. Só que<br />
lá fora ninguém nos reconhece essa<br />
afirmação tão convicta. A “gastronomia”<br />
já foi elevada a “património<br />
nacional” e depois disso pouco se<br />
passou. A condição de comermos<br />
pelo menos três vezes por dia não<br />
faz de nós gastrónomos e muito<br />
menos especialistas em Turismo<br />
Culinário. No nosso país dividimo-nos<br />
entre “tradicionalistas”,<br />
que só consideram como louvável<br />
a cozinha tradicional/clássica, e<br />
outros que arriscam tudo na modernidade<br />
da cozinha (confundindo<br />
espumas com fusões e tatakis<br />
com moleculares).Para estar por<br />
dentro do que se passa no mundo<br />
da culinária há que conhecer esse<br />
mundo, visitar, comparar, estudar,<br />
participar e aprender, e, se possível,<br />
de forma modesta e não exibicionista<br />
(o que é uma tentação quase<br />
universal nesta matéria). A Gastronomia<br />
e os Vinhos deviam ter um<br />
grupo de especialistas capazes de<br />
traçar um plano estratégico a prazo,<br />
discutido e aceite pelo maior<br />
número possível de interessados,<br />
a que se subordinassem as ações<br />
que, neste campo, são diariamente<br />
executadas. A entidade mais apta<br />
para o fazer seria o Ministério da<br />
Alimentação. Não existe. Talvez<br />
esse seja mesmo o nosso problema.<br />
Esta entrevista pode ser lida na íntegra em<br />
www.vidaeconomica.pt
FERNANDA SILVA TEIXEIRA<br />
fernandateixeira@vidaeconomica.pt<br />
Lisboa - 11 setembro<br />
Porto - 17 setembro<br />
Horário: (7horas)<br />
9h30 às 13h e 14h30 às 18h<br />
Preços*:<br />
Público Geral: G140<br />
Assinantes <strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>: G110<br />
*acresce o IVA<br />
Organização:<br />
SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong> 45<br />
A Escola de Negócios da Universidade<br />
do Porto, até aqui designada por EGP-<br />
-UPBS, adotou, em fi nais do mês de agosto,<br />
um novo nome: Porto Business School. A<br />
escola, que tem novas instalações previstas<br />
para o fi nal de 2013 e um objetivo assumido<br />
que passa pela internacionalização, volta<br />
assim a alterar o seu nome, depois de ter<br />
iniciado o percurso como Instituto Superior<br />
de Estudos Económicos, passando a Escola<br />
de Gestão do Porto, seguindo-se a EGP-<br />
-University of Porto Business School (EGP-<br />
-UPBS).<br />
De acordo com o diretor da Porto Business<br />
School, Nuno de Sousa Pereira, esta<br />
mudança de nome deve-se ao facto de a escola<br />
“ter um projeto mais ambicioso” que<br />
passa pela “internacionalização” e pelo alargamento<br />
da esfera da infl uência da escola a<br />
“mais parceiros”, nomeadamente empresas<br />
que procuram um rumo para o seu cres-<br />
INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES:<br />
<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> – Patricia Flores<br />
Tel.: 223 399 466<br />
Fax: 222 058 098<br />
E-mail: patriciaflores@vidaeconomica.pt<br />
Nacionalização do Bankia obrigou<br />
Espanha a pedir resgate<br />
O Deutsche Bank considera que a incerteza gerada pela nacionalização<br />
do Bankia foi a causa principal que levou o Governo a solicitar<br />
ajuda à Europa. Os decretos sobre o saneamento das entidades<br />
fi nanceiras levou a que estas aumentassem as provisões relativas à<br />
indústria da construção.<br />
cimento. O objetivo da parceria passo por<br />
apoiar as decisões das empresas, numa altura<br />
em que, numa “fuga para a frente”, muitos<br />
passos são dados “de forma menos bem pensada”.<br />
Para já, a escola conta já com um parceiro<br />
internacional, de origem angolana, e esse é<br />
um processo que se irá alargar a outras empresas<br />
e entidades estrangeiras, havendo já<br />
um “interesse demonstrado pelas mesmas”,<br />
assegura Nuno de Sousa Pereira.<br />
Assegurando que a Porto Business School<br />
pretende continuar a ser, tal como de início,<br />
“a ponte entre a sociedade civil e a Universidade”,<br />
o diretor da escola salienta “querer<br />
agora reforçar esse papel”. Até 2020, “o objetivo<br />
é estar no top 30 das escolas europeias”<br />
e duplicar a atividade do estabelecimento,<br />
quer em termos de volume de negócios,<br />
quer em termos de números de alunos, que<br />
neste momento se fi xam em 1800 por ano.<br />
Exemplo disso mesmo, um dos MBA (Master<br />
of Business Administration, em inglês)<br />
Objectivos:<br />
Preparar os participantes a tirarem partido dos benefícios<br />
duma boa negociação com a Banca e outros organismos<br />
financeiros.<br />
Público-alvo:<br />
Empresários, Directores Financeiros e outros quadros que<br />
sejam responsáveis nas empresas, pela negociação com a<br />
banca e com outros organismos financeiros.<br />
Formador:<br />
Professor Dr. Agostinho Costa<br />
Programa:<br />
1. As dificuldades das empresas: sinais e ameaças<br />
<br />
2. A análise de risco da empresa por parte da banca<br />
<br />
<br />
<br />
Sotecnisol torna energia mais acessível<br />
A Sotecnisol lançou no mercado nacional um equipamento inovador<br />
que consiste num sistema de aquecimento de águas a energia<br />
solar com custos mais baixos. “Com uma rentabilidade que reduz<br />
até 80% os custos associados à energia gasta na produção de águas<br />
quentes sanitárias, o Solcrafte apresenta-se como uma alternativa<br />
sustentável para as famílias que ainda usam gás ou eletricidade para<br />
aquecerem as águas”, refere a empresa em comunicado.<br />
da instituição conta já com 60% de alunos<br />
estrangeiros. Todavia, Nuno de Sousa Pereira<br />
reconhece que “a escola tem constatado<br />
uma realidade distinta em relação ao mercado<br />
nacional”, que é pautado por “maiores<br />
difi culdades”, quer em termos individuais,<br />
quer ao nível das empresas que fi nanciam os<br />
O ENDIVIDAMENTO<br />
E A NEGOCIAÇÃO<br />
COM A BANCA<br />
<br />
3. A prestação de informação às instituições bancárias<br />
<br />
<br />
4. O diálogo empresa - banco<br />
<br />
bancária<br />
EM FOCO<br />
EGP-UPBS é agora Porto Business School e aposta na internacionalização<br />
A escola, que tem novas instalações previstas para o fi nal de 2013 e um objetivo assumido que<br />
passa pela internacionalização.<br />
estudos dos seus quadros.<br />
A terminar, o diretor da escola lembrou<br />
que as obras das novas instalações, adjacentes<br />
ao edifício atual, começaram este Verão<br />
e a Porto Business School espera poder<br />
inaugurá-las no fi nal de 2013, a tempo das<br />
comemorações do 25º aniversário.<br />
5. Como uma PME deve Negociar com a banca<br />
<br />
<br />
<br />
empresa”<br />
<br />
6. O Relançamento de Empresas em dificuldades
46 SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong><br />
AUTOMÓVEL<br />
EB1 de Cavez<br />
representou<br />
Portugal<br />
no Concurso<br />
Segurança<br />
para Todos<br />
FERNANDA SILVA TEIXEIRA<br />
fernandateixeira@vidaeconomica.pt<br />
A escola EB1 de Cavez, situada no concelho<br />
de Cabeceiras de Basto, foi a grande<br />
vencedora nacional da 12ª edição do Concurso<br />
Segurança para Todos, uma iniciativa<br />
desenvolvida pela Renault associada ao<br />
projeto Década de Ação pela Segurança no<br />
Trânsito, da ONU (Organização das Nações<br />
Unidas).<br />
O júri nacional deste desafio, constituído<br />
por elementos da Direção-Geral de Saúde,<br />
entidade coordenadora da Década em Portugal,<br />
do Ministério da Administração Interna,<br />
do Automóvel Club de Portugal e da<br />
Renault analisou cuidadosamente os mais<br />
de 200 trabalhos recebidos, representando<br />
112 escolas, e atribuiu o primeiro lugar aos<br />
alunos dos segundo e quarto anos da EB1<br />
de Cavez, que assim ganharam o passaporte<br />
para representar Portugal no Encontro Internacional<br />
Segurança para Todos.<br />
Reunidas as turmas vencedores de cada<br />
um dos países participantes (Áustria, Bulgária,<br />
Estónia, França, Suíça, Polónia, Portugal,<br />
Eslovénia, Turquia, Índia, Croácia e Marrocos)<br />
na Cidade das Ciências e da Indústria<br />
de La Villete, em Paris, a festa da segurança<br />
rodoviária continuou com muita diversão e<br />
animação na Disneyland Paris, sem dúvida,<br />
o ponto alto do evento para os mais novos.<br />
De regresso a casa, Glória de Sousa, a<br />
professora responsável pela turma vencedora<br />
deste ano, explicou como surgiu a<br />
ideia de concorrer a esta iniciativa. “Como<br />
na nossa terra temos tidos muitos jovens,<br />
familiares diretos das crianças, vítimas de<br />
acidentes rodoviários, a temática da Década<br />
proposta para este ano gerou muito interesse<br />
em termos de discussão e de encontrar<br />
uma solução para este problema”, esclarece.<br />
Visto tratar-se de uma década “surgiu a<br />
ideia de elaborar como que uma agenda,<br />
em que cada ano tinha a sua regra de segurança<br />
e respetiva ilustração”, explica a docente.<br />
Assim, “cada grupo de duas ou três<br />
crianças trabalhou uma regra, ilustrou-a<br />
em várias situações e apresentou-a à turma.<br />
Por fim, foram selecionados e recortados os<br />
trabalhos mais significativos e distribuídos<br />
pelas várias cartolinas de cores, respeitantes<br />
a cada ano”, conclui.<br />
“VIDA ECONÓMICA” CONDUZIU A VERSÃO 1.4 A GASOLINA<br />
Toyota Portugal lança site sobre opções energéticas<br />
para mobilidade<br />
A Toyota Caetano lançou o site www.puraenergia.toyota.pt para ajudar à compreensão de qual a<br />
proposta que melhor se adapta à mobilidade e necessidade de cada condutor. No ano em que a<br />
Toyota aumenta para cinco a oferta de carros híbridos, com o lançamento do Yaris Híbrido, do<br />
Prius+ de sete lugares e do Prius Plug-in (este com autonomia elétrica alargada), que se juntam<br />
ao Prius e ao Auris Híbrido, a plataforma online revela estudos e resultados de testes sobre a<br />
mobilidade nas cidades portuguesas, além de mostrar o protótipo iQ EV.<br />
Nona geração do Honda<br />
mantém a tradição<br />
Com uma história de 40<br />
anos para “honrar”, a nona<br />
geração do Honda Civic<br />
já está em Portugal. Pouco<br />
revolucionário face ao anterior<br />
em termos estéticos, o novo<br />
trunfo da marca japonesa<br />
para o segmento C, que tem<br />
como principal argumento<br />
o conforto, é que ajuda o<br />
condutor a poupar, através da<br />
função ECO Assist.<br />
AQUILES PINTO<br />
aquilespinto@vidaeconomica.pt<br />
Já se encontra no mercado português o<br />
novo Honda Civic. A nona geração daquele<br />
que é o modelo mais icónico da marca<br />
japonesa – o primeiro Civic conheceu a luz<br />
do dia há exatamente 40 anos, em 1972 –<br />
não é uma revolução em termos estéticos,<br />
ao contrário da anterior.<br />
Debaixo do capot, o novo modelo do<br />
segmento C da Honda pode ter três opções,<br />
um 2.2 diesel com 150 cv e dois movidos<br />
a gasolina, um 1.8 com 142 cv e um<br />
1.4 com 100 cv. A “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>” teve<br />
oportunidade de conduzir, justamente,<br />
este último motor, que constitui a versão<br />
de entrada do modelo, com preços desde<br />
20 mil euros.<br />
Um dos equipamentos que mais nos<br />
chamaram a atenção foi a função ECO Assist.<br />
Originalmente desenvolvido para auxiliar<br />
o condutor do Insight, do CR-Z e do<br />
Jazz Hybrid, este sistema, que permite, segundo<br />
a Honda, reduções no consumo de<br />
até 15%, usa a iluminação do velocímetro<br />
do carro para alertar os condutores quanto<br />
ao impacto que o seu estilo de condução<br />
tem nos consumos. O velocímetro acende<br />
a azul quando o carro está ao ralenti e nas<br />
acelerações e desacelerações súbitas. Quando<br />
se conduz o carro de forma económica,<br />
o velocímetro muda para verde. Entre estas<br />
duas cores, existe uma fase azul-verde-claro,<br />
denotando aceleração e desaceleração<br />
suave, caso o condutor exceda ligeiramente<br />
o melhor nível de aceleração ou de travagem.<br />
O tablier possui ainda interruptor<br />
“ECON” verde, que ativa as configurações<br />
de funcionamento mais económico<br />
e de menores emissões do veículo. Isso é<br />
conseguido criando a melhor posição para<br />
o pedal do acelerador de forma a aumentar<br />
suavemente o binário. A função ECO<br />
Assist também melhora a eficiência do sistema<br />
de ar condicionado. De acordo com<br />
determinadas condições, tais como a temperatura<br />
e a humidade, o sistema controla<br />
o compressor e diminui a voltagem de<br />
comando da ventoinha de forma a reduzir<br />
a carga sobre o motor, melhorando assim a<br />
eficiência do combustível.<br />
Motor privilegia andamentos<br />
moderados<br />
Em andamento, o conforto é uma constante,<br />
tanto em termos acústicos como de<br />
rolamento, como dos próprios assentes.<br />
Em termos de performance, o motor 1.4<br />
de 100 cv (com 127 Nm de binário disponíveis<br />
às 4800 rpm) pareceu-nos ideal para<br />
utilização sobretudo urbana (ou seja, nas<br />
ruas e vias rápidas das cidades). Em estrada,<br />
obriga ao constante recurso à bem localizada<br />
caixa de seis velocidades para conseguir<br />
manter um andamento mais vivo,<br />
pois o motor só “acorda” entre as 4000 e as<br />
5500 rpm (o red line surge às 6500 rpm).<br />
Em termos de consumos, o computador<br />
de bordo da “nossa” unidade revelou uma<br />
média de 7,1 l/100 km ao cabo dos cerca<br />
de 400 km percorridos, o que é um valor<br />
positivo.<br />
Uma última nota para o comportamento,
Civic<br />
SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO <strong>2012</strong> 47<br />
Lana del Rey “apadrinha” Jaguar F-Type<br />
A Jaguar Cars confirmou a parceria com a cantora e compositora Lana<br />
Del Rey no âmbito do lançamento do desportivo de dois lugares F-<br />
-Type, que a marca britânica do grupo Tata vai apresentar no Salão<br />
Automóvel de Paris, no fim deste mês. “A atração da Jaguar deve-se,<br />
em grande parte, à conjugação única de autenticidade e modernidade,<br />
partilhamos estes dois valores com Lana e com a sua carreira profissional”,<br />
disse Adrian Hallmark, brand director da Jaguar Cars.<br />
que, numa palavra, é referencial. “Ajudado”<br />
por uma direção muito precisa, o chassis<br />
dá segurança na abordagem às curvas.<br />
Este chassis mostra porque, é que que num<br />
passado recente – ou seja, nas três anteriores<br />
gerações – havia a apimentada versão<br />
Type R no modelo. O facto de a Honda ter<br />
Versão<br />
de competição<br />
já em testes<br />
A versão do Honda Civic que vai<br />
disputar o Campeonato do Mundo de<br />
Carros de Turismo (WTCC, na sigla em<br />
inglês) em 2013 já está em testes.<br />
Os primeiros testes foram realizados<br />
nos dias 31 de julho e 1 de agosto<br />
no circuito de Vallelunga, perto de<br />
Roma, em Itália, dando seguimento<br />
ao “shakedown” do carro, que foi<br />
concluído com êxito em 27 de Julho<br />
em Vairano, um circuito perto da JAS<br />
Motorsport, em Milão (também em<br />
Itália). Estes testes vão continuar<br />
durante todo o ano e serão liderados<br />
pelo português Tiago Monteiro e pelo<br />
italiano Gabriele Tarquini. A partir da<br />
prova de Suzuka, em outubro próximo, a<br />
Honda irá realizar as três últimas provas<br />
do calendário do WTCC deste ano, com<br />
um carro guiado por Tiago Monteiro.<br />
Honda Civic 1.4 i-VTEC<br />
Cilindrada 1339 cc<br />
Potência 100 cv<br />
Velocidade máx. 187 km/h<br />
Aceleração 0-100 km/h 13,4 s.<br />
Combinado misto (l/100 km) 5,4l/100 km<br />
Emissões CO2 (g/km) 129<br />
Preço 20 000 euros<br />
previsto a entrada no WTCC (ver caixa),<br />
com o português Tiago Monteiro como<br />
um dos pilotos, leva os apaixonados dos<br />
desportivos da marca japonesa a terem esperança<br />
que os rumores de que pode voltar<br />
a haver um Civic Type R nesta nona geração<br />
se concretizem. A base está lá.<br />
AQUILES PINTO<br />
aquilespinto@vidaeconomica.pt<br />
As grandes lutas dos instaladores e dos<br />
utilizadores de GPL em Portugal ao longo<br />
dos anos têm sido a alteração da legislação<br />
no que se refere ao estacionamento (proibido<br />
nos parques públicos e garagens de<br />
edifícios fechados) e ao dístico de identificação<br />
do combustível (considerado<br />
discriminatório). No entanto, essas são<br />
“duas pontas visíveis de um icebergue”<br />
em termos de utilização de GPL, segundo<br />
o presidente da Associação Nacional<br />
de Instaladores e Consumidores de GPL<br />
(ANIC-GPL). “Não devemos olhá-las de<br />
forma desligada de tudo o resto. A proibição<br />
de estacionamento tinha como base<br />
um pressuposto de falta de segurança e o<br />
dístico era para identificar as viaturas movidas<br />
a GPL. Portanto, terminar com estes<br />
dois problemas é o culminar do nosso<br />
grande objetivo, que é garantir a segurança<br />
das instalações”, disse Miguel Rodrigues à<br />
“<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”.<br />
Garantir a segurança das instalações de<br />
GPL nas viaturas passa, segundo a nossa<br />
fonte, por aumentar o números de inspeções<br />
técnicas aos veículos. No presente,<br />
é obrigatória a inspeção de categoria<br />
B – mais aprofundada, feita, entre outros<br />
exemplos, a viaturas que sofreram acidentes<br />
de grande dimensão – apenas na altura<br />
da conversão. “Gostaríamos que todas as<br />
viaturas vissem o sistema de GPL analisado<br />
aquando das inspeções periódicas, o<br />
que, parece-nos, já estará previsto na lei”,<br />
defende.<br />
A lei a que Miguel Rodrigues se refere<br />
é a que estabelece princípios de utilização<br />
de GPL e de gás natural, que Cavaco Silva<br />
devolveu à Assembleia da República<br />
no mês passado. A ANIC-GPL concorda<br />
com a não promulgação do Decreto nº 61/<br />
XII por parte do Presidente da República.<br />
“Deveriam estar incluídas a regulação<br />
do mercado e as regras de funcionamento<br />
do mercado e da instalação dos kits. Isso<br />
foi remetido para portaria, a qual não<br />
AUTOMÓVEL<br />
Lamborghini distinguida com prémio “La Bella Macchina”<br />
O presidente e CEO da Automobili Lamborghini, Stephan Winkelmann, recebeu o prémio “La<br />
Bella Macchina”, atribuído pelo concurso italiano Hall of Fame,<br />
tendo sido assim destacado o seu trabalho à frente da empresa<br />
de Sant’Agata Bolognese. Nas palavras do líder da marca italiana<br />
integrada no grupo VW, a distinção foi “possível graças a toda a<br />
equipa, aos fãs da marca e a todos os clientes fiéis que desempenham<br />
um papel crucial na dinâmica da Lamborghini”.<br />
O AVISO É DO PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DE INSTALADORES<br />
E UTILIZADORES DO COMBUSTÍVEL<br />
Dístico e proibições<br />
de estacionamento são<br />
“pontas de icebergue” do GPL<br />
sabemos se está pronta ou quando sairá.<br />
Isso assusta-nos, até pelo histórico. Desde<br />
2006 que aguardávamos por uma portaria<br />
relativa à colocação e ao modelo final do<br />
dístico, mas que ainda não saiu. Se uma<br />
portaria que pode considerar-se acessória<br />
demora seis anos a sair, uma que é crítica<br />
e pode comprometer o mercado de GPL<br />
automóvel leva-nos a temer demoras”,<br />
afirma. “Ao ser promulgado como estava<br />
redigido, o Decreto introduziria um vazio<br />
legal que levaria a que, enquanto não saísse<br />
a portaria, o mercado paralisasse”, avisa,<br />
ainda, o dirigente associativo.<br />
Dupla validação afeta marcas<br />
de automóveis<br />
Além da já referida obrigatoriedade de<br />
inspeções periódicas ao sistema de GPL<br />
dos veículos, a ANIC-GPL reclama o fim<br />
das duplas homologações de equipamentos.<br />
“Há legislação europeia e legislação<br />
portuguesa. O que acontece é que, os<br />
equipamentos que são considerados seguros<br />
ao abrigo das normas da União Europeia<br />
no Estado-membro de origem têm de<br />
voltar a ser homologados em Portugal pela<br />
Direção-Geral de Energia e Geologia”,<br />
avisa Miguel Rodrigues, que advoga que,<br />
desde que tenham homologação europeia<br />
E67R01, “não precisem de segunda homologação”.<br />
Esta necessidade de dupla validação afeta,<br />
aliás, algumas marcas automóveis, de<br />
acordo com o presidente da ANIC-GPL.<br />
“O que aconteceu é que se um determinado<br />
automóvel for instalado pela marca,<br />
segundo o processo reconhecido pela fábrica,<br />
antes de ser matriculado, mas já em<br />
Portugal, não pode sê-lo. Se for transformado<br />
antes de ter matrícula, o processo de<br />
homologação é revertido. No entanto, se<br />
essa mesma viatura for instalada nos mesmos<br />
trâmites em outro país comunitário e<br />
for, depois, importada, com perda de mão<br />
de obra e de impostos para Portugal, já é<br />
possível”, lamenta o entrevistado.<br />
PUB
Portugal<br />
com maior quebra<br />
da União Europeia<br />
no comércio<br />
a retalho<br />
Portugal foi o país da UE<br />
que apresentou a maior<br />
quebra homóloga no volume<br />
do comércio a retalho,<br />
no mês de julho. A descida<br />
foi de 7,6%, relativamente<br />
a igual mês do ano passado.<br />
A Letónia teve o melhor<br />
desempenho, com um<br />
acréscimo de mais de dez<br />
pontos percentuais.<br />
Na Zona Euro, o volume<br />
do comércio a retalho<br />
apresentou uma descida de<br />
1,7%. Já a Europa dos 27<br />
teve uma queda de 0,2%,<br />
em julho, face a igual mês<br />
do exercício anterior. Em<br />
contrapartida, em junho,<br />
verifi cou-se um aumento<br />
de 0,2% no setor do comércio<br />
a retalho, em termos<br />
homólogos, de acordo<br />
com os dados mais recentes<br />
do Eurostat.<br />
Consumidores<br />
descontam faturas<br />
automaticamente<br />
O secretário de Estado<br />
dos Assuntos Fiscais, Paulo<br />
Núncio, anunciou que<br />
os consumidores não terão<br />
trabalho acrescido para<br />
obterem o benefício fi scal<br />
previsto na apresentação de<br />
faturas de serviços. O sistema<br />
vai entrar em testes ainda<br />
no último trimestre, de<br />
modo a entrar em funcionamento<br />
desde o início do<br />
próximo exercício fi scal.<br />
O referido sistema vai<br />
funcionar automaticamente,<br />
pelo que o contribuinte<br />
não terá de fi car com as faturas.<br />
Acontece que haverá<br />
uma espécie de conta-corrente<br />
junto do fi sco. Referiu<br />
Paulo Núncio sobre<br />
esta matéria: “O sistema<br />
está criado para ser completamentedesburocratizado<br />
e para permitir uma<br />
enorme facilidade na obtenção<br />
do incentivo.”<br />
Terceiro maior<br />
crescimento<br />
da OCDE<br />
no desemprego<br />
Portugal registou o terceiro<br />
maior crescimento<br />
dos países da OCDE, em<br />
termos de desemprego.<br />
No ano até julho, a taxa<br />
de desemprego aumentou<br />
25,4%, para 15,3% da população<br />
ativa.<br />
Apenas a Grécia e a Itália<br />
tiveram crescimentos no<br />
desemprego superiores ao<br />
de Portugal, com 36,3% e<br />
35,6%, respetivamente.<br />
A TENDÊNCIA(?)<br />
COMENTÁRIO:<br />
A ausência de confiança cria profecias que se autorealizam.<br />
JORGE A.<br />
VASCONCELLOS E SÁ<br />
Mestre Drucker School<br />
PhD Columbia University<br />
Professor Catedrático<br />
Confiança do Comércio<br />
Março 89 Agosto 12<br />
Fonte: Inquérito mensal de conjuntura ao comércio, INE, Agosto <strong>2012</strong><br />
COMO ANALISAR<br />
AS<br />
DEMONSTRAÇÕES<br />
FINANCEIRAS<br />
DA SUA<br />
EMPRESA<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
G <br />
G <br />
<br />
<br />
<br />
<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> – Patricia Flores<br />
Tel.: 223 399 466<br />
Fax: 222 058 098<br />
E-mail:<br />
patriciaflores@vidaeconomica.pt<br />
Nº 1458 / 7 de setembro <strong>2012</strong> Semanal J 2,20 Portugal Continental<br />
Instituto de Liberdade <strong>Económica</strong><br />
LIBERTAS<br />
economicfreedom@mail.telepac.pt<br />
www.institutoliberdadeeconomica.blogspot.com<br />
OBJECTIVOS<br />
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PROGRAMA<br />
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Compre já em<br />
http://livraria.vidaeconomica.pt<br />
Autor: Antonio Vilar & Associados Páginas: 128 P.V.P.: € 10<br />
NOTA DE FECHO<br />
JOÃO LUÍS DE SOUSA DIRETOR ADJUNTO<br />
jlsousa@vidaeconomica.pt<br />
O sentido do ridículo<br />
O presidente de uma instituição fi nanceira habituado<br />
a deslocar-se com frequência ao estrangeiro comentava<br />
recentemente que Portugal é o único país do mundo<br />
onde os recibos de táxis são complicados para terem<br />
validade. A situação normal do mundo civilizado<br />
é haver regras simples e fáceis de cumprir para os<br />
pequenos operadores económicos. E por isso, as<br />
exigências são reduzidas para a documentação emitida<br />
pelos taxistas e pelos pequenos estabelecimentos<br />
comerciais.<br />
Em Portugal a situação é diferente. Como os<br />
pequenos operadores constituem a maioria dos agentes<br />
económicos, são considerados o alvo principal do<br />
combate à economia paralela e à evasão fi scal.<br />
Com o novo regime de faturação aprovado pelo<br />
Governo, os recibos dos táxis não se limitam a<br />
continuar complicados. Passa a ser obrigatória a<br />
emissão de faturas em todos os trajetos, tal como vai<br />
acontecer em todo o tipo de compra, em qualquer<br />
momento e em qualquer lugar, seja qual for o valor.<br />
Quando uma criança entra num quiosque e compra<br />
uma pastilha elástica por 10 cêntimos, passa a ter que<br />
ser feita a fatura. Por cada infração, a coima mínima<br />
será de J150.<br />
A contribuição que o Estado dá para a dinamização<br />
da atividade produtiva é agravar as exigências<br />
burocráticas e impor regras absurdas que são difíceis<br />
A contribuição que o Estado dá para<br />
a dinamização da atividade produtiva<br />
é agravar as exigências burocráticas e<br />
impor regras absurdas que são difíceis<br />
de cumprir<br />
de cumprir, mesmo para os agentes económicos mais<br />
exemplares.<br />
Como justifi cação surge sempre a necessidade de<br />
combater a economia paralela e a evasão fi scal. Mas o<br />
controlo dos operadores pode, deve existir e ser efi caz<br />
sem atentar diretamente contra a liberdade económica.<br />
Nos países civilizados e produtivos que deviam ser<br />
a referência mas em relação aos quais Portugal se está<br />
a atrasar e a divergir, a opção é clara: a tributação dos<br />
pequenos operadores assenta em regimes simplifi cados,<br />
onde os valores de imposto resultam de fatores<br />
objetivos como a superfície ocupada, o número de<br />
empregados, o setor de atividade, o consumo de<br />
energia elétrica, não sendo obrigatória contabilidade<br />
organizada, nem hipótese de divergência sobre o<br />
apuramento do lucro tributável, porque o valor de<br />
impostos a pagar por cada operador está predefi nido.<br />
Em Portugal, a lógica é oposta. As exigências<br />
para as pequenas empresas não são muito diferentes<br />
daquilo que é pedido às grandes empresas. E como<br />
cada contribuinte é visto como um potencial ladrão,<br />
a tendência é colocar um fi scal nas costas de cada<br />
cidadão e vigiar-lhe todos os movimentos, desde que<br />
se levanta até que se deita, para dissuadir as infrações e<br />
punir exemplarmente todos os prevaricadores.<br />
O nosso país é aquele onde os inspetores da ASAE<br />
se congratulam publicamente pelo facto de dispararem<br />
mais tiros do que a PSP, como se o perigo e ameaça à<br />
sociedade estivessem mais nos agentes económicos do<br />
que nos marginais e criminosos de delito comum.<br />
O novo regime de faturação é um grande passo em<br />
direção ao reforço do Estado policial, mas também<br />
pode representar um enorme retrocesso em termos de<br />
recuperação da atividade económica.<br />
O problema não está só na falta de bom senso. Em<br />
relação a alguns aspetos, os governantes já nem sequer<br />
têm o sentido do ridículo.