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Entrevista Médico pernambucano Enilton Egito ... - Revista Algomais

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n Visita do secretário Roldão Joaquim às obras do Complexo Penitenciário em Itaquitinga, Zona da Mata Norte<br />

provenientes de empréstimo junto ao Banco<br />

do Nordeste do Brasil (BNB). No entanto, os<br />

cálculos teriam sido refeitos e o projeto passou<br />

a custar R$ 350 milhões, sendo R$ 239<br />

milhões conseguidos junto ao BNB.<br />

Apesar de não sair diretamente dos cofres<br />

públicos, já que os investimentos para<br />

a construção do complexo são da iniciativa<br />

privada, os custos deverão ser pagos ao<br />

longo dos próximos 30 anos através de uma<br />

mensalidade de R$ 2,2 mil por pessoa, algo<br />

em torno de R$ 74 por dia, custo similar ao<br />

de Minas Gerais, onde o contrato é de 27<br />

anos e o custo para construção de R$ 190<br />

milhões, oferecendo 3.040 vagas.<br />

Com esse valor, equivalente a 4,7 salários<br />

mínimos, daria para comprar mais de<br />

90 cestas básicas, com preço aproximado<br />

de R$ 23 nos principais supermercados da<br />

Região Metropolitana do Recife. “Em uma<br />

lógica orientada pelo lucro, fim máximo da<br />

iniciativa privada, não há como os valores não<br />

serem superiores aos praticados pela gestão<br />

pública”, diz a advogada e pesquisadora<br />

Alessandra Teixeira, presidente da Comissão<br />

sobre Sistema Prisional do Instituto Brasileiro<br />

de Ciências Criminais (IBCCRIM). “No fim das<br />

contas, se somarmos o valor per capita pago<br />

hoje aos custos indiretos, o valor fica equivalente”,<br />

discorda Isaltino Nascimento.<br />

Ao longo do contrato, o Governo aplicará<br />

mais de R$ 1,9 bilhão no CIR, que terá capacidade<br />

para abrigar 3.126 detentos vindos<br />

das penitenciárias Professor Barreto Campelo<br />

e Agroindustrial São João, localizadas na<br />

Ilha de Itamaracá. Com uma área de 98 hectares,<br />

a unidade prisional será distribuída em<br />

cinco pavilhões, sendo dois para o regime<br />

semiaberto, totalizando 1.200 vagas, e três<br />

para o fechado, com 1.926 detentos.<br />

Nem a desativação dos presídios em Ita-<br />

n Isaltino: valor fica equivalente<br />

maracá fica fora das críticas. Para a cientista<br />

social e pesquisadora da Fundação Joaquim<br />

Nabuco Ronidalva Melo, manter as unidades<br />

seria uma forma de reduzir o déficit do<br />

sistema penitenciário no Estado. “Mantendo<br />

as prisões de Itamaracá e racionalizando a<br />

sua ocupação teríamos, ao invés de 3 mil<br />

vagas, 5 mil. O efeito principal é o reconhecimento<br />

da incompetência dos que lidam com<br />

turismo, que só vêem como saída para seus<br />

negócios a destruição do que foi historicamente<br />

produzido”.<br />

Segundo ela, se as prisões estivessem<br />

em uma ilha americana o setor turístico tiraria<br />

proveito disso e ainda ganharia dinheiro com<br />

sua existência. “Isso denuncia o fracasso<br />

do Estado, uma vez que a ligação é que não<br />

existe controle dos presos e suas famílias<br />

em Itamaracá. Anos atrás, ir para a ilha e ter<br />

contato com presos oferecendo o artesanato,<br />

doces e comidas que produziam era um agregado<br />

turístico para que quem frequentava a<br />

ilha”, diz a pesquisadora da Fundaj.<br />

Como recompensa por abrigar a nova<br />

unidade, Itaquitinga ganhará um acréscimo<br />

no repasse do Imposto sobre Circulação<br />

de Mercadorias e Prestação de Serviços<br />

(ICMS) para o município, segundo emenda<br />

de autoria da deputada Terezinha Nunes<br />

(PSDB), aprovada pela Alepe. Além u uu<br />

dezembro ><br />

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