Prefeito restaura censura em Salvador - Revista Metrópole

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Relaxem e gozem
Andei refletindo bastante sobre a histórica
frase da nossa ministra do Turismo,
Marta Suplicy, quando, relembrando
seus tempos de sexóloga da Rede Globo,
aconselhou os turistas afetados pelo
apagão aéreo a “relaxar e gozar”. Taí um
bom conselho. Se não bom, pelo menos
realista. Uma frase curta, simples, mas
que, bem traduzida, reflete toda a complexidade
da situação.
A rigor, o que a ministra na verdade
disse foi o seguinte:
- Olha aqui, meu filho, você quer saber
o que é que eu vou dizer aos turistas?
O que é que você quer que eu diga?
Que é essa merda mesmo que todos estão
vendo? Que a aviação civil brasileira está
desmoralizada, ninguém mais se respeita
nessa área? Os vôos atrasam, são cancelados,
seja por causa de chuva, de nevoeiro,
de equipamentos, de cachorro na pista,
mas no fundo, no fundo é tudo desculpa,
os controladores de vôo é que estão por
trás da confusão toda?
- E o governo ao qual pertenço – continuemos
traduzindo a ministra - está empurrando
o problema com a barriga, não
está negociando nada, tem medo de irritar
a Aeronáutica, não aumenta os salários
dos caras, não desmilitariza o controle
do tráfego aéreo, aí os caras sacaneiam,
fazem operação-padrão, as companhias
aéreas aproveitam para também desrespeitar
ao máximo os direitos dos passageiros,
o ministro da Defesa aperta os olhinhos
e dá uma desculpa esfarrapada qualquer,
a coisa não ata nem desata e a cada fim
de semana, a cada feriadão, instala-se o
caos. É isso que está acontecendo, meu
caro. É isso que você quer que eu diga
para os turistas? Não, meu filho, isso eu
não posso dizer. O melhor que eu tenho
a fazer é aconselhar: já que estão mesmo
sendo estuprados, relaxem e gozem.
Portanto, que não se acuse a ministra
Marta de insincera. Ela apenas não
podia dizer tudo, coitada. Por isso, com
admirável poder de síntese, optou por
erotizar o problema e apelar para o chamamento
orgástico. Relaxem e gozem.
Eu, de minha parte, como turista quase
compulsivo que sou, declaro que acato
plenamente o conselho ministerial e até
já me antevejo ejaculando em pleno salão
de embarque do aeroporto, numa quilométrica
fila de check-in da Gol.
E não seria exagerado especular que,
se todos seguissem o conselho da ministra,
poderia acontecer um tremetreme
geral nos aeroportos brasileiros,
um orgasmo múltiplo e coletivo jamais
visto ou registrado. Pelo menos nunca
na história deste País. •
Este é um espaço dedicado a quem gosta e a quem tem curiosidade pelo tema SEXO! Aqui os leitores podem
tirar suas dúvidas com a sexóloga Gilda Fucs. Basta enviar sua pergunta para revistametropole@ksz.com.br que nós
publicaremos. Não se preocupe se você é broxa ou frígida, sua identidade será mantida em sigilo.
CDS, 29 anos, casada.
Dra. Gilda, meu marido me adula para fazer
sexo oral comigo, eu sou evangélica e não creio
que isso seja saudável, mas tenho curiosidade
de experimentar, até porque tenho medo que
meu marido tente conseguir na rua o que eu
não concedo em casa. O que eu devo pesar para
resolver esse dilema? Por favor, me ajude.
Gilda Fucs - Antes de qualquer coisa, você tem que se posicionar.
Se a vontade de experimentar o sexo oral for grande, pense em
satisfazer o seu desejo, mas leve em consideração a possibilidade
de ficar grilada pelo resto da vida devido ao rompimento com as
regras e os preceitos da sua religião. Essa é uma situação desconfortável,
e o poder de decisão está em suas mãos, lembrando que
é preciso pesar com bastante critério, porque você está dividida
entre a força de querer provar uma sensação nova e a necessidade
de seguir o que estabelece a religião.
BCP, 36 anos, casado.
Dra. Gilda, dependendo da posição em que
eu e minha mulher transamos, a vagina dela
faz um barulho estranho, que às vezes me deixa
constrangido. Em alguns momentos, o meu
tesão chega a diminuir. O que eu faço?
Gilda Fucs - Estes sons são gases vaginais que realmente aparecem
dependendo da posição em que o casal tenha a sua relação
sexual. Estes gases geralmente não têm mau cheiro, mas muitos
casais reclamam que na hora da relação eles se tornam constrangedores.
Então, a única forma de melhorar isso é buscar posições em
que o barulho não aconteça. Buscar uma posição prazerosa, sem o
som desagradável. Por outro lado, se o cheiro dos gases incomodar,
isso significa que existe uma infecção na vagina, portanto, a mulher
deve procurar um ginecologista. Mas se a pessoa estiver sadia, não
tem mau cheiro e a única solução é a mudança de posição.
JFAD, 23 anos, solteira.
Dra. Gilda, meu namorado tem o pênis
muito grande e às vezes me machuca quando
transamos por um período mais prolongado ou
com entusiasmo maior. Como faço para evitar
me machucar e será que posso ficar “folgada”
e sentir menos prazer na relação com homens
de proporções normais?
Gilda Fucs - Pra ficar menos machucada é preciso que o casal
escolha determinadas posições em que o pênis do rapaz não penetre
tão profundamente na vagina da parceira. Em casos assim,
quem deve ter o maior cuidado é homem, que deve agir com
cautela para que a relação seja prazerosa e não dolorosa. Homens
que têm o pênis muito grande não podem agir intempestivamente.
Quanto ao temor de ficar folgada, esta é uma possibilidade
nula, pois a vagina é um tubo flexível, que pode passar por um
alargamento durante a relação e depois voltar ao normal. A vagina
não é formada por paredes rígidas, e sim por paredes elásticas,
tanto é que no momento do parto passa por ali um bebê que
pode chegar a 3,5 kg. Então, quando a mulher tiver, futuramente,
uma relação com um homem de proporções normais ela sentirá
o mesmo prazer, pois a vagina é bastante elástica.
16 Revista Metrópole - julho de 2007 17