Prefeito restaura censura em Salvador - Revista Metrópole
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Picardia do macho<br />
pós-moderno!<br />
Primeira pincelada.<br />
Pelo Dr. Albergalhão*<br />
1. Enredantes amores, incertificantes ardores...<br />
Segundo o <strong>em</strong>inente pensador anarquista<br />
baiano Ricardinho Lipper, a Pós-Moderrnidade<br />
radicalizou a fiofó-losofia espontânea<br />
dos Machos Pegadores do Tororó: idéia de<br />
“que bundinha não t<strong>em</strong> sexo, n<strong>em</strong> cabeça de<br />
chapuleta teria juízo”.<br />
Ou, como canta o pós-lascador<br />
forrozeiro Renatinho Féquissinho<br />
(tripa-grossa da bandinha taradinha<br />
Jegue Viúvo): “a minha<br />
Mimosinha é s<strong>em</strong>pre inocentinha;<br />
e este Monstro-Feiúdo-da-<br />
Cabeça-Redondona-Lascadano<br />
Meio que me persegue<br />
noite e dia é cego, surdo e<br />
mudo – e mais s<strong>em</strong>-noção<br />
que Zezinho Binho”.<br />
Sábias palavras destes<br />
s<strong>em</strong>elhantes colhudões! Pois<br />
nossas Partinhas Palpitosinhas<br />
costumam se meter (ou<br />
ser<strong>em</strong> metidas, até o talo!) <strong>em</strong><br />
confusões das mais cabeludas.<br />
S<strong>em</strong> que a mal-enganada<br />
cabeçorra de cima seja<br />
muito responsável<br />
pelas lambanças<br />
da descabeladinha<br />
de baixo...<br />
Incongruentes <strong>em</strong>brulhadas concupiscentes<br />
que tanto estranhávamos antigamente...<br />
Mas que terminaram se revelando muito<br />
naturais na atual “era da ambivalência”, t<strong>em</strong>po<br />
das “desidentidades líquidas”, do “politeísmo<br />
dos valores”, dos “poliamores-<strong>em</strong>-rede”<br />
(transbordantes de “incertos poliardores”),<br />
do “neo-borboletismo desejante”, da “confusão<br />
dos gêneros e das orientações sexuais”,<br />
etc. -- como diz<strong>em</strong> pernosticamente os<br />
cabeções globais. E como repet<strong>em</strong>, apapagaiadamente,<br />
os bundões locais (à maneira<br />
fuleira do próprio palhacento Eruditão-de-<br />
Província, Dr. Albergalhão).<br />
Ninguém mais conseguindo separar o que<br />
É do que PARECE SER nesta escorregadia<br />
“cultura do simulacro” ambiente. N<strong>em</strong><br />
mesmo um manhoso mancebo da parecença<br />
do linguarudo Zé – Será-Que-É? – Eduar-<br />
do agüentando mais identificar o tipo de<br />
paudurismo ou de bundamolismo dos seus<br />
Aloprados Personagens. Pois, depois que ele<br />
se enxodozou pela bela menina-menino Leocrete,<br />
não se arrisca mais a soltar seu bocão<br />
- espalhando pela cidade que fulano é Meigo<br />
(meio-gay), que beltrano é Ivanildo (gay esquêlcido),<br />
que sicrano é Wanderley (o que<br />
não sabe que é gay), que aquele jornalista<br />
asconista é Araquém (macho de araque), ou<br />
que Reginaldo Rôlenfio é peludão quando<br />
está peladinho no quartinho...<br />
“Até os veadômetros das nossas tramoientas<br />
tevês ficaram completamente desregulados”<br />
– afirma o f<strong>em</strong>eeiro gazeteiro Pablito<br />
Reis -- diretor de estúdio, camarim e motel<br />
dos programistas Zé Eduardo e Zé Binho (do<br />
programa “Me Liga Brocão!”).<br />
2 Veadismos gaiatamente falados, soltamente<br />
brincados, quiçá gozosamente<br />
furunfados.<br />
Assim, tornou-se impossível<br />
comprovar tanto o exibido 100%<br />
de monossexualismo HETERO<br />
dos Caceteiros Machudões<br />
quanto o não menos afetado<br />
100% de monossexualismo<br />
HOMO dos Arteiros Jeitosinhos<br />
(aqueles rapazes<br />
alegres que chamávamos de<br />
Francisquinhos e Salta-Pocinhas<br />
outrora). Monotipos<br />
sexuais integrais que são cada<br />
vez mais figuras excepcionais<br />
nas ruas, residuais mesmo no<br />
florido ecossist<strong>em</strong>a partidário do<br />
PV de Juquinha. Neste caso, não<br />
havendo como contabilizar<br />
os 10% de salsinhas<br />
purinhos & durinhos<br />
da nossa Veadolândia<br />
Soteropolitana – que<br />
superpovoariam a supositória<br />
“cidade mais gay do Brasil” de que fala<br />
o Metelão Luizão Mott (Hard Lover que é um<br />
famoso arrombador de armários e cofrinhos!).<br />
O fato é que nossa s<strong>em</strong>pre duvidosa Bahia<br />
(com “Gê” na frente do “Hagá”?) não é b<strong>em</strong><br />
uma afrodisíaca Sodoma Afro-Americana –<br />
representa apenas uma rabada tropical, das<br />
mais pitorescamente extrovertidas, da imensa<br />
Babilônia Multissexual Ocidental que nos engloba.<br />
Pois há muito que o veadismo deixou<br />
Citações, Excitações (Mentais)...<br />
“Indócil liberdade deste m<strong>em</strong>bro viril, ingerindo-se tão inoportunamente<br />
quando não t<strong>em</strong>os o que fazer & falhando tão vergonhosamente<br />
quando precisamos dele; desrespeitando tão imperiosamente<br />
a autoridade da nossa Vontade, recusando com tanta obstinação<br />
nossas solicitações tanto mentais quanto manuais”.<br />
“Somos todos construídos de partonas soltonas & partinhas desconjuntadinhas,<br />
E de uma contextura tão informe e diversa que cada<br />
bocado de nós, a cada momento, faz seu jogo a culhão. Daí ser tão<br />
grande a diferença que existe entre eu e mim mesmo, quanto entre<br />
eu e o taradim que está a fim de mim.”<br />
de ser, propriamente, “coisa de veado” entre<br />
os nativos – <strong>em</strong>bora continue rolando solto<br />
no esparrame dos nossos borocotós & pirambeiras<br />
suburbanas, nas faculdades de comunicação,<br />
nas revistas chiquinhas, até.<br />
Borboleteante frutismo - não tanto rosinha<br />
ou verdinho (como no PV) mas esparralhadamente<br />
furta-cor - dos nossos roludos “cabras<br />
safados” que têm uma longa enrolada história.<br />
E que não se resume aos pagãos deleites dos<br />
berdaches tupinambás, n<strong>em</strong> às pecaminosas<br />
delícias dos fanchonos e falsos-ao-corpo “do<br />
t<strong>em</strong>po dos afonsinhos” (eles também eram?).<br />
Pois se trata de um gosto difuso – mais<br />
linguarudamente brincante & festivamente<br />
pulante que seriamente atochant<strong>em</strong>ente<br />
copulante - reproduzido pela espicaçada<br />
macharada da terra desde s<strong>em</strong>pre; um malicioso<br />
entretenimento s<strong>em</strong>pre b<strong>em</strong> socializado<br />
entre os menininhos nada inocentinhos<br />
& velhotes velhacões da terra. Só que agora<br />
a lambança se acelerou também entre os<br />
mais respeitáveis pais-de-família! Muitíssima<br />
gente boa comendo gato por lebre,<br />
confundinho jacaré com lagartixa, tratando<br />
cobrona como minhoquinha, assoprando<br />
apitinho de mocinha como se tivesse lambiscando<br />
pirulitinho de travequinha!<br />
Os nossos (e vossos!) tantos impermanentes<br />
seres & errabundos quereres – <strong>em</strong>baralhadamente<br />
putanheiros, punheteiros, florzinheiros,<br />
frutinheiros, galheiros – rolando furtivamente<br />
nas entrepernas do Certo & do Errado, do<br />
Habitual & do Inesperado, do Apresentável<br />
& do Desejável. O Viadável tornando-se mais<br />
Viável até para os Janjões Beatões!<br />
Desgoverno? Depravação? Malucação?<br />
Não, não! Apenas a potencialização, no mundinho<br />
humano-baiano dos nossos supostos<br />
filhos, de um revivificado tipo de sensibilidade<br />
Perini Graça.É muito<br />
mais do que você esperava.<br />
Um dos centros gastronômicos mais modernos do mundo.<br />
Cornografia do finado franciú Montaigne (séc. XVI) – ele falando<br />
da retorcida condição humana <strong>em</strong> geral e da incoerência natural<br />
dos nossos desejos. Ex<strong>em</strong>plificando, <strong>em</strong> especial, com a caprichosa<br />
indocilidade do humanal pingolim (“monsieur ma partie”), conjuntamente<br />
com a do nosso não menos rebelde fiofó (“son dit consort”,<br />
“son compagnon”). Partinhas cúmplices no seu viver “ordinariamente<br />
indiscreto e tumultuário”...<br />
- talvez mais incertificante e arriscada; mas,<br />
também, mais leve, jovial e compreensiva que<br />
a dos nossos presumidos pais (já incluindo os<br />
mais r<strong>em</strong>otos fucking fathers do multissexuado/multissafado<br />
povo baiano <strong>em</strong> geral).<br />
E t<strong>em</strong> mais. Na próxima crônica estarei<br />
dando uma segunda viril pincelada no<br />
assunto – já tratando mais da importância<br />
da Vadiag<strong>em</strong> <strong>em</strong> geral que da Viadag<strong>em</strong> <strong>em</strong><br />
particular nesta Bahia-de-Todos-os-Enganos<br />
(e de todos os cornistas, digo, cronistas talqualmente<br />
enganosos...).<br />
*O Dr. Albergalhão é um estudioso da desidentidade<br />
& desnatureza humana-baiana; e<br />
cornografou a presente arenga com absoluta isenção<br />
– atuando na sua condição de sapiente abstinente<br />
sexual (um “donzelão encruadão, mofino<br />
no tesão e só libertino no palavrão”, segundo as<br />
más-línguas da fuxiquenta Redação) •<br />
Projetada com o que há de mais<br />
moderno no mundo, a Perini Graça<br />
inova na estrutura, nos equipamentos<br />
e na ambientação. São 3.000m² de loja<br />
para você fazer suas compras com mais<br />
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sushi bar, butique de carnes e<br />
peixaria, <strong>restaura</strong>nte buffet, café da<br />
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ainda não conhece, venha conhecer.<br />
É muito mais do que você esperava.<br />
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