Ano 2010 - AgeRH
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Metaforicamente, a Terra é o elemento das<br />
coisas concretas, com forma e densidade e<br />
que, por isso, pode nos dar sustentação.<br />
A Terra também é o elemento do que foi ou<br />
será realizado. E quem realiza é o elemento<br />
humano. Do barro da terra foi criado o<br />
Homem; o elemento humano.<br />
Ela simboliza o crescimento e a<br />
prosperidade. Confere substância sempre<br />
que a usamos de forma saudável e rigidez<br />
excessiva e limites ou aprisionamentos<br />
quando a usamos em excesso.<br />
Terra significa aprendizado e força; seu<br />
símbolo nos remete à estabilidade. Dela<br />
tiramos o alimento e o remédio para nossos<br />
males. Ela é regeneradora e transmutadora<br />
e diz respeito à realidade objetiva.<br />
Quando trabalhamos com a terra como<br />
elemento-símbolo na vida profissional,<br />
podemos pensar em como as interações<br />
entre os elementos humanos acontecem.<br />
Estamos falando, por exemplo, das<br />
dinâmicas entre as áreas que compõem uma<br />
empresa em sua totalidade e, nela, o seu<br />
sistema de produção, de atendimento, suas<br />
questões de marketing junto ao mercado…<br />
Enfim, nas pessoas. E não dá pra pensar<br />
em pessoas sem pensar imediatamente nas<br />
características que a Organização impõe em<br />
termos de competências; no que ela espera<br />
das pessoas.<br />
Neste contexto todo, o homem assume,<br />
ou deveria assumir, um papel fundamental<br />
como sujeito da transformação. Isso, claro,<br />
se ele tiver conhecimento pleno de sua<br />
história e da sua responsabilidade diante da<br />
ordem das coisas que envolvem o mundo<br />
em que vive.<br />
Falando do elemento humano e suas<br />
competências e responsabilidades; seus<br />
relacionamentos e suas interações, foi<br />
ali pelo final dos anos 90, que eu conheci<br />
Leonardo Wolk. A data precisa me foge<br />
agora, mas me causa uma agradável<br />
sensação perceber que faz mais de uma<br />
década que ele se tornou, pra mim, apenas<br />
o Leo. E eu gosto muito disso. Gosto muito<br />
mais de me lembrar de que ele, com seu<br />
delicioso sotaque, mudou minha forma de<br />
me relacionar com a vida.<br />
28 ABC RH - Revista de Negócios<br />
Estávamos em um congresso em alguma<br />
cidade do nordeste e ele estava conduzindo<br />
um workshop com forte presença de<br />
uma linha da Psicologia conhecida como<br />
Psicodrama. O impacto que essa atividade<br />
causou em mim, fez daquele momento, um<br />
divisor de águas e eu senti a mudança mais<br />
do que em qualquer outro momento da<br />
minha vida. O nome disso é breakthrough.<br />
Não há tradução literal para o nosso idioma,<br />
mas o que mais se aproxima é “descoberta”;<br />
do meu ponto de vista é um momento de<br />
quebra de paradigma com muita consciência<br />
e autopercepção, sem o que a mudança não<br />
acontece, sabe?<br />
De fato, neste mesmo evento, ele conseguiu<br />
fazer isso comigo duas vezes. A que quero<br />
compartilhar aqui foi a segunda, quando<br />
ele pegou uma caneta, soltou e, quando ela<br />
caiu no chão, ele nos perguntou (era toda<br />
uma platéia): “Por que esse objeto cai?”.<br />
Algumas pessoas responderam que era por<br />
causa da força da gravidade, outras que era<br />
porque ele havia soltado.<br />
Na medida em que ambas as respostas<br />
estavam corretas, não as debateríamos.<br />
Apenas faríamos uma reflexão sobre como<br />
essas duas respostas poderiam espelhar a<br />
maneira como estávamos vivendo, se como<br />
vítimas, deixando a responsabilidade fora<br />
de nós – força da gravidade – ou se como<br />
protagonistas que tomam as rédeas de suas<br />
vidas e as conduzem.<br />
Bem, eu queria mesmo ser a autora<br />
e protagonista da minha vida e assim<br />
tenho procurado fazer desde então. Eu<br />
sou capaz de assumir minha parcela de<br />
responsabilidade pelos acontecimentos<br />
com os quais me envolvo, APESAR das<br />
“forças da gravidade” à minha volta. Vou até<br />
onde eu alcançar.<br />
O Leo já me agradeceu oficialmente por<br />
várias interações que tivemos, desde então,<br />
pelos congressos da vida, em seu livro<br />
“Coaching, A arte de soprar brasas”, já<br />
traduzido para o português e lançado pela<br />
editora do meu amigo e editor, Mahomed<br />
da Qualitymark , e vale cada segundo do<br />
tempo que você usar com a leitura dele,<br />
seja você um coach ou não. Esse livro é pra<br />
vida. Eu não o tinha agradecido ainda. Não<br />
publicamente. Faço isso agora. Oficialmente.<br />
Obrigada, Leo querido.<br />
Quando sou FOGO, ilumino, transformo,<br />
queimo ou aqueço... depende do apreço...<br />
Quando sou TERRA, acolho, sustento, cuido<br />
ou alimento... depende do consentimento...<br />
Quando sou AR, arejo, respiro, inspiro ou<br />
suspiro... depende o quanto admiro...<br />
Quando sou ÁGUA, afogo, inundo, envolvo<br />
ou invado... depende do caso...