Ano 2010 - AgeRH
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40 ABC RH - Revista de Negócios<br />
Desenvolvimento Humano<br />
A soma das<br />
diferenças<br />
individuais<br />
Falamos para<br />
nosso filho: “VOCê<br />
NãO TEM DE SER<br />
BOM, TEM DE<br />
SER O MELHOR!”.<br />
Concordo com<br />
essa afirmação,<br />
mas pergunto: tem<br />
de ser o melhor<br />
para fazer o melhor<br />
ou para competir?<br />
por Ana Cristina Alves<br />
Psicóloga graduada pela Univ.<br />
Metodista de São Paulo, especializada<br />
em Teoria Junguiana, coligada às<br />
técnicas corporais pelo Instituto Sedes<br />
Sapientiae. Criadora do Treinamento<br />
Ser Gestante e Diretora da Aggir<br />
Treinamentos.<br />
Existe uma linha muito tênue entre a competição saudável, aquela pela qual todos<br />
nós já passamos um dia, onde com esforço, aprendemos, evoluímos e conquistamos<br />
espaços, e aquela em que cada um quer ser o melhor individualmente, para crescer<br />
sozinho, vendo somente o que isso pode trazer de benefícios para si mesmo. Essa<br />
parece mais uma ambição desenfreada, que nem sempre é a que traz a felicidade<br />
para a pessoa e o crescimento para a empresa ou até mesmo para a humanidade.<br />
Acredito que estejamos passando por um momento em que precisamos pensar mais<br />
coletivamente para evoluirmos. Basta observar a questão do planeta: só pensamos<br />
no desenvolvimento, esquecendo-nos que poderíamos ter consequências ruins por<br />
causa dele. Agora temos de retomar a situação e pensar no aquecimento global e em<br />
uma série de medidas para a sustentabilidade física da Terra. Muito se fala em deixar<br />
um planeta melhor para nossos filhos ou ainda filhos melhores para o nosso planeta,<br />
mas a questão é deixar o planeta vivo para nossos filhos conscientes.<br />
A mesma coisa ocorre no desenvolvimento organizacional: temos de pensar em<br />
cuidar da “sustentabilidade emocional”, porque somos muitas pessoas e com certeza<br />
podemos criar tanto coisas maravilhosas quanto situações delicadas com nossas<br />
decisões, afinal a capacidade do ser humano é infinita.<br />
Existe lugar para todos, cada um pode contribuir com um potencial diferenciado, só<br />
que para isso é necessária uma conscientização de que a empresa não é só o lugar de<br />
trabalho: é também o local onde podemos colocar em prática o nosso conhecimento<br />
e onde passamos a maior parte do nosso tempo. Portanto, esse ambiente precisa<br />
ser saudável, caso contrário a insatisfação e a pressão acabam contaminando o<br />
ambiente, o que leva à somatização, à doença, ao estresse e até mesmo ao suicídio,<br />
como mostram as estatísticas.<br />
Quando conseguimos desenvolver a cooperação e a confiança dentro das equipes nas<br />
organizações, percebemos que surge a sinergia, que é algo que vem do sentimento<br />
de grupo com uma meta em comum, o que amplia a percepção de como se pode<br />
fazer. É quando aparece uma energia transformadora em que todos contribuem com<br />
suas diferentes capacitações e, consequentemente, ganham não só do ponto de vista<br />
financeiro, mas também em realização e prazer pelo trabalho, pelo crescimento e<br />
pela evolução de cada um e de todo o sistema.<br />
Temos de ser os melhores sim, mas melhores em equipe, com sinergia, onde ocorre<br />
um encantamento na troca mútua de experiências, amplificando o valor de tudo que<br />
realizamos em conjunto, o que agrega em termos de realização e resultado para os<br />
colaboradores e para as organizações.