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Arquivo PDF - Associação Brasileira da Batata (ABBA)

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Dentro do gênero Thrips, T. palmi<br />

é uma espécie exótica, introduzi<strong>da</strong><br />

no Brasil e, inicialmente detecta<strong>da</strong> no<br />

Estado de São Paulo em 1992, infestando<br />

batata nos municípios de Atibaia,<br />

Itapetininga e Pinhalzinho, além<br />

de berinjela, pepino e pimentão em<br />

outros municípios. Desde então, T.<br />

palmi passou a ser considera<strong>da</strong> praga<br />

<strong>da</strong> batata, sendo a única espécie<br />

identifica<strong>da</strong> infestando lavouras<br />

no país até o momento.<br />

Em 1995, T. palmi foi registrado<br />

no Estado de Minas Gerais,<br />

no município de Bueno Brandão.<br />

Outros registros dessa<br />

espécie em batata foram feitos<br />

em Casa Branca, em SP,<br />

e Ipuiúna e Alfenas, em MG.<br />

Além dos <strong>da</strong>nos diretos causados<br />

a uma grande varie<strong>da</strong>de<br />

de plantas, T. palmi é vetor de<br />

três espécies de Tospovirus;<br />

no entanto, nenhuma dessas<br />

três espécies encontra-se presente<br />

no Brasil, assim como<br />

nenhuma ocorrência de tospo-<br />

vírus em plantas de batata foi<br />

associa<strong>da</strong> a essa espécie de<br />

tripes.<br />

Desde 1992, T. palmi passou<br />

a ser considera<strong>da</strong> praga <strong>da</strong> batata,<br />

sendo a única espécie identifica<strong>da</strong><br />

infestando lavouras dessa<br />

solanácea no Brasil, até o momento.<br />

O ciclo de vi<strong>da</strong> de T. palmi consiste<br />

em ovo, dois estádios ninfais (ninfa de<br />

1º e de 2º ínstares), dois estágios pupais<br />

(prepupa e pupa) e adulto. Com<br />

exceção dos estágios pupais que são<br />

quiescentes, não se alimentam e se<br />

encontram no solo ou substrato, os<br />

demais estágios são encontrados na<br />

parte aérea <strong>da</strong>s plantas hospedeiras.<br />

Os ovos são inseridos dentro dos<br />

tecidos vegetais e, portanto, encontram-se<br />

protegidos. Ninfas e adultos<br />

alimentam-se ativamente. As ninfas<br />

apresentam coloração amarelo-páli<strong>da</strong><br />

e não possuem asas, enquanto<br />

os adultos são amarelo-dourado,<br />

com coloração escura em parte <strong>da</strong>s<br />

antenas e nas cer<strong>da</strong>s do corpo. A sobrevivência<br />

e o período de desenvolvimento<br />

dos diferentes estágios de<br />

desenvolvimento são variáveis em<br />

função <strong>da</strong> temperatura e <strong>da</strong> planta<br />

hospedeira. Embora não haja <strong>da</strong>dos<br />

disponíveis para a batata, o ciclo de<br />

vi<strong>da</strong> desse tripes em pepino leva de<br />

20 dias (a 30 0 C) a 80 dias (a 15 0 C),<br />

sendo 25 dias a 25 0 C. O adulto pode<br />

viver de 7 a 30 dias e a fêmea produz,<br />

em média, 50 ovos.<br />

T. palmi, a exemplo de outros tripes<br />

que são importantes pragas <strong>da</strong><br />

agricultura, é uma espécie polífaga,<br />

sendo relata<strong>da</strong> em dezenas de plantas<br />

cultiva<strong>da</strong>s (solanáceas e cucurbitáceas<br />

são seus melhores hospe-<br />

Figura 1. A: Adulto (fêmea) de Thrips palmi. B: Dano de T.<br />

palmi em folha de batata<br />

deiros) e <strong>da</strong> vegetação espontânea<br />

próximas às culturas, que podem<br />

hospe<strong>da</strong>r e manter a espécie durante<br />

períodos de entressafra. No Brasil, T.<br />

palmi foi coletado em batata, berinjela,<br />

jiló, pimentão e tomateiro (solanáceas),<br />

abóbora, melancia, melão,<br />

pepino e pepino selvagem (cucurbitáceas),<br />

feijoeiro e vagem (fabáceas),<br />

crisântemo (asterácea), algodoeiro<br />

(malvácea) e feijão-de-cor<strong>da</strong> (leguminosa).<br />

T. palmi é uma espécie polífaga,<br />

sendo relata<strong>da</strong> em dezenas de<br />

plantas cultiva<strong>da</strong>s e <strong>da</strong> vegetação<br />

espontânea; estas podem hospe<strong>da</strong>r<br />

e manter esse tripes durante a<br />

entressafra.<br />

T. palmi está presente em diversas<br />

culturas em cerca de 30 locali<strong>da</strong>des,<br />

em sete Estados (São Paulo, Paraná,<br />

Minas Gerais, Rio de Janeiro, Goiás,<br />

Bahia e Roraima) e no Distrito Federal.<br />

Esses <strong>da</strong>dos não refletem a real<br />

distribuição geográfica <strong>da</strong> espécie,<br />

uma vez que não há coletas sistemáticas<br />

representativas.<br />

Para se estabelecer medi<strong>da</strong>s de<br />

controle efetivas, é necessário se<br />

conhecer a espécie de tripes pre-<br />

Pragas<br />

13<br />

sente no local, o que permite reunir<br />

informações sobre sua biologia. Essas<br />

informações são essenciais tanto<br />

para se fazer o monitoramento do<br />

inseto, como na adoção e aplicação<br />

de medi<strong>da</strong>s de controle. O monitoramento<br />

<strong>da</strong> população do inseto pode<br />

ser realizado através de armadilhas<br />

adesivas e inspeções na cultura. Por<br />

exemplo, segundo estudos realizados<br />

na Coréia, ninfas e adultos<br />

de T. palmi encontram-se<br />

predominantemente no terço<br />

superior <strong>da</strong> planta de batata<br />

e a distribuição espacial dos<br />

mesmos dentro <strong>da</strong> lavoura é<br />

agrega<strong>da</strong>; essas informações<br />

são fun<strong>da</strong>mentais na realização<br />

de amostragens representativas.<br />

Não há nível de<br />

controle determinado para T.<br />

palmi em batata no Brasil. Na<br />

Austrália, estudos sugerem<br />

que menos de um tripes por<br />

folha pode ser tolerado sem<br />

per<strong>da</strong>s na colheita, enquanto<br />

a presença de quatro ou mais<br />

tripes por folha no início do<br />

desenvolvimento (início do tubérculo)<br />

exigem a toma<strong>da</strong> de<br />

medi<strong>da</strong>s de controle. O controle<br />

de T. palmi requer a utilização<br />

conjunta de diversos métodos (físicos,<br />

culturais, biológicos e químicos),<br />

visto que nenhum deles é eficiente<br />

isola<strong>da</strong>mente e a utilização exclusiva<br />

de insetici<strong>da</strong>s pode levar ao aumento<br />

no número de tripes. Com relação<br />

ao controle químico de T. palmi em<br />

batata, há registro no Ministério <strong>da</strong><br />

Agricultura de imi<strong>da</strong>cloprid (em três<br />

formulações) e de thiamethoxam.<br />

Numa visão mais ampla de controle,<br />

os métodos utilizados devem considerar:<br />

(a) resistência apresenta<strong>da</strong> por<br />

T. palmi a vários produtos químicos,<br />

(b) ineficiência de produtos químicos<br />

nos estágios; embrionário (ovo) e pupal,<br />

que se encontram protegidos, (c)<br />

polifagia e (d) biologia na planta hospedeira<br />

(distribuição no hospedeiro,<br />

taxa reprodutiva e nível de <strong>da</strong>no econômico<br />

apresentado por T. palmi). A<br />

prevenção de invasão em casas-devegetação,<br />

a redução <strong>da</strong> densi<strong>da</strong>de<br />

populacional em plântulas e a coleta<br />

massal através de armadilhas adesivas<br />

são importantes para manter a<br />

densi<strong>da</strong>de populacional de T. palmi o<br />

mais baixo possível, fator fun<strong>da</strong>mental<br />

para o controle <strong>da</strong> espécie.

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