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ver de perto o filho de Taug. O leitor poderá perguntar porque um lutador<br />
tão forte e experimentado, como Tarzan d<strong>os</strong> Macac<strong>os</strong>, fugira do ataque de<br />
uma fêmea ou, ain<strong>da</strong>, qual a razão que o levava a hesitar em vir diretamente<br />
satisfazer a sua curi<strong>os</strong>i<strong>da</strong>de, quando lhe seria tão fácil subjugar a enfraqueci<strong>da</strong><br />
mãe do recém-nascido macaquinho. Mas essas perguntas m<strong>os</strong>trariam<br />
apenas desconhecimento do que tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> macac<strong>os</strong> sabem muito bem. Entre<br />
estes, somente um macho em estado de delírio seria capaz de bater em<br />
uma fêmea, a não ser para castigá-la muito suavemente. Há exceções, como<br />
as existem também entre <strong>os</strong> homens. Mas são muito rar<strong>os</strong> <strong>os</strong> macac<strong>os</strong> que<br />
g<strong>os</strong>tam de bater na companheira por ser ela menor e mais fraca que ele.<br />
Assim, Tarzan aproximou-se de novo <strong>da</strong> jovem mãe, tendo o cui<strong>da</strong>do<br />
de verificar primeiro que a sua linha de retira<strong>da</strong> estava bem garanti<strong>da</strong>.<br />
Teeka rugiu outra vez ferozmente e o homem-macaco exclamou:<br />
— Tarzan d<strong>os</strong> Macac<strong>os</strong> não é capaz de fazer mal ao balu de Teeka! E<br />
avançando um pouco, acrescentou: Deixe-me vê-lo.<br />
A macaca m<strong>os</strong>trou-se intransigente:<br />
— Vá embora, vá embora, vociferou, senão eu o matarei.<br />
— Deixe-me ver o balu, insistiu Tarzan.<br />
— Vá embora, retrucou a fêmea. Taug vem aí. Ele vai man<strong>da</strong>r você<br />
embora. E é capaz de matá-lo, porque este balu é filho de Taug.<br />
Mal havia a macaca <strong>da</strong>do esse conselho prudente e um uivo <strong>selva</strong>gem<br />
vinha m<strong>os</strong>trar a Tarzan que Taug realmente se achava na vizinhança.<br />
O macaco ouvira <strong>os</strong> grit<strong>os</strong> <strong>da</strong> sua companheira e vinha socorrê-la.<br />
Sem dúvi<strong>da</strong>, Taug e Teeka eram companheir<strong>os</strong> de infância do homem-macaco<br />
e haviam sido sempre excelentes camara<strong>da</strong>s n<strong>os</strong> brinqued<strong>os</strong>.<br />
Também era certo que Tarzan uma vez salvara a vi<strong>da</strong> de Taug, mas não<br />
se pode confiar muito na gratidão de um macaco, quando se acha excitado<br />
o seu sentimento paternal. O homem-macaco medira forças com o<br />
antropóide e o vencera. Este fato de que Taug poderia ter uma recor<strong>da</strong>ção<br />
seria capaz de contê-lo. Entretanto, era bem provável que ele se dispusesse<br />
a correr o risco de uma nova derrota para defender o seu primogênito. Isto<br />
dependeria <strong>da</strong> sua tempera no momento e <strong>os</strong> grit<strong>os</strong> ferozes que chegavam<br />
a<strong>os</strong> ouvid<strong>os</strong> de Tarzan m<strong>os</strong>travam claramente que Taug estava em condições<br />
de bater-se pelo balu de Teeka.<br />
É claro que Tarzan não tinha medo de Taug e também a lei <strong>da</strong> <strong>selva</strong><br />
não lhe prescrevia que evitasse combate com qualquer macho, a não ser<br />
que razões pessoais o dissuadissem <strong>da</strong> luta. O homem-macaco g<strong>os</strong>tava de<br />
Taug e não tinha contra ele queixa alguma. Além disso, o homem compreendia<br />
coisas que o cérebro do antropóide não podia deduzir. A atitude<br />
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