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Teoria do Conhecimento d02 - Acervo Digital da Unesp

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ficha sumário bibliografia<br />

tema 2<br />

<strong>da</strong>s pelo indivíduo isola<strong>do</strong>, mesmo que excepcionalmente (ou supostamente) privilegia<strong>do</strong>. O<br />

santo, o mago, o bruxo adquirem seu prestígio pela presumi<strong>da</strong> superiori<strong>da</strong>de de suas observações<br />

individuais, que se distinguem essencialmente <strong>da</strong>s observações <strong>do</strong> ser humano comum.<br />

As “visões” que esses seres especiais afirmam possuir são únicas, não experiencia<strong>da</strong>s por ninguém<br />

mais. Por isso mesmo, essas pessoas se auto-denominam “videntes”: elas supostamente<br />

“vêem” – espíritos, demônios, imagens preditivas etc. – quan<strong>do</strong> as demais pessoas, nas mesmas<br />

condições perceptuais, não conseguem ver na<strong>da</strong> semelhante. No caso <strong>da</strong> base que procuramos<br />

para as nossas crenças de senso comum, a observação individual, mesmo <strong>da</strong>queles que afirmam<br />

ser ‘diferentes’ e mais qualifica<strong>do</strong>s, não tem prevalência sobre a aferição comunitária, sobre as<br />

diversas observações potenciais reprodutíveis <strong>do</strong> ser humano comum que, essas sim, mereceriam<br />

atenção e legitimi<strong>da</strong>de na fun<strong>da</strong>mentação <strong>do</strong> nosso conhecimento.<br />

Ora, através <strong>do</strong> sistema que descrevemos acima, procuramos justificar opiniões a partir <strong>do</strong><br />

aparato observacional de to<strong>da</strong> uma determina<strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de de indivíduos que deixa de ser,<br />

como vimos, algo restrito ao conhecimento subjetivo de um observa<strong>do</strong>r individual, construin<strong>do</strong><br />

uma ponte entre o subjetivo e o intersubjetivo. Dessa maneira, adquirimos conhecimento<br />

<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> empírico e estabelecemos a base epistemológica que procurávamos para sustentar<br />

nossas opiniões com o emprego de observações: um aparato empírico/observacional de sustentação<br />

<strong>da</strong>s afirmações sobre o mun<strong>do</strong> experiencial.<br />

Evidentemente, esse padrão de emprego <strong>da</strong>s observações em meio ao processo de justificação<br />

<strong>da</strong>s crenças ain<strong>da</strong> é genérico e vago e sua estruturação precisa é extremamente polêmica.<br />

Mas persiste o fato de que na base mesma de nosso conhecimento <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> empírico<br />

encontramos as observações corriqueiras <strong>do</strong>s sujeitos cognitivos. Em última instância, elas<br />

terão papel de relevo na definição <strong>do</strong> que caracterizaremos como “conhecimento empírico” (ver<br />

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%AAncia), entendi<strong>do</strong> como conhecimento <strong>do</strong> mun<strong>do</strong><br />

observável.<br />

Entretanto, mesmo que se admita a plausibili<strong>da</strong>de <strong>do</strong> uso <strong>da</strong>s observações, conforme as<br />

condicionantes discuti<strong>da</strong>s acima, para a justificação <strong>da</strong>s nossas crenças, é importante mencionar<br />

limitações cognitivas que não podem ser transpostas pelo mero uso sistemático de observações.<br />

É certo que, à primeira vista, as “justificativas observacionais” parecem ser onipotentes.<br />

Pelo conhecimento de senso comum isso é facilmente nota<strong>do</strong>. Se alguém questionar ou se<br />

16<br />

TEMAS<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

<strong>Unesp</strong>/Redefor • Módulo I • Disciplina 02

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