14.04.2013 Views

A visão de relacionamentos afetivos e conjugalidade em

A visão de relacionamentos afetivos e conjugalidade em

A visão de relacionamentos afetivos e conjugalidade em

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

do país, que ocorreram principalmente na década <strong>de</strong> 1950, b<strong>em</strong> como aos<br />

avanços nos meios <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong> massa.<br />

No século XIX, na Europa, <strong>em</strong> meio ao <strong>de</strong>senvolvimento das socieda<strong>de</strong>s<br />

industriais, <strong>de</strong>u-se uma eliminação gradual das barreiras <strong>de</strong> status,<br />

uma maior mobilida<strong>de</strong> social e um <strong>de</strong>clínio da autorida<strong>de</strong> paterna. Ampliou-se o<br />

número <strong>de</strong> pessoas que podiam escolher com qu<strong>em</strong> iriam se casar, ainda que,<br />

como aponta Vaitsman (1994), tenha surgido uma contradição no que diz<br />

respeito ao casamento: <strong>em</strong>bora este tenha passado a ser baseado na noção<br />

romântica <strong>de</strong> individualida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> amor mo<strong>de</strong>rnos, calcada no <strong>de</strong>senvolvimento<br />

da singularida<strong>de</strong> e da individualida<strong>de</strong>, pregava-se, ao mesmo t<strong>em</strong>po, a<br />

reciprocida<strong>de</strong> e a compl<strong>em</strong>entarida<strong>de</strong> entre os indivíduos.<br />

Beltrão (1970) aponta para o fato <strong>de</strong> que as instituições matrimoniais e o grupo<br />

familiar não pu<strong>de</strong>ram se adaptar à nova dinâmica social da civilização industrial<br />

e urbana dos novos t<strong>em</strong>pos e às mudanças ocorridas no casamento na época<br />

s<strong>em</strong> sofrer profundas mudanças e irreversíveis transformações estruturais e<br />

funcionais. A industrialização não po<strong>de</strong>ria <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> alterar profundamente as<br />

funções e estruturas <strong>de</strong>sse sist<strong>em</strong>a familiar e social, uma vez que,<br />

anteriormente, a família era um centro <strong>de</strong> produção econômica, <strong>de</strong>stinada,<br />

inclusive, a satisfazer seu próprio consumo. Isto porque a família extensa tinha<br />

uma função econômica, uma vez que todos os seus m<strong>em</strong>bros colaboravam na<br />

produção familiar. Com a industrialização e a urbanização, a família extensa<br />

tornou-se disfuncional, já que a função econômica passou a ser exercida nas<br />

indústrias que surgiam, e as novas condições <strong>de</strong> vida na cida<strong>de</strong> acabaram por<br />

criar um novo tipo <strong>de</strong> família restrito e nuclear.<br />

Na era industrial, a razão, pregada pelo Iluminismo, tornou-se o principal<br />

instrumento, a única forma <strong>de</strong> domínio dos homens e da natureza. A família, no<br />

meio urbano, tornou-se cada vez mais permeável às pressões do mundo ao<br />

seu redor, sofrendo transformações acentuadas na sua estrutura e no seu<br />

cotidiano, o que colaborou também para que outras mudanças, advindas <strong>de</strong><br />

suas novas necessida<strong>de</strong>s, acontecess<strong>em</strong> no âmbito social (BIASOLI-ALVES,<br />

2000).<br />

20

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!