14.04.2013 Views

A visão de relacionamentos afetivos e conjugalidade em

A visão de relacionamentos afetivos e conjugalidade em

A visão de relacionamentos afetivos e conjugalidade em

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

comportamento sexual, as mulheres hoje estão buscando, cada vez mais,<br />

compreen<strong>de</strong>r suas necessida<strong>de</strong>s sexuais, e, com isso, aumentar suas<br />

possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> escolha. Isso gerou uma imensa mudança no que diz<br />

respeito ao casamento, porque as mulheres não permanec<strong>em</strong> mais casadas se<br />

o casamento estiver insatisfatório, como ocorria outrora. Contudo, <strong>em</strong> geral, a<br />

separação envolve não só objetos e proprieda<strong>de</strong>s, mas também filhos,<br />

sentimentos e l<strong>em</strong>branças. Assim, mesmo que não chegue aos tribunais, a<br />

situação é geralmente vivida como <strong>de</strong>strutiva, ao menos no primeiro momento.<br />

A mulher <strong>de</strong>scasada passa por um conjunto <strong>de</strong> experiências muitas vezes<br />

amargas, inclusive no que diz respeito à sua auto-imag<strong>em</strong>, até porque, para um<br />

gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> homens, elas são vistas como “<strong>de</strong>sfrutáveis”, abertas a<br />

possíveis ligações “s<strong>em</strong> compromisso”, entre outras coisas.<br />

Cabe acrescentar aqui, no entanto, que, quando a manutenção do casamento<br />

e da família passa a <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r muito mais da satisfação <strong>em</strong>ocional do que <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>terminantes econômicos, da sujeição individual ou da imposição moral, sua<br />

estabilida<strong>de</strong> também se torna mais frágil. Mas parece que os homens<br />

permanec<strong>em</strong> ainda com a antiga <strong>visão</strong> da mulher, <strong>em</strong> que esperam que ela<br />

seja, sobretudo, uma mãe e esposa s<strong>em</strong>pre <strong>de</strong>votada aos cuidados da casa e<br />

dos filhos. Essa resistência dos homens a aceitar as novas solicitações das<br />

mulheres ten<strong>de</strong> a levar a uma situação <strong>de</strong> conflito <strong>de</strong>ntro do lar e, muitas<br />

vezes, até mesmo, ao rompimento da relação <strong>de</strong> casamento. Todos estes<br />

fatores, assim, parec<strong>em</strong> ter contribuído para aumentar a taxa <strong>de</strong> divórcio,<br />

fazendo com que ele se tornasse cada vez mais aceito socialmente, até que,<br />

<strong>em</strong> 1977, foi sancionada a lei do Divórcio, o que permitiu <strong>de</strong> fato a dissolução<br />

dos casamentos e proporcionou uma permissão legal a um futuro recasamento.<br />

Hill (2007) assinala que, nos anos <strong>de</strong> 1970, alcançou-se um marco histórico<br />

<strong>em</strong> termos <strong>de</strong> aumento das taxas <strong>de</strong> divórcio. Os matrimônios tradicionais, que<br />

se baseavam <strong>em</strong> princípios religiosos, no patriarcalismo, no valor econômico,<br />

na <strong>de</strong>pendência e na procriação, hoje se transformaram <strong>em</strong> matrimônios<br />

baseados no amor, na escolha – ou livre arbítrio –, no companheirismo, na<br />

auto-realização e na igualda<strong>de</strong>. Gid<strong>de</strong>ns (2003) aponta que, na socieda<strong>de</strong><br />

cont<strong>em</strong>porânea, <strong>em</strong> que há a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> separação e divórcio, as<br />

36

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!