A visão de relacionamentos afetivos e conjugalidade em
A visão de relacionamentos afetivos e conjugalidade em
A visão de relacionamentos afetivos e conjugalidade em
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
apontado como o principal responsável pela diferença sexual entre hom<strong>em</strong> e<br />
mulher. A partir <strong>de</strong> então, passou-se a acreditar que as diferenças <strong>de</strong> sexo<br />
são, principalmente, culturais e não biológicas e, assim, elas passaram a ser<br />
<strong>de</strong>nominadas, por muitos pesquisadores, diferenças <strong>de</strong> gênero, opondo-se o<br />
sexo – biológico – ao gênero – cultural. Como afirma Rocha-Coutinho (1994),<br />
34<br />
Os atributos a essa diferenciação não são resultado <strong>de</strong><br />
forças naturais, mas, antes, são parte <strong>de</strong> um complexo<br />
<strong>de</strong> fenômeno culturais e historicamente <strong>de</strong>terminados<br />
(p.16).<br />
Na década <strong>de</strong> 1960, o casamento começou a per<strong>de</strong>r seu significado tradicional.<br />
Devido, <strong>em</strong> gran<strong>de</strong> parte, à luta pela <strong>em</strong>ancipação f<strong>em</strong>inina, iniciada com os<br />
Movimentos F<strong>em</strong>inistas eclodidos na Europa e nos Estados Unidos na época, a<br />
mulher começou a sair <strong>de</strong> uma vida <strong>em</strong>inent<strong>em</strong>ente privada, doméstica, para<br />
conquistar espaços na vida pública. Ao sair da esfera privada da família e<br />
ingressar na esfera pública – através da escolarização crescente, do trabalho,<br />
ou da militância política, como foi o caso, por ex<strong>em</strong>plo, daquelas que se<br />
engajaram nos movimentos estudantis no Brasil –, abriram-se novas<br />
possibilida<strong>de</strong>s para a mulher superar não só a alienação própria da socieda<strong>de</strong><br />
capitalista, como também a que lhe é imposta pela tradicional e histórica<br />
condição f<strong>em</strong>inina (FARIA, 1997).<br />
O ano <strong>de</strong> 1968, segundo Vaitsman (1994), constitui um marco não apenas <strong>em</strong><br />
Paris, Berkeley ou Praga, mas também <strong>em</strong> várias cida<strong>de</strong>s brasileiras.<br />
Diferent<strong>em</strong>ente do que ocorria nos países da Europa Oci<strong>de</strong>ntal e nos EUA,<br />
on<strong>de</strong> já se <strong>de</strong>safiava as concepções totalizantes, no Brasil, a participação<br />
política dos jovens nesta época assumiu um caráter ainda fundamentalmente<br />
mo<strong>de</strong>rno, no sentido <strong>de</strong> que sua ação, dirigida contra a ditadura militar,<br />
passava necessariamente pelo projeto <strong>de</strong> uma transformação revolucionária<br />
total da socieda<strong>de</strong>, priorizando a luta pela liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong>mocrática contra as<br />
discriminações e a favor dos direitos da mulher trabalhadora e por creches para<br />
que a mulher pu<strong>de</strong>sse trabalhar fora <strong>de</strong> casa, enfatizando-se a necessida<strong>de</strong> do<br />
aumento da participação política das mulheres.