14.04.2013 Views

A visão de relacionamentos afetivos e conjugalidade em

A visão de relacionamentos afetivos e conjugalidade em

A visão de relacionamentos afetivos e conjugalidade em

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

plano jurídico, mas no cotidiano afastamento das coisas que não “compet<strong>em</strong>”<br />

ao hom<strong>em</strong>: o cuidado físico dos objetos, da comida e das crianças, ou certos<br />

rituais como as refeições, a limpeza, o suprimento do lar.<br />

O casamento na época se restringia apenas àqueles mais abonados. O afeto,<br />

durante este período, ficava <strong>de</strong> lado, pois o casamento na família patriarcal<br />

ocorria por conveniência, isto é, por razões <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m política e econômica,<br />

como a <strong>de</strong> assegurar e aumentar o patrimônio da família, e havia punições<br />

para os casamentos entre pessoas <strong>de</strong> classes sociais ou grupos étnicos<br />

distintos. Ainda hoje, po<strong>de</strong>mos observar uma preocupação das famílias nobres<br />

<strong>em</strong> conservar seus patrimônios e po<strong>de</strong>r, o que acaba por, muitas vezes,<br />

sufocar ou substituir as relações <strong>de</strong> afeto (BARROS, 1999).<br />

Sobre o casamento, nesta época, Beltrão (1970) afirma que:<br />

24<br />

Na família patriarcal, o matrimônio era regulado pelos<br />

pais, com ênfase sobre a prudência, sobre o status<br />

econômico e social, sobre a adaptação do genro ou da<br />

nora ao grupo familiar (p.40).<br />

O hom<strong>em</strong>, senhor da terra, dominava tudo, e sua autorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> marido e pai<br />

permaneceu intocável durante todo o Brasil colônia. Já as mulheres eram<br />

mantidas <strong>em</strong> casa gerando filhos, comandando com pulso firme e, por vezes,<br />

maltratando os escravos domésticos. A casa era dirigida por estas mulheres<br />

que, apesar do confinamento no lar, exerceram seu mando, controlando<br />

maridos e filhos com suas armas, as armas f<strong>em</strong>ininas, que foram <strong>de</strong>scritas por<br />

Rocha-Coutinho (1994) como “a fraqueza, quase s<strong>em</strong>pre aparente, a doçura, a<br />

indulgência e a abnegação” (p.74).<br />

Freyre (1977) aponta que, mesmo baseado <strong>em</strong> uma economia patriarcal, o<br />

período colonial não <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ter traços matriarcais:

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!