14.04.2013 Views

A visão de relacionamentos afetivos e conjugalidade em

A visão de relacionamentos afetivos e conjugalidade em

A visão de relacionamentos afetivos e conjugalidade em

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

para novos tipos <strong>de</strong> família, caracterizadas pela heterogeneida<strong>de</strong>, flexibilida<strong>de</strong><br />

e instabilida<strong>de</strong>. Contudo, a família mo<strong>de</strong>rna, marcada pela dicotomia <strong>de</strong> papéis<br />

não <strong>de</strong>sapareceu, n<strong>em</strong> tampouco foi substituída por um novo tipo <strong>de</strong> família<br />

que possa ser <strong>de</strong>nominada pós-mo<strong>de</strong>rna. Segundo Vaitsman (1994), o que<br />

caracteriza a situação pós-mo<strong>de</strong>rna que estamos vivendo agora é justamente a<br />

inexistência <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo dominante, mas, antes, a coexistência <strong>de</strong> uma<br />

pluralida<strong>de</strong> <strong>de</strong> configurações familiares.<br />

O Brasil, país escravocrata até quase a última década do século XIX, sofreu<br />

várias influências <strong>de</strong> fora, principalmente da Europa. Contudo, po<strong>de</strong>-se dizer<br />

que, ainda hoje, uma das i<strong>de</strong>ologias que maior impacto teve na cultura<br />

brasileira foi aquela <strong>de</strong>senvolvida pela família patriarcal. N<strong>em</strong> mesmo o<br />

individualismo, que <strong>de</strong>slocou o foco da família para o indivíduo e que irrompeu<br />

<strong>de</strong> forma radical das revoluções liberais ocorridas na passag<strong>em</strong> da Ida<strong>de</strong><br />

Mo<strong>de</strong>rna para a Cont<strong>em</strong>porânea, logrou suplantar, segundo alguns estudiosos<br />

brasileiros, a i<strong>de</strong>ologia da família patriarcal no Brasil (BARROS, 1999). Como<br />

afirma Biasoli-Alves (2000), não houve apenas rupturas com relação aos<br />

antigos padrões estabelecidos durante o período patriarcal, mas, ao contrário,<br />

muitas continuida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser consi<strong>de</strong>radas ainda hoje. Em suas palavras,<br />

“práticas e atitu<strong>de</strong>s parec<strong>em</strong> assumir apenas e tão somente outra roupag<strong>em</strong>,<br />

mostrando, numa análise mais aprofundada, que a maneira <strong>de</strong> pensar certas<br />

questões ainda se encontra presa aos padrões <strong>de</strong> outras épocas” (BIASOLI-<br />

ALVES, 2000, p. 233). A autora refere-se aqui, mais especificamente, à<br />

chamada família patriarcal, que foi dominante no Brasil colônia e tinha como<br />

base uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> familiar senhorial, parental, patrimonial, que estava muito<br />

próxima, segundo Barros (1999), da tradicional família Romana, como ver<strong>em</strong>os<br />

a seguir, ao fazermos um breve histórico da evolução do casamento e da<br />

família no Brasil.<br />

22

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!