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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE ...

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formados e os revolucionários”, que buscavam a liberdade artística e o despren­<br />

dimento do passado, poetas de fato em sintonia com as grandes revoluções artís­<br />

ticas européias. A essa tendência da nova poesia latino­americana, Martínez<br />

chama de “ultra­modernismo”, ou simplesmente “ultra”. Aqui se situam o peruano<br />

César Vallejo, inventor de palavras e usuário da escrita automática, e novamente,<br />

Jorge Luis Borges.<br />

Os “ultramodernos” tinham como base os seguintes parâmetros: a dedica­<br />

ção à metáfora, sobretudo as mais chocantes e desconcertantes, de preferência<br />

relacionadas a outras áreas ou mesmo à inovação tecnológica, a criação de neo­<br />

logismos e porque não de línguas totalmente novas (tome­se o exemplo do artista<br />

plástico argentino Xul Solar), a eliminação de inutilidades verborrágicas, formas<br />

poéticas estritas, rimas e, principalmente, a abolição de sentimentalismos e “a­<br />

dorno excessivos”, o que é uma clara afirmação de uma “ruptura da tradição”, en­<br />

trando diretamente em choque com o movimento de Ruben Darío. Esses jovens<br />

poetas, dedicados a publicar nas revistas Proa, Prisma e Martín Fierro, para citar<br />

as mais importantes, também se tornou conhecida posteriormente com a alcunha<br />

de “geração heróica”, como aponta Borges em um artigo de 1937, publicado hoje<br />

no volume Textos cativos. “A nova geração, ou heróica, como também é chama­<br />

da, cumpriu plenamente seu intento: arrasou a Bastilha dos preconceitos literá­<br />

rios, impondo novas idéias estéticas à consideração de achacosos simbolistas...”<br />

(BORGES, 1999, p. 300). Esse trecho, escrito por um jovem de nome Cambours<br />

Ocampo e citado no referido artigo, é uma mostra do impacto causado pelos ul­<br />

tras na literatura argentina.<br />

A vinda do ultraísmo para a América pelas mãos do escritor argentino Jor­<br />

ge Luis Borges é, de uma certa maneira, um retorno desse para a pátria de seus<br />

pais; afinal, o ultraísmo espanhol tem uma grande dívida para com o “creacionis­<br />

mo”, oriundo do Chile e que influenciara fortemente as vanguardas da metrópole<br />

hispânica, criação do poeta Vicente Huidobro.<br />

Huidobro fora, à sua época, o mais genial e inventivo poeta da América La­<br />

tina, desenhando para si próprio um futuro grandioso de revolucionário das letras<br />

e evoluindo teorias poéticas vigorosas desde seus primeiros livros. Ainda no Peru,<br />

quando escreve o livro El espejo de agua, lança as bases do creacionismo, que<br />

levaria para Paris e Madri, onde tivera uma recepção acolhedora, quer por admi­<br />

radores, quer por polemistas.<br />

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