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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE ...

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Vanguardas e “ismos” dos mais variados tipos pulularam na América Lati­<br />

na, com sucesso bastante diverso entre si, mas independente de qualquer coisa,<br />

prepararam confortavelmente o território para o desembarque do surrealismo eu­<br />

ropeu ao tempo da guerra. Sua assimilação também passou por polêmicas, como<br />

o posicionamento assumido por Octavio Paz, que dedicou um texto contundente e<br />

importante acerca da publicação da Antologia da poesia surrealista latino­<br />

americana organizada por Stefan Baciu, com o delicado título “Sobre o surrealis­<br />

mo hispano­americano e o fim do papo­furado”, no qual faz uma crítica ferrenha à<br />

dedicação confusa da academia acerca do tema, além de omissões imperdoáveis<br />

no corpo da antologia, dando a entender que pouco, ou quase nada, se sabe aqui<br />

sobre o surrealismo, emulado por uma “contínua osmose”. Diz Paz, afinal:<br />

O surrealismo não foi nem uma estética, nem uma escola, nem<br />

uma maneira: foi uma atitude vital, total – ética e estética –, que<br />

se expre sou na ação e na participação. Daí que, com maior<br />

sensatez que seus críticos, a maioria destes poetas tenha escla­<br />

recido que suas afinidades momentâneas com a linguagem, as<br />

idéias e ainda os tiques da poesia surrealista não podem confun­<br />

dir­se com uma atitude realmente surrealista. (PAZ, 1999, 164)<br />

De uma forma ou de outra, apesar dos “achismos” de uma parcela da co­<br />

munidade acadêmica hispano­americana denunciada por Paz, ou por outro lado,<br />

o conservadorismo das instituições contra as quais o surrealismo pregava a mor­<br />

te, muitos grupos coesos se formaram em todo o continente, especialmente no<br />

México e na Argentina. Explicitar todas as ocorrências surrealistas na América<br />

Latina seria um esforço extenso demais para o espaço aqui presente: então limi­<br />

tar­se­á a atenção para a experiência surrealista no Chile, que se mostra um mi­<br />

crocosmo competente dessa presença no continente americano, do início ao fim<br />

do século, começando com o já mencionado Vicente Huidobro e seguindo em<br />

frente com o grupo Mandrágora, liderado por Braulio Arenas, Enrique Gómez­<br />

Correa, Teófilo Cid e Jorge Cáceres, e continuado pelo internacional Movimento<br />

Pânico, encabeçado pelo multi­artista Alejandro Jodorowsky.<br />

Formado em 1938, formalmente com a leitura de poemas no auditório da<br />

Universidade do Chile no dia 12 de julho realizada por Bráulio Arenas, Teófilo Cid<br />

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