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A Semiótica do Regional no Pensamento Geoestratégico Brasileiro

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padrões de interação. O primeiro esforço de conceber uma teoria de estruturalismo semiótico 10<br />

partiu <strong>do</strong> próprio Saussure (Opt.cit), com sua concepção de sistema semiológico. No caso <strong>do</strong><br />

pensamento de Saussure, o termo estruturalismo reflete opção pela investigação da estrutura<br />

linguística, que é, em regra, um sistema convencional com certa independência face à ação isolada<br />

<strong>do</strong>s usuários. A estrutura linguística, concebida como regras e efeitos de disposição de unidades<br />

simbólicas, limitaria as opções (de construção de significa<strong>do</strong>s) por parte de seus usuários.<br />

Haveria, dessa feita, <strong>do</strong>is tempos (ou processos) de interação entre estrutura e discurso: o tempo<br />

<strong>do</strong> uso, em que a estrutura tem maior capacidade de moldar o discurso; e o tempo histórico, em<br />

que a estrutura seria produto maleável às transformações impostas por coletividades.<br />

Como Saussure era linguista, sua teoria estruturalista de produção de senti<strong>do</strong> esteve<br />

associada a objetivos de comunicação. Todavia, as ideias de Saussure estão na origem <strong>no</strong> méto<strong>do</strong><br />

de análise de discurso em Ciências Sociais. Sistemas de significa<strong>do</strong>s – como ideias, ideologias,<br />

afinidades – podem estar estrutura<strong>do</strong>s em instrumentos de comunicação – como textos e<br />

discursos –, que, por sua vez, interagem com convenções linguísticas. Destarte, por meio da<br />

disposição de símbolos em sistemas, seria possível alterar a relação entre ideias e <strong>no</strong>ções<br />

intersubjetivas. Ao criar oposições binárias entre sig<strong>no</strong>s de da<strong>do</strong> discurso, pode-se, por exemplo,<br />

construir <strong>no</strong>ção de oposição entre ideias, mitos e <strong>no</strong>ções intersubjetivas, o que é a base da<br />

antropologia de Claude Leví-Strauss (1958)<br />

Estruturalismo Construtivista:<br />

A partir das possibilidades da estrutura semiótica, autores das Ciências Sociais fundaram a<br />

perspectiva teórica Construtivista, segun<strong>do</strong> a qual a sociedade, por meio de rede de interação<br />

comunicativa, constrói sua própria realidade. Marco <strong>do</strong> construtivismo em Ciências Sociais, a<br />

teoria de Jürgen Habermas (1974) mostra como sistemas de ideias – crenças, ritos, identidades –,<br />

transmiti<strong>do</strong>s socialmente pelo mecanismo da educação, têm efeitos constitutivos sobre a<br />

identidade-eu e a identidade-nós de indivíduos. A principal contribuição <strong>do</strong> autor para o estu<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> substrato intersubjetivo deve-se ao lançamento <strong>do</strong> conceito de sistema interpretativo de<br />

consolidação identitária, que dispõe acerca de estrutura de identidades socialmente compartilhadas,<br />

mas individualmente incorporadas. Assim, identificar os padrões de interação entre elementos<br />

10 Os termos semiótica e semiologia são, por vezes, considera<strong>do</strong>s sinônimos. Saussure falava em semiologia,<br />

aplican<strong>do</strong> o conceito de estruturalismo semiológico às estruturas linguísticas. Assim, há quem considere que a<br />

semiologia é subcampo da semiótica destina<strong>do</strong> ao estu<strong>do</strong> específico de sig<strong>no</strong>s da linguagem.<br />

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