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A Semiótica do Regional no Pensamento Geoestratégico Brasileiro

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Southeast Asia precisely the esphere of influence we demand for ourselves in the Caribbean,<br />

Latin America, and Western Europe – and which we grant to the Soviet Union in Eastern<br />

Europe”. (STEEL, Opt.cit., p.111)<br />

O formato da interação entre EUA e Japão fornece uso ilustrativo <strong>do</strong> conceito de Esta<strong>do</strong><br />

pivotal, usa<strong>do</strong> pela política externa estadunidense para obter influência em áreas fora <strong>do</strong> alcance<br />

tradicional de seu poder. Trata-se da aplicação da estratégia das “proxy wars” para o nível<br />

regional, dan<strong>do</strong> apoio a gover<strong>no</strong>s focais e a grupos <strong>do</strong>mésticos. Similarmente ao que haviam feito<br />

com o Brasil <strong>no</strong> início <strong>do</strong> século XX, os EUA passam a eleger pilares regionais na estratégia de<br />

contenção soviética. Além disso, o país passava a apoiar e, por vezes, financiar o estabelecimento<br />

de ordens políticas regionais.<br />

De acor<strong>do</strong> com uma visão geopolítica <strong>do</strong> espaço mundial, os EUA buscaram estabelecer<br />

parcerias com Esta<strong>do</strong>s de significativa capacidade relativa regional. No Grande Oriente Médio,<br />

selecionaram Arábia Saudita, Irã, Iraque, Turquia e o Egito de Sadat, além de Israel. Foi nesse<br />

contexto que Irã teve “carta branca” para a compra de diversos armamentos <strong>no</strong>rte-america<strong>no</strong>s.<br />

Na injunção entre Ásia Central e Sul da Ásia, buscaram consolidar o apoio <strong>do</strong> Paquistão, uma vez<br />

que China, Índia e Afeganistão sofriam alguma influência da URSS ou de ideais comunistas.<br />

Essa estratégia resultou em uma forte promoção <strong>do</strong> regionalismo político e de segurança.<br />

Além <strong>do</strong> TIAR/OEA, de 1947-8, e da OTAN, de 1949, cria<strong>do</strong>s por ingerência direta <strong>do</strong>s EUA<br />

na década de 1940, surgiram também a SEATO (Southeast Asia Treaty Organization), em 1954, e a<br />

CENTO (Central Treaty Organization), em 1955. Essas organizações consistiam em mecanismos de<br />

coordenação em questões de segurança e defesa, mas não teriam a consistência necessária para<br />

perpetuar-se temporalmente, vez que respondiam a desígnios estratégicos vin<strong>do</strong>s de fora. Se, para<br />

os EUA, o conceito de esferas de influência envolvia a institucionalização de regimes regionais de<br />

segurança coletiva; para a URSS, diferentemente, tratava-se de firmar acor<strong>do</strong>s bilaterais de<br />

assistência e alianças defensivas, visan<strong>do</strong> a instituir relação de vassalagem com autoridades<br />

nacionais na Europa Oriental e na Ásia Continental (KULSKI, 1950). Quan<strong>do</strong>, sob liderança de<br />

Nikita Kruschev, a URSS firma o Pacto de Varsóvia, em 1955, percebe-se que a mudança de<br />

estratégia tem alcance limita<strong>do</strong>, prezan<strong>do</strong> por instituir uma zona de defesa delimitada pela<br />

ideologia de regime, mas que não logrou envolver a China.<br />

Apesar de sua influência informal sobre a ação <strong>do</strong>s EUA durante a Guerra Fria, o<br />

conceito de Esta<strong>do</strong>s pivotais somente ganhou corpo sob influência da <strong>do</strong>utrina da<br />

responsabilidade compartilhada de Henry Kissinger, durante o gover<strong>no</strong> Nixon (1969-74). Em sua<br />

<strong>no</strong>va roupagem, o Esta<strong>do</strong> pivotal ganhava mais auto<strong>no</strong>mia para conter focos de instabilidade em<br />

sua região de influência. Ao final da década de 1990, quan<strong>do</strong> os EUA buscavam <strong>no</strong>vo<br />

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