A Semiótica do Regional no Pensamento Geoestratégico Brasileiro
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Políticas de segurança nacional consistem em processos de priorização de ameaças à<br />
coletividade nacional, bem como <strong>do</strong>s meios necessários para sua defesa. Esse espírito deu ensejo,<br />
por exemplo, à Estratégia Nacional de Defesa (BRASIL, 2008), embora se tenha evita<strong>do</strong> a<br />
definição de ameaças nesse <strong>do</strong>cumento, para priorizar a aquisição de capacidades estratégicas.<br />
Políticas regionalistas consistem na enunciação, por parte <strong>do</strong> ator estatal, de conformação de<br />
limites geográficos para um espaço que se espera ser regi<strong>do</strong> por dinâmicas e ordenamento<br />
específicos. É este o teor da II Política de Defesa Nacional (BRASIL, 2005), que define o entor<strong>no</strong><br />
estratégico <strong>do</strong> Brasil partin<strong>do</strong> <strong>do</strong> subcontinente sul-america<strong>no</strong> e alargan<strong>do</strong>-se pelo Atlântico Sul até<br />
a costa ocidental <strong>do</strong> continente africa<strong>no</strong>. É exercício importante contrastar políticas regionalistas<br />
de diferentes atores regionais, vez que o espaço de uma região não é defini<strong>do</strong> unilateralmente,<br />
mas pelo jogo político na interação <strong>do</strong>s atores. Nesse senti<strong>do</strong>, o conjunto de regionalismos<br />
america<strong>no</strong>s abarca conceitos-projetos contrastantes. Opon<strong>do</strong>-se à ideia brasileira de América <strong>do</strong><br />
Sul – fechada geograficamente –, surgem as propostas da Venezuela – espaço regional aberto,<br />
com caracterização ideológica – e <strong>do</strong>s EUA – compon<strong>do</strong> matizes <strong>do</strong> conceito de região-<br />
hemisfério.<br />
As políticas de segurança regional, distintas das duas predecessoras, decorrem de<br />
processos trifásicos cujos componentes são: caracterização de espaço regional; associação desse<br />
espaço a questões de segurança nacional e/ou regional; e definição de estratégia de atuação, por<br />
parte <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, <strong>no</strong> combate a tais ameaças.<br />
Raramente há <strong>do</strong>cumentos específicos para cada um <strong>do</strong>s tipos de políticas elenca<strong>do</strong>s. A<br />
tipologia sugerida é uma esquematização analítica de proposições e enunciações que geralmente<br />
se encontram dispostas em <strong>do</strong>cumentos extensos e abarcativos, que resumem grandes linhas de<br />
pensamento estratégico. É por esse motivo que se torna fácil identificar nexos cognitivos entre<br />
esses tipos de política.<br />
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