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capas biologia celular e molecular - FTC EAD - FACULDADE

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Biologia<br />

Celular e<br />

Molecular<br />

58<br />

Células-tronco embrionárias<br />

Em 1998 a equipe do biólogo James Thomson, na Universidade de<br />

Wisconsin (instituição que detém a maioria das patentes sobre linhagens de<br />

células-tronco humanas nos Estados Unidos) tornou o sonho biotecnológico<br />

um pouco mais real, quando conseguiu isolar as primeiras células-tronco de<br />

embriões humanos. No mesmo ano, também foram isoladas células<br />

embrionárias germinativas humanas, derivadas das células reprodutivas<br />

primordiais de fetos, pelo embriologista John Geahart, da Universidade Johns Hopkins<br />

(EUA). Como as ES, as EG também são pluripotentes, ou seja, podem gerar qualquer célula<br />

do organismo adulto. A disponibilidade de células ES e EG humanas abriram horizontes<br />

impensáveis para a medicina, mas também trouxe complexos problemas ético-religiosos.<br />

As células-tronco embrionárias têm a capacidade de se transformar em praticamente<br />

qualquer célula do corpo, com exceção da placenta, e são encontradas somente nos<br />

embriões. É essa capacidade que permite que um embrião se transforme em um organismo<br />

pluri<strong>celular</strong> formado. Cerca de cinco dias após a fertilização, o embrião humano se torna<br />

um blastócito - uma esfera com aproximadamente 100 células. As encontradas em sua<br />

camada externa vão formar a placenta e outros órgãos necessários ao desenvolvimento<br />

fetal do útero. Já as existentes em seu interior, células-tronco embrionárias, formam quase<br />

todos os tecidos do corpo. Apesar de estudadas desde o século 19, há apenas 20 anos<br />

pesquisadores conseguiram cultivar em laboratório células retiradas da massa <strong>celular</strong> interna<br />

de blastócitos de camundongos. Essas células conhecidas como ES podem se proliferar<br />

indefinidamente in vitro sem se diferenciar, mas também podem se diferenciar se forem<br />

modificadas as condições de cultivo. A grande conquista dos cientistas foi encontrar as<br />

condições adequadas para que as células ES proliferem e continuem indiferenciadas.<br />

Outra característica especial dessas células é que, quando reintroduzidas em<br />

embriões de camundongo, dão origem a células de todos os tecidos de um animal adulto,<br />

mesmo as germinativas (óvulos e espermatozóides). Apenas uma célula ES, no entanto,<br />

não é capaz de gerar um embrião. Isso significa que tais células não são totipotentes, como<br />

o óvulo fertilizado. O fato de as células ES reintroduzidas em embriões de camundongo<br />

gerarem tipos <strong>celular</strong>es integrantes de todos os tecidos do animal adulto revela que elas<br />

têm potencial para se diferenciar também in vitro em qualquer desses tipos, de uma célula<br />

da pele a um neurônio. Vários laboratórios já conseguiram a diferenciação de células ES<br />

de camundongos, em cultura, em tipos tão distintos quanto as células hematopoiéticas<br />

(precursoras das células sangüíneas) e as do sistema nervoso (neurônios, por exemplo),<br />

entre outras. A capacidade de direcionar esse processo de diferenciação permitiria que, a<br />

partir de células-tronco embrionárias, fossem cultivados controladamente os mais diferentes<br />

tipos <strong>celular</strong>es, abrindo a possibilidade de construir tecidos e órgãos in vitro, na placa de<br />

cultura, tornando viável a chamada bioengenharia.<br />

O potencial terapêutico das células-tronco não pode e nem deve ser desprezado. O<br />

não benefício da utilização das células-tronco sempre existe, mas é preciso distingui-lo do<br />

malefício. Este, sim, seria um problema. Os testes clínicos realizados no mundo até o momento<br />

tiveram como objetivo principal afastar a possibilidade de malefícios. Até por este motivo<br />

não se realizaram ainda testes clínicos com as células-tronco embrionárias, pois ainda não<br />

há segurança de que se injetadas em pacientes no seu estado indiferenciado elas não<br />

possam levar ao surgimento de tumores.<br />

Células-tronco adultas<br />

Em 1998, a equipe italiana liderada pela bióloga Giuliana Ferrari, do Instituto San<br />

Rafaelle-Tellethon, apresentou o primeiro relatório sobre as propriedades das células-tronco<br />

adultas. Os pesquisadores estabeleceram que células-tronco de medula óssea podem dar

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