capas biologia celular e molecular - FTC EAD - FACULDADE
capas biologia celular e molecular - FTC EAD - FACULDADE
capas biologia celular e molecular - FTC EAD - FACULDADE
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Biologia<br />
Celular e<br />
Molecular<br />
64<br />
Bioética<br />
Bioética?<br />
William Saad Hossne*<br />
Dos neologismos nascidos nas últimas 3 décadas, dois deles, em<br />
particular, vêm se tornando lugar comum: Globalização e Bioética. Ambos<br />
conquistaram os meios de comunicação, os ambientes acadêmicos, políticos e sociais.<br />
Recentemente, com a perspicácia própria de escritor, Ubaldo Ribeiro, quando<br />
perguntado por jornalista, disse não saber definir o que é globalização e achava que ninguém,<br />
honestamente, sabia.<br />
Com a palavra Bioética, algo semelhante, mas ao mesmo tempo diferente, vem<br />
ocorrendo.<br />
Sabemos como nasceu e conhecemos seu significado, no momento do parto.<br />
No início da década de 70, o oncologista Potter juntou Bio (vida) com Ética, para<br />
alertar os pesquisadores, em particular, os da área biomédica, quanto ao eventual uso<br />
eticamente inadequado dos avanços da <strong>biologia</strong> <strong>molecular</strong> e, em conseqüência, da<br />
biotecnologia (outro neologismo).<br />
Essa é a certidão de nascimento e o significado inicial da Bioética.<br />
À época, isso fazia sentido. Receava-se (como aliás se receia, com razão) o<br />
aparecimento e ou desenvolvimento de uma “Bomba Molecular”.<br />
Pode, à primeira vista parecer<br />
estranho que fundador da Sociedade<br />
Brasileira de Bioética faça considerações<br />
aparentemente descabidas sobre Bioética.<br />
É exatamente o contrário - é para<br />
defender e assegurar o devido lugar de<br />
destaque a Bioética. Ela é tão importante que<br />
não se pode correr o risco de torná-la apenas<br />
um “rótulo”, nem modernismo ou melhor um<br />
“vedetismo” inconseqüente.<br />
Por essa razão, rogo ao prezado leitor,<br />
que se este artigo merecer qualquer<br />
referência, não a faça fragmentariamente.<br />
Mas, afinal, o que é Bioética? Como<br />
se pode defini-la?<br />
Não importa definir. Aliás, a<br />
Enciclopédia de Bioética (Reich) com 2000<br />
páginas dedica ao Verbete Bioética 13<br />
páginas para concluir, em suma, que não dá<br />
Desde então, tanto se tem falado<br />
em Bioética que se corre seriamente o risco<br />
de se estar falando de coisas semelhantes<br />
(ou até mesmo diferentes) mas não<br />
necessariamente iguais. “Bioeticistas”,<br />
autoproclamados como tal, apresentam a<br />
Bioética como se nunca tivesse existido a<br />
palavra (e o conceito) ética. Parece que a<br />
ética nasceu há 30 anos, com a palavra<br />
Bioética; nova panacéia, novo “rótulo<br />
moderno” que serve para reivindicar o que<br />
quer que seja, para instrumentalizar<br />
ideologias dos mais variados naipes, para<br />
“tudo explicar” e tudo justificar ou impedir;<br />
um neologismo com sabor de grande<br />
descoberta conceitual? Enfim, um<br />
significado que confere sabedoria e<br />
seriedade a quem o emprega?<br />
para definir Bioética. O nosso Aurélio registra o verbete em sua última edição (1999): “estudo<br />
dos problemas éticos suscitados pelas pesquisas biológicas e pelas suas aplicações por<br />
pesquisadores, médicos, etc”.<br />
O que importa, isso sim, é caracterizar e salientar algumas das conseqüências trazidas<br />
pela Bioética e a ela inerentes, e o seu profundo significado.<br />
A Bioética é, na essência e no fundo, a ética nas (e das)<br />
ciências da vida, da saúde e do meio ambiente.