capas biologia celular e molecular - FTC EAD - FACULDADE
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Biologia<br />
Celular e<br />
Molecular<br />
68<br />
No Brasil, o Senado aprovou em outubro passado o projeto de Lei de<br />
Biossegurança. O novo texto substituirá uma lei de 1995 e mantém a<br />
possibilidade do plantio de transgênicos no país e de pesquisas com células<br />
embrionárias de seres humanos. O projeto exige, entretanto, que os embriões<br />
tenham, no mínimo, três anos de estocagem, descarta sua produção para a<br />
retirada de células-tronco com objetivo terapêutico e proíbe a clonagem<br />
humana.<br />
Segundo o coordenador do curso de Biomedicina da Universidade Metodista de<br />
São Paulo, Rogério Gentil Bellot, a legislação brasileira ainda burocratiza e encarece as<br />
novas técnicas de reprodução, como a assistida, por exemplo, quando os casais são<br />
inférteis.<br />
“Tiram-se oito óvulos da mãe e os fecundam com o esperma do pai. Metade é<br />
implantada na mãe e metade fica congelada a -200ºC em nitrogênio líquido. Eles ficam<br />
guardados porque a legislação os considera vivos e não permite descarte. Se são vidas ou<br />
não, é uma discussão muito ampla, mas isso gera um custo enorme de manutenção desses<br />
zigotos, que talvez pudessem ser utilizados para pesquisa, porque eles são formados<br />
praticamente por células-tronco”, explicou Bellot.<br />
Em outros países, as posições em relação a esses temas também variam quanto às<br />
crenças locais. Nos Estados Unidos, por exemplo, o plantio de alimentos transgênicos é<br />
liberado desde 1993. Lá, o agricultor que cultiva essas sementes recebe incentivo e até<br />
subsídio do Governo. Quanto ao estudo com células-tronco, apenas recentemente o<br />
presidente George W. Bush liberou recursos para essas pesquisas. “França, Alemanha,<br />
Itália e outros países europeus avançam bem nesses estudos”, disse o coordenador. “Já os<br />
EUA são mais tradicionais”, afirmou Bellot ao se referir ao conservadorismo do Governo<br />
norte-americano.<br />
A controvérsia se resume basicamente entre o avanço científico e suas conseqüências<br />
na vida humana. Ao mesmo tempo em que busca a cura de doenças degenerativas e<br />
progressivas, a evolução científica também pode agredir o meio ambiente e destruir a<br />
camada de ozônio com a emissão de poluentes biológicos. “O que tem de ser colocado na<br />
balança, assim como acontece com o uso dos medicamentos, é [a relação] custo-benefício.<br />
Por um lado, podem-se aplicar as novas descobertas para a melhoria da qualidade de<br />
vida, mas, ao mesmo tempo, corremos o risco de alterar o ciclo natural das coisas”, salientou<br />
Bellot.<br />
Questões econômicas<br />
Alimentos geneticamente modificados em laboratórios com a utilização<br />
de genes de espécies diferentes de animais, vegetais ou micróbios, os<br />
transgênicos são bastante polêmicos porque envolvem questões econômicas,<br />
de saúde e aspectos ambientais. No Brasil, a soja, produto de maior exportação<br />
nacional (cerca de US$ 10 bilhões em 2004, segundo o Ministério da Agricultura),<br />
teve sua comercialização transgênica liberada até 31 de janeiro de 2006.<br />
De acordo com laboratórios e empresas internacionais, que detêm a<br />
patente de produtos transgênicos, os alimentos geneticamente modificados<br />
não apresentam riscos à saúde humana. Eles afirmam que a transgenia faz<br />
parte do cotidiano, já que há grãos alterados em laboratórios em produtos<br />
comercializados, como cereais e bolachas.<br />
Já o Greenpeace, uma das maiores entidades de proteção ao meio<br />
ambiente do mundo, é contra os alimentos transgênicos. A Organização<br />
desenvolve campanhas em diversos países contra o uso e comercialização de<br />
produtos geneticamente modificados.<br />
Fabio Leite