ELAINE CRISTINA MENDONÇA A DIVISÃO SEXUAL DO ...
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pois] nenhuma sociedade pode produzir continuamente, isto é<br />
reproduzir, sem reconverter, de maneira constante, parte de seus<br />
produtos em meios de produção ou elementos da produção nova. [...]”<br />
(MARX, 1987: 584).<br />
Ainda no que concerne ao trabalho, Marx (1998, p. 211)<br />
compreende que este tem uma “ação determinante sobre o sujeito<br />
humano”, pois ao atuar sobre a natureza e transformá-la, o homem<br />
também transforma a sua própria natureza e “desenvolve as<br />
potencialidades nela adormecidas [submetendo] ao seu domínio o jogo<br />
das forças naturais”.<br />
Por isto, este mesmo autor afirma que, o movimento de<br />
reprodução altera as condições objetivas de uma sociedade,<br />
“transformando aldeias em cidades; regiões selvagens em terras<br />
agrícolas, etc.”, bem como, paralelamente, modifica o próprio ser<br />
humano, uma vez que ao se transformar e se desenvolver na produção<br />
adquire “novas forças, novas concepções, novos modos de<br />
relacionamento mútuo, novas necessidades e novas maneiras de falar”<br />
(MARX, 1964, p. 88).<br />
Isto acontece porque, segundo Lukács (1981, p. 41), o processo<br />
de trabalho coloca ao sujeito que participa deste, exigências que são<br />
satisfeitas quando se reestrutura, ao mesmo tempo, “as faculdades e<br />
possibilidades psicofísicas” existentes até aquele momento. Deste modo,<br />
a sociabilidade, a primeira divisão do trabalho, a linguagem e o<br />
pensamento são condições que surgem “para as necessidades do<br />
trabalho”.<br />
Por isso, além do “elemento instintivo puramente biológico”,<br />
existe no homem o domínio da consciência. A consciência nasce da<br />
reprodução da própria existência e como instrumento imprescindível<br />
desta reprodução (LUKÁCS, 1981, p. 36).<br />
Lukács (1981, p. 43 e 83) afirma que a consciência do homem<br />
tem sua origem “no trabalho, para o trabalho e mediante o trabalho”. E,<br />
por isso, tem em si a “possibilidade da própria auto-reprodução”. A<br />
consciência, para este mesmo autor, "em sentido biológico [...] está<br />
indissociavelmente ligada ao processo de reprodução biológica do seu<br />
corpo”.<br />
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