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ELAINE CRISTINA MENDONÇA A DIVISÃO SEXUAL DO ...

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fato biológico”, estabelece “vínculos imediatos e diretos” com as<br />

atividades e “funções diretamente ligadas ao parto, aleitamento e<br />

primeiros cuidados com os nascidos” (BRUSCHINI, 1990, p. 50).<br />

Engels (1991), a partir de outros estudos, também faz<br />

afirmações que apontam para uma divisão sexual nas sociedades précapitalistas.<br />

Segundo este autor, nestas sociedades a mulher também<br />

permanecia a maior parte do tempo se dedicando às atividades<br />

relacionadas à reprodução. Nesse sentido, o autor afirma que a<br />

administração do lar era confiada às mulheres, e esta era “uma indústria<br />

socialmente tão necessária quanto a busca de víveres, de que ficavam<br />

encarregados os homens”. Neste momento da história, a sociedade era<br />

autogovernada e matriarcal; havia igualdade entre homens e mulheres,<br />

onde estas possuíam grande admiração (ENGELS, 1991, p. 80).<br />

No início da civilização, homens e mulheres eram livres e a<br />

mulher era muito estimada, pois era considerada como a grande força<br />

dentro e fora dos clãs (gens). Havia divisão sexual do trabalho, mas esta<br />

divisão não estava relacionada com a posição da mulher na sociedade<br />

(ENGELS, 1991).<br />

Bruschini (1990, p. 32) explica que nas sociedades précapitalistas,<br />

além de esta divisão sexual não estar relacionada com a<br />

posição da mulher na sociedade, a separação entre público e privado - a<br />

separação da “produção de bens materiais de um lado e reprodução dos<br />

seres humanos de outro” - não era uma separação tão radical quanto<br />

vemos nas sociedades capitalistas.<br />

Na continuidade, esta mesma autora explica que<br />

24<br />

Nas sociedades não-capitalistas o grupo<br />

doméstico é uma importante unidade de produção;<br />

há formas diversas de trabalhos coletivos, com a<br />

participação diferenciada de homens e mulheres.<br />

A complementariedade de papéis masculinos e<br />

femininos permeia tanto a vida pública quanto a<br />

privada. A divisão do trabalho gera alto grau de<br />

dependência entre as duas esferas e a separação<br />

das atividades entre os sexos cria áreas de<br />

autonomia e de independência: não há uma<br />

simples dicotomia dominação/submissão<br />

associada à divisão de papéis, mas sim uma

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