ELAINE CRISTINA MENDONÇA A DIVISÃO SEXUAL DO ...
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Com estas mudanças, a administração do lar perde seu caráter<br />
social, transformando-se em serviço privado. A valorização que a<br />
mulher possuía também começou a ser alterada, pois o homem passou a<br />
assumir a direção da casa e a mulher viu-se rebaixada, convertida<br />
meramente em instrumento de reprodução, não mais tomando parte da<br />
produção social (ENGELS, 1991).<br />
Além disto, foi a partir dessas mudanças que surgiu a família<br />
patriarcal, na qual a característica fundamental é a submissão de toda a<br />
família ao poder paterno, bem como, ocorreu “a passagem do<br />
matrimônio sindiásmico à monogamia” como forma de garantir “a<br />
fidelidade da mulher e, por conseguinte, a paternidade dos filhos”<br />
(ENGELS, 1991, p. 62).<br />
Por isso, é importante nos atentarmos ao fato de que a<br />
“monogamia não aparece na história [...] como uma reconciliação entre<br />
o homem e a mulher e, menos ainda, como a forma mais elevada de<br />
matrimônio. Pelo contrário, ela surge sob a forma de escravização de um<br />
sexo pelo outro” (ENGELS, 1991, p. 70).<br />
E, no que concerne ao patriarcado, também é preciso<br />
compreender que “o capitalismo não gera o patriarcado, mas o utiliza e<br />
reforça, fazendo-o parte de sua dinâmica”. (PENA, 1981 apud<br />
BRUSCHINI, 1990, p. 51). Isto significa, segundo Bruschini (1990, p.<br />
52) que “patriarcado e capitalismo atuam concomitantemente e de<br />
maneira imbricada, mas um não pode ser reduzido ao outro, sob pena de<br />
obscurecer seus efeitos”.<br />
Deste modo, a mesma autora afirma que<br />
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O patriarcado é um sistema sócio-político que<br />
subjuga as mulheres tanto na esfera da produção<br />
material, mantendo-as em ocupações secundárias<br />
e mal-remuneradas, quanto na esfera da<br />
reprodução dos seres humanos, controlando sua<br />
sexualidade e subordinando-as à prestação de<br />
serviços domésticos aos membros da família<br />
(BRUSCHINI, 1990, p. 52).