15.04.2013 Views

reflexos na prática interpretativa

reflexos na prática interpretativa

reflexos na prática interpretativa

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

por alunos de Chopin que, embora façam uma descrição de acontecimentos e conversas a<br />

que assistiram ou de que foram protagonistas, não constituem uma fonte tão fiável como<br />

são a correspondência de Chopin ou os escritos do compositor. Como a ilustrar este ponto<br />

de vista temos o relato de Frederick Niecks (1845-1924):<br />

Quando em 1878 a segunda edição de F. Chopin estava a ser impressa, Liszt disse-me: - ‘Foi-<br />

me dito que há datas erradas e outros erros no meu livro, e que as datas e factos são dados<br />

correctamente <strong>na</strong> biografia de Chopin por Karasowski. Mas apesar de eu pensar<br />

frequentemente lê-la, ainda não fiz. Eu obtive a minha informação de amigos de Paris dos<br />

quais pensei poder depender. A Princesa Wittgenstein queria que eu fizesse algumas alterações<br />

<strong>na</strong> nova edição. Tentei agradar-lhe, mas, quando ela estava ainda insatisfeita, eu disse-lhe para<br />

adicio<strong>na</strong>r e alterar o que quisesse. (Niecks 2009: 2) 1<br />

O mesmo se passa com os manuscritos existentes das suas obras, bem como com as<br />

anotações que fez <strong>na</strong>s partituras que detêm um valor significativamente diferente,<br />

conquanto se trate de partituras pessoais ou aquelas pertencentes aos seus alunos, em que<br />

essas anotações tinham como objectivo o adestramento e correcção da interpretação. No<br />

que concerne aos manuscritos das suas obras, tem de se fazer a seguinte ressalva relativa<br />

ao facto de Chopin utilizar frequentemente como amanuenses amigos, como Julien<br />

Fonta<strong>na</strong> (1810-1869), e alunos, como Karol Mikuli (1819-1897) e Thomas Tellefsen<br />

(1823-1874).<br />

Foram, então, consideradas fontes primárias ape<strong>na</strong>s aquelas que foram escritas pelo<br />

compositor, como sejam, a correspondência, manuscritos de obras e indicações anotadas<br />

<strong>na</strong>s partituras de alunos, como os cadernos anotadas por Chopin e pertencentes a Jane<br />

Sterling (1804-1859). Este último caso distingue-se das demais partituras pertencentes a<br />

alunos e anotadas por F. Chopin, por duas razões. A primeira diz respeito ao corpo da obra<br />

abordada, que suplanta qualquer outro exemplar semelhante A segunda deve-se ao caso de<br />

Chopin ter assumido estas anotações como a correcção autorizada à edição francesa das<br />

suas obras e versão definitiva destas, pelo menos tanto quanto é possível presumir do<br />

incipit escrito por Chopin e August-Joseph Franchomme (1808-1884) para J. Sterling, com<br />

as obras do compositor. Daí, o seguinte comentário feito por Eigeldinger: “Parece provável<br />

1 When, in 1878, the second edition of F. Chopin was passing through the press, Liszt remarked to me: - “ I have been told that there are<br />

wrong dates and other mistakes in my book, and that the dates and facts are correctly given in Karasowski’s biography of Chopin. But,<br />

though I often thought of Reading it, I have not yet done so. I got my information from Paris friends on whom I believed I might depend.<br />

The Princess Wittgenstein wished me to make some alterations in the new edition. I tried to please her, but, when she was still<br />

dissatisfied, I told her to add and alter whatever she liked.” (Niecks 2009: 2)<br />

16

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!