15.04.2013 Views

reflexos na prática interpretativa

reflexos na prática interpretativa

reflexos na prática interpretativa

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

(incluindo a ‘Fuga do Gato’) tocadas num cravo, so<strong>na</strong>tas de Weber e Beethoven, extractos<br />

das Canções sem palavras de Mendelssohn e estudos do próprio Moscheles’.” (Samson<br />

2004: 29) 23 Também Liszt seguiu esta nova tendência, como descreve José Vian<strong>na</strong> da<br />

Motta (1868-1948):<br />

Foi em Vie<strong>na</strong> [1838] que Liszt, sentindo-se em contacto com um público culto, que vibrava<br />

mais intensamente com a música elevada, começou a incluir obras de Händel, Scarlatti,<br />

Schubert, Chopin, e mais tarde também de Bach (Liszt foi o primeiro pianista que tocou em<br />

público as 30 variações de Bach), dando o exemplo aos colegas de não se limitarem ao<br />

repertório de virtuosismo. E – habituou-se a tocar de cor (o que antes dele ninguém ousava).<br />

(Vian<strong>na</strong> da Motta 1945: 78)<br />

Chopin nutria por esta música do passado uma grande curiosidade e interesse e<br />

tomava contacto com ela sempre que podia, com prazer, o que está patente <strong>na</strong> sua<br />

correspondência para Stefan Witwicki (1801-1847), datada da Páscoa de 1845, Paris:<br />

“Tenho pe<strong>na</strong> que não possas estar connosco e Delacroix esta noite no Conservatório, para<br />

ouvir A Criação de Haydn. É só o segundo concerto a que vamos este ano; o primeiro foi<br />

antes de ontem, com o Requiem de Mozart.” (Chopin e Voynich 1988: 281) 24<br />

No que diz respeito a George Haendel (1685-1759), existe uma referência numa<br />

carta de F. Mendelssohn, proveniente de Leipzig e datada de 6 de Outubro de 1835, que<br />

não só nos dá a certeza que contactou com a sua música, como a apreciou: “A minha<br />

colecção das obras de Haendel chegou antes da partida de Chopin, e foram uma fonte de<br />

prazer verdadeiramente infantil para ele; mas são de facto tão belas que estou encantado<br />

com elas; trinta e dois grandes volumes….” (Mendelssohn e Wallace 1864/2006: 83) 25<br />

Outro testemunho do interesse de Chopin pela música antiga está patente <strong>na</strong><br />

correspondência com a sua alu<strong>na</strong> Mlle de Rosières (1805-1865), de 1846, Nohant: “Se<br />

alguma vez mandares alguma coisa para aqui, podias por favor incluir a minha peque<strong>na</strong><br />

partitura do Requiem de Mozart, que eu deixei no No. 5 (ou No. 9), e que está com o<br />

23 The series by Moscheles included preludes and fugues by Bach, Scarlatti so<strong>na</strong>tas (including the ‘Cat’s Fugue’) played on a<br />

harpsichord, so<strong>na</strong>tas by Weber and Beethoven, extracts from Mendelssohn’s Songs without Words and Moscheles’ own studies.<br />

(Samson 2004: 29)<br />

24 I am sorry you cannot be with us and Delacroix this evening at the Conservatoire, to hear Haydn’s Creation. It is only the second<br />

concert we are attending this year; the first was yesterday, with Mozart’s requiem. (Chopin and Voynich 1988: 281)<br />

25 My collection of Haendel’s works arrived before Chopin’s departure, and were a source of quite childish delight to him; they really<br />

are so beautiful that I am charmed with them; thirty-two great folios… (Mendelssohn and Wallace 1864/2006: 83)<br />

32

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!