15.04.2013 Views

reflexos na prática interpretativa

reflexos na prática interpretativa

reflexos na prática interpretativa

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>interpretativa</strong> da obra para piano de Chopin? Para responder a esta questão pretende-se dar<br />

resposta a outras perguntas, as quais condicio<strong>na</strong>m a resposta à questão principal. Estas são:<br />

- Quais os elementos bachianos <strong>na</strong> obra de Chopin?<br />

- Qual é o papel das influências bachia<strong>na</strong>s numa interpretação historicamente<br />

informada?<br />

- Quais são os antecedentes e quais são as evidências nos séculos XIX e XX?<br />

- Como é visto hoje em dia a interpretação de Bach em Chopin?<br />

Para encontrar resposta a estas questões pretendo verificar a presença de elementos<br />

provenientes da obra, ou pelo menos identificáveis com sendo representativos da obra de J.<br />

S, Bach, <strong>na</strong> obra de F. Chopin. Esta identificação é bastante difícil de comprovar. Muitas<br />

vezes só a audição, com o ouvido atento e educado, permite identificar a presença de<br />

elementos bachianos <strong>na</strong> obra de Chopin. Estes elementos consistem, por vezes, em células<br />

melódicas/rítmicas ou elementos como a presenças de fórmulas cadenciais acompanhadas<br />

de notas pedal. Neste último caso, apesar de haver uma utilização de elementos presentes<br />

<strong>na</strong> obra de Bach, é mais difícil comprovar a sua origem. Assim, é necessário encontrar os<br />

indícios que apontam para a obra de Bach. Por essa razão, tornou-se necessário, ao longo<br />

da dissertação, abordar as diversas facetas destes dois autores para encontrar os aspectos<br />

coincidentes. Só assim se conseguiu validar de forma mais objectiva elementos, que de<br />

outra forma teriam, apesar da sua origem não reservar dúvidas a quem conhece a obra de<br />

ambos autores, sido difíceis de comprovar.<br />

Chopin compôs uma fuga e um cânone ao estilo antigo e utilizou <strong>na</strong>s suas obras o<br />

contraponto, mas nunca usou temas intactos de Bach, nunca incorporou <strong>na</strong>s suas obras<br />

mais significativas uma fuga, como Ludwig van Beethoven (1770-1827) fez, nunca imitou<br />

as formas do Barroco, como sejam a Suíte, Partita, Toccata ou Prelúdio e Fuga, como Liszt<br />

e Felix Mendelssohn-Bartholdy (1809-1847). Chopin não imitou, mas invocou todos estes<br />

aspectos de modo fragmentado, mas persistente, ao longo da sua obra. Os elementos de<br />

Bach em Chopin incluem-se, então, em duas categorias: aqueles que podem ser traçados<br />

até Bach, como sejam certas células melódicas e mesmo o contraponto cerrado utlizado<br />

<strong>na</strong>lgumas parcelas da sua obra e, por outro lado, elementos que, apesar de apontarem para<br />

afinidades entre os dois compositores, não podem ser traçados directamente até Bach, mas<br />

18

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!