You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Em Vie<strong>na</strong>, Mozart teve a oportunidade de travar conhecimento com outras obras de Bach [n.<br />
do t. – para além das obras vocais]. Numa carta datada de 10 de Abril de 1782, Mozart relata<br />
que todos os domingos ao meio-dia vai a casa do Barão van Swieten ‘e aí <strong>na</strong>da mais é tocado<br />
para além de Händl e Bach.’ O próprio Mozart arranjou para cordas cinco fugas de Johann<br />
Bach – do Cravo bem-temperado e da arte da fuga – e uma de Wilhelm Friedemann, e compôs<br />
Adágios introdutórios para quatro delas. Ele próprio também se aventurou a escrever um<br />
prelúdio e fuga como o primeiro de um conjunto de seis dedicados ao barão. (David/Mendel<br />
1998: 488) 29<br />
Para além destas obras, há também a conhecida Fuga para dois pianos K. 426. A<br />
reforçar o conhecimento e estudo da obra de Bach por parte de Mozart existe o seguinte<br />
comentário a acompanhar o envio destas novas composições para a sua irmã: “O barão van<br />
Suiten, a casa de quem eu vou todos os domingos, deixou-me levar para casa todas as<br />
obras de Händl e Sebastian Bach, depois de eu as ter tocado todas para ele.”<br />
(David/Mendel 1998: 489) 30 Chopin, como grande admirador de Mozart, com certeza que<br />
não passou ao lado deste facto, tanto mais que uma das suas obras preferidas, o Requiem,<br />
integra elementos bachianos, em especial a Fuga do “Kyrie”. Neste âmbito, é interessante<br />
constatar que Mozart utiliza elementos do Prelúdio e Fuga BWV 853, de J. S. Bach, no<br />
primeiro andamento da sua So<strong>na</strong>ta KV 292, tal como Chopin faz no Estudo op. 25 no. 7,<br />
como é referido <strong>na</strong> alínea 3.2.2.<br />
A admiração e o estudo da música de Bach estão, também, patentes <strong>na</strong> obra de<br />
Beethoven, outro dos compositores que Chopin estimava. Para além de ter tocado, pelo<br />
menos, a sua So<strong>na</strong>ta em lá bemol op. 26, Chopin copiou a estrutura desta obra <strong>na</strong> segunda<br />
So<strong>na</strong>ta op. 35, com um Scherzo no segundo andamento, uma Marcha fúnebre no terceiro e<br />
o ultimo andamento, tal como em Beethoven a fazer lembrar um Prelúdio <strong>na</strong> figuração<br />
utilizada (no caso de Beethoven há mesmo o recurso à inversão da célula melódica inicial).<br />
Beethoven é também relevante, porque Chopin parece ter seguido, em parte, a edição de<br />
Czerny <strong>na</strong> abordagem do Das Wohltemperierte Klavier. Este foi aluno de Beethoven e <strong>na</strong><br />
nota explicativa da sua edição de 1830 desta obra de Bach, diz:<br />
29 In Vien<strong>na</strong>, Mozart had had opportunity to become acquainted with other works of Bach. In a letter to his father dated April 10, 1782,<br />
Mozart reports that every Sunday at noon he goes to Baron van Swieten’s house “and there nothing is played but Händl and Bach.”<br />
Mozart himself arranged for strings five fugues by Johann Sebastien-from The Well-Tempered Clavier and the Art of Fugue-and one by<br />
Wilhelm Friedemann, and composed introductory adagios for four of them. He also ventured to write a prelude and fugue himself, as the<br />
first of a projected set of six, to be dedicated to the baron. (David/Mendel 1998: 488)<br />
30 Baron van Suiten, to whom I go every Sunday, has let me take all the works of Händl and Sebastian Bach home, after I played them<br />
through for him. (David/ Mendel 1998: 489)<br />
34