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BARROS, Diana Luz Pessoa de - Teoria Semiotica do - No-IP

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Você andava tonto quan<strong>do</strong> eu te encontrei<br />

Fabriquei energia que não era tua<br />

pra iluminar uma estrada que eu te apontei<br />

E foi assim, enfim, que eu vi nascer <strong>do</strong> nada<br />

uma alma ansiosa, faminta, buliçosa,<br />

uma alma <strong>de</strong> homem. Enquanto eu, enciumada<br />

<strong>de</strong>ssa explosão, ao mesmo tempo, eu vai<strong>do</strong>sa,<br />

orgulhosa <strong>de</strong> ti, Jasão, era feliz,<br />

eu era feliz, Jasão, feliz e iludida,<br />

porque o que eu não imaginava, quan<strong>do</strong> fiz<br />

<strong>do</strong>s meus <strong>de</strong>z anos a mais uma sobre-vida<br />

pra completar a vida que você não tinha,<br />

é que estava <strong>de</strong>sperdiçan<strong>do</strong> o meu alento,<br />

estava vestin<strong>do</strong> um boneco <strong>de</strong> farinha<br />

Assim que bateu o primeiro pé-<strong>de</strong>-vento,<br />

assim que <strong>de</strong>spontou um segun<strong>do</strong> horizonte,<br />

lá se foi meu homem-orgulho, minha obra<br />

completa, lá se foi pro acervo <strong>de</strong> Creonte..<br />

Certo, o que eu não tenho, Creonte tem <strong>de</strong> sobra<br />

Prestígio, posição... Teu samba vai tocar<br />

em tu<strong>do</strong> quanto é programa. Tenho certeza<br />

que a gota d’água não vai parar <strong>de</strong> pingar<br />

<strong>de</strong> boca em boca... Em troca pela gentileza<br />

vais engolir a filha, aquela mosca-morta<br />

como engoliu meus <strong>de</strong>z anos. Esse é o teu preço,<br />

<strong>de</strong>z anos. Até que apareça uma outra porta<br />

que te leve direto pro inferno. Conheço<br />

a vida rapaz. Só <strong>de</strong> ambição, sem amor,<br />

tua alma vai ficar torta, <strong>de</strong>sgrenhada,<br />

aleijada, pestilenta... Aproveita<strong>do</strong>r!<br />

Aproveita<strong>do</strong>r!<br />

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Po<strong>de</strong>m-se reconhecer enuncia<strong>do</strong>s <strong>de</strong> esta<strong>do</strong> e enuncia<strong>do</strong>s <strong>de</strong> fazer:<br />

enuncia<strong>do</strong>s <strong>de</strong> esta<strong>do</strong>: a relação <strong>de</strong> junção entre o sujeito “Jasão” e os objetos<br />

“primeiro prato, gravata, sapato <strong>de</strong> duas cores, saber sobre as mulheres e samba”<br />

etc., no início <strong>do</strong> texto;<br />

enuncia<strong>do</strong>s <strong>de</strong> fazer: a transformação operada pelo sujeito Joana, na relação <strong>de</strong><br />

Jasão com os objetos (“Te <strong>de</strong>i cada sinal <strong>do</strong> teu temperamento.. .‘ ‘).<br />

A junção, como indicam os <strong>do</strong>is exemplos acima, é a relação que <strong>de</strong>termina<br />

o esta<strong>do</strong>, a situação <strong>do</strong> sujeito em relação a um objeto qualquer. O objeto,<br />

enquanto objeto sintático, é uma espécie <strong>de</strong> casa vazia, que recebe investimentos <strong>de</strong><br />

projetos e <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminações <strong>do</strong> sujeito. <strong>No</strong> exemplo <strong>de</strong> Jasão, os objetos com os<br />

quais mantém relação juntiva estão <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s pelas aspirações e projetos <strong>de</strong> um<br />

sujeito em busca <strong>de</strong> dinheiro, fama e prestígio. Os investimentos fazem <strong>do</strong> objeto<br />

um objeto-valor e é, assim, por meio <strong>do</strong> objeto que o sujeito tem acesso aos valores.<br />

Há <strong>do</strong>is tipos <strong>de</strong> junção, ou seja, <strong>do</strong>is mo<strong>do</strong>s diferentes <strong>de</strong> relação <strong>do</strong> sujeito<br />

com os valores investi<strong>do</strong>s nos objetos, a conjunção e a disjunção:<br />

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