BARROS, Diana Luz Pessoa de - Teoria Semiotica do - No-IP
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Semântica narrativa<br />
O capítulo sobre a semântica narrativa examinará apenas e <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> bem<br />
superficial duas questões: a da modalização e a das paixões <strong>de</strong>la <strong>de</strong>correntes.<br />
<strong>No</strong> percurso gerativo, a semântica narrativa é o momento em que os<br />
elementos semânticos são seleciona<strong>do</strong>s e relaciona<strong>do</strong>s com os sujeitos. Para isso,<br />
esses elementos inscrevem-se como valores, nos objetos, no interior <strong>do</strong>s<br />
enuncia<strong>do</strong>s <strong>de</strong> esta<strong>do</strong>. Em “História <strong>de</strong> uma gata”, o sujeito gata está em relação <strong>de</strong><br />
conjunção com os valores <strong>de</strong> alimento, abrigo, proteção e amor, inseri<strong>do</strong>s nos<br />
objetos manifesta<strong>do</strong>s como filé-mignon, apartamento, carinhos.<br />
As relações <strong>do</strong> sujeito com os valores po<strong>de</strong>m ser modificadas por<br />
<strong>de</strong>terminações modais. A relação <strong>de</strong> junção existente entre o sujeito “gata” e o<br />
valor “alimento” está <strong>de</strong>terminada, no texto, como uma relação <strong>de</strong>sejável — a gata<br />
quer o valor “alimento” — e possível — a gata po<strong>de</strong> ter a comida.<br />
Do mesmo mo<strong>do</strong>, a relação <strong>do</strong> sujeito com seu fazer sofre qualificações<br />
modais. A gata, ao ouvir os gatos <strong>de</strong> rua, passa a querer-fazer alguma coisa — sair <strong>de</strong><br />
casa — para obter o valor <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>.<br />
A modalização <strong>de</strong> enuncia<strong>do</strong>s <strong>de</strong> esta<strong>do</strong> é também <strong>de</strong>nominada modalização <strong>do</strong> ser e<br />
atribui existência modal ao sujeito <strong>de</strong> esta<strong>do</strong>.<br />
A modalização <strong>de</strong> enuncia<strong>do</strong>s <strong>do</strong> fazer é, por sua vez, responsável pela<br />
competência modal <strong>do</strong> sujeito <strong>do</strong> fazer, por sua qualificação para a ação, conforme<br />
se verificou nos itens sobre os programas narrativos <strong>de</strong> competência e a<br />
manipulação.<br />
Tanto para a modalização <strong>do</strong> ser quanto para a <strong>do</strong> fazer, a semiótica prevê<br />
essencialmente quatro modalida<strong>de</strong>s: o querer, o <strong>de</strong>ver, o po<strong>de</strong>r e o saber.<br />
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