Custos de Produção Agrícola: A Metodologia da Conab
Custos de Produção Agrícola: A Metodologia da Conab
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To<strong>da</strong>s as organizações possuem uma função produção que para ser eficaz <strong>de</strong>ve usar eficientemente<br />
seus recursos e produzir bens e serviços <strong>de</strong> maneira que satisfaça os seus consumidores, além <strong>de</strong> fornecer<br />
os meios para aten<strong>de</strong>r a seus objetivos estratégicos a longo prazo (<strong>de</strong>senvolvendo objetivos e políticas apropriados<br />
dos recursos que administra; transformando <strong>de</strong>cisões em reali<strong>da</strong><strong>de</strong> operacional e fornecendo os<br />
meios para obtenção <strong>da</strong> vantagem competitiva), conforme SLACK et al (1999).<br />
Para serem bem sucedi<strong>da</strong>s no longo prazo, as organizações <strong>de</strong>vem estabelecer objetivos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />
para fazer certo as coisas (vantagem <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>), fazer as coisas com rapi<strong>de</strong>z (vantagem em<br />
rapi<strong>de</strong>z), fazer as coisas em tempo (vantagem <strong>da</strong> confiabili<strong>da</strong><strong>de</strong>), mu<strong>da</strong>r ou a<strong>da</strong>ptar as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> produção<br />
(vantagem <strong>da</strong> flexibili<strong>da</strong><strong>de</strong>) e fazer as coisas o mais barato possível (vantagem <strong>de</strong> custo), na forma<br />
exposta por SLACK et al (1999).<br />
2 - A função produção<br />
Os <strong>de</strong>sejos <strong>da</strong>s pessoas são ilimitados e os recursos necessários para sua satisfação são escassos<br />
ou limitados. Essa situação exige toma<strong>da</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão que <strong>de</strong>vem levar em conta alternativas racionais –<br />
processo <strong>de</strong> escolher a melhor opção consi<strong>de</strong>rando or<strong>de</strong>m estável <strong>de</strong> preferências com vista a maximizar<br />
algumas variáveis como o bem estar ou a satisfação. Essa racionali<strong>da</strong><strong>de</strong> permite ao agente econômico um<br />
critério estável, a partir do qual <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> sua atuação diante <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> situação (CASTRO, 1988).<br />
Nesse processo <strong>de</strong> escolhas po<strong>de</strong>m ser i<strong>de</strong>ntificados os produtores (empresas) e os consumidores<br />
(famílias). Os primeiros utilizam recursos (terra, capital e trabalho, capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica e empresarial)<br />
para a produção <strong>de</strong> bens e serviços que po<strong>de</strong>m aten<strong>de</strong>r às necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, <strong>de</strong>sejos e preferências <strong>da</strong>s famílias.<br />
Estas, além <strong>de</strong> fornecer os recursos, efetuam pagamentos para as empresas que os repassam <strong>de</strong> volta em<br />
forma <strong>de</strong> salários, juros, aluguéis (ou arren<strong>da</strong>mentos) e lucros, criando, assim, os fluxos monetário e real <strong>da</strong><br />
economia (CASTRO, 1988).<br />
Do lado dos consumidores, na opinião <strong>de</strong> Camps (1988), o processo <strong>de</strong> escolha <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá basicamente<br />
do preço do bem específico e <strong>de</strong> outros bens, <strong>da</strong> sua ren<strong>da</strong> e <strong>de</strong> sua preferência. Da parte <strong>da</strong>s<br />
empresas, Segovia (1988) enten<strong>de</strong> que o problema enfrentado é <strong>de</strong> <strong>de</strong>cidir por uma alternativa específica <strong>de</strong><br />
produção, quando há a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> renunciar a outras opções existentes, sempre tendo como objetivo<br />
maior a geração <strong>de</strong> lucros como fator <strong>de</strong> eficiência.<br />
Diante do problema empresarial anteriormente citado, torna-se claro que a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> fun<strong>da</strong>mental<br />
<strong>da</strong> empresa é a produção, que consiste na utilização dos fatores produtivos e dos recursos intermediários<br />
para obter bens e serviços (MOCHÓM, 2007).<br />
Sobre os fatores produtivos, é importante conceituá-los como sendo todo agente econômico, pessoa<br />
ou coisa capaz <strong>de</strong> acrescentar valor às matérias primas em algum momento do processo produtivo (IGLE-<br />
SIAS, 1988). A respeito dos bens intermediários, são aqueles que são utilizados para a produção <strong>de</strong> bens e<br />
serviços finais, pelo emprego basicamente do trabalho e do capital.<br />
Na ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> produtiva, a escolha do método ou processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>da</strong> sua eficiência.<br />
Esta po<strong>de</strong> ser classifica<strong>da</strong> como eficiência técnica ou tecnológica, quando comparado com outros métodos,<br />
se utiliza <strong>de</strong> menor quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> insumos para produzir uma quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> equivalente do produto. Outro<br />
tipo <strong>de</strong> classificação é a eficiência econômica que está associa<strong>da</strong> ao método <strong>de</strong> produção mais barato (isto<br />
é, os custos <strong>de</strong> produção são menores) relativamente a outros métodos (VASCONCELOS e GARCIA, 2004).<br />
Ao <strong>de</strong>cidir o que e quanto, como e para quem produzir, levando em conta as respostas do consumidor,<br />
as empresas procuram variar a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> utiliza<strong>da</strong> dos fatores, para com isso variar a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
produzi<strong>da</strong> do produto. Nesse processo buscam sempre utilizar a melhor tecnologia ao menor custo.<br />
Vasconcelos e Garcia (2004), enten<strong>de</strong>m que no processo produtivo as empresas po<strong>de</strong>m utilizar<br />
fatores <strong>de</strong> produção variáveis e fixos. Os primeiros po<strong>de</strong>m ser conceituados como aqueles cujas quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
utiliza<strong>da</strong>s variam quando o volume <strong>de</strong> produção se altera. Os fatores fixos são aqueles em que as<br />
quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s não mu<strong>da</strong>m quando a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> produto varia.<br />
Para efeito <strong>de</strong> análise microeconômica, há <strong>de</strong> se consi<strong>de</strong>rar dois tipos <strong>de</strong> relações entre a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
produzi<strong>da</strong> e a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> utiliza<strong>da</strong> <strong>de</strong> fatores. O primeiro é a análise <strong>de</strong> curto prazo que é o período no qual<br />
existe pelo menos um fator fixo <strong>de</strong> produção; o segundo é a análise <strong>de</strong> longo prazo on<strong>de</strong> todos os fatores<br />
são variáveis (VASCONCELOS, 2002). Essa análise é importante para se observar a eficiência econômica <strong>da</strong>s<br />
empresas.<br />
<strong>Custos</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Agrícola</strong>: A <strong>Metodologia</strong> <strong>da</strong> <strong>Conab</strong><br />
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