O Homem-Espiritual vol3- Watchman-Nee - Igreja em Feira de ...
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e não pod<strong>em</strong>os nos esquecer disso. L<strong>em</strong>br<strong>em</strong>o-nos,<br />
também, <strong>de</strong> que cada um opera <strong>de</strong> acordo com seu<br />
princípio. Embora os espíritos malignos sejam peritos<br />
nas mais variadas formas <strong>de</strong> camuflag<strong>em</strong>, seu princípio<br />
<strong>de</strong> operação é s<strong>em</strong>pre o mesmo. Examinando os<br />
princípios que operam <strong>em</strong> nosso interior, pod<strong>em</strong>os saber<br />
o que é do Espírito Santo e o que é dos espíritos<br />
malignos, pois cada um opera <strong>de</strong> acordo com o seu<br />
princípio.<br />
Consi<strong>de</strong>r<strong>em</strong>os, agora, mais <strong>de</strong>talhadamente, vários<br />
conceitos errôneos que os cristãos costumam aceitar.<br />
UMA NOÇÃO ERRADA A RESPEITO DO ES-<br />
TAR MORTO JUNTAMENTE COM CRISTO<br />
As condições para a passivida<strong>de</strong> do crente pod<strong>em</strong><br />
ocorrer através <strong>de</strong> uma interpretação errada da "morte<br />
com Cristo". Paulo diz: "Estou crucificado com Cristo;<br />
logo, já não sou eu qu<strong>em</strong> vive, mas Cristo vive <strong>em</strong><br />
mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela<br />
fé no Filho <strong>de</strong> Deus, que me amou e a si mesmo se<br />
entregou por mim." (Gl 2.19,20.) Há qu<strong>em</strong> diga que<br />
essas palavras ensinam a <strong>de</strong>spersonalização. Qu<strong>em</strong> crê<br />
assim consi<strong>de</strong>ra que o ápice da vida espiritual é a<br />
"perda <strong>de</strong> personalida<strong>de</strong>, a ausência <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong>, do<br />
autocontrole e a rendição do seu 'eu', que assume uma<br />
condição <strong>de</strong> obediência mecânica e automática, à s<strong>em</strong>elhança<br />
<strong>de</strong> uma máquina" (Penn-Lewis, WOTS, 86<br />
- citação bibliográfica completa no capítulo anterior).<br />
Acham que daí <strong>em</strong> diante não pod<strong>em</strong> abrigar nenhum<br />
sentimento. Pelo contrário, <strong>de</strong>v<strong>em</strong> renunciar a toda<br />
consciência <strong>de</strong> <strong>de</strong>sejo, <strong>de</strong> interesse e <strong>de</strong> gosto pessoal.<br />
Acreditam que <strong>de</strong>v<strong>em</strong> buscar a autonegação, reduzindo-se<br />
à condição <strong>de</strong> cadáver, anulando, assim, a personalida<strong>de</strong><br />
por completo. Equivocadamente entend<strong>em</strong><br />
que Deus requer <strong>de</strong>les essa <strong>de</strong>spersonalização, autorenúncia<br />
e auto-aniquilação, para que não tenham<br />
mais consciência <strong>de</strong> si mesmos n<strong>em</strong> <strong>de</strong> suas necessida<strong>de</strong>s,<br />
apenas do mover e da operação <strong>de</strong> Deus <strong>em</strong> sua<br />
vida. Erradamente entend<strong>em</strong> que estar "morto para o<br />
eu" significa ausência <strong>de</strong> autoconsciência. Por isso,<br />
continuamente, entregam a autoconsciência ao vazio,<br />
buscando não sentir nada, a não ser a presença <strong>de</strong><br />
Deus. Dominados por esses conceitos errôneos, imaginam<br />
que <strong>de</strong>v<strong>em</strong> praticar a morte. S<strong>em</strong>pre que se<br />
tornam conscientes do "ego", ou têm consciência <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sejos, <strong>de</strong> carências, necessida<strong>de</strong>s, interesses ou <strong>de</strong><br />
preferências pessoais, eles os entregam à morte com<br />
<strong>de</strong>terminação.<br />
O argumento <strong>de</strong>ssas pessoas é este:<br />
"Fui crucificado com Cristo, logo o eu não mais<br />
existe. E se Cristo vive <strong>em</strong> mim, então o eu não vive<br />
mais. Já que o eu morreu, então <strong>de</strong>vo praticar a morte,<br />
isto é, não posso abrigar nenhum pensamento ou sentimento.<br />
Cristo está vivo <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> mim, por isso ele<br />
pensará e sentirá <strong>em</strong> meu lugar. Minha personalida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>ve ser aniquilada, por isso vou obe<strong>de</strong>cer a Deus<br />
passivamente, permitindo que ele pense e sinta por<br />
mim."<br />
Infelizmente, essas pessoas ignoram o que Paulo<br />
disse mais sobre "a vida que agora vivo na carne". O<br />
apóstolo "morreu", mas ao mesmo t<strong>em</strong>po não morreu!<br />
Esse "eu" foi crucificado; não obstante, o "eu" ainda<br />
vive na carne. Paulo, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ter passado pela cruz,<br />
<strong>de</strong>clara ainda <strong>de</strong> si mesmo: "Agora (eu) vivo"!<br />
Aqui está a confirmação <strong>de</strong> que a cruz não aniquila<br />
o nosso "eu"; ele continua existindo para s<strong>em</strong>pre. Sou<br />
"eu" qu<strong>em</strong> irá um dia para o céu. Como po<strong>de</strong> a salvação<br />
me beneficiar se é outro que vai <strong>em</strong> meu lugar?<br />
Quando aceitamos a morte juntamente com Cristo,<br />
morr<strong>em</strong>os para o pecado e também entregamos à morte<br />
a vitalida<strong>de</strong> própria <strong>de</strong> nossa alma. Mesmo que nossa<br />
alma seja excelente, justa e virtuosa, nós entregamos<br />
sua vitalida<strong>de</strong> à morte. Esse é o verda<strong>de</strong>iro<br />
significado <strong>de</strong>ssa aceitação. O Senhor nos convida a<br />
negar o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> viver pelo nosso po<strong>de</strong>r natural e a<br />
vivermos por ele mesmo, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo s<strong>em</strong>pre <strong>de</strong> sua<br />
vitalida<strong>de</strong> para suprir cada uma <strong>de</strong> nossas necessida<strong>de</strong>s.<br />
Isso <strong>de</strong> modo nenhum implica que <strong>de</strong>vamos <strong>de</strong>sprezar<br />
nossas várias faculda<strong>de</strong>s, acomodando-nos à<br />
passivida<strong>de</strong>. Pelo contrário; andar com Deus requer o<br />
exercício diário da nossa vonta<strong>de</strong>, <strong>de</strong> maneira ativa,<br />
consistente e cheia <strong>de</strong> fé, para negarmos a nossa própria<br />
energia natural, e nos apropriarmos da energia divina.<br />
Do mesmo modo que a morte do corpo físico<br />
hoje não significa aniquilação, n<strong>em</strong> a morte no lago<br />
<strong>de</strong> fogo sugere extermínio, a morte juntamente com<br />
Cristo, <strong>em</strong> espírito, não po<strong>de</strong> significar <strong>de</strong>spersonalização.<br />
O hom<strong>em</strong> <strong>de</strong>ve continuar existindo como pessoa;<br />
sua vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve prosseguir. Só sua vida natural<br />
é que <strong>de</strong>ve morrer. É isso que as Escrituras Sagradas<br />
ensinam.<br />
As conseqüências <strong>de</strong> se acreditar nesse engano são:<br />
(1) o crente <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser ativo; (2) Deus não po<strong>de</strong> usálo,<br />
porque ele violou o princípio divino <strong>de</strong> operação;<br />
(3) os espíritos malignos aproveitam a oportunida<strong>de</strong><br />
para invadi-lo, pois ele involuntariamente cumpriu os<br />
requisitos para a operação <strong>de</strong>les. Devido à sua má interpretação<br />
da verda<strong>de</strong>, e à sua prática da morte, ele se<br />
torna uma ferramenta do inimigo, que se fez passar<br />
por Deus. É lamentável que o entendimento equivocado<br />
da verda<strong>de</strong> contida <strong>em</strong> Gálatas 2 tenha sido, <strong>em</strong><br />
muitos casos, o prelúdio do engano.<br />
Depois <strong>de</strong>ssa "morte", o indivíduo fica privado <strong>de</strong><br />
qualquer sentimento. Ele não po<strong>de</strong> sentir por si mesmo,<br />
n<strong>em</strong> pelos outros. Qu<strong>em</strong> está ao seu redor t<strong>em</strong> a<br />
impressão <strong>de</strong> que ele se acha totalmente <strong>de</strong>stituído <strong>de</strong><br />
sentimentos, como se fosse <strong>de</strong> ferro ou <strong>de</strong> pedra. Não<br />
é capaz <strong>de</strong> sentir o sofrimento alheio, n<strong>em</strong> tampouco<br />
percebe o sofrimento que ele mesmo já causou aos outros.<br />
Per<strong>de</strong> a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sentir, <strong>de</strong> distinguir e <strong>de</strong>