16.04.2013 Views

dom quixote à pro-cura da cura - programa de pós-graduação em ...

dom quixote à pro-cura da cura - programa de pós-graduação em ...

dom quixote à pro-cura da cura - programa de pós-graduação em ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

familiari<strong>da</strong><strong>de</strong> entre o universo vocabular que inclui “passos”, tanto como referente<br />

que permite <strong>de</strong>slocamento no espaço, como, também, compondo outro universo<br />

s<strong>em</strong>ântico: “a saí<strong>da</strong> <strong>de</strong>rra<strong>de</strong>ira do último passo <strong>de</strong> uma longa seqüência <strong>de</strong> passos<br />

questionantes”, 6 perceb<strong>em</strong>os que qualquer <strong>em</strong>preendimento na linha <strong>da</strong> obra-<strong>de</strong>-<br />

arte precisa ir muito além do que nos chama a atenção mais diretamente, s<strong>em</strong>pre<br />

haverá algo por trás escondido.<br />

É esse “por trás escondido” que põe <strong>em</strong> movimento a obra, fazendo-a o<br />

espaço <strong>de</strong> abertura por excelência, aberturas abertas pelo insidioso <strong>pro</strong>vocar <strong>da</strong>s<br />

questões. Esses são os ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iros “passos” <strong>em</strong> direção <strong>à</strong> obra <strong>de</strong> arte: os “passos<br />

questionantes”. Essas são as aberturas que mobilizam o hom<strong>em</strong> a um ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro<br />

agir efetivo: o mover-se nas questões.<br />

Orientados por Manuel Antonio <strong>de</strong> Castro, nos foi possível esse salto: não<br />

abandonarmos o espacial; não per<strong>de</strong>rmos n<strong>em</strong> <strong>de</strong>ixarmos que Dom Quixote perca o<br />

“passo”; mas nos sensibilizarmos, acima <strong>de</strong> tudo, para as questões, para o<br />

reconhecimento <strong>da</strong> dinâmica dos “passos questionantes” que traçam a trajetória que<br />

ca<strong>da</strong> um realiza <strong>em</strong> contato com a obra.<br />

Tomados <strong>de</strong>ssa consciência, não po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>scartar <strong>de</strong> nossa abor<strong>da</strong>g<strong>em</strong>,<br />

as questões, esse ingrediente essencial. E, se “a arte é o por-se <strong>em</strong> obra <strong>da</strong><br />

ver<strong>da</strong><strong>de</strong>” e se “o sentido e vigor fun<strong>da</strong>mental <strong>da</strong> “obra” <strong>de</strong> arte não v<strong>em</strong> <strong>de</strong>la, mas <strong>da</strong><br />

ver<strong>da</strong><strong>de</strong>” 7 , parece que, por elas, já estamos sendo tomados [é preciso estar atento;<br />

não somos nós que nos movimentamos <strong>em</strong> sua direção, são elas, as questões, que<br />

nos tomam]. Parece então que, <strong>de</strong>pois do método e <strong>da</strong> metodologia, estamos sendo<br />

tomados pela primeira questão, a questão <strong>da</strong> ver<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> obra <strong>de</strong> arte.<br />

6 HEIDEGGER, M. O originário <strong>da</strong> obra <strong>de</strong> arte. Trad. Manuel Antonio <strong>de</strong> Castro, parágrafo 158 (mimeo)<br />

7 CASTRO, Antonio Manuel <strong>de</strong>. A arte <strong>em</strong> questão: as questões <strong>da</strong> arte. Rio <strong>de</strong> Janeiro: 7 Letras, 2005, p. 44

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!