16.04.2013 Views

o enigma da infância – educação e comunicação no ... - Unesp

o enigma da infância – educação e comunicação no ... - Unesp

o enigma da infância – educação e comunicação no ... - Unesp

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Foi quando uma emprega<strong>da</strong> de sua casa, uma moça chama<strong>da</strong> Lucin<strong>da</strong>, que não era casa<strong>da</strong>, teve um<br />

filho. Voltou a inquirir dona Carminha.<br />

─ Deve ser filho adotivo, de outra, que ela cria <strong>–</strong> desconversou a catequista.<br />

Resolveu apurar com a Lucin<strong>da</strong>. Não, o filho era dela mesma. Ficou encabulado de in<strong>da</strong>gar como<br />

Deus dera a criança e não fizera o mesmo com dona Carminha, que adorava a menina<strong>da</strong>. Mas Cire<strong>no</strong>,<br />

um colega muito sabido, que até fumava às escondi<strong>da</strong>s, furtando cigarros do pai ou cortando <strong>no</strong><br />

dinheiro <strong>da</strong> mesa<strong>da</strong> para adquirir maços de Está na Hora na ven<strong>da</strong> de seu Justi<strong>no</strong>, ao expor-lhe o<br />

problema, explicou do alto de sua sapiência:<br />

─ Isto é conversa de dona Carminha. Deus não dá filho a ninguém, não. Quem faz o filho é o marido,<br />

quando a mulher é casa<strong>da</strong>, ou outro homem qualquer, quando é solteira, basta a mulher querer.<br />

─ Mas, querer como?<br />

─ Abrindo as pernas para ele botar a criança na barriga dela. Você não vê como tem muita mulher de<br />

barriga grande por aí e, depois de ter o filho, a barriga encolher?<br />

Ia perguntar como o homem fazia para introduzir a criança na barriga <strong>da</strong> mulher, porém, justo, a<br />

campainha anunciou o fim de recreio, e tudo ficou <strong>no</strong> ar. No ar, não, na sua cabeça. Então, se casasse<br />

com Rebeca, ela teria que abrir as pernas para que ele lhe enfiasse uma criança barriga adentro... Onde<br />

arranjaria uma criança tão pequena que pudesse entrar <strong>no</strong> corpo de uma moça sem fazer-lhe um<br />

estrago horrível? Depois, se o homem fazia a criança, por que to<strong>da</strong> a trapalha<strong>da</strong> de colocá-la na barriga<br />

<strong>da</strong> mulher, inchá-la durante tanto tempo e, afinal, fazê-la expelir, voltar à luz do dia, até mesmo<br />

quando o homem já morrera ou abandonara a mãe, tantas crianças sem pai an<strong>da</strong>vam pelo mundo?<br />

...<br />

Uma tarde surpreendeu Lucin<strong>da</strong> sozinha num depósito de tábuas, <strong>no</strong> fundo do sítio em que morava.<br />

Ali se guar<strong>da</strong>vam móveis velhos, colchões, latas e vasos para o plantio de flores.<br />

─ O que é que há, meni<strong>no</strong>?<br />

Desembuchou: sabia que era um homem que fizera o meni<strong>no</strong> e botara na barriga dela. Mas devia ter<br />

doído muito. Afinal, como era isso?<br />

Lucin<strong>da</strong> sorriu deleita<strong>da</strong>:<br />

─ Venha aqui que eu lhe mostro! Feche a porta com tramela!<br />

Era uma jovem mulata de pernas grossas e curtas, de peitos grandes e redondos. Arrastou o meni<strong>no</strong>,<br />

inibido, mas curioso, para a cama de colchão velho em que estava senta<strong>da</strong>. Levantou a saia,<br />

prendendo-a <strong>no</strong> cinto, tirou a calcinha de algodão. O meni<strong>no</strong> de pé, diante dela, quase não respirava.<br />

Passivo, deixou que ela lhe arriasse a calça e começasse a manusear-lhe a birunga, que se enrijecia<br />

como se fosse um dedo apontado. E sussurrava palavras e frases que ele não entendia:<br />

─ Franguinho de crista de galo, rolinha mindinha, quero te ensinar a gozar!<br />

Puxou-o para cima dela, descobriu-lhe a cabeça do membro, doeu um pouco, mas a curiosi<strong>da</strong>de foi<br />

maior, a vontade de saber como iria fazer um meni<strong>no</strong> para introduzir entre as pernas abertas <strong>da</strong> mulata,<br />

que, agora, roçava a bilola em suas partes. Enterrou-a nela de repente.<br />

16

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!