O Verbo e a Carne
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O <strong>Verbo</strong> e a <strong>Carne</strong> – 2 Análises do Roustainguismo ______________________________________________ 33<br />
lamentando a citação infeliz. Fomos consultar a obra famosa e ficamos<br />
envergonhado. Graças a Deus Othoniel não recorreu a ela.<br />
Caso semelhante aconteceu a Carlos Imbassahy, segundo ele nos relatou<br />
pessoalmente. Eurípedes Barsanulfo é também citado às vezes como roustainguista<br />
em virtude de engano produzido pela propaganda. Logo que acordou do engano,<br />
Barsanulfo repudiou Roustaing. Chico Xavier tem sido vítima de mentirosos<br />
envolvimentos e sua obra chegou a sofrer deturpações, mas a verdade é que ele<br />
nunca apoiou Roustaing. Outros companheiros – e entre eles nos parece que se<br />
encontra Bezerra de Menezes – acordam também em tempo mas não quiseram<br />
provocar escândalos no meio doutrinário e preferiram silenciar.<br />
Esses fatos mostram como é insistente e nefasta a propaganda dessa<br />
obra de mistificação em nosso meio, mormente por uma instituição tradicional e<br />
conceituada. Neste volume, Júlio Abreu Filho faz denúncias graves de<br />
desvirtuamento de obras mediúnicas pelo fanatismo roustainguista. Essas denúncias<br />
não são de agora, mas publicadas há vários anos. Apesar de tudo a propaganda<br />
continua e a obra deturpadora vai semeando o seu joio na seara. O silêncio<br />
estabelecido pelo "Pacto Áureo" deu resultados negativos, pois toda uma geração<br />
espírita se formou nesse período e agora está sendo colhida de surpresa pela<br />
"novidade" do Roustainguismo. Por esses frutos podemos avaliar a árvore. Qual o<br />
bom fruto que o roustainguismo produziu? Qual?<br />
Por tudo isso – e pelas suas conseqüências desmoralizadoras – é necessário<br />
que os espíritas sinceros não se calem. É preciso dizer, alto e bom som, nas palestras<br />
e conferências, nos artigos e nos livros, a verdade sobre a obra de Roustaing. A<br />
análise que acabamos de fazer tinha a pretensão de ser apenas análise – e acabou<br />
nos levando obrigatoriamente ao terreno da acusação. Porque não é possível calar<br />
diante da astúcia dos mistificadores e da fascinação dos que a aceitam e<br />
aplaudem.<br />
É dever dos espíritas sinceros combater a mistificação roustainguista neste<br />
alvorecer da Era Espírita no Brasil. Ou arrancamos o joio da seara ou seremos coniventes<br />
na deturpação doutrinária que continua maliciosamente a ser feita. O<br />
Cristo agênere é a ridicularização do Espiritismo, que se transforma num processo de<br />
deturpação mitológica do Cristianismo. A doutrina do futuro nega-se a si mesma e<br />
mergulha nas trevas mentais do passado. O homem-espírita, vanguardeiro e<br />
esclarecido, converte-se no homem da era ante-cristã, no crente simplório das<br />
velhas mitologias.<br />
"Para o triunfo do mal basta que os bons fiquem de braços cruzados."<br />
Edmund Burke