DIA 20 DE OUTUBRO - Redetec
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trabalha com inovação e tecnologia há muito tempo. Os sete países pesquisados, cada um<br />
à sua maneira e com ritmos diferenciados, procuram modificar de forma acelerada, os seus<br />
sistemas de inovação e orientálos para as áreas intensivas em conhecimento. Isso é<br />
absolutamente visível em todos eles. Alguns países, como a Finlândia, se orientam mais<br />
rapidamente do que outros nessa direção. A Finlândia é, de longe, o país que mais avançou<br />
nessa via. A Finlândia foi um dos primeiros países a integrar em seus planos de<br />
desenvolvimento as noções de um sistema nacional de inovação. Atualmente, este pequeno<br />
país, altamente civilizado, atua de forma acelerada rumo à constituição de um sistema<br />
internacional de inovação. O governo finlandês dá passos consistentes nessa direção,<br />
ajudando suas empresas a aproveitar todas as oportunidades que a globalização oferece.<br />
No entanto, apesar do destaque da Finlândia, todos os países que estudamos caminham<br />
para isso. Há uma atividade intensa nessa direção também nos Estados Unidos.<br />
Normalmente, se nos atemos aos artigos veiculados pela imprensa ou por alguns<br />
pronunciamentos ou declarações oficiais, os Estados Unidos se apresentam como um país<br />
em que o Estado é mantido à margem da economia de modo a dar sustentação e livre curso<br />
aos mercados. A intervenção do Estado norteamericano na economia durante a atual crise<br />
financeira ajudou a amenizar essas visões. Antes disso, porém, o acompanhamento detido<br />
da trajetória do Estado americano nas áreas de tecnologia e inovação, mostraria que a<br />
atuação pública é absolutamente imprescindível para sustentar o alto desempenho da<br />
economia e da pesquisa, seja pelo volume gigantesco de investimento, pelas políticas de<br />
prioridades, seja pela conseqüente hierarquia na alocação de recursos seleção de campos<br />
de atuação e emulação do setor privado. Em outras palavras, nesse campo, longe de um<br />
Estado fraco, o que vimos foi uma atuação pública substantiva e, em muitos casos, muito<br />
mais presente do que aqui no Brasil. Por exemplo, o Estado americano utiliza um sofisticado<br />
sistema de compras governamentais, muitas vezes a título das políticas de defesa, e que<br />
orientam e impulsionam a tecnologia e a inovação. Apesar da utilização intensa desses<br />
recursos no passado, atualmente o Brasil tem enormes dificuldades, inclusive com<br />
questionamentos jurídicos para realizar seus planos de política industrial ou de política de<br />
inovação ligados às compras governamentais. A primeira síntese, portanto, identifica a<br />
inovação no coração das estratégias competitivas desses sete países. Todos, sem exceção,<br />
buscam intensamente desenvolver e trilhar esse caminho para (re)qualificar suas<br />
economias.<br />
A segunda síntese indica que os sete países buscam atingir os padrões de<br />
desempenho do que há de melhor em todo o mundo. Não se trata de uma frase de efeito, é<br />
carregada de sentido e tem importantes implicações. Quando assumida com seriedade, traz<br />
conseqüências para toda a economia, para a pesquisa acadêmica e empresarial, para as<br />
cadeias produtivas e serviços, tornando mais sofistica e complexo os sistemas nacionais de<br />
inovação. Do modo como são montadas as bancas de tese na Universidade 1 , passando<br />
pelos sistemas regulares de métrica e de aferição da inovação, até mecanismos de<br />
avaliação de desempenho, públicos e privados, a referência é o país, a indústria, a firma ou<br />
a pesquisa mais avançada. Toda e qualquer comparação é feita com esse cuidado. As<br />
metas, os alvos e os ritmos são fixados de acordo com as competências nacionais, mas<br />
sempre tendo em vista a perspectiva de alcançar – e superar – o que de melhor está sendo<br />
produzido pelo mundo afora. Nenhum desses sete países se contenta com as comparações,<br />
digamos assim, “caseiras”, regionais ou apenas com seu próprio passado. Os planos,<br />
programas e políticas são elaborados tendo como referência a equiparação e superação do<br />
1<br />
Por exemplo, vários países já tornaram obrigatória a presença de pelo menos um especialista<br />
de renome internacional, de fora do país, na composição da banca examinadora; a presença desse<br />
expert legitima e certifica a qualidade do trabalho acadêmico e científico,<br />
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