imagens de memória/esquecimento na contemporaneidade
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documental e a febre <strong>de</strong> <strong>memória</strong> que inva<strong>de</strong> o campo cultural a partir da década <strong>de</strong> 1980,<br />
<strong>de</strong>spertando <strong>na</strong> História gran<strong>de</strong> interesse revisionista e reconhecendo documentos não escritos<br />
como importantes materiais. A seção Memória, <strong>esquecimento</strong> e seus abusos relata o<br />
<strong>de</strong>spertar da nova história para o quanto é pretensiosa a investigação pela verda<strong>de</strong>, mas, ao<br />
mesmo tempo, necessária, impulsio<strong>na</strong>da por um <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> <strong>memória</strong>, que é também um <strong>de</strong>ver<br />
<strong>de</strong> justiça. Também nesse capítulo, <strong>na</strong> busca por uma imagem <strong>de</strong> <strong>memória</strong>, a leitura <strong>de</strong><br />
Matéria e Memória, <strong>de</strong> Henri Bergson, foi indispensável <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início <strong>de</strong>ste trabalho. Outra<br />
leitura importante e que ecoa em muitas obras <strong>de</strong> arte contemporâneas diz respeito às Teses<br />
Sobre o Conceito <strong>de</strong> História, <strong>de</strong> Walter Benjamin.<br />
No capítulo MEMÓRIA/ESQUECIMENTO NA ARTE<br />
CONTEMPORÂNEA, a seção Memória/<strong>esquecimento</strong>: algumas estratégias da arte expõe<br />
tais estratégias comuns no pós-guerra, que foram estendidas a outras <strong>memória</strong>s, que lidam<br />
com negociações tensas entre história, <strong>memória</strong> e <strong>esquecimento</strong>. Trabalhos contemporâneos<br />
foram aqui a<strong>na</strong>lisados rapidamente, ilustrando tais estratégias: fragmentação da linguagem,<br />
atrair pela angústia e praticar a presentificação. Em Arte da <strong>memória</strong> contemporânea, arte<br />
do <strong>esquecimento</strong> é observada a constante presença da contestação à história oficial, não raro<br />
a arte requerendo um <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> justiça e a participação do espectador, numa posição dialética,<br />
como sugeria Theodor Adorno. Porém, é <strong>na</strong> seção A arte amnésica <strong>de</strong> Rosângela Rennó, que<br />
a<strong>na</strong>lisamos melhor as estratégias mencio<strong>na</strong>das, observando mais atentamente a proximida<strong>de</strong><br />
entre as obras Arquivo Universal (<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1992) e Vulgo (1998),<br />
O capítulo IMAGENS, ESPAÇOS E ESCRITURAS EM SEUS VÍNCULOS<br />
COM O TRABALHO DE MEMÓRIA/ESQUECIMENTO foi separado do anterior por<br />
enten<strong>de</strong>r que, embora o uso <strong>de</strong> palavras <strong>na</strong> arte também se trata <strong>de</strong> uma estratégia, é um<br />
assunto <strong>de</strong>masiado extenso, que merecia uma discussão maior. A seção Palavra, imagem,<br />
<strong>memória</strong>/<strong>esquecimento</strong> trata da inserção <strong>de</strong> palavras e <strong>imagens</strong> em campos que antes do<br />
século XX se mantiveram por muito tempo indiferentes à visualida<strong>de</strong> <strong>na</strong> poesia e, à escrita<br />
<strong>na</strong>s artes; sua integração aos discursos sobre <strong>memória</strong>/<strong>esquecimento</strong> foi o foco principal. A<br />
seção discorre <strong>de</strong>s<strong>de</strong> trabalhos que se utilizam literalmente <strong>de</strong> jogos <strong>de</strong> palavras (que<br />
enten<strong>de</strong>mos, também Ŗjogamŗ com a <strong>memória</strong> do observador, refazendo o movimento da<br />
<strong>memória</strong>), passando pelos que recorrem à citação, até aqueles mais contun<strong>de</strong>ntes <strong>na</strong> crítica à<br />
barbárie e à <strong>memória</strong> difícil. A seção Branco <strong>na</strong> <strong>memória</strong> ou Visibilida<strong>de</strong> ao invisível<br />
<strong>de</strong>staca a visibilida<strong>de</strong> jamais antes dispensada ao branco em diversos aspectos <strong>na</strong> poesia e <strong>na</strong>s<br />
artes. Também se <strong>de</strong>staca como poética, que vai <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a pura visualida<strong>de</strong> à crítica como<br />
metáfora do apagamento histórico ou do indizível - quando aparece como poética,<br />
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